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Introdução ao direito processual do trabalho

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39
Introdução ao dIreIto Processual do trabalho
CAPÍTULO I
Introdução 
ao dIreIto Processual 
do trabalho
SUMÁRIO • 1. Conceito de direito processual: 1.1. Especialização do direito processual; 1.2. 
Direito material e processual do trabalho – 2. Classificação dos processos trabalhistas – 3. 
Autonomia: 3.1. Autonomia legislativa; 3.2. Autonomia judicial; 3.3. Autonomia cientifica e 
didática – 4. Princípios: 4.1. Princípios constitucionais do processo; A. Princípio da igualdade 
de tratamento versus princípio protetivo ou tutelar; B. Princípio do devido processo legal; B-1. 
Princípio do contraditório; B-2. Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional; B-3. 
Princípio do juiz natural; B-4. Princípio da motivação das decisões judiciais. 4.2. Princípios do 
processo civil e do trabalho; A. Princípio da conciliação; B. Princípio da imediatidade; C. Prin-
cípio da oralidade e da escrituração; D. Princípio da publicidade; E. Princípio da concentração 
dos atos processuais; F. Princípio da identidade física do juiz; G. Princípio da celeridade; H. 
Princípio da ultrapetição; I. Princípio do impulso oficial ou inquisitivo e o princípio dispositivo; 
J. Princípio do duplo grau de jurisdição; L. Princípio da lealdade processual; M. Princípio da 
jurisdição normativa; N. Princípio da informalidade ou da instrumentalidade das formas; O. 
Princípio da eventualidade; P. Princípio da concisão. – 5. Natureza jurídica do direito proces-
sual do trabalho – 6. Fontes: 6.1. Constituição; 6.2. Leis; 6.3. Decretos e portarias; 6.4. Atos 
normativos dos tribunais e dos juízes; 6.5. Costume; 6.6. Hierarquia das fontes – 7. Aplicação 
das normas processuais trabalhistas: 7.1. Interpretação; 7.2. Integração; 7.3. Vigência no tem-
po; 7.4. Vigência no espaço – 8. Informativo do TST sobre a matéria. 9. Quadro sinóptico – 10. 
Questões.
1. CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL
Para que o estado preste a tutela jurisdicional e exercite o seu Poder/dever de dizer 
o direito (dicere ius), é necessário, em regra, que haja uma provocação pelo interessado.
a partir dessa provocação, que decorre do exercício do direito de ação, nasce o 
processo judicial, que é formado por uma série de atos pré-ordenados, praticados pelas 
partes, pelo juiz, pelos auxiliares, por terceiros, e pelo representante do Ministério Pú-
blico. tem como objetivo fazer valer as regras de direito material e, consequentemente, 
solucionar o litígio.
assim, o direito Processual nada mais é do que o ramo do Direito Público, formado 
pelo conjunto de regras de natureza processual, somadas aos princípios que lhe são pecu-
liares, destinados a regular as relações existentes entre o juiz e as partes, bem como em 
relação àqueles que, de qualquer forma, intervêm no processo, no sentido de criá-las, 
modificá-las ou extingui-las, para possibilitar a prestação da tutela jurisdicional.
1.1. Especialização do direito processual
a depender da espécie de conflito, de acordo com o bem da vida disputado ou a 
categoria de pessoas dissidentes, incidem regras processuais distintas. Quando estão en-
volvidas em um conflito o empregado e o empregador, e em alguns casos do trabalhador 
40
JOSÉ CAIRO JR.
e do respectivo tomador dos serviços, devem ser observadas as regras contidas no direito 
Processual do trabalho.1
o direito Processual divide-se, primeiramente, em dois grandes grupos: o direito 
Processual civil e o direito Processual Penal. em relação a este último, justifica-se a exis-
tência de um ramo autônomo do direito Processual, uma vez que a violação do direito 
não atinge apenas as pessoas envolvidas no conflito, mas também a própria sociedade. 
assim, há necessidade da existência de um conjunto de regras processuais para que se 
aplique a sanção penal àquele que praticou os atos considerados como antijurídicos.
com o direito Processual do trabalho ocorre idêntico fenômeno. o legislador, ao 
perceber a importância da proteção conferida pelo direito Material do trabalho à certas 
espécies de trabalhadores, instituiu um conjunto de normas destinadas a promover, de 
forma mais eficiente, a sua tutela jurisdicional.
conclui-se, assim, que o direito Processual do trabalho representa uma especializa-
ção da jurisdição não-penal.
1.2. Direito material e processual do trabalho
as regras de direito Processual são necessárias para regulamentar a atividade dos 
juízes, dos seus auxiliares, das partes, e dos terceiros que intervêm no processo, quando 
uma pretensão resistida é deduzida em juízo.
a simples existência dessas espécies de normas, com aplicabilidade em potencial, já 
inibe a ação daqueles que pretendem violar as regras de direito material, circunstância 
que revela o caráter coercitivo do próprio direito.
o ideal seria que todos respeitassem os preceitos contidos nas regras de direito ma-
terial. Mas, como isso não acontece, tanto pela própria natureza contestatória e confli-
tuosa do ser humano, quanto pela possibilidade de imprimirem-se várias interpretações 
para a mesma norma, é imperioso estabelecer um sistema composto por regras e prin-
cípios destinado a fazer prevalecer a vontade do direito objetivo, por meio do exercício 
do direito público e subjetivo de ação, que se materializa mediante o processo judicial.
O Direito material do trabalho, em seu aspecto objetivo e individual, é formado 
por normas destinadas a reger as relações entre o prestador de serviços subordinados 
(empregado) e o empregador.2
1. Para os demais conflitos de natureza civil, que derivam da relação de trabalho, serão aplicadas as 
normas do processo civil.
2. Ressalte-se, entretanto, que o Direito material do trabalho, progressivamente, caminha no sentido 
de abarcar determinadas relações de trabalho, caracterizada pela ausência de uma subordinação 
completa do empregado. São denominadas de relações parassubordinadas, como já acontece na 
Itália.
41
Introdução ao dIreIto Processual do trabalho 
Já o direito Processual do trabalho é composto por regras e princípios que regulam 
a atividade de todos aqueles que participam de uma relação jurídico-processual específica 
e tem como objetivo a prestação da tutela jurisdicional com a aplicação, ao caso concre-
to, das normas de direito material trabalhista.
Percebe-se, assim, que o processo judicial faz criar uma relação jurídica entre as par-
tes (empregado e empregador)3 e entre esses e o estado-juiz, diversa da relação jurídica 
de direito material que deu origem ao conflito de interesse. essa relação tem natureza 
complexa e atribui aos seus sujeitos poderes, direitos, faculdades, deveres, obrigações, 
sujeições e ônus, tudo regulado pelo direito processual do trabalho.
basicamente, são duas as características que revelam a distinção entre a relação 
jurídica processual e a relação jurídica substancial trabalhista. a primeira é encon-
trada nos sujeitos principais das referidas relações: no processo são três, em regra: o juiz, 
o reclamante e o reclamado;4 enquanto que na relação de direito material do trabalho 
são duas, em regra: o credor e o devedor da obrigação (empregado ou empregador). a 
segunda diz respeito ao objeto, que na relação processual é a prestação jurisdicional, ao 
passo que na relação de direito material é o bem da vida pretendido pelo interessado.
2. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS TRABALHISTAS
os processos da competência da Justiça do trabalho são divididos em dois grandes 
grupos: processo de dissídio individual do trabalho e processo de dissídio coletivo do 
trabalho.
nos processos de dissídios individuais, o juiz aplica a norma ao caso concreto (sub-
sunção), em uma ação proposta por uma ou várias pessoas individualmente consideradas. 
a sentença que reconhece ou não a pretensão do reclamante corresponde ao tradicional 
processo individual regulado pelo direito processual civil.
o processo de dissídio coletivo nada mais é do que um processo judicial, no qual 
as entidades sindicais representativas dos empregados e dos empregadores (ou uma ou 
várias empresas) figuram no poloativo e passivo da relação processual.
o processo de dissídio coletivo pode ser de duas espécies: processo de dissídio coleti-
vo de natureza econômica e processo de dissídio coletivo de natureza jurídica. no pri-
meiro caso, o conflito nasce em decorrência da divergência entre os interessados durante 
as negociações coletivas, necessárias à conclusão de uma convenção ou acordo coletivo. 
3. O TST entende de forma diversa, conforme se observa do teor da Instrução Normativa nº 27, de 
16.02.2005, que determina a aplicação das normas processuais trabalhistas para todo e qualquer 
conflito derivado da relação de trabalho e não apenas da relação de emprego (art. 1º As ações ajui-
zadas na Justiça do Trabalho tramitarão pelo rito ordinário ou sumaríssimo, conforme previsto na 
Consolidação das Leis do Trabalho, excepcionando-se, apenas, as que, por disciplina legal expressa, 
estejam sujeitas a rito especial, tais como o Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Habeas Data, 
Ação Rescisória, Ação Cautelar e Ação de Consignação).
4. Iudicium est actum trium personarum: iudicis, actoris et rei.
42
JOSÉ CAIRO JR.
a segunda espécie é representada pela desavença acerca da interpretação jurídica de uma 
regra pré-existente inserida em um instrumento normativo negociado ou em sentença 
normativa.
acrescente-se ainda, uma terceira categoria de dissídio coletivo, admitido pela dou-
trina processual trabalhista clássica. trata-se do dissídio coletivo de greve, que consiste 
em uma espécie do dissídio coletivo de natureza jurídica, utilizado pelo interessado para 
obter a declaração de abusividade do movimento paredista.
as diferenças entre os dois institutos encontram-se resumidas na transcrição abaixo:
o típico dissídio coletivo é aquele de natureza econômica, ou seja, quando não há con-
senso entre os interessados sobre as novas condições de trabalho a serem implantadas 
no âmbito das relações individuais de labor. nesse caso, devido a sua importância e por 
ser sui generis, a lei exige que haja uma autorização expressa dos empregados envolvidos 
no conflito, através de uma assembleia geral especialmente convocada para esse fim. 
o dissídio coletivo de natureza jurídica se assemelha a uma ação judicial clássica, ou 
seja, nele se pretende adequar os fatos a uma norma jurídica profissional pré-existente. 
nesta hipótese existem dúvidas quanto à aplicação e ao alcance de um acordo coletivo, 
convenção coletiva ou mesmo de uma sentença normativa.5
o cnJ instituiu uma tabela processual unificada na qual inseriu, de forma sistema-
tizada, todas as classes processuais dos diversos ramos do Poder Judiciário.
no processo trabalhista estão previstas, de forma específica, a seguintes classes com 
os respectivos códigos: ação trabalhista rito ordinário (985), ação trabalhista rito suma-
ríssimo (1125), ação trabalhista rito sumário – alçada (1126), dissídio coletivo (987), 
dissídio coletivo de greve (988), inquérito para apuração de falta grave (986), reclamação 
(1202), ação anulatória de cláusulas convencionais (976), ação de cumprimento (980), 
execução de certidão de crédito judicial (993), execução de termo de ajuste de conduta 
(991), execução de termo de conciliação de ccP (992), execução de título extrajudi-
cial (990), execução provisória em autos suplementares (994), conflito de competência 
(1145), pedido de revisão do valor da causa (1072).
3. AUTONOMIA
a doutrina não é pacífica quando se trata de determinar a autonomia do direito 
processual do trabalho ou mesmo do direito processual civil. assim, há adeptos tanto da 
teoria monista, também denominada de unitarista, quanto da teoria dualista.
segundo renato saraiva:
a teoria monista, minoritária, preconiza que o direito processual é unitário, formado 
por normas que não diferem substancialmente a ponto de justificar a divisão e autono-
mia do direito processual do trabalho, no direito processual civil e do direito proces-
sual penal. [...] a teoria dualista, significativamente majoritária, sustenta a autonomia 
do direito processual do trabalho perante o direito processual comum, uma vez que o 
5. CAIRO JR. José. Direito do Trabalho: relações coletivas de trabalho. Salvador: JusPODIVM, 2006. p. 
30-31.
43
Introdução ao dIreIto Processual do trabalho 
direito instrumental laboral possui regulamentação própria na consolidação das leis 
do trabalho, sendo inclusive dotados de princípios e peculiaridades que o diferenciam, 
substancialmente, do processo civil. 6
Para que determinado ramo do direito adquira o status de “autônomo” é necessário, 
dentre outros requisitos, que possua princípios próprios ou que sejam aplicados com 
maior ou menor intensidade.
além da necessidade de princípios próprios, deve-se verificar existência de uma au-
tonomia legislativa, judicial e científica.
como será analisado a seguir, o grau de dependência do processo do trabalho em 
relação ao processo civil, em diversos aspectos, é muito intenso, razão pela qual não há 
como reconhecer a sua plena autonomia.
Inclusive, as constantes reformas por que vem passando o CPC são responsáveis 
pela aproximação, cada vez maior, do processo civil com o processo do trabalho.
na verdade, o processo do trabalho assemelha-se ao procedimento comum sumário 
do processo civil, cuja principal característica é a apresentação da defesa, oral ou escrita, 
em audiência, na forma prevista pelo art. 278 do cPc:
Art. 278. não obtida a conciliação, oferecerá o réu, na própria audiência, resposta es-
crita ou oral, acompanhada de documentos e rol de testemunhas e, se requerer perícia, 
formulará seus quesitos desde logo, podendo indicar assistente técnico.
3.1. Autonomia legislativa
a fonte formal do direito diz respeito ao modo como as regras exteriorizam-se e ma-
terializam-se de forma obrigatória e coercitiva. A Consolidação das Leis do Trabalho é 
a principal fonte formal do direito processual do trabalho.
Trata-se de um Diploma misto, pois contém regras de direito material, direito 
processual e direito administrativo do trabalho. no que se refere ao Processo do trabalho 
lato sensu, a consolidação das leis do trabalho reserva três títulos, do total de onze, a 
saber: título VIII – da Justiça do trabalho; título IX – do Ministério Público do tra-
balho; e título X – do Processo Judiciário do trabalho, este último considerado no seu 
caráter estrito, de acordo com o disposto no art. 763 da norma consolidada.7
Em caso de omissão da norma consolidada, deve-se recorrer às regras contidas no 
código de Processo civil, no que se refere ao processo de conhecimento, desde que não 
contrarie os princípios do processo laboral, de acordo com o que determina o art. 769 da 
consolidação das leis do trabalho: “nos casos omissos, o direito processual comum será 
6. SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. 4 ed. São Paulo: Método, 2008. p. 28.
7. CLT. Art. 763. O processo da Justiça do Trabalho, no que concerne aos dissídios individuais e coleti-
vos e à aplicação de penalidades, reger-se-á, em todo o território nacional, pelas normas estabele-
cidas neste Título.
44
JOSÉ CAIRO JR.
fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompa-
tível com as normas deste título”.
no caso do processo de execução, a norma processual subsidiária a ser utilizada 
em caso de omissão da clt é aquela que rege a execução fiscal, qual seja, a Lei nº 
6.830/1980.8 o socorro às regras sobre execução contidas no cPc só é possível quando 
a referida lei de executivos fiscais for omissa.
Por fim, essa espécie de autonomia não é comum a todo ordenamento jurídico. na 
Itália, por exemplo, o processo trabalhista encontra-se inserido no código de Processo 
civil, no seu título IV.9
3.2. Autonomia judicial
o brasil faz parte do seleto grupo de países do mundo que possui uma Justiça Es-
pecializada em solução de conflitos sociais, mais precisamente, de conflitos trabalhistas, 
na qual se aplica, com maior incidência, o processo do trabalho.
a Justiça do trabalhooriginou-se com a criação das Juntas de conciliação e Julga-
mento, em 1932. Eram órgãos colegiados e de natureza administrativa formados por 
dois Juízes classistas, um representante do empregado e outro do empregador, e um Juiz 
Presidente.
Paralelamente, foram criadas as comissões Mistas de conciliação, a qual competia 
solucionar os conflitos coletivos de trabalho, já que as Juntas de conciliação e Julgamen-
to tinha competência limitada aos conflitos individuais do trabalho provocados por 
trabalhadores sindicalizados.
como esses órgão encontravam-se destituídos de caráter judicial, os seus integrantes 
não gozavam das prerrogativas atribuídas aos magistrados. o Juiz Presidente não ingres-
sava por meio de concurso público, mas sim por indicação do Ministro do trabalho, 
dentre advogados, magistrados ou funcionários públicos e eram destituídos ad nutum. 
além disso, a qualquer momento as demandas sob sua jurisdição poderiam ser avocadas 
por ato do Ministro do trabalho.
somente na constituição Federal de 1934 foi que primeiro se fez referencia à Justiça 
do trabalho, mas ainda atrelada ao Poder executivo, fato que se repetiu na constituição 
Federal de 1937.
8. Mesmo após a edição da Lei nº 11.2323/05, que alterou o CPC e extinguiu o processo de execução 
por título judicial, prevalece a dicotomia entre processo de conhecimento e processo de execução 
trabalhista, uma vez que a CLT não é omissa, nesse particular. Registre-se, entretanto, que parte da 
doutrina e da jurisprudência, entende que essa alteração legislativa deve ser utilizada no processo 
laboral.
9. Titolo IV: Norme per le Controversie in Materia di Lavoro.
45
Introdução ao dIreIto Processual do trabalho 
Finalmente, em 1939 a estrutura da Justiça do trabalho foi disciplinada por meio 
do decreto-lei nº 1.237. Já com a edição da clt, em 1943, as Juntas de conciliação e 
Julgamento passaram a ter competência para executar suas decisões, que até então eram 
executadas pela Justiça comum.
contudo, somente a constituição Federal de 1946 inseriu a Justiça do trabalho 
no âmbito do Poder Judiciário brasileiro, o que se efetivou por meio do decreto-lei nº 
9.797, de 09.09.1946.
atualmente, a Justiça do trabalho é toda estruturada de forma a permitir que a parte 
irresignada com a decisão de primeiro grau provoque um novo julgamento pelo tribunal 
regional do trabalho. Inclusive, em determinadas situações, é possível que a demanda 
seja novamente examinada pelo tribunal superior do trabalho, se houver ofensa a literal 
dispositivo de lei federal.10
observe-se, contudo, que a Justiça do trabalho, após a ec nº 45/2004, deixou de 
ter a competência exclusiva para solucionar os litígios derivados da relação de emprego. 
Passou a abarcar, também, a competência para apreciar os dissídios decorrentes das rela-
ções de trabalho, dentre outros.
ÊÊ Exemplo de questão sobre o tema
ÊX (TRT 15–Juiz do Trabalho Substituto 15ª região/ 2013) Sobre a história da Justiça do trabalho é in-
correto dizer:
a) em 1932, foram criadas as Juntas de Conciliação e Julgamento, voltadas aos conflitos individuais, e as 
Comissões Mistas de Conciliação, direcionadas aos conflitos coletivos, como órgãos administrativos. 
Apenas os trabalhadores sindicalizados podiam pleitear perante as Juntas de Conciliação e julgamen-
to. Os demais deviam se socorrer da Justiça Comum;
b) os juízes presidentes das Juntas de Conciliação e Julgamento eram nomeados pelo Ministro do Tra-
balho, dentre advogados, magistrados ou funcionários públicos; não gozavam de independência, vez 
que eram demissíveis “ad nutum” e qualquer processo poderia ser subtraído ao conhecimento das 
Juntas pelo Ministro do Trabalho, que chamava para si a função decisória, através de cartas chamadas 
“avocatórias”;
c) somente em 1943, com a publicação da CLT, as Juntas de Conciliação e Julgamento passaram a ter 
competência para executar suas próprias decisões, mantendo-se a possibilidade de “avocatórias”, 
que foram extintas com a Constituição de 1946;
d) somente a partir da Constituição de 1946, a Justiça do Trabalho foi integrada, de forma inconteste, 
aos órgãos do Poder Judiciário, com organização da carreira de Juiz do Trabalho e ingresso mediante 
concurso público de provas e títulos, promoções pelos critérios de antiguidade e merecimento e as 
garantias inerentes à magistratura;
e) fora do âmbito da 1a. e da 2a. Regiões, o Suplente de Presidente de Junta, até alteração havida em 
1984, era nomeado pelo Presidente da República, dentre advogados militantes no foro trabalhista, 
para substituírem’ os Presidentes em seus afastamentos e impedimentos, para um mandato com 
tempo determinado, e se fossem reconduzidos eram integrados ao quadro de magistrados de forma 
definitiva, mesmo sem concurso público.
ÊÂ Resposta: C
10. A organização da Justiça do Trabalho será objeto de análise do item 2, capítulo II, parte I, desta obra.
46
JOSÉ CAIRO JR.
3.3. Autonomia científica e didática
a autonomia científica é representada pela existência de um número considerável de 
obras de pesquisa científica que tenham o mesmo objeto de determinado ramo do direi-
to. nesse particular, a autonomia do processo do trabalho é inegável, pois o brasil conta 
com um grande acervo de manuais e trabalhos monográficos que tratam da matéria.
Grande parte dos cursos de graduação em direito também reservam uma ou duas 
cadeiras para o estudo do processo do trabalho. Isso sem falar no crescente número de 
cursos de pós-graduação lato sensu, que se dedicam, estritamente, a esse ramo do direito.
as diretrizes curriculares nacionais para o curso de direito, aprovadas pelo Ministé-
rio da educação,11 só incluem o direito material do trabalho como matéria obrigatória 
do eixo de formação profissional.12 entretanto, admite-se o desdobramento da referida 
matéria em uma ou mais disciplinas, inclusive o processo do trabalho, na forma como 
dispuserem os currículos plenos dos cursos.
4. PRINCÍPIOS
os princípios, em direito, têm três funções básicas. a primeira seria no sentido do 
princípio funcionar como norma de conduta, denominado de princípio-regra. servem, 
também, para orientar a atuação do legislador ordinário e, por fim, funcionam como 
guia para o intérprete e aplicador da norma ao caso concreto. em relação à segunda 
função, é fácil perceber que os princípios revelam de forma clara a fonte material de 
determinado ramo do direito.
a seguir serão examinados alguns dos princípios comuns ao processo civil e ao pro-
cesso laboral e aqueles que são aplicados com maior intensidade nesse último.13
a consolidação das leis do trabalho não explicita quais os princípios aplicáveis ao 
processo do trabalho. Mas, a simples leitura de alguns dos seus dispositivos deixa clara a 
intenção do legislador de orientar a atuação do intérprete e do aplicador do direito.
tal omissão não ocorre em alguns diplomas processuais alienígenas, a exemplo da 
lei de Procedimento laboral da espanha, que relaciona os princípios informadores do 
processo do trabalho naquele país: “art. 74.1. os juízes e tribunais da ordem jurisdicio-
nal social interpretarão e aplicarão as normas reguladoras do processo laboral ordinário, 
segundo os princípios de imediação, oralidade, concentração e celeridade”.
11. Resolução CES/CNE nº 09/2004, de 29 de setembro de 2004. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
br/cne/arquivos/pdf/rces09_04.pdf >. Acesso em 17.12.2012.
12. As demais disciplinas são: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito 
Penal, Direito Civil, Direito Empresarial, Direito Internacional e Direito Processual.
13. Quando o princípio é aplicado tanto ao processo civil quanto ao processo do trabalho, mas com 
diferenças de intensidade, os doutrinadores classificam como peculiaridades do processo laboral.
47
Introdução ao dIreIto Processual do trabalho 
todos os princípios processuais que adiante serão analisados14 também se aplicam, 
em menor ou maior intensidade, ao processo civil, salvo aquelerelativo à jurisdição 
normativa, que foi severamente limitado após a promulgação da ec nº 45/2004, com a 
exigência do mútuo consentimento para o ajuizamento do dissídio coletivo.15
ressalte-se que as experiências bem sucedidas do processo do trabalho foram incor-
poradas ao processo civil, principalmente no que diz respeito à simplificação dos proce-
dimentos e à celeridade, circunstância que aproxima cada vez mais esses dois ramos do 
direito processual.
tal circunstância, aliada a inexistência de autonomia legislativa plena, conforme foi 
analisado no item 3.1, induz à conclusão de que o processo do trabalho não representa 
um ramo autônomo do direito processual, mas apenas uma de suas especializações, 
vinculado a uma teoria geral do processo única.
o Quadro doutrinário revela a preferência dos doutrinadores pela teoria monista ou 
dualista, predominando esta última:
QUADRO DOUTRINÁRIO – AUTONOMIA DO PROCESSO LABORAL
Teorias Doutrinadores Exemplo
Dualista
Coqueijo Costa, 
Rodrigues Pinto, 
Délio Maranhão, 
Renato Saraiva, 
Sérgio Pinto Martins, 
Wagner Giglio, 
Tostes Malta, 
Amauri Mascaro e 
Mozart Russomano
[...] Embora seja verdade que a legislação instrumental trabalhista 
ainda é modesta, carecendo de um Código de Processo do trabalho, 
definindo mais detalhadamente os contornos do processo laboral, 
não há dúvida que o Direito Processual do Trabalho é autônomo 
em relação ao processo civil, uma vez que possui matéria legislati-
va específica regulamentada na Consolidação das Leis do Trabalho, 
sendo dotado de institutos, princípios e peculiaridades próprios, 
além de independência didática e jurisdicional (Renato Saraiva).*
Monista
Francisco Neto e 
Jouberto Cavalcante; e 
Valentin Carrion
Conclui-se, portanto, que o direito processual do trabalho, didatica-
mente, é um ramo do Direito Processual, contudo, pertence à teo-
ria geral do direito processual, como reflexo instrumental dos prin-
cípios e normas para o exercício da jurisdição, atuando na solução 
dos conflitos individuais, coletivos e difusos do trabalho (Francisco 
Neto e Jouberto Cavalcante).**
*. SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. 4 ed. São Paulo: Método, 2008. p. 28
**. JORGE NETO, Francisco Ferreira e CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa. Direito proces-
sual do trabalho. 3 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris. p. 38
14. Alguns dos princípios analisados são classificados pela doutrina e jurisprudência como peculiarida-
des, princípios peculiares ou técnicas do direito processual do trabalho.
15. CF/88. Art. 114. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é 
facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo 
a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao 
trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
48
JOSÉ CAIRO JR.
antes de passar à análise dos princípios aplicáveis ao processo comum e do trabalho, 
é necessário tecer ligeiras considerações sobre os princípios constitucionais do processo, 
sem a profundidade que o tema exige, em face dos objetivos desta obra, o que será feito 
a seguir.
4.1. Princípios constitucionais do processo
A. Princípio da igualdade de tratamento versus princípio protetivo ou tutelar
a maioria dos processualistas trabalhistas consideram que o processo do trabalho é 
norteado pelo princípio protetivo ou tutelar, em relação ao empregado hipossuficiente, 
quando se encontra em litígio com seu empregador ou ex-empregador.
com efeito, o que existe no processo do trabalho são instrumentos que facilitam o 
acesso à Justiça ao empregado de forma mais ampla do que aquele desfrutado pelo em-
pregador. Isso porque leva-se em consideração a hipossuficiência do trabalhador, o que 
implica o reconhecimento da regra do tratamento igual para os iguais e do tratamento 
desigual para os desiguais.16
o tratamento diferenciado também é dispensado em relação às entidades públicas 
que não exploram atividade econômica, tanto no processo civil quanto no processo do 
trabalho, tendo em vista que o legislador reconheceu as dificuldades existentes na admi-
nistração pública para o exercício de sua defesa em juízo. nem por isso pode-se afirmar 
que o referido tratamento diferenciado constatado no processo comum representa uma 
proteção de índole estritamente processual aos entes públicos.
alexandre câmara comenta o tratamento desigual que também é observado no pro-
cesso civil:
em outras palavras, o princípio da isonomia só estará sendo adequadamente respeitado 
no momento em que se garantir aos sujeitos do processo que estes ingressarão no mesmo 
em igualdade de armas, ou seja, em condições equilibradas. este o verdadeiro sentido da 
expressão par conditio, condições paritárias.17
com efeito, o empregado já recebe uma proteção da legislação material para com-
pensar uma desigualdade com o empregador existente no plano fático. Atribuir outra 
proteção decorrente da aplicação da legislação processual do trabalho ao obreiro é, 
sem dúvida, criar uma desigualdade e, consequentemente, uma injustiça.
na verdade, os privilégios processuais garantidos aos trabalhadores são considerados 
características da jurisdição laboral e não do processo stricto sensu.
16. Por conta dessa e de outras características é que se entende não ser possível aplicar as regras do 
processo do trabalho para solucionar as lides derivadas da relação de trabalho autônomo, ao con-
trário do posicionamento adotado pelo TST por meio da citada Instrução Normativa nº 27/2005.
17. CÂMARA, Alexandre de Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 13. ed. Rio de Janeiro: Lúmen 
Juris, 2005. p. 40/41.
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Introdução ao dIreIto Processual do trabalho 
Prova disso é que ninguém defende a aplicação da regra mais benéfica no processo 
do trabalho, pois esse ramo pertence ao direito Público, no qual sempre vai prevalecer a 
regra constitucional e não aquela de grau inferior que favoreça o trabalhador como parte 
de um litígio.
destacam-se, a seguir, os argumentos utilizados por aqueles que defendem a utiliza-
ção do princípio protetivo no processo laboral.
– Obrigatoriedade do depósito recursal para os empregadores
essa assertiva é falsa, uma vez que a gratuidade também é devida aos empregadores 
que não explorem atividade econômica e que provem a sua falta de condições financeiras 
para arcar com as despesas processuais.
a dispensa do depósito recursal para os trabalhadores é regra, diante de sua presu-
mível hipossuficiência.
como para o direito do trabalho o empregador é a empresa, a existência de capital 
é condição sine qua non para a sua sobrevivência. Mas caso o empregador não desenvolva 
atividade econômica, como ocorre com a família e as associações sem fins lucrativos, a 
gratuidade da justiça também deve ser deferida a essas entidades.
assim, a gratuidade da justiça, que envolve o depósito recursal, não é direito apenas 
do trabalhador, mas de qualquer litigante que não tenha condições de arcar com os cus-
tos do processo.18
– Fixação da competência em razão do lugar no local da prestação de serviço
não se observa qualquer benefício ao empregado nesse particular. Isso porque o 
local da prestação de serviço, regra para definição da competência em razão do lugar no 
processo laboral, é justamente onde fica situado o estabelecimento da empresa.
o domicílio do empregado só excepcionalmente é usado como critério para de-
finição dessa espécie de competência, conforme se observa do conteúdo do art. 651, 
parágrafo 1º, da clt.
– Aplicação da regra do in dubio pro operario em matéria probatória
o Juiz do trabalho deve proferir sua decisão com base na sua persuasão racional e 
dispensar às partes igualdade de tratamento (princípio da igualdade). na dúvida quanto 
à prova produzida, deve ser verificado, em cada caso concreto, a qual parte cabe o onus 
probandi.
assim, não há que se falar em prova dividida. os meios de prova formam ou não 
o convencimento domagistrado. se o convencimento é incompleto, não se aplica o 
18. Esse tema também será analisado no item 6.5, capítulo III, Parte I desta obra.
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JOSÉ CAIRO JR.
princípio do in dubio pro operario, mas sim as regras da distribuição do ônus da prova, 
clássica ou dinâmica.
nesse sentido é a decisão a seguir transcrita:
ProVa dIVIdIda. horas eXtras. Ônus da ProVa. a regra da distribuição 
do ônus da prova, nos termos do artigo 333 do cPc, é a de que cabe ao autor a prova 
do fato constitutivo de seu direito, e ao réu, o da existência do fato impeditivo, modi-
ficativo ou extintivo do direito do autor. ademais, a teor do art. 818 da clt, a prova 
das alegações incumbe à parte que as fizer. em tal contexto, o princípio in dubio pro 
misero não pode ser aplicado no presente caso, pois, ao alegar a invalidade dos registros 
de ponto, porque não era permitido o registro da real jornada laborada, o reclamante 
efetivamente atraiu para si o ônus de provar tal alegação, do qual não se desincumbiu, já 
que a prova testemunhal por ele apresentada foi contraditória com a que foi produzida 
pelo reclamado. recurso de revista conhecido e não provido.19
– Início da execução de ofício pelo juiz
segundo dispõe o art. 878 da clt: “a execução poderá ser promovida por qualquer 
interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou tribunal competente, nos 
termos do artigo anterior”.
nesse caso, trata-se da aplicação do princípio inquisitivo, que vale tanto para o em-
pregado quanto para o empregador, quando ocupam o polo ativo da relação processual, 
uma vez que o dispositivo transcrito não faz qualquer distinção entre um e outro.
– Arquivamento pelo não comparecimento do trabalhador
outro argumento a favor da aplicação do princípio da proteção consistiria na regra 
de arquivamento da ação, para o caso de não comparecimento do empregado à audiência 
e de revelia para a hipótese de ausência do empregador.
essa conclusão também parte de uma premissa falsa de que o empregado sem-
pre é o autor da ação trabalhista. o fato é que se o empregador ocupar o polo ativo da 
relação processual trabalhista e não comparecer à primeira audiência, a sua demanda 
também será arquivada.
– Conclusão
não se pode negar, entretanto, que o caráter protetivo do direito material do traba-
lho reflete-se no direito processual, mesmo porque este último tem como escopo confe-
rir efetividade às regras que compõem o primeiro.
assim, o juiz deve observar as regras decorrentes da aplicação do princípio da 
igualdade de tratamento das partes, salvo quando a lei, expressamente, disser o con-
trário.
19. TST. RR 1168/2003-008-18-00. 8ª T. Rel. Min. Dora Maria da Costa. DJ 04.05.2009.

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