Desenvolvimento humano

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Desenvolvimento humano: um campo em constante evolução
 O campo do desenvolvimento humano concentra-se no estudo científico dos processos sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nas pessoas. Os cientistas observam a transformação desde a concepção até a maturidade, como também todas as características que permanecem ao longo do processo (mudança e estabilidade). São essas as características na criação, educação e saúde das crianças. 
Através de Boston, foi descoberto que os alunos que iam para a escola com fome ou com alguma deficiência alimentícia tinham mais problemas com aprendizagem, emoções, comportamentos e notas baixas. Com isso, foi incluído nas escolas um programa que incluía café da manhã e essa ação possibilitou melhoria na aprendizagem e seus problemas apareciam com menor frequência.
O DESENVOLVIMENTO HUMANO HOJE
Seus objetivos passaram a incluir descrição (quando vão pronunciar palavras), explicação(como adquirem a linguagem), previsão (de comportamentos futuros) e intervenção( da linguagem no desenvolvimento).
O estudo científico do desenvolvimento humano está em constante evolução. Com tanta tecnologia disponível para avaliar diversos pontos como ritmo cardíaco, tensão muscular, funções biológicas, entre outros. Permitiu aos pesquisadores melhores visualizações do desenvolvimento humano.
DOMÍNIOS DO DESENVOLVIMENTO
Três principais domínios, ou aspectos, do eu: físico, cognitivo e psicossocial. O crescimento do corpo e do cérebro, as capacidades sensoriais, as habilidades motoras e a saúde fazem parte do desenvolvimento físico. Aprendizagem, atenção, memória, linguagem, pensamento, raciocínio e criatividade compõem o desenvolvimento cognitivo. Emoções, personalidade e relações sociais são aspectos do desenvolvimento psicossocial.
PERÍODOS DO CICLO DE VIDA
Divisão do ciclo de vida em períodos é uma construção social:
É uma invenção de uma determinada cultura ou sociedade. Não há nenhum momento objetivamente definível em que uma criança se torna adulta ou um jovem torna-se velho. Antigamente era atribuídas tarefas de adulto as crianças, elas teciam e bordavam, era exigido que agissem como adultos, o que muito difere da realidade atuam. Acreditam-se que crianças pequenas não são capazes de pensar e raciocinar como adultos.
No século XX, os jovens eram considerados crianças até deixarem a escola, casarem ou arranjarem um emprego. Já os Chippewa tem apenas dois períodos: nascimento até andar, e daí ate a puberdade.
Embora existam diferenças individuais na maneira como as pessoas lidam com eventos e questões características de cada período, os cientistas do desenvolvimento sugerem que certas necessidades básicas precisam ser satisfeitas e certas tarefas precisam ser dominadas para que ocorra um desenvolvimento normal. Traçados em: primeira infância, segunda infância, terceira infância, adolescência, inicio de vida adulta, vida adulta intermediária e vida adulta tardia.
l. Os bebês, por exemplo, dependem dos adultos.
II. Durante a segunda infância, as crianças passam a ter mais autocontrole e maior interesse por outras crianças.
III. Durante a terceira infância, o controle sobre o comportamento aos poucos se desloca dos pais para os filhos e os colegas tornam-se cada vez mais importantes.
IV. A tarefa central da adolescência é a busca da identidade pessoal, sexual e ocupacional.
V. A vida adulta é um período exploratório, com estilo de vida independente, ocupações, famílias.
VI. Na vida adulta tardia, as pessoas precisam enfrentar perdas ligadas ao trabalho e vida social e terá que buscar a introspecção, para ter significado na vida do dia a dia.
INFLUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO
As pessoas diferem em gênero, altura, peso e compleição física; na saúde e nível de energia, em inteligência e no temperamento, personalidade e reações emocionais. Também diferem: os lares, as comunidades e sociedades em que vivem, seus relacionamentos, as escolas que frequentam e o trabalho que fazem, e como passam seu tempo livre.
HEREDITARIEDADE, AMBIENTE E MATURAÇÃO
Muitas mudanças típicas da primeira e da segunda infância, como a capacidade de andar e falar, estão vinculadas à maturação do corpo e do cérebro – o desdobramento de uma sequência natural de mudanças físicas e padrões de comportamento.
Mesmo nos processos a que todas as pessoas estão submetidas, os ritmos e os momentos do desenvolvimento variam. Portanto, precisamos considerar as características herdadas que dão a cada pessoa um ponto de partida especial na vida.
A hereditariedade, o ambiente e maturação estão juntos durante todo o processo de desenvolvimento. Para ter um calo deve ter genes que permitam que apareça, mas também precisa da fricção da pele, que vem do ambiente.
CONTEXTOS DO DESENVOLVIMENTO
Seres humanos são seres sociais. Desde o começo, desenvolvem-se dentro de um contexto social e histórico. A família nuclear com pai e mãe tem sido a unidade familiar dominante nas sociedades ocidentais. Hoje, no entanto, a família nuclear é diferente do que costumava ser. Pode incluir outras pessoas sem laços sanguíneos como o padrasto ou madrasta, lares gays.
 Família extensa, uma rede multigeracional que inclui avós, pai e mãe, tios, primos e outros parentes mais distantes é a forma tradicional de família. Muitas pessoas vivem em lares extensos, onde têm contato diário com os familiares.
NÍVEL SOCIOECONÔMICO (NSE) BASEIA-SE NA RENDA DA FAMÍLIA E NOS NÍVEIS EDUCACIONAL E OCUPACIONAL DOS ADULTOS DA CASA
 A pobreza, especialmente se durar muito tempo, pode ser prejudicial para o bem-estar físico, cognitivo e psicossocial das crianças e das famílias. As crianças pobres estão mais propensas do que as outras crianças a apresentar problemas emocionais ou comportamentais, e seu potencial cognitivo e o desempenho na escola são mais prejudicados.
As ameaças ao bem-estar, como geralmente acontece, multiplicam-se quando vários fatores de risco e condições que aumentam a probabilidade de uma consequência negativa estão presentes.
Riquezas, porém, nem sempre protege as crianças contra riscos. Algumas crianças de famílias ricas são pressionadas para alcançar sucesso e frequentemente são deixadas sozinhas em casa por pais ocupados. Essas crianças apresentam altas taxas de abuso de substâncias químicas, ansiedade e depressão.
CRONOLOGIA DAS INFLUÊNCIAS: PERÍODOS CRÍTICOS OU SENSÍVEIS
Período crítico é um intervalo de tempo específico em que um determinado evento, ou a sua ausência, causa um impacto específico sobre o desenvolvimento.
Seres humanos passam por períodos críticos e poderão apresentar efeitos nocivos específicos, dependendo da natureza do choque, do momento em que ocorreu e das características que possuem. Como muitos aspectos do desenvolvimento mostraram plasticidade, ou desempenho passível de modificação, talvez seja mais útil pensar em termos de períodos sensíveis, quando uma pessoa em desenvolvimento é especialmente receptiva a certos tipos de experiências (Bruer, 2001).
ABORDAGEM DE BALTES AO DESENVOLVIMENTO DO CICLO DE VIDA
Os sete princípios da abordagem ao desenvolvimento do ciclo de vida:
1. O desenvolvimento é vitalício
2. O desenvolvimento é multidimensional.
3. O desenvolvimento é multidirecional
4. Influências relativas de mudanças biológicas e culturais sobre o ciclo de vida.
5. O desenvolvimento envolve mudança na alocação de recursos.
6. O desenvolvimento revela plasticidade.
7. O desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural.
Capítulo 2
Teoria e Pesquisa
Questões teóricas básicas
A teoria científica procura descrever e explicar o desenvolvimento e prever os tipos de comportamento que poderiam ocorrer em certas condições. Teoria e pesquisa não se entendem na visão cientifica, mesmo que as teorias incentivem mais pesquisas, o viés é que as teorias mudam para incorporar novas descobertas, feitas por hipóteses. E as pesquisas não provam se a teorias são verdadeiras ou não, apenas se são precisas.
O DESENVOLVIMENTO É ATIVO OU REATIVO?
O filósofo inglês John Locke sustentava que uma criança pequena é uma tabularasa – uma “tela em branco” – onde a sociedade “se inscreve”. Por outro lado, o filósofo francês Jean Jacques Rousseau acreditava que as crianças nascem como “bons selvagens” que se desenvolvem de acordo com suas próprias tendências naturais positivas, se não forem corrompidas pela sociedade. Uma ideia completa a outra.
Foi gerado dois modelos: mecanicista e organicista.
No mecanicista, a visão de Locke procura identificar e explicar os fatores pelo qual o individuo se comporta, identificar influências ambientais, como incentivo da sociedade na qual está.
No organicista, Rousseau entende as pessoas como organismos ativos que põem em marcha seu desenvolvimento, impulsionando a mudança interna. O ambiente não causa o desenvolvimento, pode apenas acelerar ou desacelerá-lo. O indivíduo escolhe no que vai participar e com quem.
O DESENVOLVIMENTO É CONTÍNUO OU DESCONTÍNUO?
Nos modelos mecanicistas, o desenvolvimento é contínuo, sempre é governado pelos mesmos processos, permitindo a previsão de comportamentos posteriores a partir dos anteriores ou seja, mudança quantitativa (enfatiza a quantidade).
Os teóricos organicistas enfatizam a mudança qualitativa é descontínua: é marcada pela emergência de novos fenômenos que não podem ser previstos com facilidade com base no funcionamento anterior. A mudança de uma criança não verbal para uma criança que entende palavras e pode comunicar-se verbalmente é uma mudança qualitativa.
PERSPECTIVAS TEÓRICAS
Cinco perspectivas sustentam boa parte das teorias influentes e da pesquisa sobre desenvolvimento humano:
(1) psicanalítica, que se concentra nas emoções e nos impulsos inconscientes; Segundo Freud, são “desejos instintivos” resumido em três etapas: alimentação, eliminação e atividade sexual.
(2) da aprendizagem, que estuda o comportamento observável: Desenvolvimento resulta da aprendizagem.
 (3) cognitiva, que analisa os processos do pensamento e no comportamento que os refletem.
 (4) contextual, que enfatiza o impacto do contexto histórico, social e cultural: veem o individuo e ambiente como parte inseparável.
 (5) evolucionista/sociobiológica, que considera as bases evolucionistas e biológicas do comportamento: influenciado pela teoria da evolução de Darwin, recorrentes a descobertas da antropologia, ecologia, genética, etologia e psicologia evolucionista.
MODELOS BÁSICOS DE PESQUISA
Quatro dos modelos básicos utilizados na pesquisa sobre desenvolvimento são os estudos de caso, estudos etnográficos, estudos correlacionais e experimentos. Os dois primeiros modelos são qualitativos; os dois últimos são quantitativos. Cada modelo tem suas vantagens e desvantagens.
ÉTICA NA PESQUISA
Diretrizes da American Psychological Association (APA, 2002) incluem questões como consentimento informado (consentimento dado livremente com pleno conhecimento das implicações da pesquisa), evitação de logro, proteger os participantes de danos e perda da dignidade, garantir a privacidade e o sigilo, o direito a recusar ou a se retirar de um experimento a qualquer momento, e a responsabilidade dos pesquisadores em corrigir quaisquer efeitos indesejáveis, como ansiedade e vergonha.
(1) beneficência, aumentando o potencial e diminuindo danos.
(2) respeito pela autonomia dos participantes e proteção àqueles incapazes.
(3) justiça, inclusão de grupos diversos, com sensibilidade para qualquer impacto.