Buscar

16 MEDULA ESPINHAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

MEDULA ESPINHAL
SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Estrutura da Medula Espinhal .............................. 3
3. Irrigação ......................................................................15
Referências Bibliográficas .........................................28
3MEDULA ESPINHAL
1. INTRODUÇÃO
A medula espinhal é uma massa cilin-
droide de tecido nervoso constituin-
te do sistema nervoso central (SNC), 
sendo uma continuação do tronco 
cerebral que se estende do forame 
magno até a região das vértebras 
lombares L1 e L2. A medula situa-
-se dentro do canal vertebral e du-
rante seu desenvolvimento ocorre 
uma desproporção entre tamanho da 
coluna vertebral e medula espinhal, 
sendo que esta tem seu crescimen-
to final até os quatro anos de idade, 
enquanto a estrutura óssea mantem 
crescimento até os 14 a 18 anos de 
idade. Dessa forma, o comprimento 
final da medula varia em aproximada-
mente 42 centímetros nas mulheres 
e 45 centímetros em homens.
É uma região essencial ao funciona-
mento corporal nos âmbitos motor e 
sensitivo, para movimentos corporais 
básicos como caminhar, correr e tam-
bém nos reflexos de tronco e mem-
bros. Tem função de percepção do 
tato, levando informações ao cérebro, 
além de inúmeras funções autonômi-
cas que detalharemos nesse material.
Conhecer sua anatomia e funcio-
nalidade é essencial para entender 
anormalidades que podem ocor-
rer tanto por situações traumáticas, 
compressões, tumorações e infec-
ções quanto por anormalidades es-
truturais endógenas. Neste material 
entenderemos as relações anatômi-
cas, propriedades funcionais e pos-
síveis anormalidades encontradas na 
medula espinhal.
2. ESTRUTURA DA 
MEDULA ESPINHAL 
Anatomia externa
Os limites anatômicos são essenciais 
para reconhecer o início e fim da me-
dula. A referência superior é o forame 
magno, sendo que acima dele o que 
chamávamos de medula passa a ser 
bulbo enquanto o limite inferior está 
na região da cisterna lombar à nível 
de L1. 
Coluna vertebral
A medula espinhal não é uma es-
trutura isolada, está em contato com 
diversas outras estruturas, incluin-
do estrutura óssea: a coluna ver-
tebral. A coluna realiza um papel de 
proteção e estruturação da medula 
espinhal, desde a base do crânio a 
região de cóccix. Há também relação 
direta com os nervos espinhais que 
serão detalhados no tópico nervos 
espinhais.
4MEDULA ESPINHAL
A coluna vertebral é dividida em qua-
tro regiões: cervical, torácica, lombar 
e sacro-coccígea, sendo composta 
de 7 vértebras cervicais, 12 toráci-
cas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 
4 coccígeas.
Vista
anterior
Vista 
lateral 
esquerda 
Vista 
posterior
Vértebras 
cervicais
Vértebras 
torácicas
Vértebras 
lombares
Sacro (S1-5)
CóccixCóccixCóccix
Sacro (S1-5) Sacro 
(S1-5)
Atlas (C1)
Áxis (C2)
C7 C
7T1 T
1
T
2L
1
L
5
T
2L
1
L
5
Áxis (C2)
Atlas 
(C1)
Figura 1. Coluna vertebral. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 6ed. Porto Alegre: Artmed (2015)
5MEDULA ESPINHAL
SE LIGA! A subdivisão da medula espi-
nhal ocorre a partir dos níveis vertebrais. 
Lembre-se que variações anatômicas 
podem predizer variações na localização 
dos níveis medulares.
Além dessa segmentação vertebral 
existe outros importantes marcos re-
lacionados à estrutura óssea, sendo 
eles os alargamentos medulares, o 
primeiro na região cervical baixa ou 
cervico-torácica e o segundo no alar-
gamento lombar. Os alargamentos 
são regiões com importantes infor-
mações que chegam e saem, dando 
origem aos grandes plexos nervosos, 
o plexo braquial e o plexo sacral.
Cervical
Torácico
Lombar 
Sacro-
coccígeo
Figura 2. Divisão da coluna vertebral. Fonte: https://bit.ly/3eWriCo
6MEDULA ESPINHAL
Após a medula há uma região repleta 
de líquido com raízes espinhais que 
é conhecida como cauda equina. A 
importância clínica da cauda equina é 
a região da cisterna lombar, pois é a 
região da punção lombar para ava-
liação liquórica.
Coluna 
espinhal
Cauda 
equina
Figura 3. Cauda equina. Fonte: https://bit.ly/2Dja30j
7MEDULA ESPINHAL
Medula espinhal
Plexo cervical
Plexo 
braquial
Nervos 
intercostais
Plexo lombar
Plexo sacral
Figura 4: Plexos e relações nervosas da medula espinhal. Fonte: https://bit.ly/2DanZd8
SAIBA MAIS!
A síndrome da cauda equina é uma doença grave causada pela compressão e inflamação do 
feixe de nervos na parte inferior do canal vertebral. A gravidade se dá ao fato de poder resul-
tar em paralisia, incontinência intestinal/urinária e a outros problemas de sensibilidade e perda 
de movimento. Em muitos casos de síndrome da cauda equina a descompressão cirúrgica 
do canal vertebral é recomendada como a opção de tratamento mais adequado. O objetivo 
é aliviar a pressão sobre os nervos da cauda equina, removendo as estruturas que os estão 
comprimindo e aumentando o espaço disponível para os nervos no canal medular. Além da 
descompressão dos nervos afetados na cauda equina, o médico também vai procurar tratar a 
causa subjacente da doença.
8MEDULA ESPINHAL
Meninges
As meninges, em número de três, 
dura-máter, aracnoide e pia-má-
ter são componentes essenciais para 
proteção e funcionamento medular. 
O espaço epidural que separa as po-
ções da dura-máter e aracnoide é re-
pleto de gordura formando um coxim 
de proteção entre as camadas, abaixo 
da aracnoide há o espaço subarac-
noide repleto de líquor e diretamente 
em contato com a medula espinhal 
está a pia-máter. 
O ligamento denteado é uma estrutu-
ra de “ancoragem” da medula, dimi-
nuindo a mobilização extrema da me-
dula e consequentemente realizando 
proteção em casos de traumas.
Substância branca Substância cinzenta 
Gânglio nervoso
Aracnoide 
Dura-máter
Pia-máter
Nervo 
 Figura 5. Medula espinhal e meninges. Fonte: https://bit.ly/30WMcf3
9MEDULA ESPINHAL
Anatomia interna e organização 
histológica da medula
A medula espinhal é composta por 
duas porções: a substância cinzen-
ta e substância branca. A grande 
diferença entre a medula e a região 
cerebral é que, na medula, a região 
central é composta por substância 
cinzenta enquanto a porção mais 
externa é composta por substância 
branca. 
HORA DA REVISÃO!
As meningites são infecções que afetam a região de meninges causando inflamação in-
tensa nessas áreas e com repercussões clínicas específicas. Os principais agentes etioló-
gicos são vírus, fungos e bactérias e as características sintomatológicas variam bastante 
de acordo com cada subtipo. Infecções virais, em geral, são mais brandas e podem ter 
resolução espontânea ou com utilização de sintomáticos e antivirais, cursam com febre, 
mal estar, fraqueza, cefaleia, náuseas e vômitos e dificuldade em fletir a cabeça. O diag-
nóstico é realizado com história clínica e punção lombar com análise do líquor cefalorra-
quidiano. A meningite bacterina aguda é uma condição clínica mais grave que necessita 
de abordagem imediata do profissional com antibioticoterapia direcionada aos germes 
mais prevalentes. Os sintomas são os menos supracitados com maior intensidade, por 
exemplo, vômitos em jato, prostração, rigidez intensa em região de pescoço, manchas e 
necrose em extremidades e outros.
Figura 6. Organização interna da medula espinhal. Fonte: https://bit.ly/30QTVvg
10MEDULA ESPINHAL
A substância cinzenta é conhecida 
como H medular, este que é um res-
quício da luz do tubo neural, região 
que agrupa corpos de neurônicos e 
células gliais. Dentre os marcos ana-
tômicos importantes da substância 
cinzenta estão os cornos, o primei-
ro, dorsal ou posterior, corno lateral e 
corno anterior ou ventral. Há também 
a fissura mediana anterior ou ventral 
e o sulco mediano posterior, este que 
divide a medula em duas metades.
O H medular é composto por lâminas 
irregulares, sendo chamadas de lâ-
minas de Rexed. São elas: 
• Lâminas I-VI: sensoriais
• Lâmina VII: espinocerebelar
• Lâmina VIII e IX: motoras
• Lâmina X: circunda o canal central
Os neurônios são aindasubdivididos 
em neurônios de axônios longos e 
curtos. Os primeiros são tipo I de Gol-
gi, radiculares e cordonais. Os radicu-
lares podem ser viscerais e somáticos 
e os segundos de projeção e de as-
sociação. Os neurônios de projeção e 
associação são essenciais para coor-
denação das informações da medu-
la com a própria medula e da medula 
com os outros órgãos do SNC. En-
quanto isso, os neurônios curtos são 
tipo II de Golgi.
NEURÔNIOS TIPOS EXEMPLIFICAÇÕES
Neurônio de Axônio longo Tipo I de Golgi
Radiculares: viscerais e somáticos
Cordonais: de projeção e de 
associação
Neurônio de Axônio curto Tipo II de Golgi São interneurônios
Tabela 1. Divisão neuronal na medula espinhal
Figura 7. Substância cinzenta com corpos neuronais / Feixe de substância branca com distribuição de axônios. 
Fonte: www.sanarflix.com.br 
11MEDULA ESPINHAL
Há ainda a divisão em núcleos dos 
cornos medulares. Os núcleos do 
corno anterior são mediais e inervam 
toda a medula e musculatura axial. 
Os núcleos laterais estão nas regiões 
que formam os plexos e inervam a 
musculatura apendicular, regiões de 
intumescência cervical e lombar e ori-
ginam o plexo cervical e lombossacral. 
Figura 8. Substância cinzenta com corpos neuronais / Região da circulação de líquor com células ependimárias. 
Fonte: www.sanarflix.com.br 
Os núcleos do corno posterior são a 
substância gelatinosa, região conhe-
cida como “portão da dor” e, por 
fim, o núcleo dorsal de Clarke que 
se situa entre C8 e L3, responsável 
pela propriocepção inconsciente dos 
membros inferiores. A substância 
branca possui os funículos anterior, 
lateral e posterior que veremos a 
seguir.
12MEDULA ESPINHAL
Vias ascendentes e descendentes 
da substância branca
Diversas vias estão envolvidas no 
trato medular, sendo elas as vias mo-
toras, sensitivas, autonômicas e 
outras. Cada uma no seu respectivo 
espaço anatômico e funcionalidade, 
veja abaixo: 
Vias ascendentes
As vias ascendentes relacionam-se 
direta ou indiretamente com fibras 
FLUXOGRAMA: ESTRUTURA DA MEDULA ESPINHAL
MEDULA 
ESPINHAL
Coluna vertebral Meninges Substância cinzenta Substância branca
Cervical Dura-máter H medular Funículos anterior/ lateral/posterior
Torácica Espaço epidural Cornos Vias ascendentes
Lombar Aracnoide Vias descendentes
Sacral Espaço subaracnoide
Coccígea Pia-máter
Anterior
Lateral
Posterior
Neurônios de 
axônio longo
Neurônios de 
axônio curto
13MEDULA ESPINHAL
que penetram pela raiz dorsal e, modo 
geral, as informações que ascendem 
na medula são periféricas. As regiões 
medulares que captam estímulos pe-
riféricos levam as informações ao cór-
tex cerebral para gerar uma resposta 
que pode ser motora, sensitiva ou 
cognitiva. Esta que também passa 
pela medula ao retornar com as infor-
mações para a pele ou musculatura e 
gerar a sensação e/ou ação física.
Cada filamento radicular da raiz dor-
sal, ao ganhar o sulco lateral posterior 
divide-se em porção medial e por-
ção lateral. A porção medial dirige-
-se a face medial da coluna poste-
rior e grande número de fibras desse 
ramo seguem para o bulbo forman-
do os fascículos grácil e cuneiforme. 
Enquanto a via lateral é formada por 
fibras mais finas que dirigem-se ao 
ápice da coluna posterior.
Os componentes dessa via são: fas-
cículo grácil, fascículo cuneiforme, 
trato espinocerebelar e trato espi-
notalâmico. Ainda nessas vias estão 
os fascículos grácil e cuneiforme, 
sendo eles responsáveis por levar in-
formações sobre sensibilidade tátil 
(fino e epicrítico), propriocepção e 
vibração. 
O fascículo grácil emite informa-
ções dos membros inferiores e 
grande parte do tronco, até a re-
gião torácica baixa e abdominal. 
O fascículo cuneiforme é respon-
sável por levar informações dos 
membros superiores, região toráci-
ca alta e região cervical. Ao chegar 
no nível cervical surge então o fascí-
culo cuneiforme que se une ao grácil 
e ambos levam as informações su-
pracitadas ao cérebro.
O Trato espinocerebelar é responsá-
vel por levar informações da proprio-
cepção inconsciente que auxiliam 
em processos de equilíbrio, por exem-
plo. O trato espinotalâmico se divide 
em lateral e anterior, reconhece infor-
mações de dor, temperatura, pres-
são e tato. Especificamente, o trato 
espinotalâmico lateral basicamente 
leva informações de dor e temperatu-
ra e o anterior está mais relacionado a 
tato leve e pressão.
SE LIGA! Todas as vias ascendentes, 
ao adentrarem a medula, ascendem do 
mesmo lado, ipsilateral, já o trato espi-
notalâmico é uma exceção, ele atraves-
sa a outra metade da medula e sobe 
contralateralmente. Isso é essencial, 
pois no exame físico do paciente podem 
existir alterações sensitivas específicas 
pelo padrão de lesão.
Vias descendentes
A maior parte das fibras descenden-
tes é originada no córtex cerebral 
ou tronco encefálico e realizam si-
napse com neurônios medulares. 
Algumas vias terminam em neurônios 
pré-ganglionares do sistema nervoso 
autônomo e outras fazem sinapse com 
neurônios da coluna posterior. Além 
14MEDULA ESPINHAL
disso, existem vias que terminam direta-
mente nos neurônios motores somáticos e 
permitem a interação com o meio externo. 
Estas são subdivididas em neurônios pi-
ramidais e neurônios extra-piramidais.
O trato corticoespinal lateral e anterior é 
responsável pela motricidade voluntária, 
sendo o lateral levando principalmente as 
informações das porções apendiculares 
corporais. 
O trato rubro-espinal também participa da 
motricidade voluntária, mas no sentido de 
modular, de coordenar a movimentação, 
uma vez que o núcleo rubro tem ligação 
próxima com o cerebelo.
Os tratos reticulo-espinais são essen-
ciais para os movimentos automáticos 
básicos como caminhar. Além disso, ele 
auxilia na criação de movimentos orienta-
dos externamente como estímulos visuais 
e auditivos.
O trato vestíbulo-espinhal está relaciona-
do à orientação postural, por exemplo, ao 
tropeçar algumas posições são conferias 
ao corpo como abrir os braços, alargar as 
pernas e posicionar o tronco para frente. Já 
o trato corticoespinal anterior é responsá-
vel pela motricidade voluntária da região 
axial, peitoral, de abdome, músculo reto-
-abdominal e outros. 
O trato teto-espinhal envolve o reflexo es-
pontâneo de proteção, por exemplo, fe-
chamento dos olhos, sendo uma resposta 
motora direcionada a proteção.
FUNÍCULOS TRATOS
Anterior
Trato ascendente
Trato espinotalâmico anterior
Tratos descendentes
Trato corticoespinal anterior
Trato vestíbulo-espinal
Trato teto-espinhal
Trato reticulo-espinal
Funículo lateral
Tratos ascendentes
Trato espinocerebelar posterior
Trato espinocerebelar anterior
Trato espinotalâmico lateral
Trato dorsolateral
Trato espino-reticular
Trato espino-olivar
Tratos descendentes
Trato corticoespinal lateral
Trato rubro-espinal
Trato reticulo-espinal lateral
Tratos autonômicos descendentes
Trato olivoespinal
Funículo posterior
Tratos ascendentes
Fascículo Grácil
Fascículo Cuneiforme
Tabela 2. Tratos da medula espinal
15MEDULA ESPINHAL
Figura 9. Vias ascendentes e descendentes da medula espinhal. 
Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 
3. IRRIGAÇÃO 
A artéria espinhal anterior irriga a 
porção anterolateral da medula, en-
quanto a artéria espinhal posterior 
irriga os funículos posteriores. 
A artéria aorta emite ramos, arté-
rias segmentares, que participam 
da irrigação medular de forma peri-
férica, mas também importantes, vis-
to que lesões de aorta podem gerar 
alterações específicas como de sen-
sibilidade ou motoras em decorrên-
cia da interferência na funcionalidade 
medular. 
A drenagem venosa acompanha o 
caminho arterial, sendo que as veias 
espinhais anterior e posterior drenam 
para as veias radiculares que desem-
bocam na rede venosa epidural. A 
partir de então essa rede é drenada 
para os seis venosos epidurais.
16MEDULA ESPINHAL
Figura 10. Irrigação da medula espinhal. Fonte: https://bit.ly/2D9ZVaq.
Figura 11. Drenagem da medula espinhal. Fonte: https://bit.ly/3f7VSbC17MEDULA ESPINHAL
Níveis sensitivos e fisiologia da me-
dula espinhal
Os níveis medulares são relaciona-
dos às raízes medulares. Aqui fala-
remos sobre os dermátomos, áreas 
específicas da pele que determinam 
os níveis sensitivos, plexos braquiais 
e lombosacrais e correlação clínica 
com a fisiologia medular.
Dois marcos essenciais ao conheci-
mento clínico são ao nível de T4 e T5 
que é a porção torácica média e a 
cicatriz umbilical que corresponde 
a T10. Alterações de força ou sen-
sibilidade de membros, por exemplo, 
estão diretamente relacionadas a es-
ses marcos anatômicos.
Figura 12. Relação das raízes dos nervos espinais com as vertebras. 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 
18MEDULA ESPINHAL
Vejamos que cada nível medular (C8, 
T12, L5, S5, C1) tem raízes espe-
cíficas. A organização se dá como 
pontos de contato de informações 
que entram e saem da medula a todo 
tempo, sendo estas as informações 
motoras e sensitivas. 
Os corpos neuronais responsáveis 
pela saída emergem pela porção 
anterior da medula a partir de sua raiz 
específica e perpassa pelo nervo es-
pinhal para o músculo específico, este 
que pode ser estriado ou liso. Já no 
sentido contrário, existem as informa-
ções que chegam da periferia e aden-
tram a medula espinhal para chegar 
ao córtex, sendo estas de caráter 
sensitivo somático ou visceral.
Figura 13. Vias sensitivas e motoras. Fonte: https://bit.ly/3hX1SGn
19MEDULA ESPINHAL
A maioria dos nervos espinhais são 
mistos, ou seja, levam informações 
tanto sensitivas quanto motoras e 
passam para as raízes espinhais. 
A medula é uma estrutura responsá-
vel pelos reflexos, ou seja, conferem 
expostas a estímulos em níveis me-
dulares. Os reflexos das porções de 
tronco e membros (esqueleto axial 
e apendicular) são permitidos pela 
ação sincrônica da medula, enquanto 
a região de rosto é proveniente do 
tronco encefálico.
Os reflexos podem ser monossináp-
ticos ou polissinápticos, segmenta-
res ou intersegmentares ou reflexos 
de alça longa. Eles envolvem circui-
tos que podem chegar até a região 
de córtex cerebral e modulam os 
reflexos espinais por mecanismos 
suprasegmentares. 
Figura 14. Reflexos espinais. Em um reflexo espinal, a informação sensorial, ao entrar na medula espinal, desencadeia 
uma resposta sem necessidade de comandos do encéfalo. No entanto, essas informações sensoriais sobre o estímulo 
podem ser enviadas para o encéfalo. Fonte: SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem inte-
grada. 7. ed. Porto Alegre. 2017
20MEDULA ESPINHAL
SE LIGA! A medula, como menciona-
mos, é também responsável por contro-
les autonômicos como respiratórios, por 
exemplo. Em geral, transtornos respira-
tórios ocorrem por lesões a nível C3-C5 
e núcleo frênico causando paralisia dia-
fragmática. Transtornos cardiovascula-
res também ocorrem a partir de lesões 
da medula em região alta, cervical supe-
rior, e podem estar associadas a bradi-
cardia e hipotensão. A medula ainda tem 
um componente importante de controle 
das pálpebras, pupila e glândulas sudo-
ríparas, controle sobre a função vesical, 
função retal e sexual (tanto no sentido 
de ereção quanto ejaculação).
Os dermátomos são a represen-
tação na pele dos segmentos 
medulares, logo, cada seguimento 
tem uma divisão cutânea específica. 
Vamos tomar como exemplo: um pa-
ciente com compressão da raíz em 
C6, neste caso, o paciente irá referir 
alteração de dor, parestesia, incômo-
dos específicos na região lateral do 
membro superior, visto que é onde 
reflete o dermátodo específico.
Mas é preciso conhecer todos os ní-
veis de dermátomos? Não necessa-
riamente. É essencial reconhecer que 
alterações sensitivas e motoras po-
dem estar relacionadas a patologias 
medulares e investiga-las detalhada-
mente correlacionando sempre com 
a clínica.
Figura 15. Dermátomos. Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 
21MEDULA ESPINHAL
Em pontos específicos da medula 
as raízes se unem formando plexos, 
dessa forma, plexos são junções de 
raízes, sendo três mais importantes: 
cervical (C2-C4), braquial (C5-T1) e 
lombossacral (L1-S3).
O plexo cervical, primeiro deles, é 
o menos susceptível a lesões trau-
máticas pela sua localização. Tem 
como principal função a inervação 
do diafragma e alterações nesse ple-
xo podem gerar a paralisia unilateral 
diafragmática.
Figura 16. Relação de dermátomos e movimentos. Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 
22MEDULA ESPINHAL
 O plexo braquial está um pouco su-
perior a nível torácico, visto que tem 
início em C5 e possui inúmeras divi-
sões. As raízes, ao sair da medula, se 
unem formando troncos, sendo que 
estes novamente se dividem dando 
origem a divisões e posteriormente 
em fascículos. Os fascículos são o la-
teral, posterior e medial. Sobre eles, 
dão origem a elementos nervosos 
Figura 17. Plexo cervical. Fonte: https://bit.ly/2OZLg48
específicos, veja abaixo os mais 
importantes:
• Nervo musculocutâneo – prove-
niente do fascículo lateral
• Nervo axilar – proveniente do fas-
cículo posterior
• Nervo mediano – proveniente do 
fascículo medial e lateral 
23MEDULA ESPINHAL
Figura 18. Plexo braquial. Fonte: https://bit.ly/309bxn7
24MEDULA ESPINHAL
Figura 19. Plexo lombossacral. .Fonte: https://bit.ly/3ffoXlS
Veja na tabela três as principais funções sensitivas.
NERVO ÁREA SENSITIVA
Axilar Porção posterior do deltoide
Radial Porção posterior da mão
Mediano Três primeiros quirodáctilos 
Ulnar Quarto e quinto dedo
 Tabela 3. Funções sensitivas do plexo braquial
25MEDULA ESPINHAL
Veja na tabela 4 as funções motoras.
NERVO MÚSCULO
Músculo-cutâneo Braquial – bíceps
Axilar Deltoide
Radial Tríceps e extensores
Mediano Flexores, lumbricais 1 e 2
Ulnar Adutor do polegar, interrósseos, lumbricais 3 e 4
Tabela 4: Funções motoras do plexo braquial
O plexo lombossacral, de L1 a S3, 
tem como principal nervo o ciático, 
devido a prevalência de afecções clí-
nicas. Esse é um dos nervos calibro-
sos no membro inferior, com transito 
posterior de nádegas, coxas e pernas 
até a porção mais distal, abaixo da 
patela.
O nervo musculocutâneo ou cutâneo 
femoral lateral também tem grande 
significância clínica, inervando toda 
porção lateral da coxa. Um exemplo 
de afecção bastante comum é por 
pacientes que tem o habito de dormir 
sempre de um único lado, “por cima” 
de uma única perna e isso pode gerar 
compressão nervosa.
SAIBA MAIS!
Ao nascimento, uma condição adversa das manobras obstétricas ou saída natural do feto é a 
paralisia do plexo braquial. Essa condição não tem uma prevalência bem definida e ocorre por 
tração excessiva do pescoço para a saída do ombro anterior que sofre bloqueio pela sínfise 
púbica materna. É sabido que cursa com perturbações motoras e sensitivas do membro su-
perior e sua identificação precoce é essencial para o prognóstico. O tratamento pode ocorrer 
por fisioterapia e terapia ocupacional, contudo, em casos graves, pode ser necessário trata-
mento cirúrgico.
26MEDULA ESPINHAL
SAIBA MAIS!
A ciatalgia é a dor que ocorre na região e trajeto do nervo ciático. A causa mais comum des-
sa patologia é a compressão das raízes nervosas em região lombar que tem como etiologia 
as discopatias, osteofitose e estreitamento do canal medular. Com menos frequência, mas 
de grande importância diagnóstica estão as tumorações em região lombar e formação de 
abcessos. Os principais sintomas são dor irradiada em todo trajeto do nervo, seguindo em 
região glútea e posterior da coxa, em queimação, lancinante ou em pontadas que ocorre de 
forma contínua e tem períodos de piora com determinadas atividades físicas e posiciona-
mentos durante o dia, ou para dormir, por exemplo. Um importante sinal é com a dor referida 
após elevação do membro inferir, do lado afetado, acima de 60º. Outra opção é a elevação 
da perna contralateral de forma retocruzada que também ocasiona a dor referida na região 
irrigada pelo nervo. O diagnóstico é iminentemente clínico, mas pode ter auxiliode exames 
de imagem como ressonância magnética ou tomografia que define a área de compressão e 
extensão da mesma facilitando o conhecimento sobre o fator etiológico. O tratamento é rea-
lizado com fisioterapia e analgesia para casos leves, contudo, casos de compressão extrema 
ou tumores, por exemplo, podem ter indicação cirúrgica de correção medular.
27MEDULA ESPINHAL
MAPA MENTAL – RESUMO DO TEMA
Conceito
Massa cilindroide de 
tecido nervoso
Anatomia externa
Anatomia interna
Reflexos
Níveis sensitivos
Irrigação e drenagem
Neurônios
Componente do SNC Continuação do tronco cerebral
Nível de forame 
magno a L1/L2
Crescimento até os 
três anos de idade
Coluna vertebral
Meninges
Dura-máter
Aracnoide
Pia-máter
Espaço epidural
Subaracnoide
Substância branca
Substância cinzenta
Vias ascendentes e 
descendentes
H medular
Tratos medulares
Resquício do tubo neural
Corno anterior/ 
posterior e lateralMonossinápticos
Polissinápticos
Plexos
Dermátomos
Cervical
Braquial
Lombosacral
Veias espinhais 
anteriores e posteriores
Axônios longos
Axônios curtos
Veias radiculares
Tipo I de Golgi
Tipo II de Golgi
Radiculares e cordonais
Interneurônios
Rede venosa epidural
A. Espinhal anterior
A. Espinhal posterior
28MEDULA ESPINHAL
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
AMATO et al. Anatomy of spinal blood supply. São Paulo. 2015
HALL, Jhon E. Guyton & Hall: Tratado de Fisiologia Médica. 12ªed. Rio de Ja-
neiro. Elsevier. 2011.
MACHADO, Angelo, HAERTEL, Lucia M. Neuroanatomia Funcional. 3ª ed. São 
Paulo. Atheneu, 2013.
Netter, FH et al, y, Atlas of Neuroanatomy and Neurophysiolog 2002, Icon 
Custom Communication, EUA.
NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 6ed. Porto Alegre: Artmed 
(2015)
Nitrini R.; Bacheschi LA. A neurologia que todo médico deve saber. São Pau-
lo. Editora ATHENEU. 2003.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integra-
da. 7. ed. Porto Alegre. 2017
SWARTZ, MARK H. Tratado de Semiologia Medica 7ª Edição (2015)
29MEDULA ESPINHAL
https://www.instagram.com/sanarflix/
https://www.youtube.com/sanarflix
https://twitter.com/sanarflix