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INTRODUÇÃO 
Pesquisas das décadas de 50, 60 e 70 → dar más notícias quanto 
ao prognóstico oncológico era visto como cruel e desumano. 
Encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica 
(1988) → Entrevista ao vivo → Davam más notícias 5-20x ao 
mês (60%) e > 20x ao mês (14%). 
Definição: “Qualquer informação que afete adversa e seriamente 
a visão de um indivíduo sobre seu futuro”. 
IMPORTÂNCIA 
Desejo do paciente saber sobre: 
• Diagnóstico; 
• Prognóstico; 
• Tratamentos. 
Imperativos éticos e legais: 
• Direito do paciente; 
• Dever do médico; 
• Código de ética médica → Art. 22 | art. 32 | art. 34. 
Embasar decisões compartilhadas visando qualidade de vida: 
• Evitar iatrogenias e medidas fúteis. 
DIFICULDADES 
• “Ser honesto sem destruir as esperanças”. 
• “Não transmitir um falso otimismo”. 
• “Lidar com as emoções dos pacientes”. 
• “Encontrar o momento correto”. 
• “Falta de um treinamento formal em dar más notícias”. 
PROTOCOLO 
0 – AUTOCUIDADO 
• Divisão de responsabilidades; 
• Care > Cure; 
• A sua saúde também importa; 
• Como lidar com o que você está sentindo? 
• Autoavaliação! 
• Cuide da sua saúde; 
• Perceba seu próprio estado emocional; 
• Não esqueça da psicoterapia pessoal. 
 
1 – SETTING | PREPARAÇÃO 
Garanta a privacidade da conversa: 
• Sala ou consultório privados e confortáveis é o ideal; 
• Fechar cortinas ao redor do leito; 
• Tenha lenços de papel à mão. 
Convide familiares ou amigos importantes para participar: 
• Respeite o desejo do paciente; 
• A maioria dos pacientes quer ter alguém próximo ao seu 
lado; 
• O ideal é que fiquem apenas um ou dois acompanhantes. 
Sente-se: 
• Reduz tensão e mostra que você não está com pressa; 
• Retire barreiras físicas entre vocês; 
Conecte-se com o paciente: 
• Mantenha contato visual; 
• Toque o braço do paciente apenas se ele se sentir 
confortável (cuidado!). 
Gerencie o tempo e evite interrupções: 
• Desligue o seu smartphone; 
• Informe o paciente caso gaja alguma restrição de tempo. 
2 – PERCEPTION | PERCEPÇÃO 
Pergunte sobre o que ele já sabe: 
• O que o paciente sabe (ou imagina) sobre sua condição 
de saúde? O que ele gostaria que acontecesse? O que ele 
acha que vai acontecer? 
• Use perguntas aberta. 
 
Fique atento: 
• Tenha atenção a informações errôneas ou imprecisas. 
Identifique mecanismos de defesa (sobretudo os mais 
primitivos!): 
• Negação; 
• Idealização; 
• Cisão; 
• Projeção; 
• Identificação projetiva; 
• Atuação. 
3 – INVITATION | CONSENTIMENTO 
Pergunte sobre o que ele quer saber: 
• O paciente quer saber detalhes sobre seu diagnóstico, 
tratamento ou prognóstico? 
Respeite: 
• O paciente tem direito de NÃO querer saber esses 
detalhes; 
• Ele pode preferir que você explique esses detalhes a um 
familiar ou amigo. 
 Fique à disposição: 
• Ofereça-se para tirar qualquer dúvida que o paciente 
venha a ter no futuro. 
4 – KNOWLEDGE | EXPLICAÇÃO 
Use linguagem compreensiva: 
• Evite termos técnicos; 
• Use palavras de fácil entendimento. 
Seja franco, mas gentil: 
• Explicar de maneira muito direta pode soar ríspido, 
estimulando o paciente a direcionar sua raiva a você. 
 
✓ Sempre há o que se fazer; 
✓ Evite expressões fatalistas (“Não temos mais nada a 
fazer”); 
✓ Os objetivos de um tratamento podem mudar, e ainda 
assim continuar existindo; 
✓ Cura? Controle da progressão da doença? Redução dos 
sintomas e melhor qualidade de vida? 
 
 
 
 
 
FRASE DO MÉDICO INTERPRETAÇÃO ALTERNATIVA 
“Não há mais nada 
que possamos fazer” 
Abandono 
(“O médico não quer mais 
nem me ver”) 
“Nosso esforço 
daqui pra frente será 
no controle dos 
sintomas, para que 
você se sinta bem” 
“Chegou a hora de 
interrompermos o 
tratamento” 
Desamparo 
(“Não receberei mais 
nenhum tipo de cuidado”) 
“Talvez nós 
possamos 
considerar um 
tratamento 
diferente, focado no 
controle dos 
sintomas” 
“Você quer que 
façamos de tudo para 
mantê-lo vivo?” 
Pressão 
(“Se eu não disser para 
fazerem de tudo, não 
receberei tratamento 
algum!”) 
“Caso a doença se 
agrave muito, 
precisamos pensar 
se você irá preferir 
ter ajuda de 
aparelhos ou ter 
uma morte natural. 
Estaremos juntos 
independente do 
que decidir”. 
“Você não respondeu 
ao tratamento” 
Fracasso pessoal 
(“Eu decepcionei a todos. 
A culpa é minha”) 
“Infelizmente a 
doença não 
respondeu ao 
tratamento como 
gostaríamos” 
 
5 – EMOTIONS | EMOÇÕES 
Observe as emoções do paciente: 
• Pare e observe as expressões do paciente, o que ele 
demonstra estar sentindo? 
• Caso ele permaneça em silêncio, use perguntas abertas 
para questionar o que ele está pensando e sentindo. 
Dê espaço para o paciente falar: 
• Não infira os motivos pelos quais o paciente está 
sentindo tais emoções. 
• Medo (Da dor? De morrer? De ficar “inválido”? De 
deixar a família desassistida? De passar vergonha? De 
ser um fardo? De ficar “louco”?). 
• Raiva (De si mesmo? Do hospital? Da família? Da 
vida?). 
Valide o que o paciente está sentindo: 
• “O sr. tem direito de se sentir triste com tudo isso”. 
• “Qualquer pessoa que passe por uma situação assim 
poderia sentir raiva”. 
• “É compreensível que a sra. fique com medo do que está 
por vir”. 
Não valide distorções cognitivas: 
• “Acho que você tem mesmo motivo para ficar com raiva 
de si mesmo”. 
• “Não fazemos mesmo ideia do que está por vir, então é 
normal ficarmos apavorados”. 
• “De fato, a sua família não fez nada para evitar que isso 
acontecesse”. 
Reduza a sensação de solidão e desamparo: 
• “Você não está sozinha nessa situação”. 
• “Estamos do seu lado”. 
• “Conte comigo”. 
• “Faremos todo o possível para lhe ajudar a passar por 
isso”. 
• “Qualquer tratamento irá levar em conta a sua vontade e 
os seus desejos”. 
6 – STRATEGY & SUMMARY | ESTRATÉGIA & 
RESUMO 
Pergunte se ele está pronto para falar sobre o tratamento: 
• Caso não esteja, combine de falar sobre isso em outro 
momento. 
Apresente opções de tratamento: 
• Decisões compartilhadas e divisão de responsabilidades 
→ Saudável para o paciente e para o médico. 
• Ofereça o melhor tratamento possível → Na maioria das 
vezes é multiprofissional. 
• Leve em conta os desejos do paciente (por ex.: Não 
receber ventilação mecânica). 
• Procure abordar os medos do paciente → Dor? 
Desassistência financeira? Invalidez? 
Qual o próximo passo? 
• Planejamento reduz ansiedade e aumenta o bem estar do 
paciente. 
• Nova consulta? Quando? 
• Novo exame? Quando? 
• Telefonema?

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