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Prova de análise do filme "o discurso do Rei"

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA
MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
E DA SAÚDE Curso de PSICOLOGIA
Disciplina: TTPP Turma: 7ºK Professora: Julia Garcia Durand Data: 08\03\2021
Nome do aluno: Ana Luiza Akari TIA: 31724795
Nome do aluno: Carolina Tamae Yoshioka de Carvalho TIA: 31890822
Nome do aluno: Dóra Pereira Ueta TIA: 31888828
Nome do aluno: Fernanda Dayane de Souza Mesquita TIA: 41684151
Nome do aluno: Giovanna De Marchi Benassi TIA: 41742052
Prova em grupo de 4 ou 5 pessoas com base no filme O Discurso do Rei de Tom Hooper
(2010).
1. A partir da teoria da técnica proposta por Freud, como vocês analisam a forma como
Leonel conduziu o tratamento de Albert (Bertie). Apontem dois aspectos da técnica
utilizada por Leonel que estariam de acordo com as recomendações freudianas e
dois que estariam em desacordo. Justifiquem a resposta. (2,5)
2. No início do filme, Leonel propõe uma série de condições para o funcionamento de
seu trabalho com Albert. A partir da teoria da técnica elaborada por Freud, como
vocês descrevem esta situação e quais as suas implicações para o andamento do
tratamento? Justifiquem a resposta. (2,5)
3. A partir da teoria da técnica de Freud, definam o que é a transferência e analisem
como se estabelece a transferência entre Leonel e Bertie e como esta se transforma
ao longo do filme. Justifiquem a resposta. (2,5)
4. Em um momento do tratamento, Bertie começa a identificar elementos de sua história
de vida que estavam relacionados ao seu sintoma de gagueira. Que aspectos
técnicos favoreceram este fenômeno? (2,5)
Respostas:
1. Ao conduzir o tratamento de Albert, Leonel usufruiu de algumas técnicas freudianas,
como o método da atenção flutuante e o da fala livre. Nos primeiros encontros com
seu novo paciente, Lionel propõe tratá-lo apenas se ele estivesse disposto a buscar
pelo tratamento por vontade própria. Isso coincide com a preocupação de Freud no
início do processo de análise ao estabelecer critérios que indicam se o paciente é
analisável, não basta ter demanda, tem que ter o desejo de análise e consciência de
que algo interno tem causado aquele sofrimento. Até Albert passar pela situação
social constrangedora e depois, em razão de seu sofrimento, resolver ouvir o disco
com a gravação de si mesmo lendo. O príncipe não acreditava no tratamento, em si
mesmo ou em Lionel; já havia desistido, entretanto, a gravação lhe deu esperança
para tentar um tratamento uma última vez, sendo assim, retornou a Lionel.
A compreensão de que havia algo internamente lhe causando sofrimento e sendo
uma das causas da gagueira veio com o tempo na análise. Desta forma, outra
semelhança com a abordagem freudiana é a utilização da regra fundamental da
Psicanálise, tanto para o paciente, no caso o Albert, quanto para o analista, que nesta
relação é representado por Lionel. Para o analisando a regra se dá por falar tudo que
lhe vem à mente, sem censurar ou racionalizar o conteúdo.
Logo no início da análise, Lionel pede que Albert escolha o assunto pelo qual
falariam, mesmo que Bertie ache estranho inicialmente ao esperar que o tratamento
focasse apenas no problema da gagueira, que seria o sintoma principal de uma série
de outros problemas que se buscavam elaboração em seu inconsciente.
Condizentemente, Lionel se mantém em uma postura que assume atenção flutuante,
sem focar em um conteúdo específico ou retomar assuntos já tratados, sempre
buscando algo de novo.
Entretanto, a postura de Leonel não foi totalmente paralela com as recomendações
freudianas. A partir da segunda metade do filme, Leonel encontra-se
demasiadamente envolvido com a vida de Albert, desta forma, sabotando a relação
abstinente entre terapeuta e paciente. Outro ponto em desacordo com a teoria
freudiana se dá na cena em que Leonel e Albert estão caminhando no parque logo
após a morte do Rei George. Durante a conversa, o terapeuta, tomado pelos afetos
de seu paciente, posiciona-se a favor de que este tome o trono.
Pode-se pensar que Lionel, através de sua interpretação, tenha compreendido o
desejo ou a predisposição de Albert se tornar rei, mas este recalcava o afeto de tomar
o lugar do pai e do irmão por não ser socialmente aceitável. Porém, ao invés de aos
poucos elaborar esta ideia, Lionel logo apresentou sua interpretação para Albert, que
não estava pronto para ouvi-la, causando o rompimento do tratamento. Freud
recomenda que o analista guarde para si sua interpretação e jamais imponha esta,
colocando-o em posição de maior saber. O analista deve abdicar este afeto narcísico
e aos poucos trilhar o caminho com o analisando em seu tempo. Sendo assim, ao
opinar sobre o que o paciente deve fazer, além de cercear a autonomia e capacidade
de encontrar rotas alternativas de forma criativa, o analista o torna dependente e
sugere de forma normativa o que seria certo a se fazer quando na verdade o certo ou
errado não existe.
2. Logo no início do filme, Leonel estabelece uma série de condições para poder exercer
seu trabalho com Albert, condições similares com as recomendadas pela teoria e
técnica freudianas. Leonel propõe um enquadre para Bertie, ou seja, a criação da
relação terapêutica abstinente. Foram estabelecidas a duração das sessões e sua
frequência, tendo como intuito de preservar o período do atendimento e o melhor
aproveitamento do mesmo, bem como a estipulação do pagamento e horizontalidade
da relação, sendo esta marcada pelo uso dos primeiros nomes, Leonel e Bertie, em
detrimento dos títulos, como Sua Majestade Real. Este último tópico demonstra que o
enquadre não tem a ver apenas com condições materiais, mas por meio deste há um
cuidado com a própria relação transferencial de analista e analisando, protegendo as
condições de trabalho.
3. Transferência é o processo em que os desejos e fantasias inconscientes, durante o
avanço do processo analítico, se atualizam sobre determinados objetos, fazendo com
que o paciente possa reconstruir e elaborar conflitos reprimidos.
Sendo assim, no filme, a relação da transferência é estabelecida em base da relação
de Albert com seu pai e seu irmão. Em que o príncipe se sente intimidado,
subestimado e é alvo de brincadeiras por parte de seu irmão mais velho. Acumulado
com afetos, Albert reproduz a relação que tem com seus familiares em Leonel,
entretanto no contexto terapêutico consegue externalizar a raiva e mágoa que sente.
Esta relação transferencial hostil, em primeira instância negativa, foi transformada em
positiva, uma vez que, por gerar entendimento por parte de Leonel sobre a relação de
seu paciente com seus familiares, agiu como uma das ferramentas de melhoria para
Albert na medida em que foi possível analisar um fator importante para a origem de
seu sintoma além de incentivá-lo a continuar o tratamento.
4. Desde o início de seus encontros, Leonel busca adquirir o histórico do sintoma de
Albert. Este, apesar de suas relutâncias, com o tempo revelou que sua gagueira se
iniciou quando se encontrava com, aproximadamente, quatro anos, que havia
convivido com uma babá rígida com favoritismo pelo irmão mais velho e que nasceu
canhoto, mas que foi obrigado a "corrigi-la". Além disso, logo na primeira sessão, ao
propor que falasse enquanto ouvia uma música, Leonel conseguiu atestar a gagueira
de Bertie como um fator psicossomático. Desta forma, a explicação do surgimento do
sintoma se dá pela história de vida do sujeito. Assim, ao decorrer de seu tratamento,
Albert começa a associar seus sintomas de gagueira com sua história de vida e a
perceber, com a ajuda de Leonel, que há certos momentos em que seu sintoma se
intensifica e outras circunstâncias em que diminui ou desaparece.
Sendo assim, os aspectos técnicos das entrevistas preliminares, da fala e escuta livre,
ajudaram Bertie a reconhecer a origem dos seus sintomas e entender que seus
problemas com a fala não eram meramente mecânicos, como afirmava no início do
tratamento, e sim uma questão traumática vivenciada por ele na infância,devido aos
"maus tratos" que recebia da babá de seu irmão, o que acabou por limitar ainda mais o
seu espaço de liberdade e expressão.
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