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A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

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A Família e suas Inter-relações com o Desenvolvimento Humano 
· A psicologia da família é uma área de conhecimento que trata da relação que cada um de seus membros estabelece, individualmente, com os demais integrantes de uma mesma família, enquanto a sociologia e a terapia familiar focalizam a família como unidade ou sistema, indo além das interações individuais entre os membros familiares; 
· Família é um sistema complexo, composto por subsistemas integrados e interdependentes, que estabelece uma relação bidirecional e de mutua influencia com o contexto sócio-histórico-cultural no qual está inserida. A família é um dos primeiros contextos de socialização dos indivíduos, possuindo papel fundamental para o entendimento do processo de desenvolvimento humano; 
· O desenvolvimento humano, por sua vez, também é um fenômeno complexo, pois compreende um processo de transformação que ocorre ao longo do tempo, sendo multideterminado tanto por fatores próprios dos indivíduos (traços de personalidade, características físicas) quanto por aspectos mais amplos do contexto social no qual eles estão inseridos; 
A Visão da Família como Sistema Complexo 
· A teoria sistêmica, os sistemas vivos, tais como a família, são regidos por alguns princípios básicos, dentre eles: 
(a) Sistema é todo organizado; 
(b) Os padrões, em um sistema, são circulares e não lineares, ou seja, há influencia mutua e bidirecionalidade entre os seus componentes; 
(c) Os sistemas vivos são abertos, ou seja, estabelecem trocas com o ambiente externo que, por sua vez, provocam transformações no sistema; 
(d) Sistemas também são complexos, isto é, compostos por subsistemas interdependentes; 
· Na família, as relações entre os seus membros tendem ao equilíbrio e são regulados pelos princípios de retroalimentação; 
· A família é um sistema complexo, composto por vários subsistemas, como marido-esposa, genitores-filhos, irmãos e irmãs, avós- netos; 
· Os subsistemas são separados por fronteiras e constituídos por regras e limites próprios que regulam os intercâmbios estabelecidos entre eles, o que permite a manutenção de sua integridade e de seus padrões próprios. A falta ou o afrouxamento exacerbado dessas fronteiras e desses limites pode caracterizar a patologia em um sistema familiar; 
Etapas evolutivas do grupo familiar
· Carter e McGoldrick propuseram estágios de desenvolvimento familiar: 
· 1º Estágio: é caracterizado pela separação do jovem adulto de sua família de origem e pela busca da própria independência financeira e emocional. A tarefa da família e do jovem, nesse estágio, é estabelecer essa separação sem, no entanto, romper bruscamente com ou fugir das relações familiares. O problema é a inexistência de um relacionamento mais igualitário entre os genitores e seus filhos adultos, o que dificulta o afrouxamento dos laços de dependência entre eles e o estabelecimento da independência do jovem adulto;
· Confiança;
· 2º Estágio: é a união das famílias de origem dos jovens adultos pelo casamento, ou seja, é a etapa de estabelecimento de uma nova relação conjugal. A tarefa de desenvolvimento própria dessa fase é a transformação dos dois sistemas familiares de origem, sua sobreposição e, consequentemente, a promoção do surgimento de um terceiro sistema composto pelo novo casal. Os problemas são incapacidade de promover a modificação do status vigente das famílias de origem dos parceiros e a dificuldade de formalizar o relacionamento do novo casal em função das deficiências existentes nas fronteiras de um ou de ambos os cônjuges com a sua própria família de origem; 
· Limites;
· 3º Estágio: é a transição do casal decorrente do nascimento dos filhos; é o momento em que os cônjuges se tornam genitores e a família convive com crianças pequenas. A principal tarefa desse período é avançar uma geração, cuidando da promoção do desenvolvimento da geração mais nova ou dos filhos pequenos. Os filhos passam, então, a ser genitores e os genitores, avós. O problema é o conflito conjugal decorrente de desentendimentos relacionados ao cuidado dos filhos e a divisão das tarefas domesticas. Nessa fase ocorre o maior número de divórcios, estando os casais, em geral, entre o primeiro e o quinto ano de casamento; 
· 4º Estágio: é a transformação do sistema familiar em função do período da adolescência dos filhos. A adolescência é uma fase em que os indivíduos buscam a construção de sua identidade e, portanto, questionam diversas regras, valores e crenças, anteriormente estabelecidos no relacionamentos com seus genitores e no contexto social em que estão inseridos, no intuito de diferenciarem-se, tornarem-se mais independentes e construírem seu espaço como indivíduos. A principal tarefa, no momento, é o aumento da flexibilidade nas interações entre os genitores e os filhos adolescentes e, consequentemente, uma diminuição da autoridade dos primeiros. Um problema enfrentado nessa fase é a crise do meio da vida, que é vivenciada especificamente pelo casal e caracterizado pelo questionamento e pela reflexão acerca das satisfações e insatisfações pessoais, profissionais e conjugais; 
· Pais revivem a adolescência;
· 5º Estágio: chegada das famílias ao meio da vida, proporcionando os recursos e o suporte necessários para que os filhos se tornem independentes e construam seus espaços pessoais e profissionais. A tarefa básica desse período é encaminhar os filhos adultos e buscar a reestruturação do relacionamento conjugal. Portanto, é fundamental que os cônjuges resgatem o momento inicial de sua vida conjugal, para que possam suportar a ausência dos filhos. Os problemas são famílias agarrarem-se aos filhos, dificultando o rompimento natural do vínculo genitores- filhos, e a emergência de sentimentos de vazio e depressão por parte dos genitores; 
· 6º Estágio: é a família no estágio tardio da vida, ou seja, a etapa em que os genitores ficam idosos ou chegam ao que é cotidianamente denominado terceira idade. A tarefa básica é a aceitação da mudança nos papeis geracionais, isto é, aqueles que antes eram filhos passam a ser genitores; aqueles que eram genitores passam a ser avós, com o nascimento dos netos exigindo uma adaptação ao novo papel familiar e a consciência do envelhecimento. O grande problema dessa fase consiste em lidar com questões próprias da idade madura, como a aposentadoria, casamento e o falecimento de entes queridos; 
· Impessoalidade; 
Família: uma visão sociológica 
· A família conjugal moderna predominou como modelo aceito socialmente; entretanto, a participação e a inserção da mulher nas diferentes esferas sociais e sua constituição como indivíduo abalaram o patriarcalismo e, consequentemente, a “família tradicional nuclear”. As mudanças no papel feminino geraram uma maior flexibilização das relações, provocando instabilidade e volatilidade nas relações intimas e uma constante reformulação de projetos individuais e grupais; 
· Todas as formas de família, independentemente da época de seu surgimento, requerem investigações mais sistemáticas, pois quase nada sabemos a respeito de sua funcionalidade e implicações para o desenvolvimento da criança; 
· O divorcio, por sua vez, introduziu novos componentes no funcionamento das famílias; 
· Famílias reconstituídas: as crianças tem que se adaptar a diminuição do tempo despendido com seu pai/mãe e as mudanças na rotina da casa, enfrentando o conflito surge frequentemente entre a “lealdade” com o pai e mãe biológico e a formação de uma relação mais íntima com o padrasto/madrasta; 
· Três outras formas de família: 
· Poligamia; 
· Família Extensas: a razão principal é econômica e, por isso, encontramos famílias extensas mais frequentemente em grupos com rendimento familiar insuficiente. A inclusão de parentes e, mesmo, de pessoas que não tem laços de consanguíneos traz muitas vantagens, uma vez que há um aumento das fontes de renda e o compartilhamento dos problemas e dos cuidados com as crianças; 
· Famílias Multigeracionais: cujo o convívio familiar ocorre entre 4 ou até mais gerações, surgiram a partir damelhoria da qualidade de vida, fator responsável pelo prolongamento dos anos de vida da população, em sociedades ocidentais. O convívio entre diferentes gerações propicia relações mais enriquecedoras para todos os membros, mas pode também se tornar um risco, a medida que a complexidade dos papeis, responsabilidades e identidades se confundem entre si; 
Definição ecopsicológica de família 
· Uma família é um grupo social especial, caracterizado por relações intimas e intergeracionais entre os membros. A família é um grupo mantido pelo parentesco e pelas relações interpessoais entre os membros, que são sustentadas por afeição, apoio, partilha de tarefas domésticos, cuidados com a prole e cooperação mútua em várias atividades; 
· De acordo com a concepção ecopsicológica, familiares são aqueles com os quais mantemos um vínculo baseado na intimidade e nas relações intergeracionais; 
· A definição ecopsicológica de Petzold inclui a maior parte de tipos de famílias existentes na atualidade, sem produzir preconceito ou exclusão em relação a este ou aquele tipo de família; 
· Para Kreppner, a família é definida por um tipo especial de relação, isto é, as relações intergeracionais entre, pelo menos, um pai ou uma mãe e seu filho. Portanto, para ele, a família é constituída pelas relações e pela transmissão de padrões de uma geração para outra; 
· Não se restringe aos laços sanguíneos. A família é um grupo mantido pelo parentesco e pelas relações interpessoais entre seus membros, que são sustentados por afeição, apoio, partilha de tarefas domesticas, cuidados com a prole e cooperação mútua em varias outras atividades; 
Família, Cultura e Desenvolvimento Humano: uma Interação Inevitável 
Família e Cultura: Promovendo o Desenvolvimento Humano 
· Kreppner propõe a redefinição da família, priorizando não so o seu importante papel na proteção do funcionamento biológico e na sobrevivência humana, mas também na manutenção e na transmissão de valores, tradições e significados culturais; 
· “Cada família e sua forma particular de manter a motivação e o significado entre seus membros pode ser interpretada como representando uma “cultura” particular, um tipo de unidade que produz modos peculiares para se comunicar como o mundo externo e para avaliar experiencias” (Kreppner); 
· Essa cultura familiar ou cultura das relações familiares é entendida como “um conjunto de regras tradicionais, implícitas e explícitas, valores, ações e ambientes materiais que são transmitidos pela linguagem, pelos símbolos e comportamentos, por um grupo de pessoas que interage de forma duradoura”. 
· A troca entre a criança e seu mundo externo é que vai formando um ambiente proximal da criança, o que definirá seus relacionamentos; 
· A família funciona, então, como mediadora desse processo, tanto promovendo uma cultura específica de comunicação e um clima emocional particular, como oferecendo suporte ou, mesmo, impedindo o desenvolvimento de várias habilidades infantis; 
Interações e Relações: a base para a compressão da dinâmica familiar 
· As interações e as relações desenvolvidas entre membros da família, bem como os padrões de comunicação estabelecidos entre eles nos diferentes subsistemas familiares, constituem as unidades mínimas de análise no estudo dos processos familiares. Mais do que comportamentos isolados, o que interessa no estudo desse sistema são as interações estabelecidas entre os membros, entre os subsistemas e entre estes e o contexto socio- histórico- cultural; 
· Segundo Hinde, a interação pode ser compreendida como incidentes ou episódios entre, no mínimo, duas pessoas. Nesses episódios, uma pessoa emite determinado comportamento em direção a outra pessoa e esta, por sua vez, emite uma resposta, formando cadeias de comportamentos que caracterizam o fluxo da interação. Uma interação envolve também uma série de outros aspectos como objetivos, duração, significados, expectativas. Os indivíduos em interação estão em uma troca mútua constante, monitorando um ao outro, o que implica o surgimento de respostas emocionais e interpretativas cognitivas, as quais afetam a continuidade ou não dessas interações e o comportamento futuro desses indivíduos; 
· Uma relação é composta por interações já estabelecidas entre, no mínimo, duas pessoas. As relações incluem trocas verbais e não-verbais entre as pessoas, ao longo de determinado período de tempo, constituindo um potencial para o estabelecimento de interações futuras. Os indivíduos não precisam estar continuamente em interação para que sua relação seja mantida. Mesmo em períodos em que os indivíduos não tem contato, as interações passadas exercem influencia e auxiliam a dar continuidade a relação, o que não acontece em interações com pessoas estranhas; 
· Uma interação envolve um ciclo de tempo estritamente limitado e uma relação envolve passado, presente e futuro. As trajetórias de uma relação dependem, sobretudo, das características individuais dos participantes, das influencias sociais ou de outras díades na relação, dos processos cognitivos de dissonância e atribuição entre os membros da díade, dentre outros fatores; 
· Os padrões familiares que se estabelecem entre eles dependem das trajetórias de desenvolvimento de cada indivíduo e do grupo familiar; 
A Família em uma Perspectiva Intergeracional 
· Pensar em desenvolvimento humano significa pensar no estabelecimento de relações que o indivíduo mantém com seus contextos proximais- isto é, a família, o local de trabalho ou estudo, sua comunidade- e com os contextos distais- como valores, as crenças, a cultura; 
· Para Kreppner, a transmissão de conhecimento acumulado de uma geração a outra é uma ideia central para a compreensão do conceito de ciclo de desenvolvimento cultural, o que reflete a clara inter-relação entre desenvolvimento, família e cultura; 
· A noção de família que percebe o homem como ser relacional, habilitado para acumular conhecimento ao longo das gerações e capaz de estabelecer padrões comuns de valores, crenças e normas, ou seja, de criar e recriar cultura; 
· O sistema familiar e os relacionamentos estabelecidas entre os membros de uma família sofrem modificações ao longo do processo de desenvolvimento familiar e individual. Portanto, uma compreensão mais aprofundada da dinâmica e do funcionamento desse sistema requer considerar, ao menos, três gerações (avós, genitores e filhos e suas respectivas experiencias quanto as transições do ciclo da vida familiar; 
· Há uma forte influencia das gerações mais velhas nas gerações mais novas, a criança é entendida como participante ativo, pois, deste muito cedo, mantem trocas de significados nas relações que estabelece com seus genitores, avós e demais pessoas. E, nessa troca com seus familiares e com outras pessoas, exerce influencia na construção do conhecimento intergeracional e na transmissão de significado e cultura no contexto da família; 
O Estudo da Família na Perspectiva do Desenvolvimento 
Tendências atuais: o que é relevante considerar? 
· A relação marital exerce um papel importante no desenvolvimento da criança, especialmente nos primeiros anos da infância. De acordo com Kreppner, a influencia da relação conjugal no desenvolvimento dos filhos ocorre, principalmente, por meio da qualidade da comunicação estabelecida entre os cônjuges; 
· Os padrões de comunicação conjugal e parental desenvolvidos em uma determinada família servem, então, de modelo para os filhos, que tendem a reproduzi-los na formação de um novo ciclo familiar; 
· Erel e Burman mostra evidencias contundentes da influencia da relação marital no bem-estar da criança e sugere que a satisfação marital é preditor de uma boa saúde física e emocional dos filhos, enquanto as tensões na relação conjugal produzem um mau funcionamento na relação genitores-criança, Kreppner também ressalta o impacto da qualidade da relação marital no desenvolvimento adolescente, durante a transição normativa da infância para adolescência; 
· A classe social e o nível educacional dos indivíduos colaboram na construçãodos valores e crenças parentais que, por sua vez, tem um impacto positivo ou negativo nas praticas dos genitores em relação aos seus filhos; 
Desafios Metodológicos no Estudo da Inter-Relação Família e Desenvolvimento: uma Proposta para Gerar Dados
· Kreppner descreveu as mudanças nos estilos de comunicação entre genitores-filhos, durante as transições do primeiro filho para a adolescência; 
· Planejamento de pesquisa longitudinal – que englobe, no mínimo, o período completo de transição focalizado no estudo em questão- e também incluir toda a família na coleta de dados, usando uma abordagem multimetodológica; 
· Padrões de comunicação diferem em díades e tríades; 
· Comparação de relações entre a família; 
· Kreppner e Ullrich mostram claramente que, durante a passagem para adolescência, há um aumento nos estilos de comunicação que privilegiam a negociação e a afirmação da posição do primeiro filho enquanto sujeito; 
Considerações Finais 
· A família e as relações que os membros familiares mantem entre si não podem mais ser analisadas hoje sem levar em consideração a sua integração ao contexto socio-histórico- cultural; 
As transformações ocorridas na família ao longo dos tempos 
· A disseminação do individualismo e as intensas transformações no papel feminino enfraqueceram a relevância do modelo tradicional nuclear da família e provocaram outras mudanças, tanto no contexto brasileiro; 
· As estatísticas mostram uma diminuição na taxa de casamentos, um aumento do número de divórcios e uma redução do número de filhos por família. A diminuição do tamanho das famílias e do numero de filhos parece ser mais um reflexo do aumento das taxas de divorcio e separação vivenciada por diferentes classes sociais, da inserção da mulher no mercado de trabalho, do surgimento da pílula anticoncepcional e das várias mudanças nos valores socioculturais;
· A ambivalência da mulher em relação ao seu papel profissional e de mãe provocou não só mudanças nas relações maritais e parentais, como também propiciou uma maior valorização do papel dos avós e dos irmãos como agentes de cuidado e suporte social no contexto familiar; 
· Segundo Stratton esse estilo de vida tem acarretado mudanças também nos papeis da criança dentro da família, pois é exigido delas uma maior independência; 
· Stratton: fazem as refeições em conjunto pode facilitar formas de interação positiva, enriquecer a experiencia e expandir o repertório social da família; 
· A família ainda continua sendo uma instituição forte e de influência, mas um pouco mais complexa e flexível do que as imagens do passado nos levariam a pensar; 
· Prevalece enraizada a tendência em manter o compromisso e o suporte social e econômico entre os membros de uma família, visando fornecer uma infra-estrutura para o desenvolvimento de suas crianças;
· Com base na complexidade do sistema familiar, Kreppner menciona alguns desafios a serem enfrentados pelos pesquisadores da área de desenvolvimento familiar: 
1. Analisar as relações familiares do ponto de vista qualitativo e histórico, considerando a capacidade de adaptação e recuperação dos indivíduos e das famílias diante de situações de estresse; 
2. Considerar não somente as trocas verbais, mas também aspectos da comunicação não- verbal existentes nas relações; 
3. Avaliar o maior número possível de relações em uma família, ou seja, díades, tríades e outras; 
4. Analisar a comunicação e as interações familiares; 
5. Estabelecer recordes centrados nos momentos de transição; 
6. Utilizar metodologias longitudinais e amostras mais representativas; 
7. Considerar a família como contexto central de produção, manutenção e transmissão de significado e cultura; 
· Para entender as inter-relações entre família, desenvolvimento e cultura, conforme salienta Kreppner: 
(a) Direcionar o foco de analise não para pessoas, individualmente, mas para as relações; 
(b) Compreender que a qualidade emocional da comunicação entre o cuidador e a criança é uma das bases para se estabelecer o funcionamento de uma relação e uma cultura de comunicação comum no seio de uma família; 
(c) Ter em mente que a rede completa de relações de uma família deve ser focalizada, para os estágios de desenvolvimento da criança; 
Família: 
· Estrutura; 
· Dinâmica; 
· Função; 
· Retroalimentação;
· Equilibração; 
· Patologia Familiar: se dá pela falta ou afrouxamento exacerbados dos limites entre esses subsistemas; 
· Subsistemas são separados por fronteiras constituídas por regras e limites próprios que regulam o intercambio entre eles;
· Crises normativas: mudança/ transformação ocorridas ao longo do ciclo de vida da família;

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