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Síndromes Demenciais

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Síndromes demenciais
Psiquiatria 9
* Demência: processo de doença marcado pelo declínio cognitivo, mas com clareza de consciência. A demência não se refere a um baixo funcionamento intelectual, nem retardo mental, porque estas são condições de desenvolvimento e estáticas, e os déficits cognitivos na demência representam um declínio de níveis anteriores de funcionamento. A demência envolve múltiplos domínios cognitivos, e déficits cognitivos causam prejuízo significativo no funcionamento social e profissional.
* Tipos de Demências com Base na Etiologia:
· Doença de Alzheimer
· Demência com Corpos de Lewy
· Demência Vascular 
· Demência Frontotemporal,
· Lesão Cerebral Traumática (LCT)
· HIV
· Doença do Príon
· Doença de Parkinson
· Doença de Huntington
* Pontos clínicos críticos da demência são a identificação da síndrome e o exame clínico de sua causa. O transtorno pode ser progressivo ou estático; permanente ou reversível. Presume-se sempre uma causa subjacente, embora, em casos raros, seja impossível determinar uma causa específica.
epidemiologia
* 50 a 60% apresentam o tipo mais comum, a demência do tipo Alzheimer (doença de Alzheimer). Sua prevalência aumenta com o avanço da idade.
* Segundo tipo mais comum é a demência vascular, que apresenta uma relação causal com doenças cerebrovasculares. Hipertensão predispõe o indivíduo à doença. A demência vascular responde por 15 a 30% de todos os casos de demência. Ela é a ocorrência mais comum em pessoas na faixa etária dos 60 e dos 70 anos e ocorre com maior frequência em homens do que em mulheres.
* Outras causas comuns de demência, cada uma com representação de 1 a 5% de todos os casos, incluem lesão cerebral traumática, demências relacionadas ao álcool e diversas relacionadas a transtornos do movimento, como doença de Huntington e doença de Parkinson. Visto ser uma síndrome bastante geral, a demência apresenta várias causas, e o médico deve se dedicar a um exame clínico cuidadoso de um paciente com demência para estabelecer sua causa.
demência do tipo alzheimer
* Diagnóstico final de doença de Alzheimer requer exame neuropatológico do encéfalo; mesmo assim, demência do tipo Alzheimer é habitualmente diagnosticada no contexto clínico depois que outras causas de demência foram excluídas da consideração diagnóstica.
* Causa de demência do tipo Alzheimer continua desconhecida, houve progresso na compreensão da base molecular dos depósitos amiloides, que são a característica típica da neuropatologia do transtorno.
* Até 40% dos pacientes apresentam história familiar de demência do tipo Alzheimer; portanto, supõe-se que fatores genéticos contribuam para seu desenvolvimento.
* Observação neuroanatômica macroscópica clássica do cérebro de um paciente com doença de Alzheimer mostra atrofia difusa com sulcos corticais achatados e ventrículos cerebrais aumentados. Os achados clássicos e microscópicos patognomônicos são placas senis, emaranhados neurofibrilares, perda neuronal (em especial no córtex e no hipocampo), perda sináptica (possivelmente até 50% no córtex) e degeneração granulovascular dos neurônios. Emaranhados neurofibrilares são compostos por elementos do citoesqueleto, sobretudo por proteína tau fosforilada, embora outras proteínas do citoesqueleto também estejam presentes. Esses emaranhados não se restringem à doença de Alzheimer; eles também ocorrem na síndrome de Down, na demência pugilística (síndrome do boxeador), no complexo parkinsonismo-demência de Guam, na doença de Hallervorden-Spatz e no cérebro de indivíduos normais durante o processo de envelhecimento. Emaranhados neurofibrilares costumam ser encontrados no córtex, no hipocampo, na substância negra e no locus ceruleus.
* Placas senis, também chamadas de placas amiloides ou neuríticas, são fortes indicadores da doença de Alzheimer, embora também sejam observadas na síndrome de Down e, até certo ponto, no envelhecimento normal. Essas placas são compostas por uma proteína específica, β/A4, e astrócitos, processos neuronais distróficos e micróglia. A quantidade e a densidade de placas senis presentes post-mortem no cérebro foram correlacionadas à gravidade da doença que afetou o indivíduo em vida.
* Neurotransmissores que estão envolvidos com maior frequência na condição fisiopatológica da doença de Alzheimer são acetilcolina e norepinefrina, e supõe-se que ambos sejam hipoativos na doença de Alzheimer.
· Estudos relataram dados consistentes com a hipótese de que a degeneração específica de neurônios colinérgicos esteja presente no núcleo basal de Meynert em indivíduos com essa doença. Outros dados que oferecem respaldo à ideia de um déficit colinérgico na doença de Alzheimer demonstraram redução das concentrações de acetilcolina e colina acetiltransferase no cérebro. Colina acetiltransferase é a enzima fundamental para a síntese de acetilcolina, e a redução das concentrações da primeira sugere uma diminuição da quantidade de neurônios colinérgicos presentes. Outra fundamentação da hipótese do déficit colinérgico origina-se da observação de que antagonistas colinérgicos, como escopolamina e atropina, prejudicam capacidades cognitivas, enquanto agonistas colinérgicos, como fisostigmina e arecolina, intensificam habilidades cognitivas.
· Redução da atividade de norepinefrina na doença de Alzheimer é sugerida pela diminuição da quantidade de neurônios que contêm norepinefrina no locus ceruleus encontrada em alguns exames patológicos do cérebro de indivíduos com doença de Alzheimer. 
* Outros dois neurotransmissores envolvidos na condição fisiopatológica da doença são os peptídeos neuroativos somatostatina e corticotrofina; concentrações reduzidas de ambos foram relatadas em pessoas com doença de Alzheimer.

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