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Patologia das glândulas salivares

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Processos Patológicos II 
 
o A mucocele é uma lesão comum da 
mucosa oral resultante da ruptura de um 
ducto de glândula salivar e o 
extravasamento da mucina para dentro dos 
tecidos moles adjacentes. 
 
o Este extravasamento geralmente é 
resultante de um trauma local, embora em 
muitos casos não haja história de trauma 
associado. (ou causa idiopática) 
 
o De forma diferente dos cistos do ducto 
salivar (ver adiante), a mucocele não é um 
cisto verdadeiro porque não tem 
revestimento epitelial circundante. 
 
o Características clínicas 
 
• As mucoceles geralmente se apresentam 
como aumentos de volume mucosos em 
forma de cúpula, que podem ter seus 
tamanhos variando de 1 a 2 mm a alguns 
centímetros. 
 
• São mais comuns em crianças e adultos 
jovens, talvez pelo fato de os indivíduos 
mais jovens estarem mais propensos a 
experiências de trauma que induz ao 
extravasamento de mucina. 
 
• A mucina extravasada abaixo da 
superfície mucosa geralmente confere 
uma coloração azulada à lesão, embora 
mucoceles profundas possam ser 
normocrômicas. 
 
• Caracteristicamente a lesão é flutuante, 
mas alguns mucoceles são firmes à 
palpação. 
 
• O tempo de evolução relatado para esta 
lesão varia de poucos dias a diversos 
anos; 
 
• Muitos pacientes relatam uma história de 
aumentos de volume recorrentes, que 
podem romper-se periodicamente e liberar 
seu conteúdo fluido. 
 
• O lábio inferior é o sítio mais comum de 
envolvimento para a mucocele; 81% dos 
casos ocorreram nesta localização. 
 
• As localizações menos comuns incluem o 
asoalho de bocas (rânulas: 5,8%), região 
anterior de ventre de língua (das 
glândulas de Blandin-Nuhn: 5,7%), a 
mucosa jugal (4,7%), o palato (1,4%) e o 
trígono retromolar (0,5%). 
 
• As mucoceles raramente ocorrem no lábio 
superior. 
 
• Como observado, o palato mole e a região 
retromolar são localizações incomuns das 
mucoceles. Entretanto, uma interessante 
variante, a mucocele superficial, 
desenvolve-se nestas áreas e ao longo da 
mucosa jugal posterior. 
 
✓ Apresentam como vesículas tensas 
únicas ou múltiplas que medem 1 a 4 
mm em diâmetro. 
 
 
 
Processos Patológicos II 
✓ As lesões geralmente se rompem, 
deixando úlceras rasas dolorosas que 
cicatrizam em poucos dias. 
 
✓ Episódios recidivantes na mesma 
localização são comuns. 
 
 
 
o Características histopatológicas 
 
• A mucocele exibe uma área de mucina 
extravasada circundada por tecido de 
granulação reacional. 
 
• A inflamação usualmente inclui 
numerosos histiócitos espumosos 
(macrófagos). 
 
 
• Em alguns casos, um ducto salivar 
rompido pode ser identificado 
desembocando dentro da área. 
 
• As glândulas salivares menores 
adjacentes geralmente contêm um 
infiltrado inflamatório crônico e ductos 
dilatados. 
 
 
 
o Tratamento e prognóstico 
 
• Algumas mucoceles 
são lesões 
autolimitantes que se 
rompem e cicatrizam 
sozinhas. 
 
• Entretanto, muitas dessas lesões são de 
natureza crônica, e a excisão cirúrgica 
local é necessária. 
 
• Para minimizar o risco e recorrência, o 
cirurgião deve remover qualquer glândula 
salivar menor que possa localizar-se 
dentro da lesão quando a área for 
excisada. Mucoceles possam recidivar se 
as glândulas subjacentes não tiverem sido 
removidas. 
Processos Patológicos II 
• O tecido excisado deve ser submetido à 
avaliação microscópica para confirmar o 
diagnóstico e descartar a possibilidade de 
tumores de glândula salivar. 
 
 
o É um termo usado 
para mucoceles que 
ocorrem no soalho de 
boca. 
 
o A origem da mucina extravasada é 
usualmente a glândula sublingual, mas as 
rânulas podem também se originar do ducto 
da glândula submandibular ou, 
possivelmente, das glândulas salivares 
menores presentes no soalho de boca. 
 
o Características clínicas 
 
• Se apresenta como um aumento de 
volume flutuante, de formato abaulado e 
coloração azulada no soalho de boca, 
embora lesões profundas possam 
apresentar a coloração normal da 
mucosa. 
 
• São vistas mais frequentemente em 
crianças e adultos jovens. 
 
• Estas lesões tendem a ser maiores que as 
mucoceles nas localizações orais, 
geralmente se desenvolvendo como 
grandes massas que preenchem o soalho 
da boca e elevam a língua. 
 
• Em geral, localiza-se lateralmente à linha 
média, uma característica que pode 
auxiliar no diagnóstico diferencial do cisto 
dermoide da linha média. 
 
 
 
• Uma variante clínica não usual, a rânula 
cervical ou mergulhante, ocorre quando 
a mucina extravasada disseca através do 
músculo milo-hioide e produz o aumento 
de volume dentro do pescoço. 
 
✓ Um aumento de volume concomitante 
no soalho de boca pode ou não estar 
presente. 
 
✓ Se não houver a presença da lesão 
bucal, o diagnóstico clínico de rânula 
pode não ser considerado. 
 
✓ Os estudos por imagem podem auxiliar 
no diagnóstico de rânula mergulhante e 
na determinação da origem da lesão. 
 
o Características histopatológicas 
 
• É similar à da mucocele em outras 
localizações clínicas. 
 
• A mucina extravasada incita a formação 
de um tecido de granulação reacional que 
tipicamente contém histiócitos 
(macrófagos) espumosos. 
 
o Tratamento e prognóstico 
 
• O tratamento da rânula consiste na 
remoção da glândula sublingual e/ou 
marsupialização. 
 
• A marsupialização (descompressão) 
consiste na remoção da porção superior 
da lesão intraoral, que geralmente pode 
Processos Patológicos II 
ser bem-sucedida para as rânulas 
pequenas e superficiais associadas aos 
ductos de Rivini. 
 
• Entretanto, a marsupialização geralmente 
não é bem-sucedida para as rânulas 
grandes que se desenvolvem a partir do 
corpo da glândula sublingual, e a maioria 
dos autores enfatiza que a remoção da 
glândula afetada é uma importante 
consideração na prevenção de 
recorrências da lesão. 
 
• Se a glândula for removida, pode não ser 
necessária a dissecção meticulosa do 
limite da lesão para sua resolução, 
mesmo para as rânulas mergulhantes. 
 
o É uma cavidade delimitada por epitélio que 
surge a partir do tecido da glândula salivar. 
 
o Ao contrário das mucoceles comuns (ver 
anteriormente), é um cisto de 
desenvolvimento verdadeiro delimitado por 
epitélio que é separado dos ductos 
salivares normais adjacentes. 
 
o A causa deste cisto é incerta. 
 
o Características clínicas 
 
• Usualmente ocorrem em adultos e podem 
surgir tanto dentro das glândulas salivares 
maiores quanto das menores. 
 
• Os cistos das glândulas salivares maiores 
são mais comuns dentro da glândula 
parótida, apresentando-se como aumento 
de volume de crescimento lento e 
assintomático. 
 
 
• Os cistos intraorais podem ocorrer em 
qualquer localização onde haja glândula 
salivar menor, porém ocorrem com maior 
frequência no soalho de boca, na mucosa 
jugal e nos lábios. 
 
• Estas lesões geralmente se assemelham 
às mucoceles e são caracterizadas por 
aumentos de volume flutuantes e de 
consistência amolecida, que podem 
apresentar coloração azulada, 
dependendo da profundidade do cisto em 
relação à superfície da mucosa. 
 
• Alguns cistos podem ser relativamente 
firmes à palpação. 
 
• Os cistos do soalho de boca geralmente 
surgem adjacentes ao ducto 
submandibular e algumas vezes 
apresentam uma coloração âmbar. 
 
o Características histopatológicas 
 
• O revestimento do cisto do ducto salivar é 
variável e pode consistir em epitélio 
cuboidal, colunar, ou pavimentoso atrófico 
circundando o lúmen contendo uma 
secreção fluida ou mucoide. 
 
 
 
 
 
 
Processos Patológicos II 
o Tratamento e prognóstico 
 
• Os cistos do ducto salivar isolados são 
tratados através da excisão cirúrgica 
conservadora. 
 
• Para os cistos nas glândulas salivares 
maiores, a remoção parcial ou total da 
glândula pode ser necessária.A lesão não 
sofre recidivas. 
 
 
o São estruturas 
calcificadas (Cálculo 
salivar) que se 
desenvolvem dentro 
do sistema ductal 
salivar. 
 
o Eles surgem através da deposição de sais 
de cálcio ao redor de um ninho de debris na 
luz do ducto. 
 
o Os debris podem incluir um muco espesso, 
bactéria, células do epitélio do ducto ou 
corpos estranhos. 
 
o A causa dos sialólitos é incerta, mas sua 
formação pode ser provocada pela 
sialadenite crônica e pela obstrução parcial. 
 
o Características clínicas e radiográficas 
 
• Na maioria das vezes o sialólito se 
desenvolve dentro do sistema ductal da 
glândula submandibular; a formação das 
pedras dentro do sistema da glândula 
parótida é caracteristicamente menos 
frequente. 
 
• O longo, tortuoso e ascendente ducto da 
glândula submandibular (Wharton), bem 
como a sua secreção mucóide e espessa, 
podem ser responsáveis pela maior 
tendência de formação de cálculo salivar. 
 
• Os sialolitos também podem se formar 
dentro das glândulas salivares menores, 
mais comumente nas glândulas do lábio 
superior e da mucosa jugal. 
 
• Os cálculos salivares podem ocorrer em 
qualquer faixa etária, porém, ocorrem 
 
 
mais comumente em adultos jovens e de 
meia-idade. 
 
• A sialolitíase das glândulas salivares 
maiores com muita frequência causa 
episódios de dor ou aumento de volume 
na glândula afetada, particularmente 
durante as refeições. 
 
• A gravidade dos sintomas é variada, 
dependendo do grau de obstrução e da 
quantidade de pressão negativa resultante 
produzida dentro da glândula. Se o cálculo 
estiver localizado próximo à porção 
terminal do ducto, um aumento de volume 
duro pode ser palpado logo abaixo da 
mucosa. 
 
 
• Ao exame radiográfico, a sialolitíase 
tipicamente se apresenta como uma 
massa radiopaca. 
 
• Entretanto, nem todos os sialólitos são 
visíveis em radiografias convencionais 
(provavelmente devido ao grau de 
calcificação de algumas lesões). Tais 
lesões podem ser descobertas em 
qualquer localização ao longo do ducto ou 
dentro da própria glândula. 
 
• As pedras na porção terminal do ducto 
submandibular são mais bem 
demonstradas com radiografias oclusais. 
 
Processos Patológicos II 
• Nas radiografias panorâmicas ou 
periapicais, a calcificação pode aparecer 
superposta à mandíbula, e deve-se tomar 
muito cuidado para não confundi-las com 
lesões intraósseas. 
 
 
• A sialografia, a ultrassonografia e a 
tomografia computadorizada podem ser 
úteis no estudo imaginológico da 
sialolitíase. 
 
o Características histopatológicas 
 
• Microscopicamente, os aumentos de 
volume calcificados exibem laminações 
concêntricas que podem circundar um 
ninho amorfo de debris. 
 
• Caso o ducto associado também seja 
removido, geralmente ele irá exibir 
metaplasia escamosa, oncocítica ou 
mucosa. 
 
• Também é evidente a inflamação 
periductal. A obstrução ductal está 
frequentemente associada a uma 
sialadenite aguda ou crônica da glândula 
associada. 
 
o Tratamento e prognóstico 
 
• Os sialólitos pequenos das glândulas 
maiores podem, algumas vezes ser 
tratados de forma conservadora com 
massagens na glândula e esforço para 
expelir a pedra através do orifício do 
ducto. 
 
• Os sialogogos (drogas que estimulam o 
fluxo salivar), a aplicação local de calor e 
o aumento da ingestão de líquidos 
também podem promover a saída da 
pedra. 
 
• Os sialólitos grandes usualmente 
necessitam de remoção cirúrgica. 
 
 
o A inflamação das glândulas salivares 
(sialadenite) pode ser oriunda de diversas 
causas infecciosas e não infecciosas. 
 
o A infecção viral mais comum é a caxumba, 
embora outros vírus possam causar 
infecções das glândulas salivares. 
 
o A maioria das infecções bacterianas surge 
como resultado da obstrução ductal ou da 
diminuição do fluxo salivar, permitindo a 
Processos Patológicos II 
disseminação retrógada das bactérias 
através do sistema ductal. 
 
o O bloqueio do ducto pode ser causado por 
sialolitíase estreitamentos congênitos, ou 
por compressão pela presença de um tumor 
adjacente. 
 
o A diminuição do fluxo salivar pode ser 
resultante da desidratação ou de 
medicações que inibem as secreções. 
 
o Uma das causas mais comuns da 
sialadenite é uma cirurgia recente 
(especialmente a cirurgia abdominal), após 
a qual pode surgir parotidite (caxumba 
cirúrgica) em decorrência de o paciente ter 
sido mantido sem alimentação e ingestão 
de fluidos (NPO) e ter recebido atropina 
durante o procedimento cirúrgico. 
 
o A maioria dos casos de sialadenite 
bacteriana aguda é causada pelo 
Staphylococcus aureus, mas podem ser 
causadas pelos estreptococos ou outros 
organismos. As causas não infecciosas de 
inflamação das glândulas salivares incluem 
síndrome de Sjögren, sarcoidose, 
radioterapia e diversos alérgenos. 
 
o Características clínicas e radiográficas 
 
• A sialadenite bacteriana aguda é mais 
comum na glândula parótida e é bilateral 
em 10% a 25% dos casos. 
 
• A glândula afetada apresenta-se com 
aumento de volume e dolorida, e a pele 
sobrejacente pode apresentar-se quente e 
eritematosa. 
 
• Podem estar presentes febre baixa e 
trismo. 
 
• Quando a glândula é massageada, 
geralmente é observada uma drenagem 
purulenta a partir do orifício do ducto (Fig. 
11-19). 
 
• A obstrução ductal persistente ou 
recorrente (mais comumente causada por 
sialólitos) pode levar à sialadenite crônica. 
 
o Características histopatológicas 
 
• Em pacientes com sialadenite aguda, 
observa-se um acúmulo de neutrófilos 
dentro do sistema ductal e acinar. 
 
• A sialadenite crônica é caracterizada por 
uma infiltração difusa ou focal no 
parênquima glandular por linfócitos e 
plasmócitos. 
 
• É comum a atrofia dos ácinos, bem como 
a dilatação dos ductos. Se houver a 
presença de fibrose associada, o termo 
sialadenite crônica esclerosante é 
utilizado. 
 
o Tratamento e prognóstico 
 
• O tratamento da sialadenite aguda inclui 
antibioticoterapia apropriada e a 
Processos Patológicos II 
reidratação do paciente para estimular o 
fluxo salivar. 
 
• A drenagem cirúrgica pode ser necessária 
se houver formação de abscesso. 
 
• Embora este esquema terapêutico seja 
geralmente eficiente, tem sido relatada 
uma taxa de mortalidade de 20% a 50% 
em pacientes debilitados, em decorrência 
da disseminação da infecção e sepse. 
 
• A conduta da sialadenite crônica depende 
da gravidade da condição e varia de uma 
terapia conservadora até a intervenção 
cirúrgica. A conduta inicial geralmente 
inclui antibióticos, analgésicos, sialogogos 
e massagem glandular. Casos iniciais que 
se desenvolvam secundariamente à 
obstrução ductal podem responder à 
remoção do sialólito ou de outras causas 
de bloqueio. Entretanto, se houver 
sialectasia, os ductos dilatados podem 
levar à estase das secreções e predispor 
a glândula à formação futura de sialólito. 
 
• Se os métodos conservadores não forem 
capazes de controlar a sialadenite crônica, 
a remoção cirúrgica da glândula afetada 
poderá ser necessária. 
 
 
o É uma condição 
inflamatória incomum e 
localmente destrutiva 
das glândulas salivares. 
 
 
o Embora a causa seja incerta, a maioria dos 
autores acredita que seja o resultado de 
uma isquemia do tecido glandular que leva 
ao infarto local. 
 
o A importância dessa lesão reside no fato de 
mimetizar um processo maligno, tanto 
clínica quanto microscopicamente. 
 
o Vários fatores predisponentes em potencial 
têm sido sugeridos, incluindo os seguintes: 
 
• Lesões traumáticas 
• Anestesias odontológicas 
• Próteses mal adaptadas 
• Infecções do trato respiratório superior 
 
• Tumores adjacentes 
• Cirurgias prévias 
 
o Os investigadores têm sugerido que estes 
fatores podem exercer um papel no 
comprometimento do suprimentosanguíneo 
das glândulas envolvidas, resultando em 
necrose isquêmica. Entretanto, muitos 
casos ocorrem sem que nenhum fator 
predisponente conhecido esteja presente. 
 
o Características clínicas 
 
• A sialometaplasia necrosante se 
desenvolve mais frequentemente nas 
glândulas salivares do palato; mais de 
75% de todos os casos ocorrem na região 
posterior do palato. O palato duro é mais 
afetado do que o palato mole. 
 
• A sialometaplasia necrosante também tem 
sido relatada em outras glândulas 
salivares menores e, ocasionalmente, na 
glândula parótida. 
 
• As glândulas submandibulares e 
sublinguais raramente são afetadas. 
 
• Embora esta condição possa ocorrer em 
qualquer faixa etária, a sialometaplasia 
necrosante é mais comum em adultos; a 
idade média de acometimento é de 46 
anos. Os homens são duas vezes mais 
afetados que as mulheres. 
 
• A condição se apresenta inicialmente 
como um aumento de volume não- 
ulcerado, geralmente associado à dor e à 
parestesia. 
 
• Dentro de 2 a 3 semanas o tecido 
necrótico é perdido, permanecendo uma 
Processos Patológicos II 
úlcera crateriforme que pode variar em 
tamanho de menos de 1cm a mais de 5cm 
de diâmetro . 
 
• O paciente pode relatar que “uma parte do 
meu palato saiu”. Nesta etapa, a dor 
diminui. Em raras ocasiões, pode haver a 
destruição do osso palatino subjacente. 
 
o Características histopatológicas 
 
• Microscopicamente, a sialometaplasia 
necrosante é caracterizada pela necrose 
acinar nas lesões precoces, seguida de 
metaplasia escamosa dos ductos 
salivares. 
 
• Embora as células acinares mucosas 
estejam necróticas, a arquitetura lobular 
da glândula envolvida é preservada — 
uma importante característica 
histopatológica. 
 
• Pode haver liberação de mucina, com 
uma resposta inflamatória associada. 
 
o Tratamento e prognóstico 
 
• Devido à aparência clínica preocupante da 
sialometaplasia necrosante, a biópsia 
 
geralmente é indicada para excluir a 
possibilidade de uma doença maligna. 
 
• Uma vez que o diagnóstico tenha sido 
estabelecido, nenhum tratamento 
específico é indicado ou necessário. 
 
• A lesão tipicamente se resolve 
espontaneamente, com um tempo médio 
de cicatrização de 5 a 6 semanas. 
 
 
o O adenoma pleomórfico, ou tumor misto 
benigno, é a neoplasia de glândula salivar 
mais comum. 
 
o Ele representa cerca de 53% a 77% dos 
tumores de parótida, 44% a 68% dos 
tumores da glândula submandibular e 33% 
a 43% dos tumores de glândula salivar 
menor. 
 
o Os termos adenoma pleomórfico e tumor 
misto representam tentativas de descrever 
as características histopatológicas não 
usuais deste tumor, mas nenhuma delas é 
completamente precisa. 
 
o Características clínicas e radiográficas 
 
• Independentemente do sítio de origem, o 
adenoma pleomórfico tipicamente se 
apresenta como um aumento de volume 
firme, indolor e de crescimento lento. 
 
• O tumor pode ocorrer em qualquer faixa 
etária, mas é mais comum em adultos 
jovens e em adultos de meia-idade entre 
as idades de 30 e 60 anos. 
 
 
Processos Patológicos II 
• O adenoma pleomórfico é também o 
tumor de glândula salivar menor primário 
mais comum que se desenvolve na 
infância. Há uma discreta predileção pelo 
sexo feminino. 
 
• A maioria dos adenomas pleomórficos da 
glândula parótida ocorrem no lobo 
superficial e se apresentam como um 
aumento de volume sobre o ramo da 
mandíbula à frente da orelha. 
 
• A dor e a paralisia do nervo facial são 
raras. Inicialmente, o tumor é móvel, mas 
torna-se menos móvel com seu 
crescimento. 
 
• O palato é a localização mais comum dos 
tumores mistos de glândula salivar, 
representando aproximadamente 50% dos 
exemplos intraorais. 
 
• Esta localização é seguida pelo lábio 
superior (27%) e pela mucosa jugal (17%). 
 
• Os tumores de palato quase sempre são 
encontrados na região lateral posterior do 
palato, apresentando-se como um 
aumento de volume de formato 
arredondado e de superfície lisa. 
 
• Se o tumor for traumatizado, uma 
ulceração secundária pode ocorrer. 
 
• Devido à natureza fortemente aderida da 
mucosa do palato duro, os tumores nesta 
localização não são móveis, embora os da 
mucosa labial ou da mucosa jugal 
frequentemente sejam. 
 
 
 
 
 
o Características histopatológicas 
 
• O adenoma pleomórfico é um tumor 
tipicamente encapsulado e bem 
circunscrito. 
 
• Entretanto, a cápsula pode ser incompleta 
ou exibir infiltração por células tumorais. 
 
• Essa falta de encapsulação completa é 
mais comum nos tumores de glândula 
salivar menor, especialmente ao longo da 
porção superficial dos tumores do palato, 
abaixo da superfície epitelial. 
 
• O tumor é composto de uma mistura de 
epitélio glandular e células mioepiteliais 
permeados por um fundo semelhante ao 
mesênquima. 
 
• A proporção dos elementos epiteliais e do 
componente semelhante ao mesênquima 
é altamente variável dentre os diferentes 
tumores. 
 
• Geralmente o epitélio forma ductos e 
estruturas císticas, ou pode ocorrer na 
forma de ilhas ou cordões celulares. 
 
• Pseudocistos revestidos por células 
mioepiteliais. 
 
Processos Patológicos II 
o Tratamento e prognóstico 
• Os adenomas pleomórficos são mais bem 
tratados pela excisão cirúrgica. 
 
• Para lesões localizadas no lobo 
superficial da glândula parótida é 
recomendada a parotidectomia superficial, 
com a identificação e preservação do 
nervo facial. 
 
• A enucleação local deve ser evitada, pois 
o tumor pode não ser completamente 
removido ou porque a cápsula pode estar 
violada, resultando na permanência de 
células no leito tumoral. 
 
• Para tumores localizados no lobo 
profundo da parótida, a parotidectomia 
total geralmente é necessária, se possível 
com a preservação do nervo facial. 
 
• Os tumores submandibulares são mais 
bem tratados pela remoção total da 
glândula com o tumor. 
 
• Os tumores do palato duro são 
geralmente excisados abaixo do 
periósteo, incluindo a mucosa 
sobrejacente. 
 
• Em outros sítios orais, a lesão geralmente 
é enucleada facilmente através da incisão 
local. 
 
 
o O tumor de Warthin é uma neoplasia 
benigna que ocorre quase exclusivamente 
na glândula parótida. 
 
o Embora seja menos comum que o 
adenoma pleomórfico, é o segundo tumor 
benigno mais comum da parótida, 
representando 5% a 14% de todas as 
neoplasias de parótida. 
 
o A patogênese deste tumor é incerta. A 
hipótese tradicional sugere que estes 
tumores podem originar-se do tecido 
glandular heterotrópico encontrado dentro 
dos linfonodos da glândula parótida. 
Entretanto, os pesquisadores também têm 
sugerido que estes tumores podem se 
desenvolver de uma proliferação do epitélio 
 
do ducto glandular, associada à formação 
secundária de tecido linfoide. 
 
o Diversos estudos têm demonstrado uma 
forte associação entre o desenvolvimento 
desse tumor e o tabaco. 
 
o Os tabagistas têm um risco oito vezes 
maior de desenvolver o tumor de Warthin 
do que os não tagabistas. 
 
o Características clínicas 
 
• O tumor de Warthin geralmente se 
apresenta como uma massa nodular 
indolor e de crescimento lento na glândula 
parótida. 
 
• As lesões podem ser firmes ou flutuantes 
à palpação. 
 
• O tumor ocorre mais frequentemente na 
cauda da parótida, próximo ao ângulo da 
mandíbula, e pode ser notado muitos 
meses antes de o paciente procurar 
tratamento. 
 
• Uma característica única é a tendência de 
o tumor de Warthin ocorrer bilateralmente, 
o que pode ser notado em 5% a 17% dos 
casos relatados. A maioria dos tumores 
bilaterais não ocorre simultaneamente, 
mas são metacrônicos (ocorrem em 
momentos distintos). 
 
 
Processos Patológicos II 
• O tumor de Warthin geralmente ocorre em 
adultos idosos, com um pico de 
prevalência entre a sextae a sétima 
décadas de vida. 
 
• Observa-se uma menor frequência deste 
tumor em negros quando comparados 
com indivíduos brancos. 
 
• A maioria dos estudos demonstra uma 
marcante prevalência pelo sexo 
masculino, com alguns estudos recentes 
mostrando uma proporção homem-mulher 
em torno de 10:1. 
 
o Características histopatológicas 
 
• O tumor de Warthin tem um dos padrões 
histopatológicos mais distintos em 
comparação com quaisquer outros 
tumores do corpo. 
 
• Embora o termo cistadenoma papilífero 
linfomatoso seja complexo, ele descreve 
precisamente as características 
microscópicas marcantes desta lesão. 
 
• O tumor é composto por uma mistura de 
epitélio ductal e um estroma linfóide. 
 
 
 
• O epitélio é de natureza oncocítica, 
formando fileiras uniformes de células que 
circundam espaços císticos. 
 
• As células apresentam citoplasma 
abundante levemente granular e 
eosinofílico e apresentam-se arranjadas 
em dupla camada. 
 
• A camada luminal interna consiste em 
células colunares altas com núcleo 
central, levemente hipercorados e 
alinhados em paliçada. Abaixo se observa 
uma segunda camada de células 
cuboidais ou poligonais com um núcleo 
mais vesicular. O epitélio de revestimento 
exibe múltiplas projeções papilíferas em 
direção aos espaços císticos. Áreas focais 
de metaplasia escamosa ou de 
prosoplasia das células mucosas podem 
ser observadas. 
 
• O epitélio é mantido por um estroma 
linfóide que frequentemente exibe a 
formação de centros germinativos. 
 
o Tratamento e prognóstico 
• O tratamento de escolha para os 
pacientes com tumor de Warthin é a 
remoção cirúrgica. 
 
• O procedimento é geralmente realizado 
com facilidade devido à localização 
superficial da lesão. 
 
• Alguns cirurgiões preferem a ressecção 
local com o mínimo de tecido 
circunjacente; outros optam pela 
parotidectomia superficial para evitar a 
violação da cápsula e pela tentativa do 
diagnóstico não ter sido obtida na fase 
pré-operatória. 
 
• Tem sido relatada uma taxa de 
recorrência de 6% a 12%. 
 
• Entretanto, muitos autores acreditam que 
o tumor frequentemente tem natureza 
multicêntrica; desse modo, é difícil 
determinar se essas são recorrências 
verdadeiras ou sítios de tumores 
secundários. 
 
 
Processos Patológicos II 
• Embora sejam extremamente raros, 
tumores malignos de Warthin (carcinoma 
ex-cistadenoma papilar linfomatoso) têm 
sido relatados. 
 
 
o O adenoma canalicular é um tumor 
incomum que ocorre quase exclusivamente 
nas glândulas salivares menores. 
 
o Características clínicas 
 
• O adenoma canalicular exibe uma 
marcante predileção pelo lábio superior, 
com aproximadamente 75% dos casos 
ocorrendo nesta localização. 
 
• Este tumor representa o primeiro ou 
segundo tumor mais comum (junto com o 
adenoma pleomórfico) do lábio superior. 
 
• A mucosa jugal é a segunda localização 
mais comum. 
 
• A ocorrência em outras glândulas 
salivares menores é incomum, e os 
adenomas canaliculares da glândula 
parótida são raros. 
 
• O tumor ocorre mais frequentemente em 
idosos, com um pico de prevalência na 
sétima década de vida. 
 
• Há uma predileção pelo sexo feminino 
bem definida, variando de 1,2 a 1,8 
mulheres para cada homem acometido. 
 
• O adenoma canalicular apresenta-se 
como um aumento de volume indolor de 
crescimento lento que usualmente varia 
de alguns milímetros a 2 cm. 
 
 
• Pode ser firme ou um pouco flutuante à 
palpação. 
 
• A mucosa sobrejacente pode ter 
coloração normal ou azulada, podendo a 
lesão ser confundida com uma mucocele. 
 
• Entretanto, as mucoceles de lábio superior 
são raras. 
 
• Em algumas circunstâncias, têm sido 
observadas lesões multifocais, com 
múltiplos tumores isolados no lábio 
superior ou na mucosa jugal. 
 
o Características histopatológicas 
 
• O padrão microscópico do adenoma 
canalicular é de natureza monomórfica. 
 
• Este padrão é caracterizado por cordões 
compostos por uma única camada de 
células epiteliais colunares ou cuboidais 
com núcleos intensamente basofílicos. 
 
• Em algumas áreas, fileiras paralelas 
adjacentes de células podem ser vistas, 
resultando em uma aparência de dupla 
camada de cordões tumorais. Estas 
células circundam estruturas ductais, 
algumas vezes na forma de longos canais. 
Geralmente se formam grandes espaços 
císticos, e o epitélio pode demonstrar 
projeções papilares para dentro da luz 
cística. 
 
• As células tumorais são sustentadas por 
um estroma de tecido conjuntivo frouxo 
com proeminente vascularização. 
 
• Ao contrário dos adenomas pleomórficos, 
as alterações do estroma, como a 
metaplasia condróide, não ocorrem. 
Processos Patológicos II 
• Uma fina cápsula fibrosa geralmente 
circunda o tumor, embora ilhas satélites 
possam ser observadas circundando a 
glândula salivar em aproximadamente 
22% a 24% dos casos, o que explica a 
tendência à ocorrência de tumores 
multifocais. 
 
o Tratamento e prognóstico 
• O adenoma canalicular é mais bem 
tratado pela excisão cirúrgica local. 
 
• A recidiva é incomum e pode, na verdade, 
estar representando os casos de natureza 
multifocal. 
 
 
o O carcinoma 
mucoepidermoide é uma 
das neoplasias malignas 
de glândula salivar mais 
comum. 
 
o Características clínicas 
 
• Patogênese incerta 
 
• Exposição solar 
 
• O tumor ocorre quase frequentemente 
numa ampla variação etária, estendendo-
se da segunda até a sétima década de 
vida. 
 
• Raramente esta lesão é vista na primeira 
década de vida. Entretanto, o carcinoma 
mucoepidermoide é a neoplasia maligna 
de glândula salivar mais comum em 
crianças. 
 
• O carcinoma mucoepidermoide é mais 
comum na glândula parótida e usualmente 
se apresenta como um aumento de 
volume assintomático. 
 
• Pode se desenvolver dor ou paralisia do 
nervo facial, geralmente associadas a 
tumores de alto grau. 
 
• As glândulas salivares menores 
constituem a segunda localização 
 
 
preferencial, especialmente no palato. 
 
• Os tumores de glândula salivar menor 
também se apresentam como aumentos 
de volume assintomáticos, que algumas 
vezes são flutuantes e têm coloração 
azulada ou vermelha, que podem ser 
confundidos clinicamente com uma 
mucocele. 
 
• Embora o lábio inferior, o soalho de boca, 
a língua e a região retromolar sejam 
localizações incomuns para as neoplasias 
de glândula salivar, o carcinoma 
mucoepidermoide é o tumor de glândula 
salivar mais comum em cada uma destas 
localizações. 
 
• Tumores intraósseos também podem se 
desenvolver nos ossos maxilares. 
 
o Características histopatológicas 
 
• Como o nome sugere, o carcinoma 
mucoepidermoide é composto de uma 
mistura de células produtoras de muco e 
células escamosas (epidermoides) . 
 
 
Processos Patológicos II 
 
 
 
• As células mucosas apresentam formato 
variado, mas contêm um abundante 
citoplasma espumoso que se cora 
positivamente com colorações para 
mucina. 
 
• As células epidermoides são 
caracterizadas por se assemelharem às 
células escamosas, geralmente 
demonstrando formato poligonal, pontes 
intercelulares e, raramente, ceratinização. 
 
• Adicionalmente, é típica a presença de um 
terceiro tipo de célula — a célula 
 
intermediária — e acredita-se que seja 
uma célula progenitora tanto para as 
células mucosas quanto para as células 
epidermoides. 
 
• As células intermediárias variam em 
aparência desde células pequenas e 
basaloides (“maternais”) a células ovóides 
levemente aumentadas com citoplasma 
escasso e palidamente eosinofílico. 
 
• Alguns tumores também exibem um 
número variável de células claras, que 
algumas vezes podem fazer predominar o 
aspecto microscópico. 
 
• Não é incomum a presença de um 
infiltrado linfoide associado, que pode ser 
tão proeminenteque em alguns casos a 
lesão pode ser confundida com um tumor 
metastático dentro de um linfonodo. 
 
• Tradicionalmente, os carcinomas 
mucoepidermoides têm sido classificados 
em três graus histopatológicos, com os 
seguintes critérios: 
 
1. Quantidade de formação cística 
2. Grau de atipia celular 
3. Número relativo de células 
mucosas, epidermoides e 
intermediárias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processos Patológicos II 
o Tratamento e prognóstico 
 
• O tratamento do carcinoma 
mucoepidermóide é determinado pela 
localização, grau histopatológico e estágio 
clínico do tumor. 
 
• Tumores em estágio precoce da parótida 
geralmente podem ser tratados pela 
parotidectomia subtotal com preservação 
do nervo facial. 
 
• Os tumores avançados podem necessitar 
da remoção total da glândula parótida, 
com a remoção do nervo facial. 
 
• Os tumores da glândula submandibular 
são tratados pela remoção total da 
glândula. 
 
• Os carcinomas mucoepidermoides das 
glândulas salivares menores usualmente 
podem ser tratados através da excisão 
cirúrgica. 
 
• Para as neoplasias de baixo grau, 
somente uma pequena remoção da 
margem de tecido normal circunjacente 
pode ser necessária, mas para os tumores 
de alto grau ou para os tumores grandes 
deve ser realizada uma ampla ressecção, 
similar à realizada para os carcinomas de 
células escamosas. 
 
• Se houver destruição do osso subjacente, 
este também deve ser excisado. 
 
• O esvaziamento cervical radical é indicado 
para os pacientes com evidência clínica 
de metástase e pode também ser 
considerado para os pacientes com 
tumores grandes ou para tumores de alto 
grau. 
 
• A radioterapia pós-operatória também 
pode ser usada para tumores mais 
agressivos. 
 
• O prognóstico depende do grau e do 
estadiamento do tumor. 
 
• Os pacientes com tumor de baixo grau 
geralmente têm um bom prognóstico. 
 
 
 
• A recidiva local ou a presença de 
metástases regionais são incomuns para 
a maioria dos sítios primários, e cerca de 
90% a 98% dos pacientes são curados. 
 
• O prognóstico para os pacientes com 
tumores de grau intermediário é 
ligeiramente pior quando comparado aos 
tumores de baixo grau. 
 
• O prognóstico para os pacientes com 
tumores de alto grau é reservado, com 
somente 30% a 54% de sobrevivência 
para estes pacientes. 
 
• Por razões desconhecidas, os tumores da 
glândula submandibular estão associados 
a piores prognósticos do que os da 
glândula parótida. 
 
• Os carcinomas mucoepidermoides das 
glândulas salivares menores geralmente 
apresentam um bom prognóstico, 
provavelmente porque a grande maioria é 
representada por tumores de baixo grau 
ou por tumores de grau intermediário. 
 
• Entretanto, os tumores de língua e de 
soalho de boca são menos previsíveis, e 
podem demonstrar um comportamento 
mais agressivo. 
 
o O carcinoma adenoide cístico é uma das 
neoplasias malignas de glândula salivar 
mais comum e mais bem reconhecida. 
 
o Características clínicas e radiográficas 
 
• O carcinoma adenoide cístico pode 
ocorrer em qualquer glândula salivar, mas 
aproximadamente 50% a 60% originam-se 
nas glândulas salivares menores. 
 
• O palato é a localização mais comum para 
as lesões de glândula salivar menor 
 
• Entretanto, individualmente uma evidente 
diferença pode ser observada entre as 
várias glândulas. Na glândula parótida, o 
carcinoma adenóide cístico é 
relativamente raro, representando 
somente 2% a 3% de todos os tumores. 
Na glândula submandibular, este tumor 
Processos Patológicos II 
representa 12% a 17% de todos os 
tumores e é a neoplasia maligna mais 
comum. 
 
• Este tumor é também relativamente 
comum dentre as neoplasias de glândula 
salivar do palato, representando 8% a 
15% de todos os tumores. 
 
• Esta lesão é mais comum em adultos de 
meia-idade e é raro nos indivíduos com 
idade abaixo dos 20 anos de idade. 
 
• Há uma distribuição igual entre os sexos, 
embora alguns estudos tenham 
demonstrado uma discreta predileção pelo 
sexo feminino. 
 
• O carcinoma adenóide cístico geralmente 
se apresenta como um aumento de 
volume de crescimento lento. 
 
• A dor é o achado clínico mais comum e 
mais importante, ocorrendo 
ocasionalmente na fase precoce do curso 
da doença antes que haja uma tumefação 
clinicamente detectável. 
 
• Os pacientes geralmente se queixam de 
uma dor inespecífica, constante e de 
baixo grau, que aumenta de intensidade 
gradativamente. 
 
• Os tumores de parótida podem causar 
paralisia do nervo facial. 
 
• Os tumores de palato podem apresentar 
superfície lisa ou ulcerada. 
 
• Os tumores que se originam no palato ou 
no seio maxilar geralmente exibem 
características radiográficas de destruição 
óssea. 
 
 
o Características histopatológicas 
 
• O carcinoma adenoide cístico é composto 
por uma mistura de células mioepiteliais e 
células ductais que podem apresentar um 
arranjo variado. 
 
• São reconhecidos três principais padrões 
histopatológicos: 
 
1) cribriforme, 
2) tubular e 
3) sólido. 
 
• Usualmente uma combinação destes 
padrões é vista, e o tumor é classificado 
com base no padrão predominante. 
 
Processos Patológicos II 
• O padrão cribriforme é o mais clássico e 
de aparência mais bem reconhecida, 
caracterizado pela presença de ilhas de 
células basalóides que contém múltiplos 
espaços cilíndricos, semelhantes a 
espaços císticos, lembrando um queijo 
suíço. 
 
• No padrão tubular, as células tumorais 
são semelhantes, mas podem ocorrer 
como múltiplos pequenos ductos ou 
túbulos dentro de um estroma hialinizado. 
 
• A variante sólida consiste em grandes ilhas 
ou lençóis de células tumorais que 
demonstram pouca tendência para a 
formação de ductos ou cistos. Ao contrário 
dos padrões cribriforme e tubular, o 
pleomorfismo celular, a atividade mitótica, 
bem como focos centrais de necrose no 
centro das ilhas tumorais, podem ser 
observados. 
 
• Um achado altamente característico do 
carcinoma adenoide cístico é a tendência à 
invasão perineural, o que provavelmente 
corresponde ao achado clínico de dor 
nestes pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Tratamento e prognóstico 
 
• O carcinoma adenoide cístico é um tumor 
implacável que tende à recidiva local e 
eventual metástase a distância. 
 
• Em geral a excisão cirúrgica é o 
tratamento de escolha, e a radioterapia 
adjuvante pode melhorar a sobrevida do 
paciente em alguns casos. 
 
• A metástase para linfonodos regionais é 
incomum, sendo o esvaziamento 
tipicamente contraindicado. 
 
• Devido ao prognóstico pobre, 
independentemente do tratamento, os 
clínicos devem ser cautelosos contra o 
inútil tratamento cirúrgico agressivo e 
mutilante para os casos de tumores 
grandes ou para os casos que já exibam 
metástases. 
 
• Devido à tendência a recidivas tardias e a 
metástases do tumor, a taxa de sobrevida 
em cinco anos apresenta um significado 
limitado e não equivale a uma cura. 
 
• A morte geralmente resulta da recidiva 
local ou de metástases a distância. Os 
tumores no palato ou no seio maxilar 
eventualmente podem invadir a base do 
crânio e se disseminar para o cérebro. 
 
• As metástases ocorrem em 
aproximadamente 35% dos pacientes, 
frequentemente envolvendo os pulmões e 
os ossos. 
 
 
o O adenocarcinoma polimorfo de baixo grau 
é a neoplasia maligna de glândula salivar 
mais recentemente reconhecida. 
 
o Características clínicas e radiográficas 
 
• O adenocarcinoma polimorfo de baixo 
grau é um tumor quase exclusivo das 
glândulas salivares menores. 
 
• Sessenta e cinco por cento dos casos 
ocorrem no palato duro ou no palato mole, 
 
Processos Patológicos II 
sendo o lábio superior e a mucosa jugal 
as outras localizações mais comuns. 
 
• É mais frequente em idosos,tendo pico de 
prevalência da sexta à oitava décadas de 
vida. 
 
• Dois terços de todos os casos ocorrem em 
mulheres. 
 
• O tumor se apresenta mais comumente 
como um aumento de volume indolor, que 
pode estar presente por um longo período 
de tempo, com crescimento lento. 
 
• Ocasionalmente, está associado a 
sangramento ou desconforto. 
 
• O tumor pode erodir ou infiltrar o osso 
subjacente. 
 
o Características histopatológicas 
 
• As células apresentam um formato que 
varia do arredondado ao poligonal, com 
bordos indistintos e citoplasma variando 
do pálido ao eosinofílico. 
 
• O núcleo pode ser arredondado, ovóide 
ou fusiforme; tais núcleos usualmente são 
palidamente corados, embora possam ser 
mais basofílicos em algumas áreas. 
 
 
 
• A invasão perineural é comum — outra 
característica que pode levar à confusão 
diagnóstica com o carcinoma adenoide 
cístico. Assim sendo, a distinção entre 
esses dois tumores é importante devido 
ao fato de seus prognósticos serem 
amplamente diferentes. 
 
o Tratamento e prognóstico 
 
• O adenocarcinoma polimorfo de baixo 
grau é mais bem tratado pela excisão 
cirúrgica ampla, algumas vezes incluindo 
a ressecção do osso subjacente. 
 
• A metástase para linfonodos regionais é 
relativamente incomum, ocorrendo em 
apenas menos de 10% dos pacientes. 
Desse modo, o esvaziamento cervical 
parece não ser necessário a menos que 
haja evidência clínica de metástase 
cervical. 
 
• As metástases a distância são raras.

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