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Diagnóstico e Tratamento das Fraturas de Maxila e Nariz Cirurgia e Implantodontia Kamila França Pimentel ATLS (Colégio Americano de Cirurgiões) - Airway manter as vias aéreas - Breanthing avaliar respiração - Circulation hemostasia - Disability status neurológico - Exposure exposição do paciente (temperatura) Atendimento Inicial ao Politraumatizado de Face - Aspirar saliva, sangue e conter hemorragias intra e extra orais (tampão nasal anterior ou posterior, suturas e ligaduras de artérias maiores) - Métodos de contenção temporários de dentes e fraturas fasciais ( odontossinteses, splintagens, bandagens, barra de erich) - Inspeção geral do paciente: áreas com sangramentos, coágulos, lacerações, escoriações, hematomas, edema, fraturas expostas, simetria facial. - Terço superior: lascerações tipo scalp, esposição de calota craniana, fraturas cranianas, cuidado com a coluna cervical - Terço médio: edema periorbital, equimose perioorbital e subconjuntival, sinal de Batle (equimose retroauricular) proptose, distopia, enoftalmo e exoftalmo, oftalmoplegia, telecanto traumático, lascerações periorbitarias e oculares, ptose palpebral, hifema, corpos estranhos intra-oculares, midríase traumática, mudanças na reação pupilar e tamanho, epistaxe, lascerações, liquorreia, otorragia, hematomas septais, desvio de septo. Obs: oculomotor – esfincter pupilar Palpação da face Tempo para tratamento O tempo ótimo de 03 a 05 dias pós trauma para haver regressão de edema, revisão dos sistemas, exames laboratoriais e por imagem para planejamento seguro da cirurgia Preparação do paciente para a cirurgia - Regressão do edema pós trauma - Estabilização do paciente (neurológico, sistêmico) - Cicatrização das feridas abertas e infectadas - Controle de infecção pré-operatório - Remoção de focos de infecção intra- bucais (raízes residuais, tártaro, lesoes de cárie) - Higiene bucal com solução antisséptica (digluconato de clorexidina a 0,12%) - Tricotomia Facial - Modelos de estudo - Confecção de odontossinteses (aneis de iny, ducto) – Colocação de barras de erich - Confecção de Goteiras - A esposição, identificação e fixação das fraturas, principalmente dos pilares fasciais garante o alinhamento e estadibilização das mesmas. Manual of Internal Fixation in the Cranio- Facial Skeleton Acessos orbitais: incisão subciliar, incisão subtarsal, incisão palpebral inferior, incisão infraorbital, incisão transconjuntival, incisões para blefaroplastia ou suprapalpebral, incisão superciliar ou supra orbital Fraturas de Maxila Diagnostico - Exame clinico: palpação da margem infra-orbitária, palpação da sutura fronto- malar, palpação bidigital da maxila, complicações. Diagnóstico por imagem - Radiográfico (PA, Waters, Perfil), TC, reconstruções 3D. Cuidados Pós-Operatórios - ‘’ O cirurgião não cura nenhuma lesão. Ele apenas estabelece um ótimo de condições para o organismo promover a sua auto-reparação’’. - Cuidados com a ferida cirúrgica ( 1- suturas bem realizadas com coaptação passiva de bordos, evita tensão. 2- evitar espaços mortos , suturas por planos. 3- curativos compressivos. 4- troca de curativos diários. 5- compressas geladas na face nas 48 horas iniciais, edema. 6- remoção de sutura em 1 semana. 7- evitar sol, cicatriz. 8- higiene oral em feridas intra-bucais.) - Cuidados com a aparatologia (revisão de bloqueio maxilo-mandibular, trefilar fios, troca de ligas, proxilaxia dental. Remoção de bloqueios, suspensões, cerclagens, odontossínteses, fios de kichner etc, após o período de consolidação óssea. Remoção de FIR em casos de infecção.) - Cuidados com a medicação: controlar edema, infecção, dor e febre pós- operatórios, medicações EV em pós imediato, VO em pós mediato, gotas e suspensões orais em bloqueios maxilo- mandibulares, higiene oral com escovação e bochechos com clorexidina. - Cuidados com dieta: dieta líquida e fria em PO imediato (02 primeiros dias), dieta líquida ou pastosa em PO tardio. - Cuidados com a fisioterapia: bloqueio semi-rígido (ligas, guiar oclusão), trismo pós-operatório (palito de picolé, dedos, chicletes, etc), revisão semanal. Tipos de Fraturas de Maxila Estudo de René Le Fort (1901) Fratura Le Fort I: Horizontal a maxila; de Guerin. - Caract. Clinicas: desoclusão dentária, mordida aberta anterior (deslocamentoo posterior), comunicação buco-sinusal, enfisema facial. Fratura Le Fort II: Piramidal - Caract. Clinicas: epistaxe, comumente associadas a fraturas de OPN, parestesia ou hipoestesia (N. Infra-orbitário), perfil côncavo, desoclusão dentária, mordida aberta anterior (deslocamento posterior), equimose infra e periorbitária bilateral (olhos de guaxinim), hemorragia subconjuntival, pode haver rinorréia cerebroespinhal, podem estar associadas a fraturas de órbita, lesões associadas a ramos da a.maxilar. Fratura Le Fort III: Disjunção crânio- facial, transversal, DCF - Caract. Clinicas: equimose periorbitária bilateral (olhos de guaxinim), queixas e achados oftalmológicas (enoftalmo, limitação de movimentos, diploplia), telecanto e hipertelorismo traumático, epistaxe, rino (lesão da lâmina crivosa do etmoide) ou otorréia (lesão do soalho do canal auditivo) cérebro-espinhal, sinal de Battle, anosmia, parestesia ou hipoestesia (lesão do n. infraorbitário), alongamento da face, perfil côncavo, mordida aberta anterior, limitação de abertura bucal. - Rotura do pilar transverso da face, sentido da força geralmente supero- inferior. Fraturas Complexas Fraturas Sagitais (Lanelongue): Fratura mediana da maxila, diastema traumático entre os incisivos, laceração da mucosa da rafe palatina, > prevalência em combinação a outra fratura. Fraturas Sagitais (verticais; lanelongue; dim) - São infrequentes, geralmente devido a traumas na região do mento, frequentemente associadas a fraturas transversais, atravessam a articulação do processos palatino da maxila, separando- os até à margem posterior. - Clinicamente: diastema interincisivo, comunicação buco-sinusal, equimose do palato. Fraturas Segmentares - Forças aplicadas concentradamente numa determinada área, apenas um seguimento da maxila é deslocado - Fratura de Huet (exomaxilocanina): inicio na margem dos processos frontais até a lateral de PMS. - Fratura de 4 seguimentos (Walther): lanelongue + vertical em lateral de PMS - Fratura Basseau: lanelongue + bloco incisivo, ossos nasais e processos frontais. Fratura tipo Richet - Associação de fratura transversa unilateral + fratura mediana, mordida cruzada unilateral Fratura tipo Walther - Associação de fratura transversa completa + fratura mediana, fratura em 4 fragmentos Fraturas Cominutivas Fraturas combinadas Fraturas de Ossos Próprios do Nariz - Podem ocorrer isoladas ou associadas, acometem todas as faixas etárias, mais frequente em homens. Classificação - Com deslocamento lateral, com afundamento da pirâmide nasal, depende do agente, da força e da direção do impacto. Diagnostico clinico - História e mecanismo de trauma, inspeção, palpação Inspeção - Escoriações e ferimentos, edema e hematomas, desvio ou afundamento da pirâmide nasal, epistaxe, obstrução nasal, equimose periorbital bilateral. - Hemorragia subconjuntival, telecanto traumático, edema na mucosa nasal, enfisema subcutâneo, anosmia. - Plexo de Kiesselbach: sangramento nasal anterior, artéria etmoidal anterior, artéria etmoidal posterior, artéria esfenopalatina, artéria palatina maior e ramo septal da artéria labial superior - Plexo de Woodruff: sangramento nasal posterior, artéria esfenopalatina e artéria palatina maior. Palpação - Creptação óssea, mobilidade dos fragmentos, sensibilidade dolorosa Rinoscopia - Lesões septais, como fraturas e luxações; lascerações da mucosa e septohematoma.Exames de Imagem - Rx perfil de OPN (raios moles), Rx da face em PA (Water’s), tomografia computadorizada. Tratamento - ‘’Consiste na redução dos fragmentos em posição anatômica e imobilização durante o período de consolidação.’’ - ‘’ A imobilização é efetuada internamente po tamponamento de gaze impregnada com material ceráceo, antisséptico e anestésico, impedindo a queda dos fragmentos para o interior da cavidade nasal e a formação de senéquias endonasais.’’ - ‘’ Externamente utiliza-se um curativo gessado, modelanto e mantendo os fragmentos em posição. O tamponamento é retirado após 24 a 48 h. O gesso é removido entre o sétimo e décimo dia.’’ Complicações - Septohematoma (hemorragia no espaço subpericondral), infecção, deformidades estéticas e funcionais, senéquias, hemorragias. Anestesia - Bloqueio nasociliar + infraorbitário Considerações - Restauração precoce da função e estética facial pré-trauma é o objetivo do tratamento. - Para um resultado ótimo é preciso seguir um protocolo estabelecido de redução e fixação dessas fraturas - O enxerto ósseo imediato tem o papel de reconstruir os fragmentos ósseos avulsionados, dar volume nas regiões com deficiência e servir de suporte nas fixações interfragmentarias. - A face é o cartão de visitas do individuo e necessita ser reconstruída com detalhismo e afinco para evitar sequelas psicossociais ao paciente vítima de fraturas faciais. Kamila França Pimentel
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