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O Corpo inacessível- Ana Paula Cavalcanti Simioni Analisa o desconhecimento de mulheres artistas dos séculos 18 e 19 (período acadêmico). É abordada a questão do modelo vivo, que era considerada “inapropriada” para o sexo feminino. Fichamento Trechos e citações retirados do próprio texto ● Os nomes de artistas femininas no Brasil eram pouco conhecidos até as correntes modernistas. Como atuaram as artistas antes desse período? Quais suas condições? Estudos anteriores a esse apontam como uma das causas a exclusão das aulas de modelo vivo. ● O texto cita instituições francesas e casos de artistas que se destacaram, algumas filhas de artista e outras casadas com artistas ( a facilidade do contexto/incentivo). ● Havia acesso a modalidades artísticas por meio de aulas particulares, formando miniaturistas, pintoras de naturezas-mortas, de porcelanas e artes que não demandam a representação do corpo humano. ● Apenas mulheres "extraordinárias" poderiam pertencer à instituição. ● O novo regime, que portava consigo novos códigos visuais, erguia-se contra um universo marcado pelas feminizações da cultura e da linguagem, além de opor-se às mulheres que desempenhavam papéis nas esferas públicas e que podiam, ainda que sob categorias especiais, firmar-se como mulheres públicas, como pintoras, inseridas no sistema comandado pelo Estado. ● Elisabeth Vigée-Lebrun era próxima a rainha, então simboliza o status da mulher durante o Antigo Regime (anterior a Revolução Francesa). As salonières (mulheres da elite) controlavam códigos de comportamento, exercendo poder político e social. Os anos anteriores à revolução “testemunharam batalhas contra as salonières”. Contra o poder simbólico que elas exerciam a favor da ideia de que elas deveriam ser “simples e naturais” ● A revolução não trouxe ampliação de poder civil ou político para as mulheres.Apesar de haverem mulheres ativistas por seus direitos, as reivindicações femininas não foram aceitas. Os clubes e sociedades de mulheres foram proibidos. Foram vetadas as participações de decisões políticas. No plano das artes a situação foi similar. ● Os ateliês privados proliferaram, tirando a centralidade da École como instituição de formação. Quando houve maior exposição de mulheres, começaram a buscar elementos “femininos” que estariam “naturalmente” expressos. ● Passou a ser defendido que “mulheres poderiam ser tão boas pintoras quanto os homens, se não se dedicassem a pintura de história, que exigia um vigor físico que não possuíam”. ● Começou a afirmar-se que havia uma temática feminina, onde fixava-se ao espaço doméstico, flores e naturezas mortas e uma temática masculina, dedicada a temas públicos, históricos e civis. Por um lado eram mais expostas as obras femininas, por outro os espaços centrais de consagração eram masculinos e suas obras não eram tão legitimadas. ● O campo das artes participou da construção das diferenças de gênero que estruturaram a sociedade burguesa no século 19. Colaboraram com os estereótipos de capacidades inatas para cada um dos sexos. ● As mensalidades e anuidades para mulheres eram mais custosas. ● A resposta da pergunta não reside na natureza da genialidade individual ou na sua falta, mas na natureza de dadas instituições sociais e o que elas proíbem ou estimulam nas distintas classes ou grupos de indivíduos. Com mais instituições privadas, mulheres de diversos países que aspiravam carreira artística se dirigiam à Académie Julian (escola que se destacou) ● O medo da “promiscuidade” da convivência entre os sexos, a abertura institucional da École des Beaux-Arts foi gradual. Inicialmente necessitavam de carta de recomendação de professor ou artista célebre. Em 1897 foi permitido trabalhar em galerias e se apresentar a exames de admissão.Apenas em 1900 um ateliê lhes foi destinado. ● Esse ingresso não foi bem visto, grupos de alunos as tratavam com hostilidade. Seus ingressos eram vistos como preconceito com a própria atividade artística. Havia a sensação de que seu campo fosse ameaçado pelo “desprestígio e decadência” e que os cargos e prêmios não seriam mais destinados apenas aos homens, que “perderiam seu lugar”. ● No Brasil, alunas foram aceitas legalmente na “Escola Nacional de Belas Artes” em 1892. Em 1881 inauguraram-se as aulas para o sexo feminino no Liceu das Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, mas a classe era mais voltada a artesãos que a artistas. ● As Exposições Gerais de Belas Artes não votaram formalmente as artistas e em 1900 40% dos expositores do Salão Nacional de Belas Artes eram de artistas do sexo feminino. As dificuldades aqui eram obstáculos mais sutis que as sanções legais, como as dificuldades para ingresso.
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