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A ascaridíase é uma parasitose intestinal causada pelo helminto Ascaris lumbricoides, um verme que pode chegar a medir até 40 cm de comprimento. A infecção acontece pela ingestão dos ovos do verme, e apesar de preferir os intestinos, os vermes podem habitar também outros órgãos como o fígado, pulmão e coração. O ser humano é o único hospedeiro, e por isso, responsável pela transmissão e continuidade do ciclo do parasita. MORFOLOGIA: FÊMEA E MACHO MACHO Cor leitosa; Medem 20 a 30 cm de comprimento de 2 a 4 mm de largura; Boca e vestíbulo bucal (extremidade anterior), contornando por 3 fortes lábios; Esôfago segue após a boca e logo após o intestino retilíneo; Possui 1 testículo, 2 espículos (ajudam na cópula); Extremidade posterior fortemente curvada para a face ventral. FÊMEA 30 a 40 cm de comprimento de 3 a 6 mm de largura; Mais robustas que os machos; Cor branca e aparelho digestivo semelhante aos machos; 2 ovários, útero, túnica vaginal e vulva; Extremidade posterior e retilínea; O tamanho dos vermes é inversamente proporcional a sua carga parasitária, ou seja, quanto maior for a carga parasitária, menor será o seu tamanho. MORFOLOGIA: OVOS A formação das larvas dos ovos férteis acontece no meio externo, tornando-se infectante; Brancos e adquirem a cor castanha pelo contato com as fezes; 50 a 60 µm, ovais com cápsula espessa; HABITAT Infecções moderadas – intestino delgado; Infecções intensas – toda extensão do intestino delgado (jejuno e íleo); Podem ficar presos a mucosa – adesão parasitária – migram pela luz intestinal. ascaris lumbricoides AULA 9 – PARASITOLOGIA CLÍNICA ascaridiase CICLO 1) Ovos contendo larva L3 contaminam água e/ou alimentos; 2) Ingestão dos alimentos contaminados com os ovos larvados; 3) Passagem do ovo pelo estômago e liberação da larva L3 no intestino delgado; 4) Penetração das larvas na parede intestinal; 5) Larvas carreadas pelo sistema porta até os pulmões; 6) Larvas sofrem muda para L4, sendo que posteriormente rompem os capilares e caem nos alvéolos, sofrendo nova muda (L5). Migração das larvas para a faringe; 7) Expulsão das larvas pela expectoração ou deglutição das mesmas; 8) Larvas atingem novamente o duodeno transformando-se em adultos. Fêmeas, após a cópula, iniciam a ovoposição; 9) Eliminação dos ovos pelas fezes e contaminação do ambiente; 10) a 12) Evolução dos ovos férteis até se tornarem larvados, com L3. TRANSMISSÃO Ingestão de ovos infectantes (L3) junto com alimentos; Poeira e insetos (moscas e baratas) – veiculados mecânicos de ovos. PATOGENIA Larvas: lesões hepáticas e pulmonares nas infecções maciças Pulmão – vários focos hemorrágicos. Há edemaciação dos alvéolos com infiltrado inflamatório. → Síndrome de Loffler é o comprometimento do trato respiratório, associado a eosinofilia causada por um helminto. Fígado – pequenos focos hemorrágicos e necrose que evolui para fibrose. Vermes adultos ação expoliadora: consumo de proteínas, carboidratos, lipídios e vitamina A e C. ação tóxica: reação entre Ag parasitário e Ac, levando a urticárias e edema. ação mecânica: causam irritação na parede intestinal, podendo ocorrer obstrução. PATOGENIA: LOCALIZAÇÃO ECTÓPICA O parasito adulto pode desencadear infecção ectópica, que é a saída do verme do intestino para outros órgãos, chamada de migração errática. Altas cargas parasitárias – verme sofre ação irritativa pode ser causada por febre, medicamentos ou alimentos com condimento. Parasita sai do habitat normal – locais não habituais apêndice cecal duto colédoco Apendicite aguda – obstrução ducto pancreático eliminação (boca e nariz) Crianças com aparecimento de alterações cutânea, consistem em machas circulares, disseminadas pelo rosto, tronco e braços → popularmente denominada de “pano”. DIAGNÓSTICO Na fase inicial, o hemograma indica sugestão de infecção por parasitas quando apresenta o aumento dos eosinófilos → eosinofilia. Pesquisa de ovos nas fezes (não realizado na fase inicial porque há somente a forma larvária, mostrando negatividade nas amostras) Hoffman Kato-Katz TRATAMENTO Utilização de Benzimidazóis Albendazol Mebendazol Levamisol Pamoato de pirantel PROFILAXIA Repetidos tratamentos em massa com drogas ovicidas em áreas endêmicas; Saneamento básico; Educação sanitária.