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ESQUEMA DE AULA - 6 Gustavo Santos Silva, 00275145 Sexta-feira, 12/03/2021 REGIME DE BENS DO CASAMENTO - O regime de bens se aplica às espécies de regimes de bens. O ordenamento atual permite a liberdade de escolha. 1. Noções Gerais - Previsão contida no art. 1639 e art. 1652 do CC/2002 a. Liberdade de escolha do regime de bens que irão adotar i. Pode se escolher dentre todos os previstos ou um regime misto b. O regime legal previsto no ordenamento brasileiro hoje é o da comunhão parcial de bens i. Desde a Lei do Divórcio c. Regula o domínio e administração dos bens d. Autorizada modificação posterior do regime de bens i. Princípio da mutabilidade ii. Mudança prevista no Código Civil iii. Requisitos legais (art. 1639§2º e 734 do CPC) 1. Autorização judicial 2. Pedido de ambos 3. Motivação relevante 4. Resguardo de terceiros 5. Discussão quanto à retroatividade dos efeitos e. Necessidade de outorga conjugal: i. Casos de alienação ou grave de ben imóveis ii. Ajuizamento de ação que verse sobre imóveis (Ex. Usucapião) iii. Prestação de aval ou fiança iv. Doação não remuneratória de bens comuns ou daqueles de meação. v. Obs I: existe autorização judicial que revoga outorga conjugal. vi. Obs II: A ausência de outorga gera anulabilidade do ato. 2. Pacto Antenupcial a. Antes do casamento: i. Negócio Jurídico bilateral ii. Possibilidade de escolha do regime de bens iii. Viabilidade de disposição distinta daquela prevista para o regime típico. Regime misto iv. Forma escrita, pública, lavrada no tabelionato v. Apresentação junto com os documentos para habilitação b. Depois do casamento i. Anotação do regime de bens na certidão de casamento c. Eficácia: i. Está condicionada à celebração do casamento d. Eficácia perante terceiros: i. Necessidade de realizar no registro de imóveis e. Validade: i. Tem que capacidade nupcial ii. Conteúdo e objeto lícito iii. Forma de escritura pública f. Discussão: i. Existe debate doutrinário sobre as cláusulas de natureza não patrimonial 3. Comunhão Parcial - Trata do regime geral previsto no ordenamento brasileiro a. Regime de comunhão de bens: i. Três massas de bens 1. Bens particulares; Bens em comum dos conjugês ii. Regra geral - bens adquiridos na constância do casamento iii. Bens móveis - presunção da aquisição na constância da união. 1. Cabe ao cônjuge provar ao contrário b. Integram a comunhão de bens: i. Bens adquiridos por fato eventual ii. Ato de liberdade que contemple os companheiros iii. Benfeitorias realizadas nos bens particulares iv. Frutos dos bens particulares 1. Exemplos: Aquisição de imóvel com financiamento bancário. c. Excluídos da comunhão i. Bens prévio a relação ii. Bens decorrentes de ato de liberdade iii. Bens sub-rogados dos particulares ou de atos de liberdade iv. Os bens de uso pessoal v. As pensões, meio-soldos e outras rendas vi. Bens de causa anterior ao casamento vii. Proveitos do trabalho pessoal 4. Administração dos bens comuns e dívidas do casal a. A administração dos bens comuns recai sobre os companheiros cônjuges. i. Exceção para casos de incapacidade ou superveniência de acordo. b. Dilapidação ou prejuízo ao patrimônio do casal i. Gera indenização paga com o patrimônio particular e perda do direito de administração dos bens c. Dívidas contraídas no exercício da administração dos bens i. Gera responsabilidade do patrimônio comum, bem como do particular ii. Possibilidade do outro cônjuge ser responsabilizado. Se demonstrado os proveitos. d. Atingem o patrimônio comum: i. As dívidas adquiridas por quaisquer dos cônjuges para cumprir: 1. Os encargos da família; 2. As despesas da administração 3. As obrigações decorrentes de força de lei e. Doutrina debate que não se pode presumir automaticamente o proveito da família por dívida contraída por interesse particular. 5. Separação Obrigatória de Bens - Previsão contida no art. 1641 do CC/2002 a. Casos de casamento celebrados sem observar causas suspensivas i. Aquelas previstas no art. 1523, inciso I a IV, do CC/2002 b. Companheiros maiores de 70 anos i. Existe crítica doutrinário - falando sobre discrimnação e capacidade dos idosos) ii. Enunciado 261 da Jornada de Direito Civil iii. Exceção para casos de incapacidade ou superveniência de acordo. c. Possibilidade de alterar esse regime por meio de ação judicial i. Apenas quando não mais existir a situação que motivou d. Efeitos: i. Cisão total dos patrimônios ii. Tudo se torna bem particular e. Comunicabilidade dos bens conforme Súmula 377 do STF i. Existe crítica e debate doutrinário. 6. Separação Total Pactuada a. Regime com bastante liberdade para disposição dos bens b. Integridade do patrimônio de cada cônjuge c. Os bens adquiridos por esforço comum i. Existe previsão para divisão igualitária, mediante comprovação ii. Exceção para casos de incapacidade ou superveniência de acordo. d. Os bens adquiridos por esforço comum são tratados como condomínio e. Esse regime dispensa outorga conjugal nos casos do art. 1647 f. Liberdade dos cônjuges e companheiros para alienar ou estabelecer gravame dos bens, sem outorga; g. Em relação às dívidas: i. Cada um responde individualmente ii. Exceção - despesas da casa e dos membros da família h. Não implica na concorrência como herdeiro na sucessão do outro cônjuge 7. Comunhão Universal a. Regime legal supletivo por toda história. Até a Lei do Divórcio de 1977 b. Características: i. Administração conjunta dos bens do casal 1. Exceção i. acordo ii. caso de incapacidade ii. Comunicabilidade dos bens anteriores e posteriores 1. Exceção - atos de liberalidade com cláusula expressa 2. ii. bens gravados de fideicomisso 3. iii. Doações de um cônjuge a outro anterior ao casamento. 4. Bens de uso pessoal, livros, instrumentos e outros já citados. 5. Obs: Frutos desse patrimônio são comunicáveis c. Dívidas: i. Não se comunicam quando anteriores ao casamento 1. Exceção - despesas do casamento ou em favor do casal ii. As dívidas posteriores atingem o acervo comum se decorrentes de ato ilícito iii. As despesas no exercício da administração. Atingem o bem comum e o particular. 8. Participação Final nos Aquestos - Inovação do CC de 2002 a. Trata dos bens adquiridos onerosamente na constância da relação b. Regime misto: traz elementos da comunhão parcial e separação total i. Durante o casamento - regra de separação total ii. No momento da partilha - regra da comunhão parcial c. Enquanto durar a relação os bens são particulares d. Administração livre do patrimônio por cada cônjuge e. Possibilidade de dispensa da outorga conjugal f. Cada um responde individualmente pelas dívidas contraídas no matrimônio ou relação g. Antes da dissolução - não tem comunhão de bens, apenas expectativa de direito. h. Momento da Partilha: realiza-se levantamento do enriquecimento de cada cônjuge i. São excluídos do cálculo: 1. os bens adquiridos antes do casamentos 2. Os bens adquiridos por ato de liberdade 3. As dívidas referentes aos bens ii. Os aquestos não são apenas os bens que restarem no momento, mas todos adquiridos na relação 1. Existindo saldo em favor do outro cônjuge, este será credor. ● Data para fins da apuração: ○ separação de fato ○ data do óbito ○ Anulação do casamento - trânsito em julgado da sentença ● Utilização: ○ Muito pouco usada; ○ Cálculo complexo para realizar a partilha ● Benefícios: ○ Liberdade de administração ○ Não necessita outorga conjugal 9. Regimes Mistos a. Liberdade de escolha do regime de bens: o ordenamento deixa a critérios dos cônjuges definir o regime de bens b. O regime exige um pacto antenupcial c. Criação de regimes distintos e Combinação de regimes diversos, desde que existente d. Existe vedação, contida no art. 1655 do CC, sobre cláusula que contrarie o disposto na lei. Observações ● Tratamos sobre: Regime de bens previstos no Código Civil, regime geral de bens previsto em lei e os tipos de regime de bens ● Falamos aqui sobre: comunhão de bens, comunhão parcial, separação toal e outros. ESQUEMA DE AULA - 7 GustavoSantos Silva, 00275145 Sexta-feira, 12/03/2021 DIVÓRCIO - Outro instituto recente na legislação brasileira. Tal instrumento evolui do conceito de separação previsto no Código Civil de 1916 1. Apanhado histórico a. Trataremos de uma das causas de extinção do vínculo conjugal. b. O instituto do casamento foi uma avanço do Código Civil de 1916, mas existiam várias lacunas, muitas por conta do machismo e do patriarcado por trás das leis. c. Para terminar uma relação conjugal de matrimônio era necessário apresentar causa e justificativa d. Após sobreveio a Lei do divórcio de 1977. Grande avanço nos direitos da mulher. Passou a entender as críticas do machismo e do patriarcado e. Ao fim, o Código Civil de 2002 trouxe o conceito de que não precisamos justificar os motivos para o divórcio. 2. Separação Judicial e Separação de Corpos a. Separação de corpos era bem importante no CC de 1916: i. Semelhante a medida protetiva para proteção da mulher. No caso da separação de corpos, cessa o dever de coabitação, a mulher não tem o dever de permanecer sob o mesmo teto do agressor. b. Separação judicial: i. Antigamente exigia que fosse fundamentada e mostrada as dificuldades da vida em comunhão. ii. CC 1916 - 2 anos divórcio direto; 1 ano divórcio indireto. Antes a separação era requisito do divórcio 3. Divórcio - Previsão contida no Capítulo X, art. 1571, inciso IV do CC/2002 a. Forma para dissolução da sociedade conjugal b. Hoje não necessita que exista uma causa específica. Não precisa se justificar para divorciar c. Pode ser feito pela via extrajudicial: i. Via administrativa; cartorial; ii. tabelionato iii. Covid-19 - tem acontecido muito de forma online, através do tabelionato; iv. Exceção: casais com filhos menores ou incapazes (mesmo maiores) só pela via judicial. v. A partilha de bens pode ser delimitada no divórcio consensual pela via extrajudicial. d. Pode ser feito pela via Judicial: i. Consensual; 1. Mais agradável para as partes 2. Advogado constituído 3. Mais célere 4. Obs: matéria de partilha de bens pode ser discutida a posteriori. Precedente Sumular 197 do STJ. ii. Litigioso 1. Necessário advogado constituído 2. Para determinar algumas regras sobre guarda, alimentos e outros. 4. Outros efeitos da separação e Partilha de bens a. Procedimentos judiciais de divórcios podem levar anos e ser muito cansativos para as partes, filhos e parentes, bem como novos companheiros b. Avanço na lei visto que os processos de divórico judicial são dementes e desgastantes para ambas as partes. c. Pode ser realizada em momento posterior ao divórcios d. Casais não precisam mais ficar juntos até o fim do processo litigioso Observações ● Tratamos até aqui sobre: história do divórcio, avanços na legislação, espécies de divórcio, separação de corpos e separação judicial. ● Falamos aqui: sobre a previsão legal do divórcio, causa extintiva do matrimônio, acesso via judicial e extrajudicial, divórcio pela internet e outros.
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