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Direito Penal IV Aula 01 – 02/Ago/10 Professor: Murilo Buchmann Provas: - Estilo ENADE 1º Bimestre – 13/09 – Valor: 10,00 2º Bimestre – 22/11 – Valor: 10,00 2ª Chamada – 06/12 – Valor: 10,00 Exame Final – 13/12 – Valor: 10,00 Bibliografia: No Plano de Aula. Aulas Complementares Agosto – Dia 21 Setembro – Dia 11 Outubro – Dia 16 Novembro – Dia 13 Dezembro – Dia 04 1. Bem Jurídico Tutelado = Objeto Jurídico = Objetividade Jurídica - O que a norma penal incriminadora protege. - Normas penais incriminadoras são os bens em espécie. - Os Títulos dos Capítulos da Parte Especial vão auxiliar a descobrir o bem tutelado. - Ex.: Art. 121 Crime de Homicídio – Bem Tutelado é a Vida(Capitulo) da Pessoa(Titulo). – No homicídio tem objeto jurídico igual ao objeto material. - Ex.: Crime de Furto - Bem Tutelado é o Patrimônio(Titulo). 2. Sujeitos – Ativo – Passivo - Crime Próprio: Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: → Só a mãe genitora pode cometer este crime. - Crime Comum: Crime Estupro – Qualquer um pode praticar, porém o Sujeito Passivo não pode ser qualquer pessoa tem que ser uma Mulher a pessoa estuprada. Obs.: Mulher também pode praticar o Estupro, como sujeito Ativo mediato(ameaçando a um homem a matar a pessoa). - Sujeito Passivo: quem sofre o crime. Pode ocorrer em haver dois sujeitos passivos em um crime complexo. 3. Tipo Objetivo – Elemento Objetivos – Tipicidade Objetiva – Ação Física - Tipo penal tem elementos que o constitui e entre elas teria a ação física. - Direito Penal é um conjunto de normas. - Os elementos constitutivos do tipo, analisados. Ex.: Matar alguém – só pode ser o ser humano com vida – então este é o elemento objetivo. 4. Tipo Subjetivo – Elemento Subjetivo - Dolo ou Culpa 5. Elemento Normativo - Tipos penais que necessitam de uma juízo de valor a mais do interprete da norma. Ex.: Passar cheque sem fundo. Art. 171 – Estelionato. Ex.2: Ato Obsceno - Art. 233. 6. Consumação – Tentativa Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. - Consumação: às vezes o crime se consuma instantaneamente (ex.: homicídio). Tem crime que se expandem no tempo (ex.: Sequestro). - Tentativa: Existem crimes que não se aceitam forma tentada, como por exemplo crimes culposos e preterdolosos, omissivos próprios(Ex.: Deixar de prestar socorro). 7. Classificação Jurídica 8. Pena – Ação Penal - 4 Tipos de Ação Penal: Incondicionada(qualquer um pode entrar com a ação), Condicionada (manifestação da vitima), Por Queixa e Privada Subsidiária da Pública (a parte ofendida pode entrar com a denuncia). Aula 02 – 03/Ago/10 Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Relevância da omissão § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 1. Homicídio – Art. 121 - Título: Dos Crime Contra a Pessoa - Capítulo I : Dos Crime Contra a Vida - Protege o Ser-humano, nascido de mulher. - Crime Comum - Sujeito Passivo: qualquer ser humano VIVO. - Sujeito Ativo: qualquer ser humano. - Tipo Objetivo: Matar alguém. - Elemento Subjetivo: o crime se perfaz por tipo doloso, mas pode ocorrer de forma culposa. 1.1 Homicídio Simples Art 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. - Matar: ceifar com a vida de alguém, acabar com a vida. - Quando começa a vida? Como saber se a pessoa está vivo? - Se a pessoa nasce morto (natimorto), não ocorre um homicídio. - Se o cérebro parar não há como falar em pessoa viva. - A vida no Direito Penal começa quando há nidação, momento em que o embrião se aloja no útero, pois o código o embrião já é pessoa. → Do Embrião até o Parto é considerado Crime de Aborto (art. 124 a 126). - Crime de ação livre: pode ser praticado por todas as formas possíveis e imagináveis. - Crime material, pois está vinculado a morte da pessoa. Então nestes crimes só pode ocorrer se você tiver dado causa ao resultado. - É possível o crime de homicídio por omissão (Ex.: Estar em posição de garante da vida da pessoa – art. 13,§2º, b) - Dolo 1º Grau - - Dolo 2º Grau - o meio utilizado pelo criminoso é o meio necessário para levar a aquela pessoa a óbito. Dolo de consequência necessária. Ex.: Uma pessoa quer explodir uma avião para matar o piloto, mas está toda a tripulação dentro do avião. Então você age com Dolo Direto de 2º, pois o meio é necessário. - Dolo Eventual – Tem consciência que vai ocorrer e assume o risco. Vou atirar o pedra na janela, eu não quero matar ninguém, mas se matar tudo bem. - Culpa Consciente – Não quer que ocorra. Vou atirar o pedra na janela, eu não quero matar ninguém, mas se matar não está tudo bem. - Culpa Inconsciente – Culpa normal, por imperícia ou negligencia. Situação: Sujeito pretende matar a pessoa, atira, mas não o mata, pois vê a outra pessoa chorando, guarda a arma e vai embora. Então ele responde por Lesão Corporal (pensamento de Damásio), responde por Tentativa de Homicídio (pensamento da maioria, pois dá um tiro com a vontade de matar). Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço - Cezar Bittencourt entende o poder de diminuir é uma obrigação. - Damásio de Jesus entende que é uma faculdade. - Relevante valor social: diz respeito a coletividade - não é um motivo qualquer, ex.: sujeito que mata o traidor da pátria, pois a conduta é criminosa mas o motivo é nobre. - Relevante valor moral: diz respeito apenas a uma pessoa. Ex.: Sujeito que mata o estuprador de sua filha. - Violenta emoção: quer dizer uma emoção acentuadíssima. Emoção é uma instabilidade passageira. - Injusta provocação, logo após: a provocação não pode ser suficiente para a agressão, senão justifica a legitima defesa. 1.2 Homicídio Qualificado 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. - Motivos do Crime: incs. I e II - I: Dois exemplos e depois uma forma genérica – Isto é uma forma de interpretaçãoanalógica, onde tem uma fórmula casuística e depois um forma genérica. Motivo Torpe é um motivo vil que causa repugnância na sociedade. Paga(antes do crime) ou promessa(depois do crime) recompensa é o por exemplo o mercenário, onde comporta todo tipo de promessa, não só dinheiro. - Ex.: Sujeito chega em casa e diz para a esposa que a filha foi morta por estupro. Ele contrata uma pessoa para matar o sujeito, este vai e o mata. Então o pagamento ou promessa de pagamento não é sempre elemento do crime o autor intelectual. - Meios do Crime: inc. III - Modos do Crime: inc. IV - Fins do Crime: inc. V - Pode haver a diminuição da pena mesmo sendo um homicídio qualificado, desde que a qualificadora não seja por motivos do crime. 1.3 Homicídio Culposo § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 2. Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Aula 03 – 09/Ago/10 Homicídio – Continuação - O homicídio começa a partir da nidação. 1.2 Homicídio Qualificado - Motivos: incs. I e II - Meios: incs. III - Modos: incs. IV - Fins: incs. V - Tipo Derivado: e uma derivação da estrutura, do tipo simples. - Circunstâncias pessoais ou objetivas. - Não existia homicídio como crime hediondo, mas a partir de 94 o homicídio qualificado foi classificado como crime hediondo. – L. 8930/94 - Motivos Qualificadores: - Motivo Torpe: motivo vil, abjeto. A vingança nem sempre é motivo torpe (Pai que mata o estuprador de sua filha). - Promessa de Recompensa é qualquer tipo de promessa, não é necessariamente econômica. Art. 30, CP estabelece o concurso de pessoas. - A motivação é pessoal, quem mata pra receber, faz por motivo pessoal. Então quem manda matar não responde por esta qualificadora. - Motivação Fútil: motivo desproporcional ou insignificante. - A ausência de motivo não leva a qualificadora, logo o homicídio é simples. - Veneno em Meio insidioso é meio dissimulado na sua essência. Então o veneno para ser considerado meio insidioso, a pessoa não pode saber que está ingerindo venoso. Veneno é qualquer substância de meio animal, vegetal ou mineral que cause mal a pessoa. Ex.: Dar uma superdose de açúcar para um Diabético. - Meios Qualificadores - Meio Cruel: Asfixia, Tortura, ou outro meio cruel. Quem trás uma sofrimento a mais a uma vítima. Asfixia poderia ser o Entupimento das vias áreas da vítima, pode ser química ou mecânica. Tortura - Lei 9455/97, Art. 1º - Definição de Tortura: é onde trás um maior padecimento físico. - Se a Tortura gera a morte, mas não havia a pretensão de matá-lo – Então responde pela tortura, mas com o resultado a morte. - Concurso de pessoas é sinônimo de divisão de trabalho, se não houver divisão de trabalho não é concurso pessoas. - Se pratica um crime que resulta morte, é por homicídio culposo ( com exceções dos arts. 157, 158, 159). - Perigo não é individual, é coletivo → expõem ao perigo um número indeterminado de Pessoas ou de Bens. (art. 250, 251). Se o sujeito toca fogo num prédio para matar uma pessoa, mas este fogo pode gerar um fogo coletivo, matando mais pessoas, então ele responde por dois crimes, um deles é o crime de homicídio qualificado. - Observação a fogo ou asfixia pode ser também um meio cruel. - Uso de arma não é meio cruel, pois não é tipificado como sendo. - Modos Qualificadores - A maneira de agir do criminoso - Emboscada, Traição e Dissimulação são modos de agir que trazem dificuldade ou impossibilidade da vítima de agir - Traição: traiçoeiro, enganar, ataque sorrateiro. Tiro nas costas nem sempre é sinônimo de traição. Só pode ser de modo a impossibilitar ou dificultar a defesa da vítima. - Emboscada: Ocultar-se para poder atacar. (Seria esperar no bosque). É a tocaia. - Dissimulação: modo dissimulado, esconde o a verdadeira intenção. Uso de disfarce - Outra meio que dificulte ou impossibilite: A surpresa é um meio, pois a vítima não pode esperar pelo ataque. - Fins Qualificadores - Não pode ser o patrimônio, senão é latrocínio. - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime - Assegurar a Execução: Ex.: Matar o guarda-costas para matar o outra pessoa - Ocultação: é para esconder um outro crime. Ex.: Matar aquele que descobre ou pode descobrir o crime. Ex.: Crime de execução fiscal, então para ocultar o crime acaba mantando o fiscal. - Assegurar Impunidade de outro crime: Ex.: Ladrão notando ter sido reconhecido por alguém, durante a pratica do furto, elimina essa pessoa, para não ser identificado. Ex.: Se atirar num cadáver e depois matar a testemunha, não é homicídio qualificado, pois ao atirar num cadáver não é considerado crime. - Vantagem de outro crime: Ex.: Elimina-se o parceiro para ficar integralmente com o dinheiro conseguido à custa de algum direito. 1.3 Homicídio Culposo - Não se considera as hipóteses de trânsito. - Clássicas hipóteses de imperícia e negligência. § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos - Ex.: O médico vai operar alguém, mas não esteriliza os seus equipamentos e ao operar alguém, este morre. Então neste caso houve a pena aumentada. - Ex.: Engenheiro que não segue as regras técnicas para construir um prédio. - Não prestar o socorro a vítima em crime culposo, aumenta a pena em 1/3. Observa-se que só aumenta se ninguém prestar socorro a vítima. - Não procura diminuir as consequências do seu ato. Ex.: O sujeito não usa o carro pra levar a vitima ao hospital ou não liga para a Ecosalva. - Detenção o delegado pode definir a fiança. - Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. - O instituto que juiz pode deixar de aplicar a pena é o perdão judicial. Ex.: O pai estava limpando a arma, atira e mata o filho. O juiz pode deixar de aplicar a pena pois o acontecimento de perder o filho é muito maior que a própria pena. Aula 04 – 10/Ago/10 1. Induzimento ou Instigação ao Suicídio – Art. 122 Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. - Indução: a pessoa não quer se matar, mas você coloca a Idéia na cabeça - Instigação: a pessoa que se matar e você auxilia ao suicídio. - Ex.: Casal quer se matar. O homem abre a torneira com gás venenoso. Se os dois morrem, nada acontece. Se o homem morrer, mulher responde por instigação ao suicídio. Se a mulher morrer, o homem responde por homicídio por execução. 2. Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:Pena - detenção, de dois a seis anos. - Um crime autônomo e independente, com contornos próprios, nada haver com o homicídio. - Bem Jurídico Tutelado: A vida do nascente ou do neonato. - Sujeito Ativo: Crime Próprio: Praticado pela mãe. - Sujeito Passivo: nascente ou neonato. - Tipo Objetivo: Matar indica crime de ação livre, então a mãe pode matar de qualquer forma. A temporalidade “logo após” é significado assim que nasceu, porém a jurisprudência anda dilatando este “logo após”, considerando este período de “logo após” até o fim do estado puerperal. - Não confundir dolo com o estado puerperal (elemento normativo do tipo). - Estado puerperal é condições psicossomáticas que advém pelo parto ou após ele. Só é infanticídio se matar sobre estas condições. - Então se a mãe matar o filho sem a influencia puerperal, responde por homicídio. - Se a mulher sobre a influencia de estado puerperal não tinha condições de saber ou de querer, diminuir a capacidade da mulher → Então ela é incapaz e não é punida. - É um crime material, portanto se consuma um resultado naturalístico, com a morte do nascente ou neonato. - Se a mulher por alguma motivo não conseguir matar a criança no estado puerperal é tido como tentativa. - Elemento Subjetivo: Dolo – vontade de livre consciência dirigida ao fim. - Se a mãe mata o filho por imprudência, responde por homicídio culposo (Nucci e Bittencourt), não responde por crime por falta de tipicidade e art. 18, § Ú (Damásio e outros). Art. 18, § Ú - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente - Teoria do Erro: falsa percepção da realidade (art. 20, §3º) - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. - Se a mãe mata o filho de outra mulher, achando que era seu → Crime de Infanticídio por Erro de Pessoa. Regras comuns às penas privativas de liberdade Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. - Art. 29 – Autor ( Restritiva) - Participe ( conduta secundária) Hipótese 01 → A mãe sozinha mata o nascente ou neonato sob influencia do estado puerperal → Crime de Infanticídio. (art. 123) Hipótese 02 → Mãe + 3º (Secundário - Participe) → Mãe responde por infanticídio (art. 123), 3º responde por infanticídio (pensamento majoritário, pois o acessório segue ao principal) (antes tinha quem achava que fosse homicídio) Hipótese 03 → Mãe + 3º (em Coautoria) → Mãe responde por infanticídio (art. 123), 3º responde por infanticídio (pensamento majoritário, pois é elementar do crime) (antes tinha quem achava que fosse homicídio) Hipótese 04 → 3º Mata + Mãe (Partícipe) → 3º responde por homicídio (art. 121), Mãe responde por homicídio (Bittercourt). Tem posição que ambos respondem por Infanticídio e outra posição é de 3º homicídio e Mãe infanticídio. Aula 05 – 16/Ago/10 1. Aborto - Natural: não é crime - Acidental - Social: quando há muitos filhos – dto penal internacional - Legal - Eugênico: quando é inviável a vida extrauterina → é crime pois a medicina não tem como afirmar 100% que o feto não sobreviverá após o parto. - Aborto de Anencefálico: STF x Doutrina Penal. Se quando há morte encefálica já se permite a utilização de órgãos. Não há do que se falar em pessoa quando não há cérebro – art.3º L. 9.434/97. Nem culpável é, uma vez que não se pode exigir conduta diversa desta mãe. - Aborto criminoso: art. 124,125,126. - Bem Jdco Tutelado: art 124 (feto), 125 e 126 (mãe e feto). - Suj Ativo: art 124 (crime próprio) mãe gestante; 125,126(comum) não há qualificação específica. Art. 29 Concurso de Pessoas (Gênero); Autor e Partícipe (espécies). I, do art. 29 - Monista ou Unitário (regra) Exceção à regra: Teoria pluralista: crime para cada participante ( art. 235;244; 124 – 3º que auxilia a gestante, comete outro crime ). - O art. 124 só aceita concurso de pessoas quando o 3º é participe. - Ex.: Mãe quer abortar e 3º auxilia na ação do crime. Mãe → 124; 3º → 126 (não há coautoria no 124). - Ex.2: Mãe quer abortar e o 3º auxilia moralmente. Mãe → 124; 3º → 124 (participe). - Tipo objetivo: provocar o aborto (ação física). Aborto é elemento normativo. - Ocorre quando há nidação - A partir do trabalho de parto, não se fala + em aborto e sim homicídio ou infanticídio. - O consentimento pode afastar a antijuridicidade, mas pode fazer parte do tipo, como no 126. - A falta de consentimento é elementar do tipo de 125. - Consumação: com o resultado naturalístico→morte do feto. - Tentativa: crime material aceita tentativa - Obs.: 124→ a doutrina recomenda não punir a mulher em caso de tentativa, para ela não tentar interromper novamente a gravidez (política criminal). - Elemento Subjetivo: não há aborto culposo – Dolo. - Só há aborto culposo em uma forma (que não há crime de aborto) – art. 120, §2º, V. - Ex.: “A” atira em “B”, mulher grávida, com intuito de matá- la, conhecendo o estado de gravidez . “B” é salva dias. Após isso nasce o bebê, que falece 10 dias depois em razão das lesões sofridas pelo tiro. - Em relação a mulher: art. 121 (caput), - Aborto consumado em relação ao bebê (consumado mesmo dias após a ação). – art. 125 - Outra posição: homicídio consumado, pois a criança morreu. - Ex2.: A mãe pede para o médico fazer aborto há 2 bebês. Se a mãe souber que há 2 bebês. 2 abortos (art. 124). Se o médico souber que há 2 bebês (art. 126). - Ex.3: X chuta a mãe e há a morte do bebê, lesão corporal na mãe com resultado do aborto + 125 (se X sabia que a mulher estava grávida). - Lesão corporal com resultado aborto (se X não sabia que a mulher estava grávida). Aula 06 – 17/Ago/10 - Tem uma questão na prova 1. Aborto - o Aborto se consome com a morte do feto ou do embrião. 1.1 Aborto provocado por Terceiro – Art. 125, 126 Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência - Se mulher for alienada, débil mental ou menor de quatorze anos. - Se com consentimento da gestante – a mulher está sujeita a pena do art. 124 e o 3º que provoca o aborto, o art. 126. Forma qualificada Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. - Código equivoca-se em formas qualificadas ao dizer, por não serem qualificadoras, são causas especiais de aumento de pena (majorantes). → Qualificadoras: tipos penais derivados → Majorantes: deve-se verificar na ultima fase do cálculo da pena. - Formas qualificadas: - Lesão grave: faz referênciaaos §§1º e 2º do art. 129. - Se ao provocar o aborto, matar a gestante, o terceiro terá sua pena duplicada. - Hipótese: O médico estava no meio da cirurgia para provocar o aborto. Aplica uma anestesia. Mas antes de fazer o aborto a Policia chega a impede o aborto. Então houve a tentativa de aborto, porém a paciente sofreu lesão grave na perna devido a anestesia. → havendo a majorante consumada, o crime fica na esfera dolosa, logo não importa que não tenha conseguido ter feito a morte, pois o médico acabou lesando gravemente a paciente, era como se fosse consumado (aplica-se o art. 126 com o art. 127). - O legislador deixou de fora o art. 124 pois o direito não puni se você auto-lesionar. Agravação pelo resultado Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. - Se resulta morte em regra: grave o resultado de forma culposa. - Crimes culposos, omissivos próprios e os crimes preterdolosos (dolo no precedente e culpa no consequente) não aceitam tentativas. 1.3 Exceção ao Aborto – Médico Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; - É isento de pena pois houve a ausência de antijuridicidade. - Só é permitido se não houver nenhum outro meio para salvar a vida da gestante. - Já que a conduta do autor (médico) não é antijurídico, então o participe (enfermeira) também não seria punido. - Se uma parteira mata o feto para salvar a gestante (último caso) → É crime porém foi feito em Estado de Necessidade. Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. - É isento de pena pois houve a ausência de antijuridicidade. - Hoje é crime o estupro (constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso). - É desnecessário uma alvará judicial para que seja feito o aborto por estupro. Porém seria aconselhável o médico ter pelo menos um Boletim de Ocorrência, para se proteger. Se a gestante estava mentindo o médico está isento pelo Erro do Tipo (art. 20, §1º). 2. Lesões Corporais - art.. 129 e ss. - O sujeito não tem o intuito de matar, mas sim causar uma lesão corporal. - Princípio da Insignificância: não há ofensa atipicidade. Uma lesão leve não é crime. 2.1 Lesão Corporal Simples Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. - O consentimento do ofendido é causa supralegal que afasta a tipicidade. - As lesões leves sempre foram consideradas criminosas, porém o consentimento afastaria a tipicidade. Ex.: Furar orelha para colocar brinco. 2.2. Lesões Corporais Graves Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. - Lesão gravíssima com o consentimento do ofendido não é crime, pois faltaria dolo. Aula 07 – 21/Ago/10 Lesões Corporais – Continuação - A prova vai ter pelo menos duas questões sobre lesão corporal 1. Lesão Corporal – art. 129 - É crime contra a pessoa - O legislador buscar proteger a integridade física e corporal da pessoa. - Bem jurídico Tutelado: a integridade corporal ou a saúde de outrem. - Não há proteção da vida da pessoa, apenas a saúde dela, a proteção a vida é o capítulo anterior. - Funções fisiológicas das pessoas. - Crime comum, qualquer um pode praticar - Sujeito Passivo: A princípio não há nenhuma qualidade especial, mas no art. 129, §1º, IV e V só pode ser a mulher. - Ofender é fazer ou realizar uma lesão corporal em outra pessoa. - Os meios são os variados possíveis, pode ser direito (agredir com uma faca) ou indireto (derrubar um vaso na cabeça da pessoa). - Pode-se encontrar o dolo, culpa e preterdolo. - Melhor forma de classificar é começar a verificar se o caso concreto é o tipo penal mais grave e vai diminuindo a gravidade do tipo penal até o modo simples. - É crime material – ofensa ao corpo humano. Sendo assim, pode ser interrupto no curso da execução, logo, aceita tentativa. - Indenização penal: o crime de lesão corporal é um crime de menor potencial ofensivo (juízo especial criminal) pode ser convertido em indenização penal. - É necessário a manifestação do ofendido. 1.1 Lesões Corporais Graves - os §§1º e 2º são crimes qualificados pelo resultado – definição no art. 19. O Resultado agravador tem que haver pelo menos a culpa, ou seja, tem que haver o nexo de causalidade. Nestes parágrafos sempre a lesão corporal antecedente tem que ser dolosa, mas a qualificadora de grave pode ser dolo ou culpa(dependendo da situação). I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; - o Sujeito não é mais capaz de ocupar habitualmente. - o código não faz menção apenas aos aspectos econômicos, pode ser outra forma diferente, desde que de forma lícita. Ex.: Tornar-se incapaz de ir para a faculdade. - é necessário uma perícia complementar para comprovar a incapacidade por mais de 30 dias. - Art. 59 é onde valoriza o dolo e a culpa. II - perigo de vida; - Não é qualquer tipo de lesão corporal que causa perigo de vida. - é necessário uma perícia complementar para comprovar o perigo de vida. - não é mero possibilidade, mas probabilidade. - no perigo de vida não aceita a dolo, apenas a culpa(ou preterdoloso). Se for doloso é um tentativa de homicídio e não lesão corporal com o qualificador de perigo de vida. III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; - debilidade é enfraquecimento do membro, sentido ou função (do órgão do corpo humano). - permanente significa duradouro. - mesmo se houver dois órgãos que façam a mesma função, se um ficar prejudicado é debilidade, se os dois ficarem é perda. - pode ser exercido por dolo ou culpa. IV - aceleração de parto: - melhor era ter dito a antecipação de parto, pois só se acelera o que está em andamento. - a agressão fará aceleração do parto. - o feto não pode morrer. - na teoria pode dolo e culpa, mas na prática é só culpa. § 2° Se resulta: → Doutrinalmente chamado de Lesão Corporal Gravíssima. I - Incapacidade permanente para o trabalho; - Falta de capacidade duradouro para o trabalho. - Tem aspecto econômico. - Trabalho referido é o trabalho genérico. II - enfermidade incurável; - enfermidade patológico que aflige a vítima. - pode haver dolo e culpa III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; - Perda é a falta de membro, sentido ou função. - É a ablação, vindo da própria agressão ou de uma operação cirúrgica para minorar as consequências. - Pode ser por mutilação ou amputação. IV - deformidade permanente; - Deformidade é aquela lesão estética que causa uma vergonha para a pessoa que levou a lesão corporal, sendo esta deformidade duradoura. V - aborto: - É um crime de lesão corporal que resulta o aborto. Há dolo de lesão corporal e culpa no aborto, pois se tivesse dolo no aborto, seria o próprio tipo penal de crime de aborto. - Seria a interrupção da gravidez e consequentemente a morte do feto. 1.3 Lesão Corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, dequatro a doze anos. - Igual o inciso I, artigo 18. - Em todos os resultados qualificadores onde o legislador resulta morte, deve ser tido como culpa. 1.4 Diminuição de Pena § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. - Moral é individual; Social é coletivo. - Violenta emoção e injusta provocação – o individuo perde a cabeça e acaba agredindo. 1.5 Substituição da Pena § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. - hipóteses anteriores são os de lesão corporal privilegiada. - Lesão recíproca é quando ambas se agridem. 1.7 Aumento de Pena § 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 1.8 Violência Doméstica § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: - Advindo da Lei Maria da Penha - Vale tanto para homens quanto mulheres. - com quem conviva ou tenha convivido: este tipo de lesão pode ser dentro do lar ou fora dele. - Não são só estas pessoas enumeradas acima, mas também qualquer pessoa que coabitar e vive de hospitalidade. Ex.: Um amigo que convive contigo. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). - Se ocorre qualquer das lesões graves ou gravíssimas a pena é aumenta de 1/3 se tiver em violência domestica. § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência Aula 08 – 23/Ago/10 1. Omissão de Socorro – Art. 135 Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: - Título: Dos Crimes Contra a Pessoa: - Capítulo: III – Da Periclitação da Vida e da Saúde - Bem Jurídico Tutelado: é a vida ou a saúde de alguém - Se tiver em jogo a liberdade individual, não há o que se falar em omissão de socorro. - Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode praticar o crime. - Sujeito Passivo: rol taxativo – Criança abandonada(quem ter a tutela abandona a criança) ou Extraviada (criança que se perdeu); pessoa inválida ou ferida. - Criança – aquela que não tem condições de se autodefender (algumas doutrinas), conceituado no ECA → criança é até 12 anos (melhor entendimento). - O agente ativo só incorre no crime se ele não correr risco pessoal. - É o dever de solidariedade. - É diferente de crimes omissivos impróprios. Na omissão de socorro é uma crime de omissão próprio e você não se encontra como garantidor. - Se você não quer prestar socorro, tem que chamar a autoridade competente. - No entanto tem casos que não há opção de escolher. Ex.: Prestar assistência a um bebê que está na praia e a maré está subindo. - Elemento subjetivo: o dolo é de perigo e não dolo de dano. Se você quisesse que a pessoa sofresse um dano, ela na verdade sofreria por homicídio. - 2 ou mais pessoas deixarem de prestar o socorro, cada um é autor do crime, não existe co-autoria. Mas Bittencourt, acredita que existe participação em sentido estrito, quando um terceiro instiga ao agente ativo a não prestar socorro. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. - Morte ou Lesão Corporal Grave só pode ser por Culpa. Dolo na falta de socorro e Culpa na Morte ou Lesão Grave. - Você não pode ser causador da morte, mas sim sua omissão que tem que gerar a morte. Crimes Contra a Honra - Só pode ser contra a Honra da Pessoa Humana, Jurídica não pode ser. - Bem Jurídico Tutelado: é a Honra → conjunto de atributos, uma pretensão de respeito da personalidade da pessoa humana. - Honra Objetiva: conceito que se goza perante a sociedade - Honra Subjetiva: conceito que se goza perante a si mesmo. 2. Calúnia – art. 138 Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. - Protege a honra objetiva - Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode sofrer de calúnia. - Os loucos e as crianças podem também serem caluniados. Os desonrados e infames também possuem uma parcela que ainda pode ser caluniado. - Só pode imputar falsamente fato definido como crime e não contravenção penal. - É um fato dito como criminoso, tanto da existência quanto autoria do delito. O fato pode ter existido mas a autoria não se da pessoa caluniada. - Fato é acontecimento. Não precisa ser narrado com minúcias. - Hipótese: Se você falar que Fulano é ladrão, não é calúnia, pois não foi atribuído fato, apenas deu uma qualificação a pessoa, neste caso seria Injúria. - Elemento subjetivo: dolo genérico ou dolo específico(a vontade de ofender a honra objetiva, é bem aceita, mas o professor não entende que esta seja a melhor opção) - Só se consuma a calúnia se um terceiro ouvir. - A maioria da doutrina penal aceita como tentativa a calúnia. Se a calúnia for através de uma carta escrita extraviada, pode acontecer do crime ser exposto para sociedade, então é uma tentativa. O professor não segue este entendimento, pois foi extraviado, seria um crime impossível. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. -Neste caso não é o agente criminoso que criou a calúnia, mas sim o terceiro que a propagou e divulgou. - Hoje, se divulgar falso fato na imprensa é considerado crime do código penal e não crimes da lei de imprensa. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. - Calúnia Contra os Mortos Aula 09 – 28/Ago/10 1. Calúnia – Continuação 1.1 Exceção da Verdade § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. - Significa dizer que o sujeito que esta sendo processado, porque atribui um crime a outrem, pode tentar provar. - O agente ativo vai provar que foi o ofendido que cometeu um crime. Se provar que o ofendido realmente cometeu o crime, não será calúnia. - Bem jurídico tutelado: honra objetiva. - Mas há 3 hipóteses que não pode provar a verdade: - 1 – o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível, de ação privada. Ex.: Beltrano falou que Fulano cometeu um crime de injúria contra Cicrana. Não há como Beltrano provar se Cicrana não entrou com uma ação contra Fulano e esta ação foi transitado em julgado. - 2 – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; → presunção de inocência por haver a honorabilidade do cargo do Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro. - 3 – se o ofendido já foi julgado e absolvido em sentença transitada em julgado. 2. Difamação – art. 139 Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: - É a ofensa a sua reputação. - Sujeito Ativo: qualquer pessoa - Sujeito Passivo: somente pessoa física, mas tem algumas doutrinas que diz que pode ser pessoa jurídica.- Tipo objetivo: do fato, do acontecimento. - Bem jurídico Tutelado: honra objetiva. - animus difamandi – vontade de difamar a pessoa. - Consumação e Tentativa – ideia igual à calúnia 2.1 Exceção da Verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. - A exceção da verdade é ampla, ou seja, não tem como provar a difamação. Há apenas uma hipóteses que é possível provar: quando o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções (ex.: acusar um funcionário publico de ir todo dia no boteco beber no horário de expediente). Tem doutrinadores que acreditam que só pode provar a verdade neste caso quando o agente ainda estiver trabalhando naquela função, mas outra doutrina não concorda, pois mesmo o agente não estando mais na função, ocorre que ele fez o fato fora durante o período que trabalhava na função. 3. Injúria – art. 140 Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: - Ofender a autoestima. - Bem jurídico tutelado: honra subjetiva - Sujeito Ativo: qualquer um pode ofender - Como a ofensa é subjetiva, há necessidade de se sentir ofendido. - Dignidade é um atributo moral - Decoro são os atributos físicos ou intelectuais. - Injuriar é um conceito que se tem pela pessoa. - Você chamar uma pessoa de ladrão, não é calúnia, pois não está atribuindo um fato, mas sim uma injúria, pois está conceituando a pessoa. - Pode ser tanto um conceito verdadeiro quanto falso. - Se consuma igual a calúnia. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. - Na hipótese de perdão judicial - Se o ofendido provocar a injúria. - Retorsão (uma atrás da outra) Imediata – ambos se injuriarem. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: - Injúria Real: o meio empregado humilha a pessoa. Ex.: Levantar a saia de uma mulher no centro da cidade. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: - Injúria Preconceituosa: contra a Raça, Cor, Etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Ex.: Chamar uma pessoa de preto, com intuito de ofender. 4. Disposições Comuns Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; → Honrabilidade II - contra funcionário público, em razão de suas funções; → Importância da Função Pública. III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. → Aumenta a ofensa da pessoa. IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. → A exceção a injuria deve pois já haver pena especifica. Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. → Exige duas pessoas. 5. Exclusão do Crime – art. 142 - Clausula excludente de antijuridicidade. Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; - no foro judicial, na discussão da causa II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; - crítica esta salutar III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. - delegado que fala no relatório pedindo prisão preventiva de alguém e diz que este é criminoso. Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. 6. Retratação Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. - Só cabe na calúnia e na difamação - assumir a autoria e dizer que errou porque atingem a honra objetiva Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. - medida preparatória de ação penal (para esclarecer). - Ex.: Esta mulher me é muito “cara”. Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. - Ação Privada (regra geral) Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. Aula 10 – 29/Ago/10 Crimes Contra o Patrimônio 1. Furto – art. 155, CP Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: - Era previsto na lei das doze tabuas e lá existia o crime furto manifesto (flagrante em delito, logo pena de prisão) e não manifesto (não era preso em flagrante, logo pena de multa). - Significa apoderar-se ou assenhorar-se de coisa pertencente a outrem, ou seja, tornar-se senhor ou dono daquilo que, juridicamente, não lhe pertence o nomen iuris do crime, por sí só, dá uma bem definida noção do que vem a ser a conduta descrita no tipo penal. - A vítima não pode mais se dispor do objeto e o agente de a posse mansa e pacífica do objeto, mesmo que seja transitória. - Bem Jurídico Tutelado: É a o patrimônio (Propriedade, posse e o domínio ) - Sujeito do crime: por ser crime comum, não exige nenhuma qualidade especial, então qualquer um pode cometer o crime. - É elementar do tipo penal a subtração de coisa alheia, portanto, não pode o dono furtar seu próprio bem. Todavia, tem poucos doutrinadores que entendem que é possível, pois primeiro protege-se a posse depois a propriedade. Ex.: Se um sujeito faz um contrato e entrega um objeto como garantia; e depois não tendo condições de pagar e com medo de perder o objeto, vai lá e furta o objeto. → Mas a doutrina permanente entendeu que não é furto, mas tipificado no Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: (Título 11 – Crimes Contra a Adm Pub; Capítulo: Crimes Contra a Adm a Justiça). - Sujeito Passivo: O detentor da coisa alheia. Pode-se subtrair de pessoa jurídica. - O crime de furto existe se houver a subtração, a lei protege o detentor da coisa, logo, é crime furtar de ladrão. - Subtrair é levar, surrupiar. - Coisa Alheia móvel: é elementar que a coisa seja alheia, corpórea e móvel. - Para o Dto Civil: as embarcações e aviões são bens imóveis. Mas para o Dto Penal é considerado bens móveis. - O ser humano não pode ser furtado. Tampouco o cadáver (art. 211), mas se o cadáver pertence a uma instituição de ensino, ele possui um valor econômico, por isso, pode ser considerado furto. - Elemento Subjetivo: exige-se dolo. Não aceita forma culposa. Dolo específico: elemento subjetivo especial – subtrair para si ou para outrem, não importa o tempo que permaneça com o objeto, mas tem que haver a vontade de ter a posse sobre o objeto. - O sistema penal não contempla Furto de Uso - Princípio da Insignificância afasta a tipicidade da conduta. A coisa é considerada de pequeno valor até que seja de um salário mínimo. Observa-se que há a diferenciação entre a insignificância e o pequeno valor. - Res Omnium = Coisa de uso comum → Não há furto / crime- Res Nullius = Coisa de Ninguém – Ex.: Conchas que existem na praia → Não há furto / crime - Res Derelicta = Coisa Abandonada – Ex.: Jogar fora um sapato → Não há furto / crime - Res Deperdita = Coisa Perdida – Ex.: Encontrar uma carteira de dinheiro, com documentos na rua → Art. 169, II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. - Subtrair coisa de valor sentimental não é furto. - Esqueceu (art. 155), Perdida (art. 169). - Consumação: se consuma com a posse mansa e pacífica por parte do criminoso e por a vitima não poder mais dispor do objeto. - Tentativa: Art. 155 + art. 14, II. Ex.: Se Alex pegar o objeto de Alan, mas Alan vê, persegue Alex para recuperar o objeto e consegue. Então é uma tentativa, pois Alex não teve posse mansa e pacífica do objeto. Ex.: Pegar cerveja no mercado e ser pego pelo segurança do mercado. 1.1 Furto Privilegiado § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. - Primariedade. - Coisa de Pequeno Valor. 1.2 Furto Durante o Repouso Noturno § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. - É majorante por ser um aumento fixo de pena. - Para alguns doutrinadores, repouso noturno é quando a casa estiver habitada. Mas a maioria dos doutrinadores consideram que o repouso noturno é o momento que a cidade dorme. Aula 11 – 20/Set/10 1. Furto – Cont. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. - Interpretação Analógica: cita um exemplo e depois generaliza. - Energia elétrica ou qualquer tipo outra energia que tenha valor econômico. - A energia intelectual pode ser considerada se ela for materializada. - Hungria sustentava que até as energias do garanhões (sêmen do cavalo) e Noronha acrescentar uma vaca que produz o leite. - Ex.: No medidor de consumo de energia. Se colocar um imã para retardar o relógio do medidor de energia, seria um estelionato. Se subtrair a energia antes do medidor é furto da Copel, se for depois do medidor é o furto da pessoa. - A doutrina diz que capacitação de TV a cabo não é furto, pois não se pode fazer analogia sendo mal a parte. No entanto, o judiciário (jurisprudência dos tribunais inferiores) tem entendendo que é furto ou estelionato. 1.1 Furto Qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. - I) com destruição ou rompimento obstáculo à subtração da coisa: existe um obstáculo que precisa ser vencido (rompido) para o agente consiga subtrair o objeto. Ex.: Destruição de um cadeado (ofendículo) para furtar a casa. - Ex.: Alex quebra o vidro e furta o som do carro: se ele furtar um som original não há rompimento de obstáculo (furto simples), mas se for acessório instalada é furto qualificado pelo rompimento. - Ex.: João entra na casa pois estava aberta, mas a casa foi fechada com ele dentro. Joao para sair da casa com DVD do dono quebra a porta e sai. Doutrina 01: Concurso com Crime de Dano. Doutrina 02: Furto Qualificado. - Aceita a Tentativa - Ex.: José abre uma sepultura, pega um crânio e tira seus dentes de ouro. Seria furto, violação de sepultura ou destruição, subtração ou ocultação de cadáver? Conflito aparente de normas: um ato se enquadra em mais de um crime. Fase de execução do crime não se considera. Resp.: Furto Qualificado. - II) Relação de Trabalho pode ou não trazer a confiança, logo pode ou não ter abuso de confiança. A confiança é uma relação muito mais do que a simples acreditar que a pessoa é confiável, é quase um relação mútua. Ex.: Deixar o carro para o motorista do restaurante estacionar, não é confiança. - O Abuso não é elementar do tipo, por isso não se comunica com outra pessoa. (não teria concurso de pessoas). - Fraude: é o engodo, mentira, artimanha feita para tentar chegar perto do objeto para subtrair. Ex.: Pedir um copo d’água para a vitima ser enganada para não ver o agente furtando. A diferença de estelionato é que este, a vítima entre a coisa ao agente. - Escalada: é adentrar num lugar incomum e demanda uma invulgar habilidade do sujeito. Ex.: O agente pula um muro para invadir a casa. Ex.: Fazer um túnel para furtar um banco. Ex.: O agente sobe num poste de eletricidade para furtar o fio – Doutrina 01: Não é escalada, pois só se furta o fio subindo no poste. Jurisprudência: É furto qualificado pela escalada. - Destreza é invulgar habilidade, mas uma habilidade junto da vítima. De modo que a vitima tenha se objeto furtado sem que ela perceba. A destreza aceita forma tentada, se o ato for pego por coincidência. Ex.: Pungas de ônibus. - III) chave falsa: qualquer instrumento que tenha a capacidade de abrir. Ex.: Mixa, Gazua. Ex.: A mulher esquece a chave, o agente pega e entra na casa para furtar. Doutrina Maioria: Não é chave falsa. Noronha: É falsa, pois não o ato é ilícito, então a chave é falsa. Ex.: O homem faz copia da chave – Não é chave falsa e sim fraude. - IV) concurso de pessoas: cometer para Hungria é executar, então eles devem ser coautores, presentes no ato. Noronha pensa que cometer é o art. 29, logo o crime sendo realizado ou idealizado por duas ou mais pessoas, sendo que apenas uma pessoa executa (melhor pensamento). § 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. - Automóvel, jet-ski, trator, caminhão, etc. - Norma má formulada, pois esqueceu a multa - Só se consuma o furto quando se tem a posse mansa e pacífica do veiculo por parte do agente. Mas só se qualifica quando tiver ultrapassado a divisa fronteiriça. - Aceita forma tentada. Ex.: Ao tentar fugir como o carro para outro Estado, sendo perseguido, o agente passa a fronteira mas é pego logo em seguida pela polícia. Aula 12 – 21/Set/10 1. Furto de Coisa Comum – art. 156 Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: § 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. 2. Roubo – art. 157 - Crime simples: quando o legislador protege apenas um bem jurídico. Ex.: Homicídio - Crime Complexo: quando o legislador protege dois ou mais bens jurídicos. Há um reunião de condutas que isoladamente constituem crimes. É um crime pluri-ofensivo Ex.: Roubo – Furto + Afronte a Integridade Corporal - Bem Jurídico Tutelado: a posse ou a propriedade( patrimônio) + a pessoa. - Sujeito Ativo: Crime comum, pois o legislado não estabelece nenhuma qualidade do sujeito Ativo. - Sujeito Passivo: Qualquer Pessoa Física. Pessoa Jurídica pode ser vítima de crime de roubo, desde que a violência física seja feita contra uma pessoa física. - Elemento subjetivo: Dolo específico (referido por Hungria). Não há modalidade culposa. - Consumação: - Tentativa: - Situação: Tentar roubar a carteira do Oilman, obs. que o oilman não possui nenhuma carteira - Não há o Crime Impossível de Roubo pois ainda tem a violência e a grave ameaça, seria Tentativa de Roubo (pensamento do STF). 2.1 Roubo Próprio – art. 157, caput Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,reduzido à impossibilidade de resistência - 3 meios coativos (objetos): a violência, a grave ameaça e qualquer outro meio que reduza a resistência da vítima. - Coisa móvel alheia – Igual crime de Furto - Mediante Violência (desforço contra o corpo da vítima) e Grave ameaça (violência moral) – Pessoa - Ameaça é o prenuncio de um mau atual (se não for no momento, não é crime de roubo) capaz de intimidar a vítima, este mau deve ser grave. A gravidade deve ser verossímil, determinado e possível de ocorrer. - As condições físicas, morais e psíquicas da vítima devem ser levadas em conta para analisar a grave ameaça. Ex.: Ameaçar uma velhinha X ameaçar um fisiculturista. - Qualquer outro meio que reduz a capacidade de resistência – chamada de violência imprópria. Ex.: Superioridade numérica, narcóticos, hipnose, sonífero. - Primeiro impõe a grave ameaça e depois subtrai o objeto. - Elemento subjetivo especial: 01 dolo genérico e 02 dolos especiais (para si e para terceiro; e com intuito de ). 2.1 Roubo Impróprio – art. 157, §1º § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro - Primeiro subtrai o objeto e depois impõe a grave ameaça. - Só há 02 meios coativos: violência e grave ameaça. - Situação.: A prostituta pede para João tomar um banho. Ela pega a carteira de João. João fala que vai pagar antecipadamente o serviço. Nisto a prostituta pede para brindar antes do pagamento, mas coloca um sonífero no drink. Fazendo João dormir. → Crime: Furto mediante fraude + Constrangimento Ilegal – pois o meio que reduz a resistência empregado que foi utilizado posteriormente a subtração. - Elemento Subjetivo: 01 Dolo genérico 02 especiais Art. 157 Consumação Tentativa Teoria Clássica (Tradicional) Dolo Próprio (caput) Dolo Impróprio (§1º) Igual ao Momento do Furto – quando a vítima não pode mais dispor do objeto, com posse mansa e pacífica. C/ a violência e grave ameaça SIM – aceita a tentativa NÃO = FURTO Teoria Ortodoxa ( STF) Dolo Próprio (caput) Dolo Impróprio (§1º) c/ a subtração, não precisa ter a posse mansa e pacífica C/ a violência e grave ameaça SIM – aceita a tentativa NÃO = FURTO Teoria Liberal Dolo Próprio (caput) Dolo Impróprio (§1º) Igual ao Furto Igual ao Furto SIM SIM Fragoso – mesmo da teoria tradicional – entende que no roubo impróprio aceita tentativa, que seria quando por circunstâncias alheias o agente não conseguiria consumir o roubo. Aula 13 – 27/Set/10 2.2 Roubo Majorado – art. 157, §2º § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: - São causas majorantes, de aumento de pena, pois tem um percentual de aumento. Por isso não é qualificadora. - Doutrina Majorante - O aumento de pena é proporcional a quantidade de majorantes encontradas no crime cometido. Ou seja, se só houve 01 majorante, o aumento é o mínimo (1/3), se pegar todos os agravantes (1/2). I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; - Art. 19, L. ?. – Trazer arma sem a autorização da autoridade competente. - Conceito de Arma: pode ser arma própria (aquelas fabricadas para ataque ou defesa, ou seja, armas de fogo) ou arma imprópria (aqueles instrumentos que não são fabricados para ataque ou defesa, mas eventualmente podem ser utilizadas como tal). Hungria considerava que qualquer objeto que pode ter o poder de ofensa é uma arma. - Hungria entendia que se a pessoa foi intimidada pelo objeto, mesmo sem ter poder de fogo (ex.: pistola descarregada), é sim considerado uma arma para praticar roubo. - Com emprego de arma é dizer que a pessoa tem que usar a arma. - A primeira doutrina entendia que o importa é poder de intimação da vítima para ser considerado arma. - A segunda doutrina já entende que para ser considerado arma, tem que haver o emprego dela. - STJ, hoje, entende que arma é qualquer objeto que tem capacidade de ofender a integridade da pessoa e não de intimidar. Para incidir a majorante tem que haver a apreensão do objeto, pois só com o objeto que será possível capaz de medir a poder de ofender. Mas se a arma foi disparada, já não precisa mais a apreensão da arma, pois a ofensabilidade já foi comprovada. - Ou seja, uma arma de brinquedo não tem poder de ofender, de acordo com o STJ. - No Estatuto do Desarmamento – foi proibido a fabricação de arma de brinquedo. - Doutrina Minoritária: quanto maior o poder de a arma ofender, maior o aumento de pena. II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; - Hungria dizendo que no mínimo duas pessoas teria que estar no local e executando o tipo de roubo. - Noronha, Fragoso entende que é o art. 29 – co-autoria de sentido estrito. Basta que uma execute o tipo penal e o outro estar na espera (01 autor e 01 partícipe). - Há doutrinadores minoritários entendem que quanto maior o número de pessoas, maior o aumento de pena, pois maior é a ofensa. III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. - A pessoa tem que estar em serviço de transporte de valores. A pessoa tem que estar trabalhando no momento do crime. - Ouro, Títulos de Crédito, dinheiro, outros = Valores - Doutrina minoritária: quanto maior o valor, maior o aumento de pena. - Importante: a pessoa tem que ter o conhecimento que o roubo está sendo sobre uma vítima de serviço de transporte. - Ex.: Se a pessoa não sabia que aquele veículo possui bens de valores, mesmo o agente querendo pegar um veículo com valores, não há este majorante. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; - Igual ao do Furto. V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) - Em todo crime de roubo, há uma restrição a liberdade da vítima, pois a pessoa sobre o poder da vítima. - Esta restrição da liberdade é só quando o fizer a mais do que o necessário para prática do roubo. - A consumação e tentativa é igual ao roubo simples. Art. 158, § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 2.3 Roubo Qualificado – art. 157, § 3º § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. - É a única qualificadora do crime de roubo. - A maioria doutrina tem entendido que a parte final seria deste parágrafo o Latrocínio. - Elemento Subjetivo: a qualificadora pode ser por dolo ou culpa. Quando houver “se resulta morte” é indicativa de culpa, com 3 exceções: art. 157, 158 e 159. - Ex.: O sujeito entra no banco e fala: “Atenção é um assalto, todo mundo no chão, senão eu mato qualquer um como este daqui” e mata o sujeito. → Latrocínio. - Ao entrar no banco e mata várias pessoas para roubar. Pluralidade de vítima no latrocínio é entendido como um latrocínio, apenas. Fragoso achava que para cada vítima há um latrocínio. Pois é crime contra o patrimônio e não contra a pessoa. - A pluralidade de pessoas constrangidas com a grave ameaça também é entendido como apenas um roubo. Pois é crime contra o patrimônio e não contraa pessoa. - Se ocorrer de entrar num ônibus e roubar varias pessoas, então o agente responde por vários roubos, concurso formal (art. 70), pois são vários patrimônios roubados. 3. Macete - Homicídio Consumado + Subtração Consumada = Latrocínio Consumado - Homicídio Tentado + Subtração Tentada = Latrocínio Tentado - Homicídio Consumado + Subtração Tentada = - a) Latrocínio Consumado (Súmula 610, STF); - b) Latrocínio Tentado (Fragoso); - c) Latrocínio Qualificado (inc. V) (Hungria); - d) Homicídio Qualificado e Roubo Tentado, em Concurso Material (art.69); - e) Homicídio Qualificado e Furto Tentado, em concurso formal (art. 70) - Homicídio Tentado + Subtração Consumada = - Latrocínio Tentado (STF, Fragoso) - Homicídio Qualificado Tentado (Hungria) - Ex.: O ladrão tenta entrar dentro da casa de Alex. Mas Alex vê o ladrão e correr para pegá-lo. O Ladrão corre, mas Alex pega ele. O ladrão bate em Alex, ocasionando um Lesão Corporal Grave. Crime: Furto tentado em concurso material com o Crime de Lesão Corporal Grave. - Ex.: Se o policial que está dentro do banco mata um dos ladrões em legítima defesa. Crime dos ladrões: Não há latrocínio pois a morte de forma lícita não pode agravar a pena do ladrão. - Pluralidade de Vítimas - Fragoso entendia que só havia um só latrocínio e vários outros homicídios. Mas a doutrina majoritário entende que é apenas um latrocínio. Aula 14 – 28/Set/10 1. Extorsão Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: - O roubo é o irmão gêmeo da extorsão - Bem Jurídico Tutelado: Patrimônio + Integridade Física - Suj Ativo: qualquer um - Suj. Passivo: qualquer pessoa. - Meio Coativo: somente pessoa física - Desfalque patrimonial: tanto pessoa física quanto jurídica. - Indevida vantagem econômica é elementar do tipo penal. Aqui que distingui a extorsão de outros tipos penais. Ou seja, só é extorsão a vantagem econômica indevida. - A fazer, tolerar ou deixar de fazer alguma coisa: - Fazer: ação coerciva. - Tolerar: a vítima constrangida tolera o que o agente aja. - Deixar de Fazer Alguma coisa: a vítima deixa de fazer alguma conduta que a lei o impede. É uma conduta omissiva da vítima. Ex.: “Se você participar da licitação que ocorrerá, eu mato você”. - Ex.: A amante liga para o amante dizendo que se ele não lhe transferir R$ 1.000,00, ela irá ligar para a mulher do amante. - Elemento Subjetivo: “para si ou para outrem” – dolo específico ou elemento subjetivo especial. “c/ intuito de ou c/ fim de “ – é sinônimo de dolo específico e crime formal (em regra) (o legislador escreve a ação e o resultado para que o crime se consuma). Então para que ocorra o crime de extorsão é necessário 3 dolos: 01 geral e dois específicos (“para si ou para outrem” e “c/ intuito de”. - Consumação: se consuma com o fazer, tolerar ou deixar de fazer da vítima. - Tentativa: se a vítima não chegar a fazer, tolerar ou deixar de fazer. § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. - Se o crime é cometido em concurso de pessoas (comporta o sentido amplo = autor + partícipe) § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. - Roubo: § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. - O legislador acoplou que na extorsão da vítima é imprescindível, por isso inclui o caso dos sequestros relâmpagos. 1.1 Diferença entre Roubo e Extorsão - Hungria: Roubo: o agente subtrai (surrupiar), coisa móvel alheia - Extorsão: a vítima constrangida entrega o objeto. - Noronha: Extorsão: o prenuncio do mal é atual, mas este mal deve ser realizar num futuro próximo, que é a busca da vantagem econômica indevida. - Nilo Batista: Roubo seria mesmo no caso em que a vítima entregava o objeto. - Concurso de Pessoas (art. 29) – Autor – Teoria Restritiva – é quem realiza o tipo. – Teoria do Domínio do Fato – é também aquele que tem o domínio do fato criminoso (pode ser então ocorrer a autoria mediata –feito por uma terceira pessoa). - Outra corrente: Extorsão: a conduta da vítima é necessário e imprescindível para o tipo. Roubo: não é necessário a conduta da vítima. Ou seja, se o autor tinha condições de subtrair sem a ajuda da vítima, então é roubo. Mas se não tinha condições, então é extorsão. - Ex.: Alex tinha uma crédito com João. Alex entra no escritório e ameaça atirar em Joao se ele não lhe pagar o dinheiro devido. Crime: Não é extorsão, nem roubo, pois não é vantagem econômica indevida, tao pouco subtraiu coisa móvel alheia. O crime é art. 345 - Exercício arbitrário das próprias razões. Aula 15 – 04/Out/10 1. Extorsão mediante sequestro Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: - É irmão de extorsão, só inclui o sequestro - Bem Jurídico Tutelado: Crime Complexo → Patrimônio + Pessoa (integridade física e/ou a vida) - Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa, pois não se exige nenhuma qualidade especial - Sujeito Passivo: Tanto Pessoa Física quanto Jurídica. Pode a Pessoa física ser sequestrada e a pessoa jurídica ter o desfalque patrimonial. - Tipo Objetivo: - Sequestrar – não é necessariamente o deslocamento de uma pessoa para um cativeiro, ela pode ser também apenas a privação de liberdade da pessoa sequestrada. Seqüestro e cárcere privado -Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: → Capítulo: DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL → Observa que o sequestro é privar a liberdade da pessoa. - Para conseguir resgatar a pessoa é necessário o pagamento de uma vantagem. Fragoso entende é de cunho econômico. Damásio entende que a vantagem não é necessariamente econômica, pode ser qualquer uma, desde que indevida. Se a vantagem for devida seria art. 148 em concurso com art. 345. - Elemento Subjetivo: 01 Dolo Geral + 02 Dolos Específicos (“com fim de” + “para si e para outrem”. - É crime formal: o resultado naturalístico a vantagem indevida. O resultado não precisa ocorrer. - Então neste caso se consuma no ato de sequestrar e a vantagem indevida é apenas o exaurimento do crime. § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. - §1º - é uma qualificadora pois a pena é de 12 a 20 anos. - A duração do sequestro é um qualificador, por isso +24h - Menor de 18: pois o jovem num tem capacidade mental para entender o sequestro - Maior de 60: Devido o Estatuto do Idoso. - Cometido por quadrilha ou bando: Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: → é uma associação estável. No art. 288 é punível o ato preparatório de um crime, quando associa-se em 3 pessoas a fim de cometer o crime. STJ entende que se ocorrer o sequestro mediante sequestro cometido por quadrilha ou bando, o crime de quadrilha ou bando não será punido para não ocorrer a punição por dois crimes iguais. Fernado Capez entende que são crimes distintos e devem serem tratados como tal. § 2º - Se do fato resulta lesão corporalde natureza grave (art. 129, §§1º e 2º). § 3º - Se resulta a morte - Exceção: a lesão corporal e morte aceitam tanto a título de dolo, quanto título de culpa. - A morte só pode ser da vítima (Maioria doutrinária), pois se for a morte de terceiro seria homicídio com a qualificadora para assegurar outro crime. A morte pode ser da vítima do sequestro ou de terceiros (Bittencourt). - Se a vítima morrer por motivos alheios ao do sequestrador, incide o art. 19 e art. 13, logo o sequestrador não responde pela morte da vítima. § 4º - Se o crime é cometido em concurso (de pessoas), o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. - Famosa Delação Premiada – é condição sine qua non que a delação seja efetivada, ou seja, tem que facilitar a libertação do sequestro. O juiz é obrigado a diminuir, apenas ele escolhe o quantum irá reduzir. Aula 16 – 05/Out/10 1. Apropriação Indébita – art. 168 Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: - Sempre foi uma espécie de furto até 1791 do Código Francês, que aí fez uma distinção de furto. - No Brasil, tudo era furto até o Código atual (1940) que tornou a apropriação indébita um crime diferente de furto. - Bem Jurídico Tutelado: Patrimônio, mais especificadamente uma proteção ao proprietário contra o possuidor ou detentor. - A posse do possuidor era lícita, porém este pretende apropriar este bem para si. - Tem que ser coisa alheia móvel - Sujeito Ativo: Dois pensamento: 1) Não há qualidade especial, crime comum; 2) Crime própria, tem uma qualidade especial, existe uma obrigação entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. - Sujeito Passivo: é a pessoa que tem a posse móvel e alheio. - Tipo objetivo: apropriar-se significa tomar para si, passa agir como se dono fosse. Coisa alheia móvel. A posse ou detenção tem que ser lícita, sem nenhum tipo de expediente fraudulento, senão seria estelionato. - Condição sine qua non é a posse ou detenção lícita. - O crime pode ser praticado de duas formas: a) por atos de disposição (vender para outro o objeto) ou b) ter o objeto para si. - Tipo Subjetivo: exige apenas o dolo genérico. Exige-se que se tenha a posse antes da apropriação. O dolo na apropriação indébita é posterior a posse lícita do objeto, no estelionato é anterior. - Quando a pessoa tem a posse e se faz de dono é um caso de apropriação indébita. - Ex.: Dá o dinheiro para o motoboy para pagar as contas, o motoboy vai e nunca mais devolve o troco. - Consumação: é quando inverte o ônus da posse. O possuidor passa dolosamente a ser como proprietário fosse. - Tentativa: Fragoso entende que é tecnicamente admissível, por ser um crime material e praticado por um único ato, porém difícil de ocorrer. Reges Prado sustenta que não aceita tentada, pois ao o agente pensar em apropriar-se (elemento subjetivo) já está consumado o crime. (Situação: Ao Alex tentar repassar a outrem o livro que tinha posse e é pego pelo dono. Fragoso: tentativa. Regis Prado e Professor: Consumado). - Cuidado com o propósito de restituir: Situação: Gastão tinha o dinheiro do Pato Donald e ao invés de devolver o valor, pega o dinheiro e compra uma Mega Sena, mas diz ao Pato Donald que ao ganhar restituía todo o dinheiro. Conclusão: Crime de Apropriação Indébita, pois a chances de Gastão restituir é muito pequena. § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: - É causa específico de aumento de pena I - em depósito necessário; - Elemento normativa o direito penal, mas deve buscar o significado no direto civil – é a situação que a pessoa não tem outra situação senão devolver o bem. II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; - É um rol taxativo, não aceita ampliação. - Tutor: é o encarregado de adm os bens de menores que estão destituito de pátrio poder. - Curado: são pessoas incapazes de gerir seus bens. - Síndico: é o da massa falida e não ao do prédio. - Liquidatário: são as empresas (bancarias) que estão em estado de liquidação - Inventariante: pessoa responsável judicialmente de cuidar dos bens inventariados. - Depositário Judicial: é a pessoa estranha ao corpo do funcionalismo (não é servidor público) que fica judicialmente responsável para cuidar dos bens. III - em razão de ofício, emprego ou profissão. - Emprego: atividade remunerada, normalmente da CLT. - Profissão: exercício praticado por qualquer pessoa. - Ofício: é a habilidade que a pessoa tem. Ex.: Alfaiate. 1.2 Apropriação indébita previdenciária – Não cai na prova Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: - Tutela o fundo de recebimento do INSS. - Ex.: Contrata empregada doméstica por 1 salário, mas paga 2 salário. Crime de Aprop. Indébita Previdenciária. 1.3 Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza – Não cai na prova. Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: - Erro é a falsa percepção da realidade. - O erro não pode ser por causa do agente criminoso. - Ex.: Aparece R$ 1.000.000,00 na minha conta e não devolve. - Caso Fortuito: Ex.: Caminhão bate no muro da minha casa e a carga se abre e cai dentro da casa. Eu não devolvo. - Força da Natureza: Ex.: A roupa estava pendurada no varal. O vento forte leva a roupa para a casa do vizinho, que pega o bem e não devolve. Aula - 06/11/10 1. Falsificação de documento público – art. 297 Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: - Documento para Noronha é papel escrito por alguém que tinha uma existência de um fato ou uma vontade de alguém. - Hoje, documento é uma peça escrita que haja a manifestação de vontade. Mas este documento tem que ter relevância jurídica, ou seja, capacidade de prejudicar alguém (causar prejuízo). - Ex.: Placa de veículo não é considerado peça escrita. - O Documento tem que ter a identificação do autor ou meios para que seja identificável o autor. - Os requisitos para ser documento são: a) peça escrito; b) identificação do autor, e; c) relevância jurídica. - Bem Jurídico Tutelado: a Fé Pública – a crença de toda a sociedade de que o documento é verdadeiro. - Sujeito Ativo Crime Comum: qualquer pessoa pode praticar. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. - §1º - Causa Especial de Aumento de Pena com Sujeito Ativo específico. - Sujeito Passivo: Primeiramente é a própria sociedade, pois a fé do povo é violado. Secundariamente é a pessoa prejudicada por aquele documento - Tipo Objetivo: Falsificar é fazer o documento público como fosse verdadeiro. É um falsidade material - Falsificar em todo é criar um documento inteiro - Falsificar em parte é acrescentar algumas informações falsas num documento. - Alterar o documento é modificar o documento verdadeiro. Ex.: Modificar a carteira de motorista que era A para B. - O documento é o objeto do crime e elemento normativo. - Documento formalmente e substancialmente público: Ex.: Leis, Decretos. - Documento formalmente e substancialmente privado: Ex.: Carteira de Identidade – é um documento público mas sua substância é sobre a pessoa física. Ex.2: Nota Fiscal. - Elemento Subjetivo: só exige o dolo. Dolo de criar ou alterar um documento e este documento sendo capaz de prejudicar alguém. - Consumação: se consuma com a criação ou modificação do documento. - Tentativa: é aceita. Ex.: Sujeito estava em casa fazendo uma carteira de documento falso. - O sujeito faz um documento em casa falso, mas não pretende prejudicar
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