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Avaliação pré-operatória de pacientes sistemicamente comprometidos I e II Pacientes com complicações médicas ás vezes precisam de modificações nos cuidados pré-operatórios quando uma cirurgia bucal é planejada. Desse modo, é recomendado que o paciente seja classificado de acordo com um estado de saúde geral ou categoria de risco médico. CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE EM FUNÇÃO DO ESTADO MÉDICO-ASA: ASA I: Paciente normal, saudável, que de acordo com o histórico médico não apresenta anormalidades. Apresentam pouca ou nenhuma ansiedade, sendo capaz de tolerar muito bem o estresse ao tratamento dentário, com risco mínimo de complicações. ASA II: Paciente com doença sistêmica leve ou de menor tolerância que o ASA I, por apresentar maior grau de ansiedade ou medo ao tratamento odontológico. Esses pacientes podem exigir certas modificações no plano de tratamento, de acordo com cada caso (protocolos de sedação mínima, menores volumes de soluções anestésicas, trocar informações com o médico, Etc.). Também apresenta risco mínimo de complicações durante o tratamento. Ex: Paciente com > 65 anos; HA controlada com medicação; diabetes tipo II controlada com dieta e/ou medicação; primeiros dois trimestres de gestação, paciente muito ansioso; angina estável (assintomáticas exceto em situações de estresse); asmáticos (que usa broncodilatadores); portadores de distúrbios convulsivos (controlados por medicamentos); obesidade moderada; tabagista (sem doença pulmonar obstrutiva e paciente com história de infarto do miocárdio (ocorridos a mais de 6 meses, sem apresentar sintomas). ASA III: paciente portador de doença sistêmica severa, que limita suas atividades. Geralmente exige modificações no plano de tratamento, sendo imprescindível a troca de informações com o médico. Esse paciente apresenta mais risco durante o atendimento. Ex: Atividade mórbida; último trimestre de gravidez; diabetes do tipo I com doença controlada; HA 160-194 a 95-99 mmHg; episódios frequentes de angina no peito, apresentando sintomas após exercícios leves; insuficiência cardíaca congestiva, com inchaço dos tornozelos; doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou bronquite crônica); episódios constantes de convulsões ou crises asmáticas); paciente sob quimioterapia; hemofilia; história de infarto do miocárdio, ocorrido a mais de 6 meses mas ainda com sintomas (dor no peito ou falta de ar). ASA IV: Paciente com doença sistêmica grave que oferece risco de vida constante, ou seja, apresenta problemas médicos de grande importância para o planejamento do tratamento odontológico. Quando possível os procedimentos odontológicos eletivos devem ser postergados até que o paciente se encaixa na categoria ASA III (melhora da condição médica); as urgências odontológicas devem ser tratadas da maneira mais conservadora que a situações permite. Indicações de pulpectomia ou exodontias devem ser feitas em ambiente hospitalar. EX: incapazes de andar ou subir escadas; pacientes com dor no peito ou falta de ar, enquanto sentados, sem atividade; pacientes que acordam a noite com dor no peito ou falta de ar; pacientes com angina que estão piorando mesmo com o uso de medicação; história de infarto do miocárdio ou AVE, nos últimos 6 meses, com pressão arterial > 200/100 mmHg; pacientes que necessitam da administração de O2 de forma contínua. ASA V: Paciente moribundo (fase terminal) que provavelmente não sobreviverá a operação. Os procedimentos odontológicos eletivos são contraindicados; as urgências odontológicas podem receber tratamento paliativo, para alívio da dor. EX: pacientes com doença renal hepática ou infecciosa em estágio final; pacientes com câncer em estágio terminal. ASA VI: Paciente com morte cerebral declarada que está passando por remoção de órgãos para doá-los. Não há indicação de tratamento odontológico de qualquer espécie. ANESTÉSICO COM VASOCONSTRITOR – DOENÇAS CARDIOVASCULARES Como a epinefrina está contida em muitas soluções anestésicas, seus efeitos cardiovasculares devem ser considerados. Doses pequenas administradas por via subcutânea podem resultar em pequeno ou quase nenhuma alteração da PA. Doses elevadas, particularmente quando administradas acidentalmente no interior dos vasos sanguíneos, podem acarretar uma brusca alteração da PA, devido primariamente a vasoconstrição periférica. Também aumenta a frequência cardíaca e a força de contração ventricular, que em última análise aumenta o declínio cardíaco e o consumo de O2 pelo miocárdio. Um risco adicional ao paciente cardíaco diz respeito a capacidade da epinefrina de irritar as células do marca-passo cardíaco e causar disritmias. Contudo, deve-se lembrar que a dor é estressante para o organismo. Durante uma situação de estresse, a secreção endógena das cetacolaminas pelas adrenais aumentam em até 40 vezes, se comparadas aos níveis bucais, e atinge níveis sanguíneos muito maiores se comparado aos obtidos após a aplicação de um tubete de solução anestésica contendo epinefrina 1:50.000. O maior objetivo no atendimento odontológico de pacientes com doenças cardiovasculares é reduzir a liberação endógena de cetacolaminas. Sedação mínima farmacológica, que complementa as técnicas de condicionamento posológico. Isso é mais importante do que simplesmente empregar soluções anestésicas sem vasoconstritores. Benette diz que “quanto maior for o risco clinico de um paciente, mais importante se torna o controle eficaz da ansiedade e da dor”. Protocolo de sedação mínima para controle da ansiedade + anestesia local em pacientes com PC deve garantir a completa ausência de dor durante o procedimento, o que é mais facilmente obtido com AL com vasoconstritor. Os AL com vaso constritor (epinefrina) proporciona um controle mais adequado da hemostasia menor sangramento resulta em menor tempo de procedimento e menor “estresse cirúrgico”. Portanto, o emprego de soluções anestésicas com epinefrina (em baixas concentrações) pode ser benéfico aos pacientes hipertensos ou portadores da maioria das cardiopatias, com a doença controlada. Qual a dose máxima de epinefrina, contida na solução AL, que pode ser administrada com segurança durante um procedimento dentário em pacientes com doença cardiovascular controlada? R: 0,04 mg por sessão de atendimento. No brasil, estão disponíveis soluções AL para uso odontológico que pode conter epinefrina nas concentrações de 1:50.000, 1:100.000, 1:200.000, o que equivale, respectivamente, à quantidade de 0,036 mg, 0,018 mg e 0,009 mg de epinefrina para cada tubete contendo 1,8 ml da solução. VOLUME MÁXIMO DE TUBETES 1:50.000 (0,036 mg) ............................................................................ 1 1,8 ml 1:100.000 (0,018 mg) .......................................................................... 1 4,0 ml 1:200.000 (0,009 mg) .......................................................................... 1 8,0 ml Essa quantidade independente do sal anestésico associado e o uso de soluções que contêm epinefrina 1:50.000 NÃO É RECOMENDADO para pacientes com doenças cardiovasculares. O que utilizar quando a epinefrina estiver contraindicada? R: O CD tem a alternativa de empregar uma solução de prilocaina 3% com felipressina. A felipressina é um análogo sintético da vasopressina, hormônio anti- diurético. Em quantidades pequenas, como na anestesia local, age na circulação venosa e não tem efeitos cardiovasculares, nem potencial de provocar arritmias, tendo ação direta na musculatura lisa vascular. Seu potencial em produzir hemostasia local, importante durante procedimentos cirúrgicos, é questionável, parecendo não ser tão efetivo como os vasoconstritores adrenérgicos, talvez pelo fato de agir, preferencialmente, em musculatura venosa e não causar contração das arteríolas de forma eficaz. Tem sido indicado para pacientes que não podem receber vasoconstritor tipo amina simpaticomiméticos. A dosagem clinicamente segura de felipressina para hipertensos é de 0,18 UI. Essa quantidade é o equivalente ao contido em 6 ml de solução de prilocaína 3% com 0,03 UI/ml de felipressina (aproximadamente 3,5 tubetes). Outra opção de que o cirurgião dentista dispõe é aplicar uma solução que não contenha um agente vasoconstritor – mepivacaína 3% – para procedimentos nos quais não haja necessidade de anestesia pulpar prolongada ou controle do sangramento. PROBLEMAS CARDIOVASCULARES CARTIOPATIA ISQUÊMICA – ANGINA PECTORIS: O estritamento das artérias do miocárdio é um dos problemas de saúde mais comuns que os CD´s encontram. Esta complicação ocorre principalmente em homens com mais de 40 anos e também é predominante em mulheres na pós-menopausa. O processo básico da doença é um estreitamento progressivo (obstrução gradual das artérias coronárias por ateromas – placas compostas de lipídeos e tecido fibroso) ou espasmo (ou ambos) de uma ou mais artérias coronárias, o que acarreta em um descompasso entre a demanda miocárdica de O2 e a habilidade das artérias coronárias de obstruir o miocárdio com sangue arterial (que carrega O2) Demanda em esforço ou atividade. A ANGINA é um sintoma de cardiopatia isquêmica produzida quando o abastecimento de se sangue do miocárdio não é suficientemente aumentado para alcançar taxas exigidas de O2 que resultam um uma doença arterial coronária. O miocárdio se torna isquêmico, produzindo PA e sensação de aperto/dor/queimação na região subenteral que pode se propagar ao ombro e braço esquerdo e até a região mandibular. O paciente pode reclamar de intensa dificuldade de respirar. O desconforto pode estar acompanhado de náusea, sudorese e bradicardia, mas costuma desaparecer uma vez que as exigências de trabalho do miocárdio são reduzidas e o abastecimento de O2 para o musculo cardíaco é aumentado. O profissional deve utilizar de todas as medidas preventivas disponíveis, reduzindo dessa forma, a possibilidade que um procedimento cirúrgico precipite um episódio de angina. Deve-se começar com um cauteloso histórico da angina do paciente: Deve questionar o paciente sobre os acontecimentos que tendem a desencadear a angina; a frequência, a duração e a gravidade da angina, e a resposta a medicamentos ou à diminuição das atividades. Pode consultar o médico. Se a angina do paciente somente surge durante um esforço de vigor médio e responde bem (imediatamente) ao descanso e a administração oral de nitroglicerina (ou de vasodilatadores coronarianos sublinguais) e se não ocorreu um agravamento recente, os procedimentos de cirurgia bucal ambulatorial são geralmente seguros quando realizados com precauções apropriadas. No entanto, se os episódios de angina ocorrem com mínimos esforços, se várias doses de nitroglicerina são necessárias para diminuir o desconforto ou se o paciente possui angina instável (angina em repouso; que não responde a medicação etc) a cirurgia deve ser postergada até uma consulta médica ser realizada. Uma alternativa é encaminhar à um CBMF se uma cirurgia de emergência for necessária. Uma vez definido que a cirurgia bucal ambulatorial pode ser realizada de modo seguro, o paciente com histórico de angina deve ser preparado para cirurgia e sua demanda de O2 de miocárdio deve ser reduzida ou impedida de aumentar. Isso pode ser feito através do controle da ansiedade e da dor. Utilizar um protocolo de redução de ansiedade antes da cirurgia (midazolam, tranquilização verbal, manter o paciente informado, evitar barulhos desnecessários) ou o uso de oxido nitroso ou outros métodos sedativos, garantir anestesia local profunda. Antes e durante a cirurgia, os sinais vitais devem ser monitorados periodicamente. Além disso, deve ser mantido contato verbal regular durante o procedimento para monitorar seu estado. Ter tubets ou sprays de nitroglicerina prontamente disponíveis. Usar pré-medicação com nitroglicerina, se indicado. INFERTO DO MIOCARDIO (IAM) Ocorre quando a isquemia causa disfunção celular miocárdica e morte. Coagulo de bloqueia todo ou a maior parte do fluxo sanguíneo. A área infartada necrosa é cercada por uma área de isquemia miocárdica reversível que é propensa a servir como um nicho para arritmias. O tratamento cirúrgico bucal começa com uma consulta ao médico. Geralmente é recomendado que os principais procedimentos cirúrgicos programados sejam adiados até pelo menos 6 meses após o infarto. Evidencias estatísticas apresentam que o risco de um novo IAM cai para o nível mais baixo possível cerca de 6 meses após. Há casos de IAM sem dor, porém, os sinais e sintomas incluem dor intensa, de duração prolongada (>70min) que não é aliviada pela administração de vasodilatadores coronarianos. Além de dor pericordial, ocorrem náuseas, palpitação, palidez, sudorese e hipertensão arterial. Tratamento trombolítico e a melhora dos cuidados para os pacientes que sofreram IAM tornam a espera de 6 meses para a realização do procedimento odontológico desnecessária. Cirurgia bucal simples se for pouco provável que o procedimento provoque uma ansiedade significativa e se o paciente teve uma recuperação sem intercorrência do IAM. Se já passaram mais de 6 meses ou a liberação do médico foi obtida, a condução do paciente que teve IAM é similar aos cuidados de pacientes com angina. Um programa de redução da ansiedade deve ser utilizado. O2 suplementar pode ser considerado, mas é normalmente desnecessário. A administração de nitroglicerina (profilática) deve ser feita somente se for dirigida pelo médico de cuidados primários do paciente, mas deve haver nitroglicerina prontamente disponível. A utilização de AL com epinefrina é segura desde que em quantidades corretas utilizando uma técnica de aspiração. Os sinais vitais devem ser monitorados durante todo o período transoperatório. OBS: Sempre perguntar se o paciente faz uso de aspirina (AAS) ou algum outro anticoagulante para diminuir a trombogênese coronária. ACIDENDE VASCULAR ENCEFALICO Pacientes que sofrem AVE são sempre susceptíveis a mais acidentes neurovasculares. Frequentemente fazem uso de anticoagulantes e se forem hipertensos, também fazem uso de medicamentos para baixar a pressão. Se um paciente desse tipo necessitar de cirurgia, é desejado que o mesmo esteja liberado pelo médico, assim como um adiamento até que as tendências hipertensivas importantes estejam controladas. O estado neurológico dos pacientes deve ser analisado e registrado no pré- operatório. O paciente deve ser tratado por um protocolo de redução de ansiedade não farmacológico (tranquilizar verbalmente, conversar para distrair o paciente, sem surpresas como barulhos desnecessários, instrumentos cirúrgicos longe do campo de visão do paciente, música de fundo relaxante) e ter sinais vitais cuidadosamente monitorados durante a cirurgia. A sedação farmacológica com oxido nitroso pode ser utilizado quando necessário. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA Ocorre quando o miocárdio fragilizado é incapaz de fornecer o débito cardíaco, exigido pelo corpo ou quando demandas excessivas sobrecarregam o miocárdio normal. O coração começa a ter um volume diastólico final maior, o que em miocárdios normais aumenta a contratilidade através do mecanismo de Frank-Starling. No entanto no momento futuro em que o miocárdio normal ou fragilizado dilatador, o bombeamento se torna menos eficiente, levando o sangue aos leitos vasculares pulmonares, hepáticos e mesentérico. Edema pulmonar, disfunção hepática e absorção intestinal comprometida de nutrientes. A redução do débito cardíaco causa fraqueza generalizada e a deficiência na eliminação renal que leva ao excesso de fluidos, o que causa uma sobrecarga vascular. Sintomas como ortopneia (falta de ar quando o paciente está posicionado em supino), dispneia paroxística (dificuldade de respirar 1 ou 2h depois de deitar) edema de extremidade (principalmente tornozelo – aumento do liquido intersticial. Pacientes com ICC que estão sobre cuidados médicos, normalmente estão seguindo dieta de baixo teor de sódio para diminuir a retenção intravenosa de liquido; glicosídeos cardíacos como a digoxina para melhorar a eficiência cardíaca, e as vezes, após drogas que reduzem a carga de nitratos, antagonistas β- adrenérgicos ou antagonista dos canais de cálcio para controlar a quantidade de trabalhado do coração. Anticoagulantes podem ser prescritos para evitar trombogênese atrial. Pacientes que conseguem compensar ICC com dieta e medicamentos podem passar por cirurgia bucal ambulatorial de modo seguro. Um protocolo de redução de ansiedade (midazolan 7,5 mg ou lorazepam 1mg – idosos e AL bem-feita) e O2 suplementar auxiliam. Pacientes com ortopneia não devem ser colocados na posição de supino. Pacientes com ICC não devem passar pelos procedimentos (adiar) ou realizar em ambiente hospitalar. ARRITMIAS CARDÍACAS Qualquer alteração no ritmo ou na frequência cardíaca do paciente, assim identificada pela simples tomada de pulso carotídeo ou radial, deve-se alertar o CD para uma possível presença de arritmias. O paciente deve ser questionado sobre suas atividades diárias, se relatar história de arritmia cardíaca. Se não houver limitações de atividades no trabalho, poderá receber tratamento odontológico com AL. Caso contrário, o CD deve entrar em contato com o médico cardiologista para a troca de informações. Reduzir a ansiedade do paciente (benzodiazepínicos e oxido nitroso), sessões pela manhã de curta duração, evitar epinefrina em casos de arritmia severa, bloqueio atriventricular, arritmias sintomáticas e arritmias supraventriculares (wolff Parkinson-white), dar preferência a prilocaina a 3% com felipressina 0,03 UI/ml ou mepivacaina 3%, nesses casos, monitorar regularmente a FC e a PA em intervalos regulares durante a consulta. ENDOCARDITE INFECCIOSA O endocárdio é um tecido que reveste o músculo cardíaco e os folhetos das válvulas cardíacas. A endocardite infecciosa é uma infecção da superfície do endocárdio, especialmente o endocárdio valvar, mas que também pode acometer outras estruturas como as comunicações interventriculares e as próteses valvares (alto risco para a EI). Pode ser de origem bacteriana (maioria dos casos) ou causada por outros microrganismos como fungos. A base teórica da profilaxia da endocardite infecciosa está fundamentada em três pilares: identificação dos pacientes com risco de desenvolver EI, conhecimento dos procedimentos indutores de bacteremia e relação do agente antimicrobiano mais adequado. Pacientes de alto risco: Valva cardíaca protética; História de EI prévia; Valvopatia adquirida em paciente transplantado cardíaco; Doenças cardíacas congênitas Intervenções odontológicas de risco: Todo sprocedimento odontológico que envolver manipulação dos tecidos gengivais ou da região periapical dentária ou perfuração da mucosa oral. Posologia de 30 a 60 min antes do procedimento Regime ou condição Antibiótico Adulto Criança VO padrão Amoxicilina 2g 50mg/kg Alérgicos a penicilina Cefalexina 2g 50mg/kg Clidamicina 600mg 20mg/kg Azitromicina 500mg 10mg/kg Claritromicina 500mg 10mg/kg Incapazes de VO im ou iv Ampicilina 2g 50mg/kg Cefazolina 1g 50mg/kg Incapazes de vo e alérgicos a penicilina Cefazolina 1g 50mg/kg Clidamicina 600mg 20mg/kg HIPERTENSÃO ARTERIAL A pressão sanguínea que é cronicamente elevada por causas desconhecidas é chamada de hipertensão arterial. Pacientes com PA ou situada nos limites de até 160/100 mmHg podem ser submetidos a procedimentos eletivos ou de urgência. Deve-se investigar outras alterações sistêmicas associadas. Um protocolo de redução de ansiedade (midazolam 7,5mg) para evitar o aumento da PA por condições emocionais. Também pode ser utilizado o oxido nitroso. AL lidocaína 2% ou articoína 4% com epinefrina ou soluções de filipressina 0,03 UI/ml. Após o procedimento deve-se aconselhar o paciente a procurar um médico. Pacientes com hipertensão severa > 200/>100 mmHg devem ter seus procedimentos adiados até a pressão estar bem controlada. Cirurgias de emergências devem ser realizadas em ambiente hospitalar. Aconselha-se providenciar serviço móvel de urgência e solicitar avaliação médica imediata. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA A insuficiência cardíaca é uma doença crônica que resulta na incapacidade do coração em ofertar oxigênio aos tecidos (o coração não bombeia o sangue como deveria). Uma vez feito o diagnóstico de IC, devemos avaliar a classe funcional do paciente, baseada na classificação NYHA. CLASSE SINTOMAS DO PACIENTE/CAPACIDADE FUNCIONAL I Sem limitações de atividades física. Atividade física comum não causa fadiga excessiva, palpitação, dispneia. II Leve limitação de atividade física. Confortável quando em repouso. AF comum causa fadiga, palpitação, dispneia. III Evidente limitação para atividade física. Confortável em repouso. Atividades simples causam palpitação, dispneia e fadiga. IV Incapaz de realizar qualquer atividade física sem desconforto. Sintomas de insuficiência cardíaca em repouso. Se qualquer AF é realizada, o desconforto aumenta. CLASSE AVALIAÇÃO OBJETIVA A Sem evidencia objetiva de doença cardiovascular. Sem sintomas e limitações na AF comum. B Mínima evidencia objetiva de doença cardiovascular. Sintomas suaves e leve limitação durante AF comum. C Moderada evidencia objetiva de severa doença cardiovascular. Limitação acentuada devido aos sintomas na atividade, mesmo em atividades simples. Confortável apenas em repouso. D Evidencia objetiva de severa doença cardiovascular. Severas limitações. Sintomas presentes mesmo quando em repouso. PROBLEMAS PULMONARES ASMA: É uma doença pulmonar obstrutiva, autolimitada cujo o principal sintoma é a falta de ar, causada pelo estreitamento das vias aéreas, pela inflamação de suas paredes e pela hiperprodução do muco aderente, em respostas a vários estímulos. Pacientes com asma devem ser perguntados sobre fatores precipitantes, frequência e gravidade dos ataques. Medicações usadas e a resposta a essas medicações. A gravidade pode ser avaliada pela necessidade de visitas ao pronto-socorro e internações hospitalares. Pacientes com asma severa precisam de broncodilatadores derivados de xantina como teofilina e corticosteroides. Cromoglicato dissódico pode ser usado para proteger contra ataques agudos, mas não é eficiente quando o broncoespasmo ocorre. Muitos pacientes levam aminas simpaticomimíticas, assim como epinefrina ou metaproterenol em aerossol que podem ser auto administradas se o sibilo surgir. A condução cirúrgica bucal de um paciente com asma envolve o reconhecimento do papel da ansiedade na iniciação do broncoespasmo e do potencial de supressão adrenal em pacientes recebendo terapia corticosteroide. Cirurgias orais programadas devem ser adiadas, se a infecção do trato respiratório o sibilo estiver presente. Protocolo de redução de ansiedade oxido nitroso, seda e causa boa sensação; midrazolam 7,5 mg 30 min antes ou lorazepam 1mg (idosos) 2h antes. O próprio inalador do paciente deve estar disponível durante a cirurgia e drogas como epinefrina e injetável e teofilina devem ser mantidas no kit de emergência. Evitar AINES AL com epinefrina Ação sobre β2 Broncodilatação Dipirona 500mg ou paracetamol 750mg Controle da dor DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNCA (DPOC) A DPOC é normalmente causada por uma longa exposição a irritantes pulmonares com a fumaça de tabaco que acarreta em metaplasia do tecido das vias aéreas pulmonares edema de mucosa, secreções excessivas e broncoespasmos obstrução. Possuem tosse crônica que produz grandes quantidades de secreções grossas, infecções frequentes do trato respiratório e peitoral em forma de barril, e eles podem franzir os lábios para respirar e sibilo audível durante a respiração. Sedativos, hipnóticos e narcóticos que desfavorecem a respiração devem sem evitados. Os pacientes podem precisar ser mantidos de maneira reta da cadeira odontológica para conseguirem lidar com suas secreções pulmonares normalmente frequentes. Não se deve utilizar O2 suplementar em pacientes com DPOC (a menos que indicado pelo médico) O paciente com DPOC severa torna-se adaptável a níveis elevados de CO2 arterial e vem a depender inteiramente de níveis baixos de O2 arterial para estimular a respiração. Se a concentração de O2 arterial é elevada pela administração de O2 em alta concentração, a estimulação respiratória baseada no efeito da hipóxia é removida e a taxa respiratória do paciente pode ficar criticamente lenta. Pacientes com DPOC que estão recebendo corticosteroides, o CD deve considerar o uso de suplementação adicional antes de uma grande cirurgia. PROBLEMAS RENAIS INSUFICIÊNCIA RENAL: Pacientes relatam fraqueza, cansaço e perda de apetite. Pacientes com insuficiência renal necessitam de dialises renais periódicas. O CD nunca deve utilizar o implante de tubo de plástico (fácil acesso vascular e administração de heparina), exceto em emergências que põem a vida em risco. É melhor realizar a cirurgia oral programada um dia após o tratamento por dialise. Isso permite que a heparina usada durante a dialise desapareça e que o paciente esteja em seu melhor estado psicológico em relação ao volume intravascular e ao subproduto metabólico. Drogas que dependem do metabolismo renal ou excreção devem ser evitadas ou usadas em doses modificadas para prevenir a toxicidade sistêmica. Drogas removidas durante a dialise também vão precisar de regimes especiais de doses. Drogas relativamente nefrotóxicas como AINES devem também ser evitadas em pacientes com rins seriamente comprometidos. TRANSPLANTE RENAL E OUTROS ORGÃOS Pacientes que serão submetidos ao transplante renal devem ter processos infecciosos tratados previamente (qualquer infecção severa pode contribuir para a rejeição do enxerto). O paciente que requer cirurgia após o transplante renal ou outro transplante de um órgão importante está geralmente recebendo uma variedade de drogas para preservar a função do tecido transplantado. Isso pode causar o agravamento de infecções autolimitadas. Além disso, pelo uso crônico de corticosteroides, esses pacientes, podem necessitar de suplementação de corticosteroides no período transoperatório e deve sempre considerar a profilaxia antibiótica previamente aos procedimentos cirúrgicos (consultar os médicos). A cliclosporina A, uma droga imunossupressora administrada depois do transplante de órgãos, pode causar hiperplasia gengival. O CD deve saber disso para não atribuir apenas a problemas de higiene. Pacientes que recebem transplante renal ocasionalmente tem problemas com hipertensão severa. Os sinais vitais devem ser obtidos imediatamente antes da cirurgia bucal ser realizada nesses pacientes. DISFUNÇÕES HEPÁTICAS: Evitar situações em que o paciente possa engolir grandes quantidades de sangue. O paciente com danos severos no fígado resultantes de doença infecciosa, abuso de álcool, ou congestão biliar ou vascular precisa de uma atenção especial antes da realização da cirurgia bucal. Uma alteração de dose o evitar drogas que necessitem de metabolismo hepático pode ser necessário. Tentar saber a causa do problema no fígado: se a causa for hepatite B, tomar precauções habituais. A produção de vitamina K – fatores de coagulação vitamina K dependentes (II, VII, IX e X) podem ser reduzidos em doenças hepáticas severas, portanto, obter uma relação normatizada internacional [(INR), tempo de protrombina (TP)] ou tempo de tromboplastina parcial pode ser útil antes da cirurgia em pacientes com doenças hepáticas mais severas. A hipertensão portal causada por doença hepática pode também acarretar em hiperesplenismo (aumento do volume do baço que por sua vez aumenta a capacidade de reter células sanguíneas) – uma captura de plaquetas que causa trombocitopenia. Paciente com disfunção renal severa pode precisar de hospitalização para a cirurgia odontológica, pois uma baixa habilidade de metabolizar nitrogênio no sangue engolido pode causar encefalopatia. DISFUNÇÕES ENDÓCRINAS DIABETES MELITUS O diabetes tipo I geralmente tem início durante a infância ou adolescência. É caracterizado pela destruição das células beta do pâncreas (por mecanismos imunológicos) levando o paciente a uma baixa ou nenhuma produção de insulina, que resulta em uma inabilidade do paciente de usar a glicose apropriadamente. A glicose sérica ultrapassa o nível ideal em que acontece a reabsorção renal de toda a glicose, causando glicossúria. O efeito osmótico do soluto glicose resulta em poliuria, estimulando a sede e causando polidapsia (consumo frequente de liquido) no paciente. O metabolismo é alterado, levando a quebra de gordura e produção de corpos cetônicos. Isso pode causar citoacidose e, consequentemente, taquipneia concomitante com sonolência e eventual coma. hálito cetônico. Esses pacientes devem estabelecer um balanço em relação à ingestão calórica, a exercícios e a dose de insulina. Pacientes com diabetes tipo II normalmente produzem insulina, mas em quantidades insuficientes por causa da baixa atividade da insulina, da resistência do receptor de insulina ou ambos. Esse tipo é mais comum na fase adulta, é exacerbado pela obesidade e, normalmente, não precisa de terapia com a insulina. É tratado pelo controle de peso, restrições alimentares e hipoglicemiantes orais. O diagnóstico é feito pelo médico a partir de exames como a glicemia em jejum e hemoglobina glicada (o fenômeno de glicação ocorre durante os 4 meses de vida útil das hemácias. A glicemia dos últimos 30 dias antes do teste contribui com 50% da hemoglobina glicada dosada, e as glicemias dos últimos 2-4 meses, com 25%. A dosagem final, portanto, corresponde à média ponderada dos níveis das glicemias das últimas 6-8 semanas antes da dosagem. A HbA1c não é afetada por pequenas variações de concentração de glicose sanguínea, por esse motivo não é utilizada para monitorar mudanças bruscas da glicemia no período pré-operatório). Hiperglicemia de curto prazo e de leve a moderada, normalmente não é problema significante para pessoas com diabetes. Portanto, quando um procedimento cirúrgico é prolongado, é melhor buscar por exame de hiperglicemia do que por hipoglicemia, ou seja, é melhor evitar doses de insulina excessiva e dar fonte de glicose. Os procedimentos cirúrgicos bucais ambulatoriais devem ser realizados no começo do dia, pois os níveis endógenos de corticosteroides nesse período são geralmente altos e os procedimentos estressantes são/podem ser mais bem tolerados. Um programa de redução da ansiedade pode ser utilizado, pois a liberação endógena de adrenalina por estresse pode ter um efeito sobre a ação da insulina e estimular a quebra do glicogênio no músculo (e em menor medida no fígado), levando a hiperglicemia. Midazolam, diazepam ou lorazepam (idosos), nas mesmas dosagens utilizadas para pacientes normais (ASA I). Óxido nítrico e O2. O paciente deve ser orientado a consumir uma refeição normal e a tomar a quantidade matinal usual de insulina regular e metade da dose de insulina com protomina neutra de Hagedorn (NPH). Os sinais vitais do paciente devem ser monitorados, se sinais de hiperglicemia (hipertensão, fome, sonolência, náusea, sudorese, taquicardia ou mudança de humor) ocorrerem, um suprimento oral ou intravenoso de glicose deve ser administrado. Se o paciente for incapaz de comer temporariamente após a cirurgia, qualquer insulina de ação lenta (NPH) geralmente ingerida pela manhã deve ser eliminada e retomada somente depois da ingestão calórica voltar ao normal. Se o paciente tiver que não realizar uma refeição antes do procedimento cirúrgico, ele deve ser avisado a não tomar nenhuma insulina matinal e só retomar a insulina uma vez que possa ser recebido um suprimento de calorias. Pessoas com diabetes controlada não são mais susceptíveis a infecções que pessoas em diabetes, mas elas possuem maior dificuldade em controlar essas infecções. OBS: Para dor leve utiliza-se dipirona ou paracetamol, para procedimentos mais invasivos com mais dor pode-se usar uma ou duas doses de dexametasona, evitar AINES pois compete com proteínas plasmáticas do hipoglicemiante e pode gerar hipoglicemia. OBS2: Tratar infecções de maneira agressiva , profilaxia antibiótica em pacientes com doença não controlada (1g de amoxicilina 1h antes ou 500mg de claritromicina ou 600mg de clindamicina para alérgicos ás penicilinas). INSUFICIENCIA ADRENAL: Se o paciente com supressão adrenal primária (doença) ou secundária (uso crônico de corticosteroides) precisa de cirurgia bucal complexa, o médico de cuidados primários deve ser consultado sobre a necessidade potencial de esteroides suplementares. Em geral, procedimentos simples, precisa somente do uso de um protocolo de redução de ansiedade. Normalmente a suplementação de esteroides só é necessária em cirurgias mais complexas. HIPERTIROIDISMO Única doença da tireoide em que crises agudas podem ocorrer é a tireotoxicose. É resultado do excesso de T3 e T4 circulando, o que é frequentemente causado pela doença de graves, bócio multimodular ou adendo tireoide. As primeiras manifestações de produção excessiva de hormônios da tireoide incluem cabelos finos e quebradiços, hiperpigmentação da pele, sudorese excessiva, taquicardia, palpitação, perda de peso e instabilidade emocional. Paciente pode ter exoftalmia, se o hipertireoidismo não for logo descoberto, o paciente pode morrer por insuficiência cardíaca. Crise tireotoxica: náusea, inquietação e cólicas abdominais. Sinais tardios incluem febre, taquicardia, e, eventualmente, descompensação cardíaca (risco de morte). Paciente com doença na glândula tireoide devidamente tratada podem passar por cirurgia bucal ambulatorial de modo seguro. No entanto, se o paciente tiver infecção bucal, o médico deve ser avisado, principalmente se o paciente mostrar sinais de hipertireoidismo. OBS: Antropina e quantidades excessivas de soluções que contêm epinefrina devem ser evitadas, se houver desconfiança que o paciente possui hipertireoidismo tratado de modo incompleto. HIPOTIREOIDISMO Sintomas como fadiga, constipação, ganho de peso, rouquidão, dores de cabeça, artralgia, distúrbios menstruais, edema, pele seca e cabelos e unhas quebradiças. Se os sintomas forem leves, nenhuma alteração no tratamento odontológico é necessária. PROBLEMAS HEMATOLÓGICOS COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS Pacientes com doenças hemorrágicas hereditárias normalmente são cientes de seus problemas, permitindo que o médico tome precauções necessárias antes de qualquer procedimento cirúrgico. Contudo, em muitos pacientes, o sangramento prolongado após a extração de um dente pode ser a primeira evidência de que uma doença hematológica existe. Todos os pacientes devem ser perguntados sobre sangramento prolongado depois de ferimentos e cirurgias anteriores. Um histórico de epistaxe (sangramento nasal), ferimentos leves, hematomas frequentes, sangramento menstrual interno e hemorragia espontânea devem alertar o CD sobre possível necessidade de triagem laboratorial de coagulação pré-cirurgica ou consulta hematológica. TP Via extrínseca (II, V, VII e X) TTP Via intrínseca O método INR ajusta o valor de TP atual para variações em agentes usados para realizar o teste e o valor é apresentado como uma relação entre TP do paciente e o valor padronizado do mesmo laboratório. A condução da cirurgia nesses pacientes depende da natureza do distúrbio hemorrágico. Hemofilia A, B ou C; doença de willebrand são geralmente tratadas pela administração transoperatória de concentrados de fatores de coagulação e uso de um agente antifibrinolítico como o ácido aminocaproico (Amicar®). Decisão do médico. Problemas com plaquetas podem ser avaliados por tempo de hemorragia e contagem de plaquetas. A anestesia local deve ser dada por infiltração local e não por bloqueio de campo, para diminuir a probabilidade de danificar vasos sanguíneos maiores, e que pode levar a uma prolongada hemorragia após a injeção e à formação de hematoma. Instruir o paciente de modo a evitar o deslocamento do coagulo e substâncias que promovem a coagulação em feridas bucais. ANTICOAGULAÇÃO TERAPÊUTICA A anticoagulação terapêutica é realizada em pacientes com implantes trombogênicos como próteses de válvulas cardíacas; com problemas cardiovasculares trombogênicos como fibrilação atrial ou após infarto do miocárdio; ou com a necessidade de fluxo sanguíneo extracorpóreo como na hemodiálise. Pacientes também podem tomar drogas com propriedades anticoagulantes como aspirina, parar efeitos secundários. Quando é preciso realizar uma cirurgia bucal programada, a necessidade de anticoagulação contínua deve ser ponderada contra a necessidade de coagulação sanguínea após cirurgia. Decisão junto com o médico. Pacientes que usam varfarina são beneficiados pela cooperação entre CD e médico. A varfarina demora de dois a três duas para início de sua ação, ou seja, os efeitos da mudança de dose aparecem dias depois. INR 2 no período transoperatório, o que normalmente possibilita uma coagulação suficiente para cirurgia segura. Os pacientes devem parar de tomar varfarina de dois a três dias antes da cirurgia planejada, na manhã da cirurgia o INR deve estar entre 2 e 3, caso esteja maior que 3, deve-se adiar a cirurgia. As feridas cirúrgicas devem ser molhadas com substâncias trombogênicas e o paciente deve ser orientado a promover a retenção do coagulo, e a terapia com varfarina pode ser retomada no dia da cirurgia. DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS DISTÚRBIOS CONVULSIVOS Esses pacientes com história de convulsões devem ser perguntados sobre frequência, o tipo, a duração e as sequelas dessas convulsões. Abstinência do álcool, febre alta, hipoglicemia ou dano cerebral traumático ou idiopáticas. O CD deve perguntar sobre os medicamentos utilizados e o cumprimento da receita médica. O médico deve ser consultado sobre o histórico de convulsões e se a cirurgia deve ser adiada por algum motivo. Se o paciente estiver controlado, um protocolo de redução de ansiedade pode ser utilizado, caso não, a cirurgia deverá ser realizada em ambiente hospitalar. ETILISMO Pacientes que necessitam de cirurgia bucal ou que apresentam sinais de grave doença alcoólica do fígado ou sinais de abstinência de álcool devem ser tratados em ambiente hospitalar. Funcionamento do fígado, perfil de coagulação e consulta médica. Em pacientes que podem ser tratados em regime ambulatorial, a dose de droga metabolizada no fígado deve ser alterada e os pacientes devem ser monitorados de perto para ver se há sinais de excesso de sedação. GRAVIDEZ Devido ao uso de radiografias e medicamentos na cirurgia bucal, um opção é adiar qualquer cirurgia bucal programada até depois do parto para evitar riscos ao feto. Caso não seja possível adiar a cirurgia, deve-se realizar a correta proteção da mãe com uso de forras de proteção e o princípio ALARA. Utilizar drogas como lidocaína, bupivacaína, acetaminofeno, codeína, penicilina e cefalosporina. Evitar aspirina no final do terceiro trimestre. Deve-se evitar drogas sedativas e óxido nitroso no primeiro trimestre (50% O2). Pode-se utilizar um protocolo de redução da ansiedade (?). Os sinais vitais devem ser obtidos, com atenção particular a qualquer elevação na pressão sanguínea (um possível sinal de pré-eclâmpsia). Corticosteroides, aminoglicosídeos e tetraciclinas não devem ser utilizado no período pós-parto. AMINOTRANSFERASES (AST/TGO e ALT/TGP) São membros da família de enzimas transaminase, que estão amplamente distribuídas pelo corpo. AST Coração, fígado, rins e músculo esquelético. ALT Fígado e rins, menos em coração e músculo esquelético. As atividades da AST e ALT no fígado correspondem, respectivamente, a cerca de 7 mil e 3 mil vezes sua atividade no soro. Testes mais sensíveis para hepatocelular aguda (viral, pos-farmacos); percebem alterações da bilirrubina sérica em cerca de uma semana. Valore elevados: Lesão hepatocelular (necrose do hepatócito ou lesão de qualquer causa) hepatite viral ou crônica (AST>ALT) hepatite alcoólica (AST > ALT), hipotireoidismo, lesão hepática induzida por fármacos ou drogas, insuficiência cardíaca aguda (AST>ALT) e outros casos. Valores diminuídos: Azotemia, dialise renal crônica, estado de deficiência do fosfato de piridoxal (desnutrição, gravidez, doença hepática alcóolica). URINA, EXAME COMPLETO Fita de reagentes usada para a avaliação química da urina. Densidade especifica: medida das substâncias dissolvidas, presentes na urina; Cor: determinar a cor e a tonalidade da amostra; Aspecto: turbidez da urina; PH: o ph fornece informações valiosas para avaliar e tratar doenças e determinar a propriedade de uma amostra para exame bioquímico; Glicose: glicosúria indica hiperglicemia devido ao DM, disfunção renal e durante a gravidez; Proteínas: o achado de proteínas indica doença renal (albumina); Bilirrubina: sinal de doença hepática; Urobilinogênio: anemias hemolíticas e disfunção hepática; Sangue: hematúrio por traumatismo ou irritação; Cetona: cetonúria aparece quando existe utilização aumentada de gordura em lugar de carboidratos (DM, vômitos e consumo inadequado de carboidratos); Nitritos: bactérias, especificadamente gram-negativas, são detectadas (bacteriúria por bactérias redutoras do nitrato); Leucócitos: indica inflamação e infecção. Triagem de distúrbios metabólicos e renais e para infecções urinárias. TIROXIDINA TOTAL (T4) Principal secreção da glândula tireoide. Medir o T4 reflete a atividade secretora; mostra-se útil no diagnóstico de hipotireoidismo e hipertireoidismo. Valore elevados: hipertireoidismo, uso de fármacos e substâncias, aumento de TGB entre outras coisas. Valores diminuídos: hipotireoidismo, hipoproteinemia, diminuição da TBG entre outras coisas. TRI-IODOTIRONINA (T3) T4 é convertido em T3 e tem função biológica. Diagnostico de tireotoxicidade, trata-se de um bom indicador bioquímico da gravidade da tireotoxicidade no hipertireoidismo e outras condições. Valore elevados: Hipertireoidismo e doenças graves. Valores diminuídos: Hipotireoidismo primário (tireoide de Hashimoto) e hipotireoidismo secundário devido a defeitos no nível hipotálamo-hipofisário. UREIA URINA É uma substância de beixo peso molecular, que é livremente filtrada pelos glomérulos, sendo a maior parte excretada na urina. Pode refletir na função renal. Determinação do equilíbrio proteico e da quantidade de proteína nutricional necessária para pacientes em estado grave. Valore elevados: Aporte excessivo de proteínas e/ou degradação aumentada das proteínas do corpo; hipertireoidismo. Valores diminuídos: Desnutrição, lesão renal e deficiência de qualquer etiologia, gravidez, dieta pobre em proteínas e rica em carboidratos, doença hepática, crianças e lactantes com crescimento normal. FARMACOLOGIA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS FARMACOCINÉTICA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Os anestésicos locais, quando utilizados para o controle da dor, difere de maneira importante da maioria das outras substâncias comumente utilizadas na medicina e na odontologia. As outras substancias, independente da via de administração, precisam entrar no sistema circulatório em concentrações suficientemente altas para poder exercer uma ação clínica. Os anestésicos locais, quando utilizados para o controle da dor, deixam de exercer efeito clínico quando são observados do local de administração para a circulação. OBS1: Um fator primordial envolvido no término de ações dos anestésicos locais utilizados para o controle da dor é sua redistribuição da fibra nervosa para o sistema cardiovascular. OBS2: A presença de um anestésico local no sistema circulatório significa que a substância será transportada para todas as partes do corpo. Os anestésicos locais têm a capacidade de alterar o funcionamento de algumas dessas células. CLASSIFICAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Ésteres do ácido benzoico Ésteres do ácido para-aminobenzoico Amidas Quinolinas Butacaína Cocaína Benzocaína Hexilcaína Piperocaína Tetracaína Cloroprocaína Procaína Tetracaína Articaína Bupivacaína Dibucaína Etidocaína Lidocaína Mepivacaína Prilocaína Ropivacaína Centbucridina ABSORÇÃO: quando injetados nos tecidos moles, os anestésicos locais exercem uma ação farmacológica sobre os vasos sanguíneos da área. Todos os anestésicos locais apresentam um grau de vasoatividade, a maioria deles causando a vasodilação do leito vascular no qual são depositados. OBS3: Os anestésicos locais do tipo éster são também potentes substâncias vasodilatadoras. A cocaína é o único anestésico local que produz ação vasocronstritora potente. Via Oral Com exceção da cocaína, os anestésicos locais são absorvidos pelo trato gastrointestinal após a administração oral de maneira insuficiente, quando o são em algum grau. Sofrem significativo efeito de primeira passagem hepática após a administração oral. Via tópica Os anestésicos locais são absorvidos em diferentes velocidades após sua aplicação sobre as mucosas. Injeção A velocidade de absorção dos anestésicos locais após a administração parental (subcutânea, IM ou IV) está relacionada tanto com a vascularização do local da injeção quanto com a vasoatividade da substância. DISTRIBUIÇÃO: O nível sanguíneo do anestésico local é influenciado pelos seguintes fatores: 1. Velocidade de absorção da substancia para o sistema cardiovascular; 2. Velocidade de distribuição da substancia do compartimento vascular para os tecidos (mais rápida em pacientes saudáveis do que naqueles que apresentam comprometimento médico [como insuficiência cardíaca congestiva], levando, assim, a níveis sanguíneos mais baixos nos pacientes saudáveis); 3. Eliminação da substancia por vias metabólicas ou excretoras. A meia vida de eliminação é o tempo necessário para a redução de 50% do nível sanguíneo (uma meia-vida= redução de 50%, duas meia-vida = redução de 75%, três meia-vida = redução de 87,5%...) METABOLISMO: Uma diferença significativa entre os dois principais grupos de anestésicos locais, os ésteres e as amidas, é o meio pelo qual o organismo transforma biologicamente a substancia ativa em uma substancia farmacologicamente inativa. Anestésicos locais do tipo Éster São hidrolisado no plasma pela enzima pseudocolinasterase. A velocidade em que ocorre a hidrólise de diversos ésteres varia consideravelmente. A velocidade da hidrolise possui um impacto na toxicidade potencial de um anestésico local. A cloroprocaína, mais rapidamente hidrolisada, é a menos tóxica, enquanto a tetracaína, hidrolisada 16 vezes mais lentamente que a cloroprocaína, apresenta maior potencial de toxicidade. A hidrolise transforma a procaína em um ácido para-aminobenzoico (PABA), que é excretado em sua forma inalterada na urina, e em álcool dietilamino, que sofre posterior biotransformação antes da excreção. OBS4: As reações alérgicas que ocorrem em resposta a anestésicos locais do tipo éster geralmente não relacionadas com a substancia original (ex: procaína), mas com o PABA, que é produto metabólico principal de muitos anestésicos locais do tipo éster. Anestésicos locais do tipo amida O local principal da biotransformação dos anestésicos locais do tipo amida é o fígado. Praticamente todo o processo metabólico ocorre no fígado para a lidocaína, mepivacaína, etidocaína e bupivacaína. A velocidade de biotransformação da lidocaína, mepivacaína, etidocaína e bupivacaína é semelhante. Portanto, a função e a perfusão hepáticas influenciam significativamente a velocidade de biotransformação de anestésico local do tipo amida. EXCREÇÃO: Os rins são os órgãos excretores primários tanto para os anestésicos locais quanto para seus metabólitos. Uma percentagem da dose do anestésico é excretada inalterada na urina. Essa percentagem varia de acordo com a sustância. As amidas são geralmente encontradas na urina como o composto primário em uma maior percentagem que os ésteres, principalmente em razão de seu processo de biotransformação mais complexo. AÇÕES SISTÊMICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Os anestésicos locais são substancias que bloqueiam de maneira reversível os potenciais de ação em todas as membranas excitáveis. O sistema nervoso central (SNC) e o sistema cardiovascular (SCV) são, portanto, particularmente susceptíveis a suas ações. A maioria das ações sistêmicas dos anestésicos locais são relacionadas a com seu nível sanguíneo ou plasmático do orgão-alvo. Quanto maior o nível maior será sua ação. SISTEMA NERVOSO CENTRAL Sua ação farmacológica no SNC é a depressão. Em níveis sanguíneos baixos (terapêuticos, não tóxicos), não ocorrem efeitos clinicamente significativos no SNC. Em níveis mais altos (tóxicos, superdosagem), a manifestação clinica primaria é a convulsão tônico-clônica generalizada. Propriedades anticonvulsivantes: alguns anestésicos locais (p. ex., procaína, lidocaína, mepivacaína, prilocaína ou até mesmo a cocaína) tem demostrado propriedades anticonvulsivantes. Essas propriedades ocorrem em um nível sanguíneo consideravelmente menor que aquele no qual os mesmos agentes produzem atividade convulsiva. A procaína, a mepivacaina e a lidocainda têm sido utilizadas para fazer reduzir a duração das crises de grande mal e pequeno mal. Mecanismo das propriedades anticonvulsivantes: Os pacientes epiléticos apresentam neurônios corticais hiperexcitáveis no local no cérebro onde o episódio convulsivo tem origem. Em virtude de suas ações depressoras no SNC, os anestésicos locais elevam o limiar de excitabilidade desses neurônios, prevenindo ou interrompendo as crises. Sinais e sintomas pré-convulsivos: Com o aumento do nível sanguíneo do AL acima do seu limite terapêutico podem ser observadas as mais diversas reações. Sinais Sintomas Fala arrastada Dormência da língua e da região perioral Calafrios Sensação de pele quente e rubor Contrações musculares Estado agradável semelhante a sono Tremor dos músculos da face e das extremidades distais Delírio generalizado Tontura Distúrbios visuais (incapacidade de focalizar) Distúrbios auditivos (zumbido) Sonolência Desorientação Fase convulsiva: A elevação adicional do nível sanguíneo de anestésico local ocasiona sinais e sintomas compatíveis com um episódio convulsivo tônico-clônico generalizado. A duração da convulsão está relacionada com o nível sanguíneo do anestésico local e inversamente relacionada com o nível da pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2) arterial. Em uma pCO2 normal, um nível sanguíneo de lidocaína entre 7,5 e 10 µg/ml geralmente resulta em um episódio convulsivo. Mecanismo das ações pré-convulsivantes e convulsivantes: sabe-se que os anestésicos locais exercem ação depressoras sobre as membranas excitáveis, embora as manifestações clínicas associadas a níveis sanguíneos elevados dessas substancias sejam relacionadas com graus variados de estimulação. Como substancias que deprimem o SNC pode ser responsável pela produção de graus variáveis de estimulação, incluindo a atividade convulsiva tônico-clônica? os anestésicos locais produzem sinais e sintomas clínicos de excitação do SNC (incluindo convulsão) pelo bloqueio seletivo das vias inibitórias no córtex cerebral. A inibição da inibição é, portanto, um evento pré-sinaptico que segue após o bloqueio anestésico de impulsos que correm ao longo das vias inibitórias. O córtex cerebral tem vias neuronais que são essencialmente inibitórias e outras que são facilitadoras (excitatórias). Normalmente, é mantido um estado de equilíbrio entre os graus do efeito exercido por essas vias neuronais. Em um nível sanguíneo pré-convulsivante do anestésico local, os sinais e sintomas clínicos observados são produzidos devido a uma depressão seletiva nas ações dos neurônios inibidores pelo anestésico local. O equilíbrio é, então, desviado ligeiramente a favor do impulso facilitador (excitatórios), ocasionando sintomas de tremores e agitação leve. Analgesia: existe uma segunda ação dos anestésicos locais no SNC. Quando administrados por via intravenosa, eles aumentam o limiar de reação a dor e produzem algum grau de analgesia. Elevação de humor: O uso de anestésicos locais para a elevação do humor e o rejuvenescimento persiste por séculos, apesar do registro de eventos catastróficos (na elevação do humor) e da falta de efeito desejado (no rejuvenescimento). Ex: cocaína. SISTEMA CARDIOVASCULAR Os anestésicos locais tem ação direta no miocárdio e na vasculatura periférica. Entretanto, em geral, o sistema cardiovascular parece ser mais resistente aos efeitos de substancias anestésicas locais do que o SNC. Ação direta no miocárdio: A medida que aumenta o nível sanguíneo de anestésico local, a velocidade de elevação de várias fases de despolarização miocárdica diminui. Os anestésicos locais produzem depressão do miocárdio que está relacionada com o nível sanguíneo do anestésico local. Os anestésicos locais diminuem a excitabilidade elétrica do miocárdio, a velocidade de condução e a força de contração. OBS5: Essa ação depressora é utilizada como vantagem terapêutica no tratamento do miocárdio hiperexcitável, que se manifesta com várias arritmias cardíacas. As ações cardíacas diretas dos anestésicos locais em níveis sanguíneos acima do nível terapêutico (antiarrítmico) incluem redução da contratilidade do miocárdio e diminuição do débito cardíaco, ambas levando a colapso respiratório. Ação direta na vasculatura periférica: A cocaína é o único anestésico local que produz vasoconstrição de maneira consistente nas doses comumente empregadas. A ropivacaina produz vasoconstrição cutânea. Todos os outros anestésicos locais produzem vasodilatação periférica pelo relaxamento da musculatura lisa das paredes dos vasos sanguíneos. Isso resulta no aumento do fluxo sanguíneo de entrada e saída do local da deposição de anestésico local. O aumento no fluxo sanguíneo local eleva a velocidade de absorção da substancia, o que leva, por sua vez, à diminuição da profundidade e da duração da ação anestésica local, ao aumento do sangramento na área de tratamento e à elevação dos níveis sanguíneos do anestésico local. OBS6: O efeito primário dos anestésicos locais sobre a pressão arterial é a hipotensão. Os efeitos negativos no sistema cardiovascular não são observados até que haja elevação significativa dos níveis sanguíneos dos anestésicos locais. A sequência habitual das ações induzidas pelos anestésicos locais no sistema cardiovascular é a seguinte: 1. Em níveis abaixo da superdosagem, há um pequeno aumento ou nenhuma alteração na pressão arterial em razão do aumento do debito cardíaco e da frequência cardíaca, como consequência do estimulo da atividade simpática; há também vasoconstrição direta de alguns leitos vasculares. 2. Em níveis próximos, porém ainda abaixo da superdosagem, observa-se um grau leve de hipotensão; isso é causado pela ação relaxante direta sobre o musculo liso vascular. 3. Em níveis de superdosagem, há acentuada hipotensão, causada pela diminuição da contratilidade do miocárdio e redução do debito cardíaco e resistência periférica. 4. Em níveis letais, é observado colapso cardiovascular. Isso causado pela vasodilatação periférica miciça e diminuição da contratilidade do miocárdio e da frequência cardíaca (bradicardia sinusal). 5. Alguns anestésicos locais, como a bupivacaína (e em menor grau ropivacaina e etidocaina) podem precipitar fibrilação ventricular potencialmente fatal. TOXICIDADE TECIDUAL LOCAL O musculo esquelético parece ser mais sensível ás propriedades irritantes dos anestésicos locais do que outros tecidos. As alterações que ocorrem na musculatura esquelética são reversíveis, com completa regeneração muscular em duas semanas após a administração do anestésico local. SISTEMA RESPIRATÓRIO Em níveis inferiores à superdosagem, eles têm ação relaxante direta sobre o musculo liso brônquico, enquanto em níveis de superdosagem podem produzir parada respiratória resultante de depressão generalizada do SNC. Em geral, a função respiratória não é afetada pelos anestésicos locais até que sejam atingidos níveis próximos a superdosagem. AÇÕES DIVERSAS: Bloqueio Neuromuscular: Foi demostrado que muitos anestésicos locais bloqueiam a transmissão neuromuscular em humanos. Isso é o resultado da inibição da difusão de sódio por um bloqueio dos canais de sódio na membrana celular. Essa ação, geralmente, é clinicamente insignificante. Entretanto, em alguns casos ela pode se somar a ação produzida por relaxantes musculares despolarizantes e não despolarizantes, causando períodos anormalmente prolongados de paralisia muscular. Interações medicamentosas: Em geral, os depressores do SNC (p. ex., opioides, substancias ansiolíticas, fenotiazinas e barbitúricos), quando administradas em conjunto com anestésicos locais, levam a potencialização das ações depressoras dos anestésicos locais no SNC. Hipertermia maligna: É uma desordem farmacológica na qual uma variante genética no individuo altera a resposta dessa pessoa a algumas substancias. As manifestações clinicas agudas da HM incluem taquicardia, taquipneia, pressão arterial instável, cianose, acidose respiratória e metabólica. FARMACOLOGIA DOS VASOCONSTRITORES Os vasoconstritores são fármacos que contraem os vasos sanguíneos e, portanto, controlam a perfusão tecidual. Eles são adicionados as soluções anestésicas locais para equilibrar as ações vasodilatadoras intrínsecas dos anestésicos locais. Os vasoconstritores são adições importantes a uma solução anestésica local, pelas seguintes razões: 1. Por meio da constrição de vasos sanguíneos, os vasoconstritores diminuem o fluxo sanguíneo (perfusão) para o local de administração do anestésico. 2. A absorção do anestésico local para o sistema cardiovascular torna-se mais lenta, resultando em níveis sanguíneos menores do anestésico. 3. Os níveis sanguíneos do anestésico local são reduzidos, diminuindo assim o risco de toxicidade do anestésico local. 4. Maiores quantidades de anestésico local penetram no nervo, onde permanecem por períodos mais longos, aumentando (em alguns casos de maneira significativa, em outros minimamente) a duração de ação da maioria dos anestésicos locais. 5. Os vasoconstritores diminuem o sangramento no local da administração; portanto, eles são uteis quando é previsto sangramento elevado (p. ex., durante um procedimento cirúrgico). FARMACOLOGIA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Os anestésicos locais são fármacos que suprimem a condução do estímulo nervoso de forma reversível. Na sua forma não ionizada, atravessam a membrana do axônio e penetram na célula nervosa, lá as moléculas se ligam a receptores específicos nos canais de sódio, reduzindo a entrada do íon na célula, logo há bloqueio da condução nervosa da dor. São bases fracas, pouco solúveis em água, são adicionados ao ácido clorídrico para estabilizar. O pH varia de 5,5 (sem vasoconstrictor) a 3,3 (com vasoconstrictor). Existem principalmente na forma ésteres e amidas. Estruturalmente falando, os anestésicos possuem três porções bem definidas: Porção hidrofílica (que permite sua injeção nos tecidos); porção lipofílica (responsável pela difusão dos anestésicos através da bainha nervosa); Cadeia intermediária (une as duas demais porções, de acordo com sua estrutura química permite-se classificar em ésteres ou amidas). Lidocaína: mais empregado no mundo; considerado como o padrão do grupo. Tem seu início de ação (tempo de latência) entre 2-4 min. Devido a sua ação vasodilatadora, que promove sua rápida eliminação do local da injeção, a duração da anestesia pulpar é de apenas 5-10 min. Por isso, praticamente não há indicação do uso da lidocaína a 2% sem vasoconstrictor em odontologia. Porém, associado com um vasoconstrictor possui 40-60 min de duração em anestesia pulpar. Em tecidos moles a duração é de 120-150 min. É metabolizada no fígado e eliminada pelos ruins. Sua meia vida plasmática é de 1,6h. Toxicidade: os níveis plasmáticos para o início de reações tóxicas são de 4,5mg/mL no SNC e 7,5mg/mL no sistema cardiovascular. A sobredosagem promove estimulação inicial do SNC, seguida de depressão, convulsão e coma. Mepivacaína: Potência anestésica semelhante à da lidocaína. Tem início de duração entre 1,5-2 min. Possui discreta ação vasodilatadora. Por isso, na sua forma pura promove anestesia pulpar mais duradoura do que a lidocaína. Sofre metabolização hepática, sendo eliminada pelos rins. Possui meia vida plasmática de 1,9h. Toxicidade semelhante à da lidocaína. Prilocaína: potência anestésica similar à da lidocaína. Tem início de ação entre 2-4 min. Por sua baixa atividade vasodilatadora, pode ser usada sem vasoconstritor, na concentração de 4%. É metabolizada mais rapidamente que a lidocaína, no fígado e nos pulmões. Eliminação renal. Meia vida plasmática de 1,6h. Apesar de ser menos tóxica que a lidocaína e mepivacaína, em casos de sobredosagem promove o aumento dos níveis de metemoglobina no sangue (proteína sem capacidade de se ligar ao oxigênio). Portanto, é recomendado maior cuidado no uso deste anestésico em pacientes com anemias, alterações resporatórias, cardiovasculares, etc... Articaína: Tem início de ação entre 1-2 min. Potência 1,5 vezes maior do que a da lidocaína. Possui baixa lipossolubilidade e alta taxa de ligação proteica. É metabolizada no fígado e no plasma sanguíneo. Possui meia vida de aproximadamente 40 min. Por suas características farmacocinéticas, a articaina reúne as condições ideais de ser o anestésico de escolha para uso rotineiro em adultos, idosos e pacientes portadores de disfunção hepática. Possui toxicidade semelhante da lidocaína. OBS: A presença de um anel tiofeno em sua estrutura química pode ser responsável pela maior difusão tecidual da articaína, permitindo seu uso em técnica infiltrativa, mesmo na mandíbula, dispensando o uso de técnicas de bloqueio. Seu uso em técnicas de bloqueio regional tem sido associado a um aumento na incidência de parestesia, provavelmente devido à concentração de 4%. Bupivacaína: Potência 4x maior do que a da lidocaína, assim como sua cardiotoxicidade. Por isso, é utilizada na concentração de 0,5%. Ação vasodilatadora maior em relação à lidocaína, mepivacaína e prilocaína. Quando associada à epinefrina, apresenta, em técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior, tempo de latência variando de 10-16 min na região de molares e pré-molares. Possui longa duração de ação, no bloqueiodos nervos alveolar inferior e lingual produz anestesia pulpar por 4h e em tecidos moles por até 12 hrs. Possui meia vida plasmática de 2,7h. Não é recomendado para pacientes menores que 12 anos, pelo risco de lesões por mordedura do lábio, devido à longa duração do seu efeito. OBS: Sua indicação para o controle da dor pós-operatória é controversa, pois ela é mais efetiva que a lidocaína apenas nas primeiras 4 horas após o procedimento. Depois de 24h, promove aumento da concentração de prostaglandinas E2 no local da aplicação, aumentando a intensidade de dor. Benzocaína: Único anestésico do grupo éster disponível para uso odontológico no Brasil (não deve ser empregado em indivíduos com história de hipersensibilidade aos ésteres.). Empregado apenas como anestésico de uso tópico. Na concentração de 20% e após aplicação por 2min, promove anestesia da mucosa superficial. VASOCONSTRITORES: Como os sais anestésicos possuem ação vasodilatadora, o que promove características farmacocinéticas indesejáveis, se tem a possibilidade de associar anestésicos com vasoconstritores. Benefícios principais: maior quantidade de sal anestésico fica por mais tempo em contato com as fibras nervosas e ocorre, devido à isquemia local, a hemostasia (menor perda de sangue nos procedimentos). No Brasil, o CD pode utilizar anestésicos com vasoconstritores de dois tipos: aminas simpatomiméticas ou felipressina. As aminas simpatomiméticas podem ser catecolaminas (epinefrina, norepinefrina e corbadrina) e não catecolaminas (fenilefrina). Elas agem sobre os receptores adrenérgicos, encontrados na maioria dos tecidos do organismo, mais especificamente nos receptores α. Epinefrina: É o vasoconstritor mais usado, devendo ser o de escolha para quase todos os procedimentos odontológicos em pacientes saudáveis, incluindo crianças, gestantes e idosos. Após a infiltração da maxila ou o bloqueio mandibular, a epinefrina promove a constrição dos vasos na rede arteriolar e venosa da área injetada por meio da estimulação dos receptores α1. Dependendo do volume injetado, também interage com os receptores β1 no coração, aumentando a frequência cardíaca, força de contração e consumo de oxigênio pelo miocárdio. Também liga-se aos receptores β2, promovendo a dilatação dos vasos saguíneos da musculatura esquelética. Por essas ações, a dosagem de epinefrina deve ser minimizada para os pacientes com doença cardiovascular (principalmente cardíacas esquêmicas, como a angina do peito ou história de infarto no miocárdio). No Brasil, é incorporada às soluções anestésicas locais nas concentrações de 1:50.000 (pode produzir isquemia intensa, com consequente vasodilatação “rebote” depois de cessada a vasoconstrição), 1:100.000 (mais indicadas para serem empregadas, também possui um bom grau de hemostasia) ou 1:200.000. Norepinefrina: atua nos receptores α (maior predomínio – 90%) e β1 (10%). Não apresenta vantagens sobre a epinefrina, tem 25% da potência desta. Seu uso em odontologia está sendo cada vez mais restrito, pois está sendo muito associada com reações adversas como cefaleia intensa decorrente de episódios transitórios de hipertensão arterial e necrose e desmação tecidual. Cornadrina (levonordefrina): Atua por meio da estimulação dos receptores α (75%) e possui alguma atividade em β (25%). Tem 15% da ação vasopressora da epinefrina, sem nenhuma vantagem em relação a esta. Fenilefrina: α- estimulador (95%) e exerce pouca ou nenhuma ação nos receptores β. Possui apenas 5% da potência vasoconstritora da epinefrina, mas na concentração empregada (1:2.500) pode promover vasoconstrição com duração mais prolongada. Todavia, seus efeitos adversos também são mais duradouros. Não apresenta qualquer vantagem em relação à epinefrina. Felipressina: Análogo sintético do ADH (homômio antidiurético), está contida em soluções cujo sal anestésico é a prilocaína. Sua ação vasoconstritora se dá pela sua ação nos receptores V1 da vasopressina, presentes no músculo liso da parede dos vasos sanguíneos, com ação muito mais acentuada na microcirculação venosa do que na arteriolar.Por esse motivo, tem mínimo valor no controle da hemostasia (por isso, maiores são os sangramentos quando esse vasoconstritor é empregado). - Outros componentes das soluções anestésicas: Podem conter também um veículo (geralmente água bidestilada) e um antioxidante. Nos anestésicos que contém vasoconstritores adrenérgicos (epinefrina, norepinefrina, corbadrina e fenilefrina) é incorporada uma substância antioxidante, o bissulfito de sódio, que impede a biodegradação do vasoconstritor pelo oxigênio. Algumas soluções anestésicas também podem conter substância bacteriostática, geralmente o metilparabeno. O cloreto de sódio é eventualmente adicionado ao conteúdo de uma solução anestésica local para torná-la isotônica em relação aos tecidos do organismo. A água bidestilada é usada como diluente para aumentar o volume da solução. - Efeitos adversos dos anestésicos locais: Possuem como causa mais comum a sobredosagem absoluta (níveis plasmátcos elevados provocados por injeções repetidas) ou relativa (o AL é administrado em doses adequadas, mas no interior do vaso sanguíneo) dos agente empregados. Efeitos letais, tendo como causa o aumento brusco da pressão arterial seguido de hemorragia intracraniana, em pacientes sesceptíveis. Como todos os AL atravessam facilmente a barreira hematocefálica, sua toxicidade sistêmica ocorre primariamente pela depressão do SNC. Portanto, é imperativo que a injeção deuma solução anestésica local seja feita somente após a aspiração negativa e de forma lenta, na razão de 1mL por min. Obs: cada tubete tem 1,8 mL. - Doses máximas de sal anestésico e vasoconstritor: O volume máximo de uma solução anestésica deve ser calculado em função de três parâmetros → concentração do anestésico na solução, doses máximas recomendadas e peso corporal do paciente. - AL em pacientes com comprometimento sistêmico (ASA II ou III): → Contraindicações do uso da epinefrina: Hipertensos (P.A. > 160x100 mmHg), história de infarto agudo do miocárdio, período menor que 6 meses após AVE, cirurgia recente de ponte de artéria coronária ou colocação de stents, angina do peito instável (história de dor no peito ao mínimo esforço), alguns topos de arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva não tratada ou não controlada, hipertireoidismo não controlado, usuários de drogas ilícitas, etc... - Critérios de escolha da solução de anestésica local: Procedimentos de curta a média duração, que demandem tempo de anestesia pulpar mais que 30 min: o Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000. o Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000. o Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000. (Evitar bloqueios regionais - parestesia) o Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL. Obs: Em caso de necessidade de controle de sangramento, optar por epinefrina 1:100.000. Procedimentos muito invasivos ou de maior tempo de duração: o Intervenções na maxila: Bloqueio regional → Lidocaína 2% ou mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000. Técnica infiltrativa: Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000. o Intervenções na mandíbula: Bloqueio regional: Lidocaína 2% ou mepivacaína com epinefrina 1:100.000. Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000. Obs: Os bloqueios regionais na mandíbula podem ser complementados pela infiltração de articaína 4% com epinefrina 1:200.000. Na contraindicação absoluta ao uso da epinefrina: o Quando o procedimento demandar anestesia pulpar com duração de até 30min. Mepivacaína 3% (sem vasoconstritor): promove anestesia pulpar com duração entre 20 (infiltrações na maxila) e 40 minutos (bloqueios regionais na mandíbula). Possui maior duração do que lidocaína 2% sem vasoconstritor. o Quando o procedimento demandar anestesia pulpar com duração maior que 30min. Prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/Ml, porém recomenda-se o maior cuidado para se prevenir a isquemia do miocárdio em pacientes com hipertensão arterial não controlada. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS NERVO TRIGÊMEO: Os nervos trigêmeo direito e trigêmeo esquerdo proporcionam, entre outras funções, a maioria esmagadora da inervação sensorial dos dentes, dos ossos e dos tecidos moles da cavidade oral. O nervo trigêmeo (V) é o maior dentre os nervos cranianos. Ele é constituído de uma pequena raiz motora e de uma raiz sensorial (tripartida) consideravelmente maior. Raiz motora: As fibras motoras do nervo trigêmeo suprem os seguintes músculos: 1. Mastigatórios (a) Masseter (b) Temporal (c) Pterigoide medial (d) Pterigoide lateral 2. Milo-hióideo 3. Ventre anterior do digástrico 4. Tensor do tímpano 5. Tensor do véu palatino Raiz sensorial: As fibras da raiz sensorial penetram na parte côncava de cada crescente e as três divisões sensoriais do nervo trigêmeo saem da convexidade: 1. A divisão oftálmica (V1) segue anteriormente pela parede lateral do seio cavernoso até a parte medial da fissura orbital superior, através da qual ela sai do crânio para a orbita. 2. A divisão maxilar (V2) segue anterior e inferiormente e sai do crânio pelo forame redondo, na parte superior da fossa ptérigopalatina. 3. A divisão mandibular (V3) segue quase que diretamente para baixo para sair do crânio, juntamente com a raiz motora, pelo forame oval. Essas duas raízes se misturam então, formando um tronco neural que entra na fossa infratemporal. Ao sair do crânio por seus respectivos forames, as três divisões do nervo trigêmeo se dividem em múltiplos ramos sensoriais. Divisão Oftalmica (V1): É o primeiro ramo do nervo trigêmeo (e o menor deles). É puramente sensorial. Ela sai do crânio e penetra na orbita pela fissura orbital superior. Ele supre o globo ocular, a conjuntiva, a glândula lacrimal, partes da membrana mucosa do nariz e dos seios paranasais e a pele da testa, das pálpebras e do nariz. Imediatamente antes de passar pela fissura orbital superior, o nervo oftálmico se divide em três ramos principais: os nervos nasociliar, frontal e lacrimal. Divisão maxilar (V2): A divisão maxilar do nervo trigêmeo se origina do meio do gânglio trigêmeo. De tamanho intermediário entre a divisão oftálmica e a mandibular, ela tem função puramente sensorial. Origem: A divisão maxilar emerge sobre a superfície anterior da face pelo forame infraorbital, ponto em que se divide a seus ramos terminais, suprindo a pele da face, do nariz, da pálpebra inferior e do lábio superior. Segue-se um resumo da inervação da divisão maxilar: 1. PELE a. Parte media da face b. Pálpebra inferior c. Lateral do nariz d. Lábio superior 2. MEMBRANA MUCOSA a. Nasofaringe b. Seio maxilar c. Palato mole d. Tonsila e. Palato duro 3. Dentes maxilares e tecidos periodontais Ramos: a divisão maxilar emite ramos em quatro regiões: intracraniana, na fossa pterigopalatina, no canal infraorbital e na face. Ramos intracranianos: A divisão maxilar emite um pequeno ramo, o nervo meníngeo médio, que acompanha a artéria meníngea média para proporcionar a inervação sensorial da dura-máter. Ramos da fossa pterigopalatina: depois de sair do crânio pelo forame redondo, a divisão maxilar cruza a fossa pterigo palatina. Nessa fossa são emitidos vários ramos: o nervo zigomático, os nervos pterigopalatinos e o nervo alveolar superoposterior. Nervo zigomático: Se origina da divisão maxilar na fossa pterigopalatina e segue anteriormente, penetrando na orbita pela fissura orbital inferior, na qual se divide nos nervos zigomatotemporal e zigomatofacial: esse primeiro é responsável por suprir a inervação sensorial da pele na lateral da fronte e o zigomatofacial supre a pele sobre a proeminência da bochecha. OBS7: Antes de sair da orbita, o nervo zigomático envia um ramo que se comunica com o nervo lacrimal da divisão oftálmica. Esse ramo leva fibras secretoras do gânglio esfenopalatino à glândula lacrimal. Nervos pterigopalatinos: São dois troncos curtos que se unem no gânglio pterigopalatino e são então redistribuídos a vários ramos. Os ramos dos nervos pterigopalatinos incluem aqueles que suprem quatro áreas: órbita, nariz, palato e faringe. 1. Os ramos orbitais suprem o periósteo da órbita; 2. Os ramos nasais suprem as membranas mucosas da concha nasal superior e da média, o revestimento dos seios etmoidais posteriores e a parte posterior do septo nasal. O nervo nasopalatino, que passa pelo teto da cavidade nasal para baixo e para diante, situando-se entre a membrana mucosa e o periósteo do septo nasal. O nervo nasopalatino continua-se para baixo, chegando ao assoalho da cavidade nasal e emitindo ramos à parte anterior do septo nasal e ao assoalho do nariz. Ele passa então pelo canal incisivo, pelo qual segue até a cavidade oral passando pelo forame incisivo, localizado na linha média do palato a cerca de 1 cm posteriormente aos incisivos maxilares centrais. Os nervos nasopalatinos direito e esquerdo emergem juntos por esse forame e proporcionam a sensação à mucosa do palato na região pré-maxilar (caninos até incisivos centrais). 3. Os ramos palatinos incluem o nervo palatino maior (ou anterior) e os nervos palatinos menores (médio e posterior). O nervo palatino maior desce pelo canal pterigopalatino e emerge no palato duro através do forame palatino maior, o nervo se dirige anteriormente entre o mucoperiósteo e o palato duro ósseo, suprindo inervação sensorial aos tecidos moles e ossos palatinos anteriormente até o primeiro pré-molar, ponto em que se comunica com fibras terminais do nervo nasopalatino. O nervo palatino médio emerge no forame palatino menor juntamente com o nervo palatino posterior. Esse nervo proporciona a inervação sensorial a algumas partes do palato mole; a região tonsilar é inervada em parte pelo nervo palatino posterior. 4. O ramo faríngeo é um pequeno ramo que sai da parte posterior do gânglio pterigopalatino, passa pelo canal faríngeo e é distribuído à membrana mucosa da parte nasal da faringe, posteriormente a tuba auditiva. Nervo alveolar superoposterior (ASP): O nervo alveolar superoposterior (ASP) se origina no tronco principal da divisão maxilar na fossa pterigopalatina imediatamente antes dessa divisão entrar no canal infraorbital. Há comumente dois ramos ASP, mas ocasionalmente emerge um único tronco. Descendo pela fossa pterigopalatina eles chegam a superfície temporal inferior (posterior) da maxila. Na presença de dois troncos, um deles permanece externo ao osso, continuando a descer sobre a superfície posterior da maxila para proporcionar inervação sensorial à gengiva bucal na região de molar maxilar e nas superfícies mucosas faciais adjacentes, enquanto o outro ramo penetra na maxila (juntamente com um ramo da artéria maxilar interna) pelo canal ASP para descer pela parede posterior ou posterolateral do seio maxilar, fornecendo inervação sensorial à membrana mucosa do seio. Continuando a descer, esse segundo ramo do nervo ASP fornece inervação sensorial aos alvéolos, aos ligamentos periodontais e aos tecidos pulpares
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