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D Penal IV

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Direito Penal IV 
 
 Aula 01 – 02/Ago/10 
 
Professor: Murilo Buchmann 
Provas: - Estilo ENADE 
 1º Bimestre – 13/09 – Valor: 10,00 
 2º Bimestre – 22/11 – Valor: 10,00 
 2ª Chamada – 06/12 – Valor: 10,00 
 Exame Final – 13/12 – Valor: 10,00 
 
Bibliografia: 
No Plano de Aula. 
 
Aulas Complementares 
 Agosto – Dia 21 
 Setembro – Dia 11 
 Outubro – Dia 16 
 Novembro – Dia 13 
 Dezembro – Dia 04 
 
 
1. Bem Jurídico Tutelado = Objeto Jurídico = Objetividade Jurídica 
 - O que a norma penal incriminadora protege. 
 - Normas penais incriminadoras são os bens em espécie. 
 - Os Títulos dos Capítulos da Parte Especial vão auxiliar a descobrir o bem 
tutelado. 
 - Ex.: Art. 121 Crime de Homicídio – Bem Tutelado é a Vida(Capitulo) da 
Pessoa(Titulo). – No homicídio tem objeto jurídico igual ao objeto material. 
 - Ex.: Crime de Furto - Bem Tutelado é o Patrimônio(Titulo). 
 
2. Sujeitos – Ativo – Passivo 
- Crime Próprio: Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: → Só a mãe genitora 
pode cometer este crime. 
- Crime Comum: Crime Estupro – Qualquer um pode praticar, porém o 
Sujeito Passivo não pode ser qualquer pessoa tem que ser uma Mulher a pessoa 
estuprada. Obs.: Mulher também pode praticar o Estupro, como sujeito Ativo 
mediato(ameaçando a um homem a matar a pessoa). 
- Sujeito Passivo: quem sofre o crime. Pode ocorrer em haver dois sujeitos 
passivos em um crime complexo. 
3. Tipo Objetivo – Elemento Objetivos – Tipicidade Objetiva – Ação Física 
 - Tipo penal tem elementos que o constitui e entre elas teria a ação física. 
 - Direito Penal é um conjunto de normas. 
 - Os elementos constitutivos do tipo, analisados. Ex.: Matar alguém – só 
pode ser o ser humano com vida – então este é o elemento objetivo. 
4. Tipo Subjetivo – Elemento Subjetivo 
 - Dolo ou Culpa 
 5. Elemento Normativo 
 - Tipos penais que necessitam de uma juízo de valor a mais do interprete 
da norma. Ex.: Passar cheque sem fundo. Art. 171 – Estelionato. Ex.2: Ato 
Obsceno - Art. 233. 
6. Consumação – Tentativa 
Crime consumado 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao 
crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
 - Consumação: às vezes o crime se consuma instantaneamente (ex.: 
homicídio). Tem crime que se expandem no tempo (ex.: Sequestro). 
 - Tentativa: Existem crimes que não se aceitam forma tentada, como por 
exemplo crimes culposos e preterdolosos, omissivos próprios(Ex.: Deixar de 
prestar socorro). 
7. Classificação Jurídica 
8. Pena – Ação Penal 
 - 4 Tipos de Ação Penal: Incondicionada(qualquer um pode entrar com a 
ação), Condicionada (manifestação da vitima), Por Queixa e Privada Subsidiária 
da Pública (a parte ofendida pode entrar com a denuncia). 
 
 Aula 02 – 03/Ago/10 
 
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu 
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
Superveniência de causa independente 
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, 
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
Relevância da omissão 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o 
resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
1. Homicídio – Art. 121 
 - Título: Dos Crime Contra a Pessoa 
- Capítulo I : Dos Crime Contra a Vida 
 - Protege o Ser-humano, nascido de mulher. 
 - Crime Comum 
 - Sujeito Passivo: qualquer ser humano VIVO. 
 - Sujeito Ativo: qualquer ser humano. 
 - Tipo Objetivo: Matar alguém. 
 - Elemento Subjetivo: o crime se perfaz por tipo doloso, mas pode ocorrer 
de forma culposa. 
1.1 Homicídio Simples 
Art 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 - Matar: ceifar com a vida de alguém, acabar com a vida. 
 - Quando começa a vida? Como saber se a pessoa está vivo? 
 - Se a pessoa nasce morto (natimorto), não ocorre um homicídio. 
 - Se o cérebro parar não há como falar em pessoa viva. 
 - A vida no Direito Penal começa quando há nidação, momento em que o 
embrião se aloja no útero, pois o código o embrião já é pessoa. → Do Embrião até 
o Parto é considerado Crime de Aborto (art. 124 a 126). 
 - Crime de ação livre: pode ser praticado por todas as formas possíveis e 
imagináveis. 
 - Crime material, pois está vinculado a morte da pessoa. Então nestes 
crimes só pode ocorrer se você tiver dado causa ao resultado. 
 - É possível o crime de homicídio por omissão (Ex.: Estar em posição de 
garante da vida da pessoa – art. 13,§2º, b) 
 - Dolo 1º Grau - 
 - Dolo 2º Grau - o meio utilizado pelo criminoso é o meio necessário para 
levar a aquela pessoa a óbito. Dolo de consequência necessária. Ex.: Uma pessoa 
quer explodir uma avião para matar o piloto, mas está toda a tripulação dentro 
do avião. Então você age com Dolo Direto de 2º, pois o meio é necessário. 
 - Dolo Eventual – Tem consciência que vai ocorrer e assume o risco. Vou 
atirar o pedra na janela, eu não quero matar ninguém, mas se matar tudo bem. 
 - Culpa Consciente – Não quer que ocorra. Vou atirar o pedra na janela, eu 
não quero matar ninguém, mas se matar não está tudo bem. 
 - Culpa Inconsciente – Culpa normal, por imperícia ou negligencia. 
 
Situação: Sujeito pretende matar a pessoa, atira, mas não o mata, pois vê a outra 
pessoa chorando, guarda a arma e vai embora. Então ele responde por Lesão 
Corporal (pensamento de Damásio), responde por Tentativa de Homicídio 
(pensamento da maioria, pois dá um tiro com a vontade de matar). 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço 
 - Cezar Bittencourt entende o poder de diminuir é uma obrigação. 
 - Damásio de Jesus entende que é uma faculdade. 
 - Relevante valor social: diz respeito a coletividade - não é um motivo 
qualquer, ex.: sujeito que mata o traidor da pátria, pois a conduta é criminosa 
mas o motivo é nobre. 
 - Relevante valor moral: diz respeito apenas a uma pessoa. Ex.: Sujeito 
que mata o estuprador de sua filha. 
 - Violenta emoção: quer dizer uma emoção acentuadíssima. Emoção é 
uma instabilidade passageira. 
 - Injusta provocação, logo após: a provocação não pode ser suficiente para 
a agressão, senão justifica a legitima defesa. 
1.2 Homicídio Qualificado 
2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 - Motivos do Crime: incs. I e II 
 - I: Dois exemplos e depois uma forma genérica – Isto é uma forma 
de interpretaçãoanalógica, onde tem uma fórmula casuística e depois um forma 
genérica. Motivo Torpe é um motivo vil que causa repugnância na sociedade. 
Paga(antes do crime) ou promessa(depois do crime) recompensa é o por 
exemplo o mercenário, onde comporta todo tipo de promessa, não só dinheiro. 
 - Ex.: Sujeito chega em casa e diz para a esposa que a filha foi morta 
por estupro. Ele contrata uma pessoa para matar o sujeito, este vai e o mata. 
Então o pagamento ou promessa de pagamento não é sempre elemento do crime 
o autor intelectual. 
 - Meios do Crime: inc. III 
 - Modos do Crime: inc. IV 
 - Fins do Crime: inc. V 
 - Pode haver a diminuição da pena mesmo sendo um homicídio 
qualificado, desde que a qualificadora não seja por motivos do crime. 
1.3 Homicídio Culposo 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato 
socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em 
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado 
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
2. Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o 
parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
 Aula 03 – 09/Ago/10 
 
Homicídio – Continuação 
 
- O homicídio começa a partir da nidação. 
1.2 Homicídio Qualificado 
 - Motivos: incs. I e II 
 - Meios: incs. III 
 - Modos: incs. IV 
 - Fins: incs. V 
 - Tipo Derivado: e uma derivação da estrutura, do tipo simples. 
 - Circunstâncias pessoais ou objetivas. 
 - Não existia homicídio como crime hediondo, mas a partir de 94 o 
homicídio qualificado foi classificado como crime hediondo. – L. 8930/94 
- Motivos Qualificadores: 
 - Motivo Torpe: motivo vil, abjeto. A vingança nem sempre é motivo torpe 
(Pai que mata o estuprador de sua filha). 
 - Promessa de Recompensa é qualquer tipo de promessa, não é 
necessariamente econômica. Art. 30, CP estabelece o concurso de pessoas. 
 - A motivação é pessoal, quem mata pra receber, faz por motivo pessoal. 
Então quem manda matar não responde por esta qualificadora. 
 - Motivação Fútil: motivo desproporcional ou insignificante. 
 - A ausência de motivo não leva a qualificadora, logo o homicídio é 
simples. 
 - Veneno em Meio insidioso é meio dissimulado na sua essência. Então o 
veneno para ser considerado meio insidioso, a pessoa não pode saber que está 
ingerindo venoso. Veneno é qualquer substância de meio animal, vegetal ou 
mineral que cause mal a pessoa. Ex.: Dar uma superdose de açúcar para um 
Diabético. 
- Meios Qualificadores 
 - Meio Cruel: Asfixia, Tortura, ou outro meio cruel. Quem trás uma 
sofrimento a mais a uma vítima. Asfixia poderia ser o Entupimento das vias áreas 
da vítima, pode ser química ou mecânica. Tortura 
 - Lei 9455/97, Art. 1º - Definição de Tortura: é onde trás um maior 
padecimento físico. 
 - Se a Tortura gera a morte, mas não havia a pretensão de matá-lo – Então 
responde pela tortura, mas com o resultado a morte. 
 - Concurso de pessoas é sinônimo de divisão de trabalho, se não houver 
divisão de trabalho não é concurso pessoas. 
 - Se pratica um crime que resulta morte, é por homicídio culposo ( com 
exceções dos arts. 157, 158, 159). 
 - Perigo não é individual, é coletivo → expõem ao perigo um número 
indeterminado de Pessoas ou de Bens. (art. 250, 251). Se o sujeito toca fogo num 
prédio para matar uma pessoa, mas este fogo pode gerar um fogo coletivo, 
matando mais pessoas, então ele responde por dois crimes, um deles é o crime 
de homicídio qualificado. 
 - Observação a fogo ou asfixia pode ser também um meio cruel. 
 - Uso de arma não é meio cruel, pois não é tipificado como sendo. 
- Modos Qualificadores 
 - A maneira de agir do criminoso 
 - Emboscada, Traição e Dissimulação são modos de agir que trazem 
dificuldade ou impossibilidade da vítima de agir 
 - Traição: traiçoeiro, enganar, ataque sorrateiro. Tiro nas costas nem 
sempre é sinônimo de traição. Só pode ser de modo a impossibilitar ou dificultar 
a defesa da vítima. 
 - Emboscada: Ocultar-se para poder atacar. (Seria esperar no bosque). É a 
tocaia. 
 - Dissimulação: modo dissimulado, esconde o a verdadeira intenção. Uso 
de disfarce 
 - Outra meio que dificulte ou impossibilite: A surpresa é um meio, pois a 
vítima não pode esperar pelo ataque. 
- Fins Qualificadores 
 - Não pode ser o patrimônio, senão é latrocínio. 
 - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de 
outro crime 
 - Assegurar a Execução: Ex.: Matar o guarda-costas para matar o outra 
pessoa 
 - Ocultação: é para esconder um outro crime. Ex.: Matar aquele que 
descobre ou pode descobrir o crime. Ex.: Crime de execução fiscal, então para 
ocultar o crime acaba mantando o fiscal. 
 - Assegurar Impunidade de outro crime: Ex.: Ladrão notando ter sido 
reconhecido por alguém, durante a pratica do furto, elimina essa pessoa, para 
não ser identificado. Ex.: Se atirar num cadáver e depois matar a testemunha, não 
é homicídio qualificado, pois ao atirar num cadáver não é considerado crime. 
 - Vantagem de outro crime: Ex.: Elimina-se o parceiro para ficar 
integralmente com o dinheiro conseguido à custa de algum direito. 
1.3 Homicídio Culposo 
 - Não se considera as hipóteses de trânsito. 
 - Clássicas hipóteses de imperícia e negligência. 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato 
socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em 
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado 
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos 
 - Ex.: O médico vai operar alguém, mas não esteriliza os seus 
equipamentos e ao operar alguém, este morre. Então neste caso houve a pena 
aumentada. 
 - Ex.: Engenheiro que não segue as regras técnicas para construir um 
prédio. 
 - Não prestar o socorro a vítima em crime culposo, aumenta a pena em 
1/3. Observa-se que só aumenta se ninguém prestar socorro a vítima. 
 - Não procura diminuir as consequências do seu ato. Ex.: O sujeito não usa 
o carro pra levar a vitima ao hospital ou não liga para a Ecosalva. 
 - Detenção o delegado pode definir a fiança. 
 - Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o 
crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 
(sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências 
da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
 - O instituto que juiz pode deixar de aplicar a pena é o perdão judicial. Ex.: 
O pai estava limpando a arma, atira e mata o filho. O juiz pode deixar de aplicar a 
pena pois o acontecimento de perder o filho é muito maior que a própria pena. 
 
 Aula 04 – 10/Ago/10 
 
1. Induzimento ou Instigação ao Suicídio – Art. 122 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da 
tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
 - Indução: a pessoa não quer se matar, mas você coloca a Idéia na cabeça 
 - Instigação: a pessoa que se matar e você auxilia ao suicídio. 
 - Ex.: Casal quer se matar. O homem abre a torneira com gás venenoso. Se 
os dois morrem, nada acontece. Se o homem morrer, mulher responde por 
instigação ao suicídio. Se a mulher morrer, o homem responde por homicídio por 
execução. 
2. Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 - Um crime autônomo e independente, com contornos próprios, nada 
haver com o homicídio. 
 - Bem Jurídico Tutelado: A vida do nascente ou do neonato. 
 - Sujeito Ativo: Crime Próprio: Praticado pela mãe. 
 - Sujeito Passivo: nascente ou neonato. 
 - Tipo Objetivo: Matar indica crime de ação livre, então a mãe pode matar 
de qualquer forma. A temporalidade “logo após” é significado assim que nasceu, 
porém a jurisprudência anda dilatando este “logo após”, considerando este 
período de “logo após” até o fim do estado puerperal. 
 - Não confundir dolo com o estado puerperal (elemento normativo do 
tipo). 
 - Estado puerperal é condições psicossomáticas que advém pelo parto ou 
após ele. Só é infanticídio se matar sobre estas condições. 
 - Então se a mãe matar o filho sem a influencia puerperal, responde por 
homicídio. 
 - Se a mulher sobre a influencia de estado puerperal não tinha condições 
de saber ou de querer, diminuir a capacidade da mulher → Então ela é incapaz e 
não é punida. 
 - É um crime material, portanto se consuma um resultado naturalístico, 
com a morte do nascente ou neonato. 
 - Se a mulher por alguma motivo não conseguir matar a criança no estado 
puerperal é tido como tentativa. 
 - Elemento Subjetivo: Dolo – vontade de livre consciência dirigida ao fim. 
 - Se a mãe mata o filho por imprudência, responde por homicídio culposo 
(Nucci e Bittencourt), não responde por crime por falta de tipicidade e art. 18, § 
Ú (Damásio e outros). 
Art. 18, § Ú - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, 
senão quando o pratica dolosamente 
 - Teoria do Erro: falsa percepção da realidade (art. 20, §3º) - O erro quanto à 
pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as 
condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o 
crime. 
 - Se a mãe mata o filho de outra mulher, achando que era seu → Crime de 
Infanticídio por Erro de Pessoa. 
Regras comuns às penas privativas de liberdade 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um 
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena 
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais 
grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. 
 - Art. 29 – Autor ( Restritiva) 
 - Participe ( conduta secundária) 
Hipótese 01 → A mãe sozinha mata o nascente ou neonato sob influencia do 
estado puerperal → Crime de Infanticídio. (art. 123) 
Hipótese 02 → Mãe + 3º (Secundário - Participe) → Mãe responde por 
infanticídio (art. 123), 3º responde por infanticídio (pensamento majoritário, 
pois o acessório segue ao principal) (antes tinha quem achava que fosse 
homicídio) 
Hipótese 03 → Mãe + 3º (em Coautoria) → Mãe responde por infanticídio (art. 
123), 3º responde por infanticídio (pensamento majoritário, pois é elementar do 
crime) (antes tinha quem achava que fosse homicídio) 
Hipótese 04 → 3º Mata + Mãe (Partícipe) → 3º responde por homicídio (art. 
121), Mãe responde por homicídio (Bittercourt). Tem posição que ambos 
respondem por Infanticídio e outra posição é de 3º homicídio e Mãe infanticídio. 
 
 Aula 05 – 16/Ago/10 
 
1. Aborto 
 - Natural: não é crime 
 - Acidental 
 - Social: quando há muitos filhos – dto penal internacional 
 - Legal 
 - Eugênico: quando é inviável a vida extrauterina → é crime pois a 
medicina não tem como afirmar 100% que o feto não sobreviverá após o parto. 
 - Aborto de Anencefálico: STF x Doutrina Penal. Se quando há morte 
encefálica já se permite a utilização de órgãos. Não há do que se falar em pessoa 
quando não há cérebro – art.3º L. 9.434/97. Nem culpável é, uma vez que não se 
pode exigir conduta diversa desta mãe. 
 - Aborto criminoso: art. 124,125,126. 
 - Bem Jdco Tutelado: art 124 (feto), 125 e 126 (mãe e feto). 
 - Suj Ativo: art 124 (crime próprio) mãe gestante; 125,126(comum) não 
há qualificação específica. 
Art. 29 Concurso de Pessoas (Gênero); Autor e Partícipe (espécies). 
I, do art. 29 - Monista ou Unitário (regra) 
Exceção à regra: Teoria pluralista: crime para cada participante ( art. 235;244; 
124 – 3º que auxilia a gestante, comete outro crime ). 
 - O art. 124 só aceita concurso de pessoas quando o 3º é participe. 
- Ex.: Mãe quer abortar e 3º auxilia na ação do crime. Mãe → 124; 
3º → 126 (não há coautoria no 124). 
 - Ex.2: Mãe quer abortar e o 3º auxilia moralmente. Mãe → 
124; 3º → 124 (participe). 
 - Tipo objetivo: provocar o aborto (ação física). Aborto é elemento 
normativo. 
 - Ocorre quando há nidação 
 - A partir do trabalho de parto, não se fala + em aborto e 
sim homicídio ou infanticídio. 
 - O consentimento pode afastar a antijuridicidade, mas pode fazer 
parte do tipo, como no 126. 
 - A falta de consentimento é elementar do tipo de 125. 
 - Consumação: com o resultado naturalístico→morte do feto. 
 - Tentativa: crime material aceita tentativa 
 - Obs.: 124→ a doutrina recomenda não punir a mulher em caso de 
tentativa, para ela não tentar interromper novamente a gravidez (política 
criminal). 
 - Elemento Subjetivo: não há aborto culposo – Dolo. 
 - Só há aborto culposo em uma forma (que não há crime de 
aborto) – art. 120, §2º, V. 
 - Ex.: “A” atira em “B”, mulher grávida, com intuito de matá-
la, conhecendo o estado de gravidez . “B” é salva dias. Após isso nasce o bebê, que 
falece 10 dias depois em razão das lesões sofridas pelo tiro. 
 - Em relação a mulher: art. 121 (caput), 
 - Aborto consumado em relação ao bebê (consumado 
mesmo dias após a ação). – art. 125 
 - Outra posição: homicídio consumado, pois a criança 
morreu. 
 - Ex2.: A mãe pede para o médico fazer aborto há 2 bebês. 
Se a mãe souber que há 2 bebês. 2 abortos (art. 124). Se o médico souber que há 
2 bebês (art. 126). 
 - Ex.3: X chuta a mãe e há a morte do bebê, lesão corporal 
na mãe com resultado do aborto + 125 (se X sabia que a mulher estava grávida). 
 - Lesão corporal com resultado aborto (se X não sabia que a 
mulher estava grávida). 
 
 
 
 
Aula 06 – 17/Ago/10 
- Tem uma questão na prova 
1. Aborto 
 - o Aborto se consome com a morte do feto ou do embrião. 
1.1 Aborto provocado por Terceiro – Art. 125, 126 
Aborto provocado por terceiro 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou 
é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou 
violência 
 - Se mulher for alienada, débil mental ou menor de quatorze anos. 
 - Se com consentimento da gestante – a mulher está sujeita a pena do art. 
124 e o 3º que provoca o aborto, o art. 126. 
Forma qualificada 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em 
conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal 
de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
 - Código equivoca-se em formas qualificadas ao dizer, por não serem 
qualificadoras, são causas especiais de aumento de pena (majorantes). 
→ Qualificadoras: tipos penais derivados 
→ Majorantes: deve-se verificar na ultima fase do cálculo da pena. 
 - Formas qualificadas: 
 - Lesão grave: faz referênciaaos §§1º e 2º do art. 129. 
 - Se ao provocar o aborto, matar a gestante, o terceiro terá sua 
pena duplicada. 
 - Hipótese: O médico estava no meio da cirurgia para provocar o 
aborto. Aplica uma anestesia. Mas antes de fazer o aborto a Policia chega a 
impede o aborto. Então houve a tentativa de aborto, porém a paciente sofreu 
lesão grave na perna devido a anestesia. → havendo a majorante consumada, o 
crime fica na esfera dolosa, logo não importa que não tenha conseguido ter feito 
a morte, pois o médico acabou lesando gravemente a paciente, era como se fosse 
consumado (aplica-se o art. 126 com o art. 127). 
 - O legislador deixou de fora o art. 124 pois o direito não puni se 
você auto-lesionar. 
Agravação pelo resultado 
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver 
causado ao menos culposamente. 
 - Se resulta morte em regra: grave o resultado de forma culposa. 
 - Crimes culposos, omissivos próprios e os crimes preterdolosos (dolo no 
precedente e culpa no consequente) não aceitam tentativas. 
1.3 Exceção ao Aborto – Médico 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 - É isento de pena pois houve a ausência de antijuridicidade. 
 - Só é permitido se não houver nenhum outro meio para salvar a vida da 
gestante. 
 - Já que a conduta do autor (médico) não é antijurídico, então o participe 
(enfermeira) também não seria punido. 
 - Se uma parteira mata o feto para salvar a gestante (último caso) → É 
crime porém foi feito em Estado de Necessidade. 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal. 
 - É isento de pena pois houve a ausência de antijuridicidade. 
 - Hoje é crime o estupro (constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se 
pratique outro ato libidinoso). 
 - É desnecessário uma alvará judicial para que seja feito o aborto por 
estupro. Porém seria aconselhável o médico ter pelo menos um Boletim de 
Ocorrência, para se proteger. Se a gestante estava mentindo o médico está isento 
pelo Erro do Tipo (art. 20, §1º). 
 
2. Lesões Corporais - art.. 129 e ss. 
 - O sujeito não tem o intuito de matar, mas sim causar uma lesão 
corporal. 
 - Princípio da Insignificância: não há ofensa atipicidade. Uma lesão leve 
não é crime. 
2.1 Lesão Corporal Simples 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 - O consentimento do ofendido é causa supralegal que afasta a tipicidade. 
 - As lesões leves sempre foram consideradas criminosas, porém o 
consentimento afastaria a tipicidade. Ex.: Furar orelha para colocar brinco. 
2.2. Lesões Corporais Graves 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 - Lesão gravíssima com o consentimento do ofendido não é crime, pois 
faltaria dolo. 
 
 
 Aula 07 – 21/Ago/10 
 
Lesões Corporais – Continuação 
 
- A prova vai ter pelo menos duas questões sobre lesão corporal 
1. Lesão Corporal – art. 129 
 - É crime contra a pessoa 
 - O legislador buscar proteger a integridade física e corporal da pessoa. 
 - Bem jurídico Tutelado: a integridade corporal ou a saúde de outrem. 
 - Não há proteção da vida da pessoa, apenas a saúde dela, a proteção a 
vida é o capítulo anterior. 
 - Funções fisiológicas das pessoas. 
 - Crime comum, qualquer um pode praticar 
 - Sujeito Passivo: A princípio não há nenhuma qualidade especial, mas no 
art. 129, §1º, IV e V só pode ser a mulher. 
 - Ofender é fazer ou realizar uma lesão corporal em outra pessoa. 
 - Os meios são os variados possíveis, pode ser direito (agredir com uma 
faca) ou indireto (derrubar um vaso na cabeça da pessoa). 
 - Pode-se encontrar o dolo, culpa e preterdolo. 
 - Melhor forma de classificar é começar a verificar se o caso concreto é o 
tipo penal mais grave e vai diminuindo a gravidade do tipo penal até o modo 
simples. 
 - É crime material – ofensa ao corpo humano. Sendo assim, pode ser 
interrupto no curso da execução, logo, aceita tentativa. 
 - Indenização penal: o crime de lesão corporal é um crime de menor 
potencial ofensivo (juízo especial criminal) pode ser convertido em indenização 
penal. 
 - É necessário a manifestação do ofendido. 
1.1 Lesões Corporais Graves 
 - os §§1º e 2º são crimes qualificados pelo resultado – definição no art. 19. 
O Resultado agravador tem que haver pelo menos a culpa, ou seja, tem que haver 
o nexo de causalidade. Nestes parágrafos sempre a lesão corporal antecedente 
tem que ser dolosa, mas a qualificadora de grave pode ser dolo ou 
culpa(dependendo da situação). 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
 - o Sujeito não é mais capaz de ocupar habitualmente. 
 - o código não faz menção apenas aos aspectos econômicos, pode ser 
outra forma diferente, desde que de forma lícita. Ex.: Tornar-se incapaz de ir 
para a faculdade. 
 - é necessário uma perícia complementar para comprovar a incapacidade 
por mais de 30 dias. 
 - Art. 59 é onde valoriza o dolo e a culpa. 
II - perigo de vida; 
 - Não é qualquer tipo de lesão corporal que causa perigo de vida. 
 - é necessário uma perícia complementar para comprovar o perigo de 
vida. 
 - não é mero possibilidade, mas probabilidade. 
 - no perigo de vida não aceita a dolo, apenas a culpa(ou preterdoloso). Se 
for doloso é um tentativa de homicídio e não lesão corporal com o qualificador 
de perigo de vida. 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
 - debilidade é enfraquecimento do membro, sentido ou função (do órgão 
do corpo humano). 
 - permanente significa duradouro. 
 - mesmo se houver dois órgãos que façam a mesma função, se um ficar 
prejudicado é debilidade, se os dois ficarem é perda. 
 - pode ser exercido por dolo ou culpa. 
IV - aceleração de parto: 
 - melhor era ter dito a antecipação de parto, pois só se acelera o que está 
em andamento. 
 - a agressão fará aceleração do parto. 
 - o feto não pode morrer. 
 - na teoria pode dolo e culpa, mas na prática é só culpa. 
§ 2° Se resulta: → Doutrinalmente chamado de Lesão Corporal Gravíssima. 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
 - Falta de capacidade duradouro para o trabalho. 
 - Tem aspecto econômico. 
 - Trabalho referido é o trabalho genérico. 
II - enfermidade incurável; 
 - enfermidade patológico que aflige a vítima. 
 - pode haver dolo e culpa 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 - Perda é a falta de membro, sentido ou função. 
 - É a ablação, vindo da própria agressão ou de uma operação cirúrgica 
para minorar as consequências. 
 - Pode ser por mutilação ou amputação. 
IV - deformidade permanente; 
 - Deformidade é aquela lesão estética que causa uma vergonha para a 
pessoa que levou a lesão corporal, sendo esta deformidade duradoura. 
V - aborto: 
 - É um crime de lesão corporal que resulta o aborto. Há dolo de lesão 
corporal e culpa no aborto, pois se tivesse dolo no aborto, seria o próprio tipo 
penal de crime de aborto. 
 - Seria a interrupção da gravidez e consequentemente a morte do feto. 
 
 
1.3 Lesão Corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem 
assumiu o risco de produzí-lo: 
Pena - reclusão, dequatro a doze anos. 
 - Igual o inciso I, artigo 18. 
 - Em todos os resultados qualificadores onde o legislador resulta morte, 
deve ser tido como culpa. 
1.4 Diminuição de Pena 
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
 - Moral é individual; Social é coletivo. 
 - Violenta emoção e injusta provocação – o individuo perde a cabeça e 
acaba agredindo. 
1.5 Substituição da Pena 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de 
duzentos mil réis a dois contos de réis: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
 - hipóteses anteriores são os de lesão corporal privilegiada. 
 - Lesão recíproca é quando ambas se agridem. 
1.7 Aumento de Pena 
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. (Redação 
dada pela Lei nº 8.069, de 1990) 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 
1.8 Violência Doméstica 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou 
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, 
de coabitação ou de hospitalidade: 
 - Advindo da Lei Maria da Penha 
 - Vale tanto para homens quanto mulheres. 
 - com quem conviva ou tenha convivido: este tipo de lesão pode ser 
dentro do lar ou fora dele. 
 - Não são só estas pessoas enumeradas acima, mas também qualquer 
pessoa que coabitar e vive de hospitalidade. Ex.: Um amigo que convive contigo. 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o 
deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). 
 - Se ocorre qualquer das lesões graves ou gravíssimas a pena é aumenta 
de 1/3 se tiver em violência domestica. 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido 
contra pessoa portadora de deficiência 
 Aula 08 – 23/Ago/10 
 
1. Omissão de Socorro – Art. 135 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança 
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente 
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: 
 - Título: Dos Crimes Contra a Pessoa: 
 - Capítulo: III – Da Periclitação da Vida e da Saúde 
 - Bem Jurídico Tutelado: é a vida ou a saúde de alguém 
 - Se tiver em jogo a liberdade individual, não há o que se falar em omissão 
de socorro. 
 - Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode praticar o crime. 
 - Sujeito Passivo: rol taxativo – Criança abandonada(quem ter a tutela 
abandona a criança) ou Extraviada (criança que se perdeu); pessoa inválida ou 
ferida. 
 - Criança – aquela que não tem condições de se autodefender 
(algumas doutrinas), conceituado no ECA → criança é até 12 anos (melhor 
entendimento). 
 - O agente ativo só incorre no crime se ele não correr risco pessoal. 
- É o dever de solidariedade. 
- É diferente de crimes omissivos impróprios. Na omissão de socorro é 
uma crime de omissão próprio e você não se encontra como garantidor. 
 - Se você não quer prestar socorro, tem que chamar a autoridade 
competente. 
 - No entanto tem casos que não há opção de escolher. Ex.: Prestar 
assistência a um bebê que está na praia e a maré está subindo. 
 - Elemento subjetivo: o dolo é de perigo e não dolo de dano. Se você 
quisesse que a pessoa sofresse um dano, ela na verdade sofreria por homicídio. 
 - 2 ou mais pessoas deixarem de prestar o socorro, cada um é autor do 
crime, não existe co-autoria. Mas Bittencourt, acredita que existe participação em 
sentido estrito, quando um terceiro instiga ao agente ativo a não prestar socorro. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza 
grave, e triplicada, se resulta a morte. 
 - Morte ou Lesão Corporal Grave só pode ser por Culpa. Dolo na falta de 
socorro e Culpa na Morte ou Lesão Grave. 
 - Você não pode ser causador da morte, mas sim sua omissão que tem que 
gerar a morte. 
Crimes Contra a Honra 
 
 - Só pode ser contra a Honra da Pessoa Humana, Jurídica não pode ser. 
 - Bem Jurídico Tutelado: é a Honra → conjunto de atributos, uma 
pretensão de respeito da personalidade da pessoa humana. 
 - Honra Objetiva: conceito que se goza perante a sociedade 
 - Honra Subjetiva: conceito que se goza perante a si mesmo. 
2. Calúnia – art. 138 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 - Protege a honra objetiva 
 - Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode sofrer de calúnia. 
 - Os loucos e as crianças podem também serem caluniados. Os desonrados 
e infames também possuem uma parcela que ainda pode ser caluniado. 
 - Só pode imputar falsamente fato definido como crime e não 
contravenção penal. 
 - É um fato dito como criminoso, tanto da existência quanto autoria do 
delito. O fato pode ter existido mas a autoria não se da pessoa caluniada. 
 - Fato é acontecimento. Não precisa ser narrado com minúcias. 
 - Hipótese: Se você falar que Fulano é ladrão, não é calúnia, pois não foi 
atribuído fato, apenas deu uma qualificação a pessoa, neste caso seria Injúria. 
 - Elemento subjetivo: dolo genérico ou dolo específico(a vontade de 
ofender a honra objetiva, é bem aceita, mas o professor não entende que esta 
seja a melhor opção) 
 - Só se consuma a calúnia se um terceiro ouvir. 
 - A maioria da doutrina penal aceita como tentativa a calúnia. Se a calúnia 
for através de uma carta escrita extraviada, pode acontecer do crime ser exposto 
para sociedade, então é uma tentativa. O professor não segue este entendimento, 
pois foi extraviado, seria um crime impossível. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
 
-Neste caso não é o agente criminoso que criou a calúnia, mas sim o 
terceiro que a propagou e divulgou. 
 - Hoje, se divulgar falso fato na imprensa é considerado crime do código 
penal e não crimes da lei de imprensa. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
 - Calúnia Contra os Mortos 
 
 Aula 09 – 28/Ago/10 
 
1. Calúnia – Continuação 
1.1 Exceção da Verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por 
sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. 
 - Significa dizer que o sujeito que esta sendo processado, porque atribui 
um crime a outrem, pode tentar provar. 
 - O agente ativo vai provar que foi o ofendido que cometeu um crime. Se 
provar que o ofendido realmente cometeu o crime, não será calúnia. 
 - Bem jurídico tutelado: honra objetiva. 
 - Mas há 3 hipóteses que não pode provar a verdade: 
 - 1 – o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível, de 
ação privada. Ex.: Beltrano falou que Fulano cometeu um crime de injúria contra 
Cicrana. Não há como Beltrano provar se Cicrana não entrou com uma ação 
contra Fulano e esta ação foi transitado em julgado. 
 - 2 – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo 
estrangeiro; → presunção de inocência por haver a honorabilidade do cargo do 
Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro. 
 - 3 – se o ofendido já foi julgado e absolvido em sentença 
transitada em julgado. 
2. Difamação – art. 139 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
 - É a ofensa a sua reputação. 
 - Sujeito Ativo: qualquer pessoa 
 - Sujeito Passivo: somente pessoa física, mas tem algumas doutrinas que 
diz que pode ser pessoa jurídica.- Tipo objetivo: do fato, do acontecimento. 
 - Bem jurídico Tutelado: honra objetiva. 
 - animus difamandi – vontade de difamar a pessoa. 
 - Consumação e Tentativa – ideia igual à calúnia 
2.1 Exceção da Verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a 
ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
 - A exceção da verdade é ampla, ou seja, não tem como provar a 
difamação. Há apenas uma hipóteses que é possível provar: quando o ofendido é 
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções (ex.: acusar 
um funcionário publico de ir todo dia no boteco beber no horário de expediente). 
Tem doutrinadores que acreditam que só pode provar a verdade neste caso 
quando o agente ainda estiver trabalhando naquela função, mas outra doutrina 
não concorda, pois mesmo o agente não estando mais na função, ocorre que ele 
fez o fato fora durante o período que trabalhava na função. 
3. Injúria – art. 140 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
 - Ofender a autoestima. 
 - Bem jurídico tutelado: honra subjetiva 
 - Sujeito Ativo: qualquer um pode ofender 
 - Como a ofensa é subjetiva, há necessidade de se sentir ofendido. 
 - Dignidade é um atributo moral 
 - Decoro são os atributos físicos ou intelectuais. 
 - Injuriar é um conceito que se tem pela pessoa. 
 - Você chamar uma pessoa de ladrão, não é calúnia, pois não está 
atribuindo um fato, mas sim uma injúria, pois está conceituando a pessoa. 
 - Pode ser tanto um conceito verdadeiro quanto falso. 
 - Se consuma igual a calúnia. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
 - Na hipótese de perdão judicial 
 - Se o ofendido provocar a injúria. 
 - Retorsão (uma atrás da outra) Imediata – ambos se injuriarem. 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio 
empregado, se considerem aviltantes: 
 - Injúria Real: o meio empregado humilha a pessoa. Ex.: Levantar a saia de 
uma mulher no centro da cidade. 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou 
a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
 - Injúria Preconceituosa: contra a Raça, Cor, Etnia, religião, origem ou 
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Ex.: Chamar uma pessoa 
de preto, com intuito de ofender. 
4. Disposições Comuns 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é 
cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; → Honrabilidade 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; → Importância da Função Pública. 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação 
ou da injúria. → Aumenta a ofensa da pessoa. 
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de 
injúria. → A exceção a injuria deve pois já haver pena especifica. 
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a 
pena em dobro. → Exige duas pessoas. 
 5. Exclusão do Crime – art. 142 
 - Clausula excludente de antijuridicidade. 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; 
 - no foro judicial, na discussão da causa 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a 
intenção de injuriar ou difamar; 
 - crítica esta salutar 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que 
preste no cumprimento de dever do ofício. 
 - delegado que fala no relatório pedindo prisão preventiva de 
alguém e diz que este é criminoso. 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá 
publicidade. 
6. Retratação 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, 
fica isento de pena. 
 - Só cabe na calúnia e na difamação 
 - assumir a autoria e dizer que errou porque atingem a honra objetiva 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga 
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as 
dá satisfatórias, responde pela ofensa. 
 - medida preparatória de ação penal (para esclarecer). 
 - Ex.: Esta mulher me é muito “cara”. 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, 
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
 - Ação Privada (regra geral) 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do 
caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do 
mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. 
 
 Aula 10 – 29/Ago/10 
 
Crimes Contra o Patrimônio 
 
1. Furto – art. 155, CP 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
 - Era previsto na lei das doze tabuas e lá existia o crime furto manifesto 
(flagrante em delito, logo pena de prisão) e não manifesto (não era preso em 
flagrante, logo pena de multa). 
 - Significa apoderar-se ou assenhorar-se de coisa pertencente a outrem, 
ou seja, tornar-se senhor ou dono daquilo que, juridicamente, não lhe pertence o 
nomen iuris do crime, por sí só, dá uma bem definida noção do que vem a ser a 
conduta descrita no tipo penal. 
 - A vítima não pode mais se dispor do objeto e o agente de a posse mansa 
e pacífica do objeto, mesmo que seja transitória. 
 - Bem Jurídico Tutelado: É a o patrimônio (Propriedade, posse e o 
domínio ) 
 - Sujeito do crime: por ser crime comum, não exige nenhuma qualidade 
especial, então qualquer um pode cometer o crime. 
 - É elementar do tipo penal a subtração de coisa alheia, portanto, não 
pode o dono furtar seu próprio bem. Todavia, tem poucos doutrinadores que 
entendem que é possível, pois primeiro protege-se a posse depois a propriedade. 
Ex.: Se um sujeito faz um contrato e entrega um objeto como garantia; e depois 
não tendo condições de pagar e com medo de perder o objeto, vai lá e furta o 
objeto. → Mas a doutrina permanente entendeu que não é furto, mas tipificado 
no Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em 
poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: (Título 11 – Crimes 
Contra a Adm Pub; Capítulo: Crimes Contra a Adm a Justiça). 
 - Sujeito Passivo: O detentor da coisa alheia. Pode-se subtrair de pessoa 
jurídica. 
 - O crime de furto existe se houver a subtração, a lei protege o detentor da 
coisa, logo, é crime furtar de ladrão. 
 - Subtrair é levar, surrupiar. 
 - Coisa Alheia móvel: é elementar que a coisa seja alheia, corpórea e 
móvel. 
 - Para o Dto Civil: as embarcações e aviões são bens imóveis. Mas para o 
Dto Penal é considerado bens móveis. 
 - O ser humano não pode ser furtado. Tampouco o cadáver (art. 211), mas 
se o cadáver pertence a uma instituição de ensino, ele possui um valor 
econômico, por isso, pode ser considerado furto. 
 - Elemento Subjetivo: exige-se dolo. Não aceita forma culposa. Dolo 
específico: elemento subjetivo especial – subtrair para si ou para outrem, não 
importa o tempo que permaneça com o objeto, mas tem que haver a vontade de 
ter a posse sobre o objeto. 
 - O sistema penal não contempla Furto de Uso 
 - Princípio da Insignificância afasta a tipicidade da conduta. A coisa é 
considerada de pequeno valor até que seja de um salário mínimo. Observa-se 
que há a diferenciação entre a insignificância e o pequeno valor. 
 - Res Omnium = Coisa de uso comum → Não há furto / crime- Res Nullius = Coisa de Ninguém – Ex.: Conchas que existem na praia → 
Não há furto / crime 
 - Res Derelicta = Coisa Abandonada – Ex.: Jogar fora um sapato → Não há 
furto / crime 
 - Res Deperdita = Coisa Perdida – Ex.: Encontrar uma carteira de dinheiro, 
com documentos na rua → Art. 169, II - quem acha coisa alheia perdida e dela se 
apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo 
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 
(quinze) dias. 
 - Subtrair coisa de valor sentimental não é furto. 
- Esqueceu (art. 155), Perdida (art. 169). 
 - Consumação: se consuma com a posse mansa e pacífica por parte do 
criminoso e por a vitima não poder mais dispor do objeto. 
 - Tentativa: Art. 155 + art. 14, II. Ex.: Se Alex pegar o objeto de Alan, mas 
Alan vê, persegue Alex para recuperar o objeto e consegue. Então é uma 
tentativa, pois Alex não teve posse mansa e pacífica do objeto. Ex.: Pegar cerveja 
no mercado e ser pego pelo segurança do mercado. 
1.1 Furto Privilegiado 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena 
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
- Primariedade. 
 - Coisa de Pequeno Valor. 
1.2 Furto Durante o Repouso Noturno 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
 - É majorante por ser um aumento fixo de pena. 
 - Para alguns doutrinadores, repouso noturno é quando a casa estiver 
habitada. Mas a maioria dos doutrinadores consideram que o repouso noturno é 
o momento que a cidade dorme. 
 
 Aula 11 – 20/Set/10 
 
1. Furto – Cont. 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 
 - Interpretação Analógica: cita um exemplo e depois generaliza. 
 - Energia elétrica ou qualquer tipo outra energia que tenha valor 
econômico. 
 - A energia intelectual pode ser considerada se ela for materializada. 
 - Hungria sustentava que até as energias do garanhões (sêmen do cavalo) 
e Noronha acrescentar uma vaca que produz o leite. 
 - Ex.: No medidor de consumo de energia. Se colocar um imã para 
retardar o relógio do medidor de energia, seria um estelionato. Se subtrair a 
energia antes do medidor é furto da Copel, se for depois do medidor é o furto da 
pessoa. 
 - A doutrina diz que capacitação de TV a cabo não é furto, pois não se 
pode fazer analogia sendo mal a parte. No entanto, o judiciário (jurisprudência 
dos tribunais inferiores) tem entendendo que é furto ou estelionato. 
1.1 Furto Qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 - I) com destruição ou rompimento obstáculo à subtração da coisa: existe 
um obstáculo que precisa ser vencido (rompido) para o agente consiga subtrair o 
objeto. Ex.: Destruição de um cadeado (ofendículo) para furtar a casa. 
 - Ex.: Alex quebra o vidro e furta o som do carro: se ele furtar um 
som original não há rompimento de obstáculo (furto simples), mas se for 
acessório instalada é furto qualificado pelo rompimento. 
 - Ex.: João entra na casa pois estava aberta, mas a casa foi fechada 
com ele dentro. Joao para sair da casa com DVD do dono quebra a porta e sai. 
Doutrina 01: Concurso com Crime de Dano. Doutrina 02: Furto Qualificado. 
 - Aceita a Tentativa 
 - Ex.: José abre uma sepultura, pega um crânio e tira seus dentes de 
ouro. Seria furto, violação de sepultura ou destruição, subtração ou ocultação de 
cadáver? Conflito aparente de normas: um ato se enquadra em mais de um 
crime. Fase de execução do crime não se considera. Resp.: Furto Qualificado. 
 - II) Relação de Trabalho pode ou não trazer a confiança, logo pode ou não 
ter abuso de confiança. A confiança é uma relação muito mais do que a simples 
acreditar que a pessoa é confiável, é quase um relação mútua. Ex.: Deixar o carro 
para o motorista do restaurante estacionar, não é confiança. 
 - O Abuso não é elementar do tipo, por isso não se comunica com 
outra pessoa. (não teria concurso de pessoas). 
 - Fraude: é o engodo, mentira, artimanha feita para tentar chegar 
perto do objeto para subtrair. Ex.: Pedir um copo d’água para a vitima ser 
enganada para não ver o agente furtando. A diferença de estelionato é que este, 
a vítima entre a coisa ao agente. 
 - Escalada: é adentrar num lugar incomum e demanda uma 
invulgar habilidade do sujeito. Ex.: O agente pula um muro para invadir a casa. 
Ex.: Fazer um túnel para furtar um banco. Ex.: O agente sobe num poste de 
eletricidade para furtar o fio – Doutrina 01: Não é escalada, pois só se furta o fio 
subindo no poste. Jurisprudência: É furto qualificado pela escalada. 
 - Destreza é invulgar habilidade, mas uma habilidade junto da 
vítima. De modo que a vitima tenha se objeto furtado sem que ela perceba. A 
destreza aceita forma tentada, se o ato for pego por coincidência. Ex.: Pungas de 
ônibus. 
 - III) chave falsa: qualquer instrumento que tenha a capacidade de abrir. 
Ex.: Mixa, Gazua. Ex.: A mulher esquece a chave, o agente pega e entra na casa 
para furtar. Doutrina Maioria: Não é chave falsa. Noronha: É falsa, pois não o ato 
é ilícito, então a chave é falsa. Ex.: O homem faz copia da chave – Não é chave 
falsa e sim fraude. 
 - IV) concurso de pessoas: cometer para Hungria é executar, então eles 
devem ser coautores, presentes no ato. Noronha pensa que cometer é o art. 29, 
logo o crime sendo realizado ou idealizado por duas ou mais pessoas, sendo que 
apenas uma pessoa executa (melhor pensamento). 
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que 
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
 - Automóvel, jet-ski, trator, caminhão, etc. 
 - Norma má formulada, pois esqueceu a multa 
 - Só se consuma o furto quando se tem a posse mansa e pacífica do veiculo 
por parte do agente. Mas só se qualifica quando tiver ultrapassado a divisa 
fronteiriça. 
 - Aceita forma tentada. Ex.: Ao tentar fugir como o carro para outro 
Estado, sendo perseguido, o agente passa a fronteira mas é pego logo em seguida 
pela polícia. 
 Aula 12 – 21/Set/10 
 
1. Furto de Coisa Comum – art. 156 
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem 
legitimamente a detém, a coisa comum: 
§ 1º - Somente se procede mediante representação. 
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem 
direito o agente. 
 
2. Roubo – art. 157 
- Crime simples: quando o legislador protege apenas um bem jurídico. Ex.: 
Homicídio 
 - Crime Complexo: quando o legislador protege dois ou mais bens 
jurídicos. Há um reunião de condutas que isoladamente constituem crimes. É um 
crime pluri-ofensivo Ex.: Roubo – Furto + Afronte a Integridade Corporal 
 - Bem Jurídico Tutelado: a posse ou a propriedade( patrimônio) + a 
pessoa. 
 - Sujeito Ativo: Crime comum, pois o legislado não estabelece nenhuma 
qualidade do sujeito Ativo. 
 - Sujeito Passivo: Qualquer Pessoa Física. Pessoa Jurídica pode ser vítima 
de crime de roubo, desde que a violência física seja feita contra uma pessoa 
física. 
 - Elemento subjetivo: Dolo específico (referido por Hungria). Não há 
modalidade culposa. 
 - Consumação: 
 - Tentativa: 
 - Situação: Tentar roubar a carteira do Oilman, obs. que o oilman não 
possui nenhuma carteira - Não há o Crime Impossível de Roubo pois ainda tem a 
violência e a grave ameaça, seria Tentativa de Roubo (pensamento do STF). 
2.1 Roubo Próprio – art. 157, caput 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência 
a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,reduzido à impossibilidade de resistência 
 - 3 meios coativos (objetos): a violência, a grave ameaça e qualquer outro 
meio que reduza a resistência da vítima. 
 - Coisa móvel alheia – Igual crime de Furto 
 - Mediante Violência (desforço contra o corpo da vítima) e Grave ameaça 
(violência moral) – Pessoa - Ameaça é o prenuncio de um mau atual (se não for 
no momento, não é crime de roubo) capaz de intimidar a vítima, este mau deve 
ser grave. A gravidade deve ser verossímil, determinado e possível de ocorrer. 
 - As condições físicas, morais e psíquicas da vítima devem ser 
levadas em conta para analisar a grave ameaça. Ex.: Ameaçar uma velhinha X 
ameaçar um fisiculturista. 
 - Qualquer outro meio que reduz a capacidade de resistência – chamada 
de violência imprópria. Ex.: Superioridade numérica, narcóticos, hipnose, 
sonífero. 
 - Primeiro impõe a grave ameaça e depois subtrai o objeto. 
 - Elemento subjetivo especial: 01 dolo genérico e 02 dolos especiais (para 
si e para terceiro; e com intuito de ). 
2.1 Roubo Impróprio – art. 157, §1º 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra 
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si 
ou para terceiro 
 - Primeiro subtrai o objeto e depois impõe a grave ameaça. 
 - Só há 02 meios coativos: violência e grave ameaça. 
 - Situação.: A prostituta pede para João tomar um banho. Ela pega a 
carteira de João. João fala que vai pagar antecipadamente o serviço. Nisto a 
prostituta pede para brindar antes do pagamento, mas coloca um sonífero no 
drink. Fazendo João dormir. → Crime: Furto mediante fraude + Constrangimento 
Ilegal – pois o meio que reduz a resistência empregado que foi utilizado 
posteriormente a subtração. 
 - Elemento Subjetivo: 01 Dolo genérico 02 especiais 
 
 
 
 
 Art. 157 Consumação Tentativa 
 
Teoria Clássica 
(Tradicional) 
Dolo Próprio 
(caput) 
 
 
 
 
Dolo Impróprio 
(§1º) 
 
Igual ao 
Momento do 
Furto – quando 
a vítima não 
pode mais 
dispor do 
objeto, com 
posse mansa e 
pacífica. 
C/ a violência e 
grave ameaça 
 
SIM – aceita a 
tentativa 
 
 
 
 
NÃO = FURTO 
 
 
 
Teoria Ortodoxa 
 ( STF) 
Dolo Próprio 
(caput) 
 
 
Dolo Impróprio 
(§1º) 
 
c/ a subtração, 
não precisa ter 
a posse mansa e 
pacífica 
C/ a violência e 
grave ameaça 
 
SIM – aceita a 
tentativa 
 
 
NÃO = FURTO 
 
 
Teoria Liberal 
Dolo Próprio 
(caput) 
Dolo Impróprio 
(§1º) 
 
Igual ao Furto 
Igual ao Furto 
 
SIM 
SIM 
 
 
Fragoso – mesmo da teoria tradicional – entende que no roubo impróprio aceita 
tentativa, que seria quando por circunstâncias alheias o agente não conseguiria 
consumir o roubo. 
 
 Aula 13 – 27/Set/10 
 
2.2 Roubo Majorado – art. 157, §2º 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
 - São causas majorantes, de aumento de pena, pois tem um percentual de 
aumento. Por isso não é qualificadora. 
 - Doutrina Majorante - O aumento de pena é proporcional a quantidade de 
majorantes encontradas no crime cometido. Ou seja, se só houve 01 majorante, o 
aumento é o mínimo (1/3), se pegar todos os agravantes (1/2). 
 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
 - Art. 19, L. ?. – Trazer arma sem a autorização da autoridade competente. 
 - Conceito de Arma: pode ser arma própria (aquelas fabricadas 
para ataque ou defesa, ou seja, armas de fogo) ou arma imprópria (aqueles 
instrumentos que não são fabricados para ataque ou defesa, mas eventualmente 
podem ser utilizadas como tal). Hungria considerava que qualquer objeto que 
pode ter o poder de ofensa é uma arma. 
 - Hungria entendia que se a pessoa foi intimidada pelo objeto, 
mesmo sem ter poder de fogo (ex.: pistola descarregada), é sim considerado uma 
arma para praticar roubo. 
 - Com emprego de arma é dizer que a pessoa tem que usar a arma. 
 - A primeira doutrina entendia que o importa é poder de intimação 
da vítima para ser considerado arma. 
 - A segunda doutrina já entende que para ser considerado arma, 
tem que haver o emprego dela. 
 - STJ, hoje, entende que arma é qualquer objeto que tem 
capacidade de ofender a integridade da pessoa e não de intimidar. Para incidir a 
majorante tem que haver a apreensão do objeto, pois só com o objeto que será 
possível capaz de medir a poder de ofender. Mas se a arma foi disparada, já não 
precisa mais a apreensão da arma, pois a ofensabilidade já foi comprovada. 
 - Ou seja, uma arma de brinquedo não tem poder de ofender, de 
acordo com o STJ. 
 - No Estatuto do Desarmamento – foi proibido a fabricação de arma de 
brinquedo. 
 - Doutrina Minoritária: quanto maior o poder de a arma ofender, maior o 
aumento de pena. 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
 - Hungria dizendo que no mínimo duas pessoas teria que estar no local e 
executando o tipo de roubo. 
 - Noronha, Fragoso entende que é o art. 29 – co-autoria de sentido estrito. 
Basta que uma execute o tipo penal e o outro estar na espera (01 autor e 01 
partícipe). 
 - Há doutrinadores minoritários entendem que quanto maior o número 
de pessoas, maior o aumento de pena, pois maior é a ofensa. 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
 - A pessoa tem que estar em serviço de transporte de valores. A pessoa 
tem que estar trabalhando no momento do crime. 
 - Ouro, Títulos de Crédito, dinheiro, outros = Valores 
 - Doutrina minoritária: quanto maior o valor, maior o aumento de pena. 
 - Importante: a pessoa tem que ter o conhecimento que o roubo está 
sendo sobre uma vítima de serviço de transporte. 
 - Ex.: Se a pessoa não sabia que aquele veículo possui bens de valores, 
mesmo o agente querendo pegar um veículo com valores, não há este majorante. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou 
para o exterior; 
 - Igual ao do Furto. 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 
9.426, de 1996) 
 - Em todo crime de roubo, há uma restrição a liberdade da vítima, pois a 
pessoa sobre o poder da vítima. 
 - Esta restrição da liberdade é só quando o fizer a mais do que o 
necessário para prática do roubo. 
 - A consumação e tentativa é igual ao roubo simples. 
Art. 158, § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é 
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) 
anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 
159, §§ 2o e 3o, respectivamente (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como 
condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
2.3 Roubo Qualificado – art. 157, § 3º 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além 
da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
 - É a única qualificadora do crime de roubo. 
 - A maioria doutrina tem entendido que a parte final seria deste parágrafo 
o Latrocínio. 
 - Elemento Subjetivo: a qualificadora pode ser por dolo ou culpa. Quando 
houver “se resulta morte” é indicativa de culpa, com 3 exceções: art. 157, 158 e 
159. 
 - Ex.: O sujeito entra no banco e fala: “Atenção é um assalto, todo 
mundo no chão, senão eu mato qualquer um como este daqui” e mata o sujeito. 
→ Latrocínio. 
 - Ao entrar no banco e mata várias pessoas para roubar. 
Pluralidade de vítima no latrocínio é entendido como um latrocínio, apenas. 
Fragoso achava que para cada vítima há um latrocínio. Pois é crime contra o 
patrimônio e não contra a pessoa. 
 - A pluralidade de pessoas constrangidas com a grave ameaça 
também é entendido como apenas um roubo. Pois é crime contra o patrimônio e 
não contraa pessoa. 
 - Se ocorrer de entrar num ônibus e roubar varias pessoas, então o 
agente responde por vários roubos, concurso formal (art. 70), pois são vários 
patrimônios roubados. 
3. Macete 
 - Homicídio Consumado + Subtração Consumada = Latrocínio Consumado 
 - Homicídio Tentado + Subtração Tentada = Latrocínio Tentado 
 - Homicídio Consumado + Subtração Tentada = 
 - a) Latrocínio Consumado (Súmula 610, STF); 
 - b) Latrocínio Tentado (Fragoso); 
- c) Latrocínio Qualificado (inc. V) (Hungria); 
 - d) Homicídio Qualificado e Roubo Tentado, em Concurso Material 
(art.69); 
 - e) Homicídio Qualificado e Furto Tentado, em concurso formal 
(art. 70) 
 - Homicídio Tentado + Subtração Consumada = 
 - Latrocínio Tentado (STF, Fragoso) 
 - Homicídio Qualificado Tentado (Hungria) 
 - Ex.: O ladrão tenta entrar dentro da casa de Alex. Mas Alex vê o ladrão e 
correr para pegá-lo. O Ladrão corre, mas Alex pega ele. O ladrão bate em Alex, 
ocasionando um Lesão Corporal Grave. Crime: Furto tentado em concurso 
material com o Crime de Lesão Corporal Grave. 
 - Ex.: Se o policial que está dentro do banco mata um dos ladrões em 
legítima defesa. Crime dos ladrões: Não há latrocínio pois a morte de forma lícita 
não pode agravar a pena do ladrão. 
 - Pluralidade de Vítimas - Fragoso entendia que só havia um só latrocínio 
e vários outros homicídios. Mas a doutrina majoritário entende que é apenas um 
latrocínio. 
 
 
Aula 14 – 28/Set/10 
 
1. Extorsão 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para 
si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer 
alguma coisa: 
 - O roubo é o irmão gêmeo da extorsão 
 - Bem Jurídico Tutelado: Patrimônio + Integridade Física 
 - Suj Ativo: qualquer um 
 - Suj. Passivo: qualquer pessoa. 
 - Meio Coativo: somente pessoa física 
 - Desfalque patrimonial: tanto pessoa física quanto jurídica. 
 - Indevida vantagem econômica é elementar do tipo penal. Aqui que 
distingui a extorsão de outros tipos penais. Ou seja, só é extorsão a vantagem 
econômica indevida. 
 - A fazer, tolerar ou deixar de fazer alguma coisa: 
 - Fazer: ação coerciva. 
 - Tolerar: a vítima constrangida tolera o que o agente aja. 
 - Deixar de Fazer Alguma coisa: a vítima deixa de fazer alguma 
conduta que a lei o impede. É uma conduta omissiva da vítima. Ex.: “Se você 
participar da licitação que ocorrerá, eu mato você”. 
 - Ex.: A amante liga para o amante dizendo que se ele não lhe transferir R$ 
1.000,00, ela irá ligar para a mulher do amante. 
 - Elemento Subjetivo: “para si ou para outrem” – dolo específico ou 
elemento subjetivo especial. “c/ intuito de ou c/ fim de “ – é sinônimo de dolo 
específico e crime formal (em regra) (o legislador escreve a ação e o resultado 
para que o crime se consuma). Então para que ocorra o crime de extorsão é 
necessário 3 dolos: 01 geral e dois específicos (“para si ou para outrem” e “c/ 
intuito de”. 
 - Consumação: se consuma com o fazer, tolerar ou deixar de fazer da 
vítima. 
 - Tentativa: se a vítima não chegar a fazer, tolerar ou deixar de fazer. 
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena 
de um terço até metade. 
 
 - Se o crime é cometido em concurso de pessoas (comporta o sentido 
amplo = autor + partícipe) 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
 - Roubo: § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de 
reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 
vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é 
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) 
anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 
159, §§ 2o e 3o, respectivamente. 
 - O legislador acoplou que na extorsão da vítima é imprescindível, por isso 
inclui o caso dos sequestros relâmpagos. 
 
1.1 Diferença entre Roubo e Extorsão 
 - Hungria: Roubo: o agente subtrai (surrupiar), coisa móvel alheia - 
Extorsão: a vítima constrangida entrega o objeto. 
 - Noronha: Extorsão: o prenuncio do mal é atual, mas este mal deve ser 
realizar num futuro próximo, que é a busca da vantagem econômica indevida. 
 - Nilo Batista: Roubo seria mesmo no caso em que a vítima entregava o 
objeto. 
- Concurso de Pessoas (art. 29) – Autor – Teoria Restritiva – é quem realiza o 
tipo. – Teoria do Domínio do Fato – é também aquele que tem o domínio do fato 
criminoso (pode ser então ocorrer a autoria mediata –feito por uma terceira 
pessoa). 
 - Outra corrente: Extorsão: a conduta da vítima é necessário e 
imprescindível para o tipo. Roubo: não é necessário a conduta da vítima. Ou seja, 
se o autor tinha condições de subtrair sem a ajuda da vítima, então é roubo. Mas 
se não tinha condições, então é extorsão. 
 - Ex.: Alex tinha uma crédito com João. Alex entra no escritório e ameaça 
atirar em Joao se ele não lhe pagar o dinheiro devido. Crime: Não é extorsão, nem 
roubo, pois não é vantagem econômica indevida, tao pouco subtraiu coisa móvel 
alheia. O crime é art. 345 - Exercício arbitrário das próprias razões. 
 
 
 
 
 
Aula 15 – 04/Out/10 
 
1. Extorsão mediante sequestro 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como 
condição ou preço do resgate: 
 - É irmão de extorsão, só inclui o sequestro 
 - Bem Jurídico Tutelado: Crime Complexo → Patrimônio + Pessoa 
(integridade física e/ou a vida) 
 - Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa, pois não se exige nenhuma 
qualidade especial 
 - Sujeito Passivo: Tanto Pessoa Física quanto Jurídica. Pode a Pessoa física 
ser sequestrada e a pessoa jurídica ter o desfalque patrimonial. 
 - Tipo Objetivo: 
 - Sequestrar – não é necessariamente o deslocamento de uma 
pessoa para um cativeiro, ela pode ser também apenas a privação de liberdade 
da pessoa sequestrada. Seqüestro e cárcere privado -Art. 148 - Privar alguém de 
sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: → Capítulo: DOS CRIMES 
CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL → Observa que o sequestro é privar a 
liberdade da pessoa. 
 - Para conseguir resgatar a pessoa é necessário o pagamento de 
uma vantagem. Fragoso entende é de cunho econômico. Damásio entende que a 
vantagem não é necessariamente econômica, pode ser qualquer uma, desde que 
indevida. Se a vantagem for devida seria art. 148 em concurso com art. 345. 
 - Elemento Subjetivo: 01 Dolo Geral + 02 Dolos Específicos (“com fim de” 
+ “para si e para outrem”. 
 - É crime formal: o resultado naturalístico a vantagem indevida. O 
resultado não precisa ocorrer. 
 - Então neste caso se consuma no ato de sequestrar e a vantagem indevida 
é apenas o exaurimento do crime. 
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) 
ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
 - §1º - é uma qualificadora pois a pena é de 12 a 20 anos. 
 - A duração do sequestro é um qualificador, por isso +24h 
 - Menor de 18: pois o jovem num tem capacidade mental para entender o 
sequestro 
 - Maior de 60: Devido o Estatuto do Idoso. 
 - Cometido por quadrilha ou bando: Art. 288 - Associarem-se mais de três 
pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: → é uma 
associação estável. No art. 288 é punível o ato preparatório de um crime, quando 
associa-se em 3 pessoas a fim de cometer o crime. STJ entende que se ocorrer o 
sequestro mediante sequestro cometido por quadrilha ou bando, o crime de 
quadrilha ou bando não será punido para não ocorrer a punição por dois crimes 
iguais. Fernado Capez entende que são crimes distintos e devem serem tratados 
como tal. 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporalde natureza grave (art. 129, §§1º e 2º). 
§ 3º - Se resulta a morte 
 - Exceção: a lesão corporal e morte aceitam tanto a título de dolo, quanto 
título de culpa. 
 - A morte só pode ser da vítima (Maioria doutrinária), pois se for a morte 
de terceiro seria homicídio com a qualificadora para assegurar outro crime. A 
morte pode ser da vítima do sequestro ou de terceiros (Bittencourt). 
 - Se a vítima morrer por motivos alheios ao do sequestrador, 
incide o art. 19 e art. 13, logo o sequestrador não responde pela morte da vítima. 
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso (de pessoas), o concorrente que o denunciar à autoridade, 
facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. 
 - Famosa Delação Premiada – é condição sine qua non que a delação seja 
efetivada, ou seja, tem que facilitar a libertação do sequestro. O juiz é obrigado a 
diminuir, apenas ele escolhe o quantum irá reduzir. 
 
Aula 16 – 05/Out/10 
 
1. Apropriação Indébita – art. 168 
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: 
 - Sempre foi uma espécie de furto até 1791 do Código Francês, que aí fez 
uma distinção de furto. 
 - No Brasil, tudo era furto até o Código atual (1940) que tornou a 
apropriação indébita um crime diferente de furto. 
 - Bem Jurídico Tutelado: Patrimônio, mais especificadamente uma 
proteção ao proprietário contra o possuidor ou detentor. 
 - A posse do possuidor era lícita, porém este pretende apropriar 
este bem para si. 
 - Tem que ser coisa alheia móvel 
 - Sujeito Ativo: Dois pensamento: 1) Não há qualidade especial, crime 
comum; 2) Crime própria, tem uma qualidade especial, existe uma obrigação 
entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. 
 - Sujeito Passivo: é a pessoa que tem a posse móvel e alheio. 
 - Tipo objetivo: apropriar-se significa tomar para si, passa agir como se 
dono fosse. Coisa alheia móvel. A posse ou detenção tem que ser lícita, sem 
nenhum tipo de expediente fraudulento, senão seria estelionato. 
 - Condição sine qua non é a posse ou detenção lícita. 
 - O crime pode ser praticado de duas formas: a) por atos de disposição 
(vender para outro o objeto) ou b) ter o objeto para si. 
 - Tipo Subjetivo: exige apenas o dolo genérico. Exige-se que se tenha a 
posse antes da apropriação. O dolo na apropriação indébita é posterior a posse 
lícita do objeto, no estelionato é anterior. 
 - Quando a pessoa tem a posse e se faz de dono é um caso de apropriação 
indébita. 
 - Ex.: Dá o dinheiro para o motoboy para pagar as contas, o motoboy vai e 
nunca mais devolve o troco. 
 - Consumação: é quando inverte o ônus da posse. O possuidor passa 
dolosamente a ser como proprietário fosse. 
 - Tentativa: Fragoso entende que é tecnicamente admissível, por ser um 
crime material e praticado por um único ato, porém difícil de ocorrer. Reges 
Prado sustenta que não aceita tentada, pois ao o agente pensar em apropriar-se 
(elemento subjetivo) já está consumado o crime. (Situação: Ao Alex tentar 
repassar a outrem o livro que tinha posse e é pego pelo dono. Fragoso: tentativa. 
Regis Prado e Professor: Consumado). 
 - Cuidado com o propósito de restituir: Situação: Gastão tinha o dinheiro 
do Pato Donald e ao invés de devolver o valor, pega o dinheiro e compra uma 
Mega Sena, mas diz ao Pato Donald que ao ganhar restituía todo o dinheiro. 
Conclusão: Crime de Apropriação Indébita, pois a chances de Gastão restituir é 
muito pequena. 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: 
 - É causa específico de aumento de pena 
I - em depósito necessário; 
 - Elemento normativa o direito penal, mas deve buscar o significado no 
direto civil – é a situação que a pessoa não tem outra situação senão devolver o 
bem. 
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário 
judicial; 
 - É um rol taxativo, não aceita ampliação. 
 - Tutor: é o encarregado de adm os bens de menores que estão destituito 
de pátrio poder. 
 - Curado: são pessoas incapazes de gerir seus bens. 
 - Síndico: é o da massa falida e não ao do prédio. 
 - Liquidatário: são as empresas (bancarias) que estão em estado de 
liquidação 
 - Inventariante: pessoa responsável judicialmente de cuidar dos bens 
inventariados. 
 - Depositário Judicial: é a pessoa estranha ao corpo do funcionalismo (não 
é servidor público) que fica judicialmente responsável para cuidar dos bens. 
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. 
 - Emprego: atividade remunerada, normalmente da CLT. 
 - Profissão: exercício praticado por qualquer pessoa. 
 - Ofício: é a habilidade que a pessoa tem. Ex.: Alfaiate. 
1.2 Apropriação indébita previdenciária – Não cai na prova 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no 
prazo e forma legal ou convencional: 
 - Tutela o fundo de recebimento do INSS. 
 - Ex.: Contrata empregada doméstica por 1 salário, mas paga 2 salário. 
Crime de Aprop. Indébita Previdenciária. 
1.3 Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da 
natureza – Não cai na prova. 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da 
natureza: 
 - Erro é a falsa percepção da realidade. 
 - O erro não pode ser por causa do agente criminoso. 
 - Ex.: Aparece R$ 1.000.000,00 na minha conta e não devolve. 
 - Caso Fortuito: Ex.: Caminhão bate no muro da minha casa e a carga se 
abre e cai dentro da casa. Eu não devolvo. 
 - Força da Natureza: Ex.: A roupa estava pendurada no varal. O vento forte 
leva a roupa para a casa do vizinho, que pega o bem e não devolve. 
 
 
Aula - 06/11/10 
 
1. Falsificação de documento público – art. 297 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público 
verdadeiro: 
 - Documento para Noronha é papel escrito por alguém que tinha uma 
existência de um fato ou uma vontade de alguém. 
 - Hoje, documento é uma peça escrita que haja a manifestação de vontade. 
Mas este documento tem que ter relevância jurídica, ou seja, capacidade de 
prejudicar alguém (causar prejuízo). 
 - Ex.: Placa de veículo não é considerado peça escrita. 
 - O Documento tem que ter a identificação do autor ou meios para que 
seja identificável o autor. 
 - Os requisitos para ser documento são: a) peça escrito; b) identificação 
do autor, e; c) relevância jurídica. 
 - Bem Jurídico Tutelado: a Fé Pública – a crença de toda a sociedade de 
que o documento é verdadeiro. 
 - Sujeito Ativo Crime Comum: qualquer pessoa pode praticar. 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a 
pena de sexta parte. 
 - §1º - Causa Especial de Aumento de Pena com Sujeito Ativo específico. 
 - Sujeito Passivo: Primeiramente é a própria sociedade, pois a fé do povo é 
violado. Secundariamente é a pessoa prejudicada por aquele documento 
 - Tipo Objetivo: Falsificar é fazer o documento público como fosse 
verdadeiro. É um falsidade material 
 - Falsificar em todo é criar um documento inteiro 
 - Falsificar em parte é acrescentar algumas informações falsas num 
documento. 
 - Alterar o documento é modificar o documento verdadeiro. Ex.: Modificar 
a carteira de motorista que era A para B. 
 - O documento é o objeto do crime e elemento normativo. 
 - Documento formalmente e substancialmente público: Ex.: Leis, Decretos. 
 - Documento formalmente e substancialmente privado: Ex.: Carteira de 
Identidade – é um documento público mas sua substância é sobre a pessoa física. 
Ex.2: Nota Fiscal. 
 - Elemento Subjetivo: só exige o dolo. Dolo de criar ou alterar um 
documento e este documento sendo capaz de prejudicar alguém. 
 - Consumação: se consuma com a criação ou modificação do documento. 
 - Tentativa: é aceita. Ex.: Sujeito estava em casa fazendo uma carteira de 
documento falso. 
 - O sujeito faz um documento em casa falso, mas não pretende prejudicar

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