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Patologia das glândulas salivares

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Gabriela Ellen 
Patologia das glândulas salivares 
 
TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES 
Adenoma pleomórfico 
Neoplasia de glândula salivar mais comum; 
Derivados de uma mistura de elementos ductais e mioepiteliais. 
Características clínicas: aumento de volume firme, indolor e de crescimento lento; 
adultos jovens e de meia-idade; predileção pelo sexo feminino; maioria ocorre no lobo 
superficial da parótida; comum na região lateral posterior do palato (casos intraorais). 
Características histopatológicas: tumor encapsulado e circunscrito; a cápsula pode ser 
infiltrada por células tumorais; formado por uma mistura de epitélio glandular e células 
mioepiteliais; geralmente o epitélio forma ductos e estruturas císticas, ou pode ocorrer 
na forma de ilhas ou cordões celulares; células produtoras de muco ou células 
escamosas também podem ser vistas; células mioepiteliais estão em grande 
quantidade e podem se apresentar anguladas, fusiformes e até mesmo arredondadas 
com núcleo excêntrico e citoplasma eosinofílico hialinizado, lembrando plasmócitos. 
Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica; prognóstico bom, mas há chance de 
recidiva (principalmente naqueles com aparência mixoide), a taxa de transformação 
maligna é baixa, porém pode ocorrer (dando origem ao carcinoma ex adeno 
pleomórfico). 
TUMOR DE WARTHIN (CISTADENOMA PAPILAR LINFOMATOSO) 
Ocorre quase exclusivamente na parótida; 
A hipótese tradicional sugere que estes tumores podem originar-se do tecido glandular 
heterotrópico encontrado dentro dos linfonodos da glândula parótida. Entretanto, os 
pesquisadores também têm sugerido que estes tumores podem se desenvolver de uma 
proliferação do epitélio do ducto glandular, associada à formação secundária de 
tecido linfoide; 
Os tabagistas têm um risco oito vezes maior de desenvolver o tumor de Warthin do que 
os não tagabistas → Esta associação com o tabagismo pode explicar o fato de este 
tumor ocorrer bilateralmente com frequência, já que quaisquer efeitos tumorigênicos 
do tabaco podem se manifestar em ambas as parótidas. 
Características clínicas: massa nodular indolor e de crescimento lento; podem ser firmes 
ou flutuantes à palpação; tendência de ocorrer bilateralmente (porém em momentos 
distintos); adultos idosos; sexo masculino. 
Características histopatológicas: mistura de epitélio ductal e estroma linfoide; epitélio 
de natureza oncocítica com dupla camada envolvendo espaço cístico; a camada 
luminal interna consiste em células colunares altas com núcleo central, levemente 
hipercorados e alinhados em paliçada. Abaixo se observa uma segunda camada de 
células cuboidais ou poligonais com um núcleo mais vesicular; O epitélio de 
revestimento exibe múltiplas projeções papilíferas em direção aos espaços císticos; 
Gabriela Ellen 
podem existir áreas focais de metaplasia e prosoplasia de células mucosas; o epitélio é 
mantido por um estroma linfoide que forma centros germinativos. 
Tratamento e prognóstico: remoção cirúrgica; reincidência baixa; transformação 
maligna rara. 
Mioepitelioma 
Neoplasia rara; faixa etária de 30 a 50 anos; maior incidência: parótida e palato. 
Composto de células mioepiteliais com morfologia variável apresentando-se fusiformes, 
epitelioides, plasmocitoides, e como células claras, podendo ainda conter um número 
limitado de estruturas ductais. 
Trata-se de um tumos encapsulado, bem circunscrito, que apresenta menores taxas de 
recidiva e menor risco de transformação maligna que o AP. 
Tratamento: excisão cirúrgica. 
Obs: também pode ser encontrado em pele, tecidos moles, traqueia, laringe e trato 
sino-nasal. 
NEOPLASIAS MALIGNAS 
Carcinoma mucoepidermoide 
Neoplasia maligna mais comum 
Características clínicas: ampla variação etária (vigésima a sétima década); aumento 
de volume assintomático; comum na parótida e no palato (podendo ser confundida 
com uma mucocele). 
Características histopatológicas: formado por uma mistura de células mucosas e 
epidermoides; há também células intermediárias e células claras. 
São classificados em três graus histopatológicos: Baixo grau (formação cística 
proeminente, bastante células mucosas, atipia celular mínima); grau intermediário 
(menos formação cística, predomínio da célula intermediária, pode ou não ser 
observada atipia); alto grau (ilhas sólidas de células epidermoides e intermediárias que 
podem apresentar pleomorfismo e atividade mitótica). 
Tratamento e prognóstico: é determinado pelo grau, localização e estágio clínico do 
tumor (variando desde uma remoção superficial do tecido até excisão total da 
glândula e radioterapia associada). Pior prognóstico (ordem crescente): baixo grau → 
intermediário → alto grau. 
Obs: Por razões desconhecidas, os tumores da glândula submandibular estão 
associados a piores prognósticos do que os da glândula parótida. 
Carcinoma mucoepidermoide intraósseo 
A origem mais provável é o epitélio odontogênico; 
Muitos carcinomas mucoepidermoides intraósseos desenvolvem-se em associação com 
um dente impactado ou com um cisto odontogênico. 
Características clínicas e radiográficas: adultos de meia-idade; mais encontrados em 
mandíbula (áreas de molares no ramo mandibular); geralmente notamos um 
abaulamento da cortical; radiografias usualmente revelam tanto radiolucências 
Gabriela Ellen 
uniloculadas quanto multiloculadas com margens bem definidos (em alguns casos são 
áreas mais irregulares). 
Características histopatológicas: semelhante ao seu componente de tecido mole. 
Tratamento e prognóstico: cirúrgico (a ressecção radical oferece menor chance de 
recidiva); de forma geral, o prognóstico é bom. 
Carcinoma adenoide cístico 
Características clínicas: Mais frequente em glândulas salivares menores (palato→ 
podendo ocorrer superfície lisa ou ulcerada), depois submandibular e, por último, 
parótida (pode causar paralisia do nervo facial); adultos de meia-idade; aumento de 
volume de crescimento lento; dor é comum (fase precoce); tumores no palato e seio 
maxilar podem apresentar destruição óssea. 
Características histopatológicas: composto por uma mistura de células ductais e 
mioepiteliais; 
Existem três padrões histológicos: Cribriforme (ilhas de células basalóides que contém 
múltiplos espaços cilíndricos, semelhantes a espaços císticos, lembrando um queijo 
suíço, as células tumorais são pequenas e cuboidais, exibindo núcleo extremamente 
basofílico e pouco citoplasma). Obs: o adenocarcinoma polimorfo de baixo grau, 
também podem exibir áreas com padrão cribriforme; Tubular (múltiplos pequenos 
ductos ou túbulos dentro de um estroma hialinizado, o lúmen tubular é delimitado por 
uma diversidade celular); Sólido (grandes ilhas ou lençóis de células tumorais com 
pouca tendência para a formação de ductos ou cistos, há pleomorfismo celular, 
atividade mitótica, bem como focos centrais de necrose no centro das ilhas tumorais). 
OBS: um achado altamente característico é a tendência à invasão perineural. 
Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica associada à radioterapia; tende à recidiva 
e tem potencial para metástase. 
OBS: Os tumores com padrão histopatológico sólido estão associados a um prognóstico 
pior do que o observado para os padrões cribriforme ou tubular. De acordo com a 
localização, o prognóstico é pior para tumores originários do seio maxilar e da glândula 
submandibular. 
Adenocarcinoma polimorfo 
Características clínicas: muito comum em glândulas salivares menores (palato duro ou 
mole); frequente em idosos e mulheres; aumento de volume de crescimento lento e 
indolor; associado a sangramento ou desconforto. 
Características histopatológicas: células apresentam um formato que varia do 
arredondado ao poligonal, com bordos indistintos e citoplasma variando do pálido ao 
eosinofílico. O núcleo pode ser arredondado, ovóide ou fusiforme; tais núcleos 
usualmente são palidamente corados, embora possam ser mais basofílicos em algumas 
áreas.As células podem crescer em um padrão sólido ou formar cordões, ductos ou 
grandes espaços císticos. Células periféricas usualmente estão infiltrando, invadindo o 
tecido adjacente em um padrão de fileira única. O estroma é de natureza mucoide ou 
pode demonstrar hialinização. 
OBSERVAÇÃO: este tumor pode ser confundido com o carcinoma adenoide cístico em 
decorrência da presença de invasão neural e do padrão cribriforme que pode ser 
notado em alguns casos. 
Gabriela Ellen 
Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica ampla; metástases raras; prognóstico bom. 
Carcinoma de células acinares 
Apresenta células exibindo diferenciação acinar serosa; 
Características clínicas: acometem mais a parótida; adultos; mulheres; se apresenta 
como um aumento de volume de crescimento lento; assintomático embora seja 
relatada dor e sensibilidade. 
Características histopatológicas: tumor circunscrito (algumas vezes encapsulado); 
alguns exibem padrão de crescimento infiltrativo; células acinares serosas (abundante 
citoplasma granular basofílico e núcleo excêntrico arredondado e hipercorado). 
Padrões de crescimento observado: sólido (numerosas células acinares bem 
diferenciadas), microcística (múltiplos espaços císticos são criados); papilar-cística 
(grandes áreas císticas delimitadas por um epitélio que contém projeções papilares 
dentro dos espaços císticos); folicular (aparência similar ao tecido tireoidiano). 
Tratamento e prognóstico: lobotomia (lobo superficial da parótida); parotidectomia 
(lobo profundo da parótida); remoção total da glândula (submandibular); excisão 
cirúrgica (glândula salivar menor); radioterapia adjuvante para doença não 
controlada; associado a um dos melhores prognósticos. 
Carcinoma ex-adenoma pleomórfico 
Transformação maligna do componente epitelial de um adenoma pleomórfico prévio; 
Características clínicas: comuns em adultos de meia-idade e idosos; crescimento rápido 
de uma lesão existente há anos; dor (em alguns casos indolor) e ulceração associados; 
parótida (com risco de paralisia do nervo facial); palato. 
Características histopatológicas: áreas de degeneração maligna epitélio, com 
pleomorfismo celular e atividade mitótica anormal; padrão de crescimento agressivo, 
com invasão da cápsula e infiltração dos tecido circunjacentes. 
Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica ampla em associação com esvaziamento 
cervical local e radioterapia adjuvante; prognóstico relacionado com os subtipos 
histológicos (carcinomas bem diferenciados→ 90% de sobrevida em 5 anos; tumores 
pouco diferenciados → ruim; carcinoma não invasivo → prognóstico igual a tumor 
benigno). 
 
NEOPLASIAS BENIGNAS 
Mucocele (fenômeno de extravasamento de muco) 
Resultante da ruptura de um ducto de glândula salivar e o extravasamento da mucina 
para dentro do tecido mole; 
Geralmente, associada a trauma local; 
Não é um cisto verdadeiro, pois não é revestida por epitélio circundante. 
Características clínicas: aumentos de volumes mucosos; comuns em crianças e adultos 
jovens; pode ter coloração azulada (embora mucoceles profundas possam ser 
normocrônicas); flutuantes (firmes em alguns casos); tempo de evolução pode variar de 
poucos dias a anos; comum no lábio inferior (lateralmente à linha média). 
Gabriela Ellen 
Obs: Mucocele superficial → palato mole, região retromolar, mucosa julgal posterior; 
apresentam-se como vesículas tensas únicas ou múltiplas; geralmente se rompem 
deixando úlceras rasas dolorosas. A aparência vesicular decorre da natureza superficial 
do extravasamento de mucina que causa a separação entre epitélio e tecido 
conjuntivo. 
Características histopatológicas: exibe uma área de mucina extravasada circundada 
por tecido de granulação reacional; presença de histiócitos espumosos (macrófagos). 
Tratamento e prognóstico: algumas são autolimitantes; as de natureza crônica 
necessitam de excisão cirúrgica; para minimizar recorrência → remove a glândula 
salivar menor associada (senão pode recidivar); prognóstico excelente. 
Rânula 
São mucoceles que ocorrem no soalho de boca; 
Origem, geralmente, da glândula sublingual. 
Características clínicas: aumento de volume flutuante, formato abaulado e coloração 
azulada no soalho de boca (lateralmente a linha média); comum em crianças e adultos 
jovens; tendem a ser maiores que mucoceles; 
Obs: rânula cervival ou mergulhante → mucina extravasada disseca através do músculo 
milo-hioide e produz aumento de volume no pescoço. 
Características histopatológicas: similar à mucocele 
Tratamento e prognóstico: remoção da glândula sublingual e/ou marsupialização 
(descompressão, consistindo na remoção da porção superior da lesão intraoral → não 
é tão bem sucedida para rânulas grandes). 
Cisto do ducto salivar (sialocisto) 
É uma cavidade delimitada por epitélio (Cisto verdadeiro) que surge a partir do tecido 
da glândula salivar; 
Causa incerta; 
Obs: embora alguns autores relatem estas lesões como cistos de retenção mucosos, elas 
provavelmente representem ectasias ductais e não cistos verdadeiros. 
Características clínicas: comuns em adultos; podem surgir tanto em glândulas salivares 
maiores (parótida, onde se apresentam como aumento de volume de crescimento 
lento e assintomático) quanto menores; mais frequente em soalho de boca (geralmente 
adjacentes ao ducto submandibular), mucosa jugal e lábios (na qual se assemelham a 
mucoceles: aumento de volume flutuante e amolecida, coloração azulada 
dependendo da profundidade). 
Obs: raras ocasiões → ectasia dos ductos excretores de glândulas salivares menores 
“cistos de retenção mucosos” (nódulos dolorosos com orifícios ductais dilatados, 
podendo observar a drenagem de muco e pus). 
Características histopatológicas: o revestimento do ducto é variável (epitélio cuboidal, 
colunar ou pavimentoso atrófico) circundando o lúmen contendo uma secreção fluida 
ou mucoide. Também pode haver metaplasia oncocítica do epitélio (pacientes com 
múltiplos cistos) 
Gabriela Ellen 
A ectasia ductal → caracterizada por metaplasia oncocítica do epitélio de 
revestimento (que pode apresentar crescimentos papilares no sentido da luz *) do 
ducto. 
*caso essa projeção seja muito exuberante → cistadenomas papilíferos. 
Tratamento e prognóstico: cistos isolados (excisão cirúrgica conservadora); cistos nas gl. 
Salivares maiores (remoção parcial ou total da glândula pode ser necessária); não sofre 
recidivas; cistos de retenção mucosos (pode associar com eritromicina sistêmica e 
enxaguatórios bucais, sialogogos). 
Sialolitíase (cálculo salivar) 
Sialólitos são estruturas calcificadas que se desenvolvem dentro do sistema ductal 
salivar. Surgem por meio da deposição de sais de cálcio ao redor de um ninho de 
detritos (muco espesso, bactéria, células do epitélio ou corpos estranhos) na luz do 
ducto. Sua causa é incerta, mas formação pode ser em razão de sialadenite crônica e 
obstrução parcial. Não está relacionado a nenhum transtorno sistêmico do cálcio ou do 
metabolismo do fósforo. 
Características clínicas: a maior parte dos sialólitos se desenvolvem no sistema ductal 
da glândula submandibular; comuns em adultos jovens e de meia-idade; nas glândulas 
salivares maiores causa dor e aumento da glândula, sendo a gravidade dos sintomas 
dependendo do grau de obstrução e da quantidade de pressão negativa dentro da 
glândula. Radiograficamente, observamos uma massa radiopaca. Nas glândulas 
menores, geralmente é assintomática mas pode produzir aumento do volume local ou 
dor na glândula. 
Características histológicas: exibem laminações concêntricas que podem circundar um 
ninho amorfo de detritos. O ducto geralmente exibe metaplasia escamosa, oncocítica 
ou mucosa. 
Tratamento e prognóstico: sialólitos pequenos → forma conservadora (massagem na 
glândula e esforço para expelir, sialogogos, aplicação local de calor, aumento de 
ingestão de líquidos); sialólitos grandes → remoção cirúrgica(incluindo a glândula em 
caso de inflamação); sialólitos das glândulas menores → excisão cirúrgica (incluindo a 
glândula). 
Sialadenite 
Trata-se de uma inflamação das glândulas salivares que se origina de diversas causas 
infecciosas (bactérias, vírus)ou não infecciosas (síndrome de Sjogren, sarcoidose, 
radioterapia, diversos alérgenos). 
Características clínicas: 
Sialadenite bacteriana aguda: comum na parótida; glândula aumentada e dolorida e 
a pele sobrejacente pode se apresentar quente e eritematosa; pode ter febre baixa e 
trismo; 
Sialadenite crônica: obstrução ductal persistente; na gl. Submandibular um aumento 
persistente pode caracterizar o chamado tumor de Kuttner; há dilatação ductal; 
Parotide crônica: ducto de Stesen pode apresentar um padrão “em forma de linguiça”; 
Sialodenite necrotizante subaguda: comum em adolescentes e adultos jovens; envolve 
mais glândulas salivares menores (palato duro e mole); nódulo doloroso; não ulcera. 
Gabriela Ellen 
Características histopatológicas: 
Sialadenite aguda → acúmulo de neutrófilos dentro do ducto e ácnios; 
Sialadenite crônica → infiltração difusa ou focal no parênquima glandular por linfócitos 
e plasmócitos, comum atrofia de ácinos e dilatação de ductos. Caso haja fibrose → 
sialadenite crônica esclerosante; 
Sialadenite necrosante subaguda: infiltrado inflamatório misto (neutrófilos, linfócitos, 
histiócitos, eosinófilos); há perda de células acinares; necrose; ductos atróficos sem 
hiperplasia; 
Tratamento e prognóstico: sialadenite aguda (antibioticoterapia e reidratação); 
sialadenite crônica (depende da gravidade e varia desde terapia conservadora a 
remoção cirúrgica da glândula); sialadenite necrosante subaguda (autolimitante). 
Queilite glandular 
Condição inflamatória rara das glândulas salivares menores, cuja causa é incerta; 
Características clínicas: comum em lábio inferior, na qual há aumento de volume e 
eversão; as aberturas dos ductos apresentam-se inflamadas e dilatadas, podendo 
haver secreções mucopurulentas; comum em homens de meia-idade e idosos. São 
classificadas de acordo com a gravidade em: simples, superficial supurativa e 
supurativa profunda (nesses dois últimos há envolvimento bacteriano com aumento da 
inflamação, supuração, ulceração e inchaço do lábio). 
Características histopatológicas: os achados não são específicos e usualmente 
consistem em sialadenite crônica e dilatação ductal. 
Tratamento e prognóstico: vermilionectomia; muitos casos se associam ao 
desenvolvimento de carcinoma de células escamosas. 
Sialorreia 
“Salivação excessiva” que possui diversas causas (irritação local, próteses mal 
adaptadas, ulcerações aftosas, problemas gástricos, medicamentos); 
Características clínicas: em crianças pode acontecer úlceras ao redor da boca, queixo, 
pescoço que podem se infectar secundariamente. 
Tratamento e prognóstico: em casos transitórios ou discretos não é necessário nenhum 
tratamento; já para o escorrimento salivar persistente cabe intervenção terapêutica, 
fonoaudiologia, medicações anticolinérgicas. 
Xerostomia 
Sensação subjetiva de boca seca, nem sempre está associada à hipofunção da 
glândula salivar; 
Características clínicas: redução da secreção salivar, saliva residual espessa ou 
espumosa; mucosa parece seca; dorso da língua fissurado e com atrofia das papilas 
filiformes; dificuldade para mastigar e deglutir; candidíase oral; cáries dentárias. 
Tratamento e prognóstico: tratamento é difícil e geralmente não é satisfatório. Mas 
podem usados saliva artificial, balas sem açúcar, sialogogos para estimular a produção 
salivar, além de suspender a medicação, visitas recorrentes ao dentistas, antifúngicos 
(candidíase), produtos de higiene oral. 
 
Gabriela Ellen 
Sialometaplasia necrosante 
É uma condição inflamatória incomum e localmente destrutiva das glândulas salivares. 
Embora sua causa seja incerta, acredita-se que seja em decorrência da isquemia do 
tecido glandular levando ao infarto local; 
Mimetiza processo maligno; 
Fatores predisponentes: lesões traumáticas, anestesias odontológicas, próteses mal 
adaptadas, infecção do trato respiratório superior, tumores adjacentes, cirurgias prévias 
→ podem ocasionar o comprometimento do suprimento sanguíneo das glândulas 
resultando em necrose isquêmica. 
Características clínicas: mais comum no palato duro, região posterior; unilaterais; 
homens; adultos; a condição se inicia com um aumento de volume não ulcerado 
associado a dor e parestesia, dentro de 2 a 3 semanas o tecido necrótico é perdido 
dando origem a uma úlcera crateriforme, nessa etapa a dor diminui. Em algumas 
ocasiões pode haver destruição do osso palatino subjacente. 
Características histopatológicas: caracterizada pela necrose acinar (mas há 
preservação da arquitetura glandular) e metaplasia dos ductos salivares; há também 
hiperplasia pseudoepiteliomatosa do epitélio sobrejacente → mimetismo com lesão 
maligna. 
Tratamento e prognóstico: biópsia é indicada para descartar diagnóstico maligno; 
nenhum tratamento é indicado ou necessário pois a lesão se resolve espontaneamente. 
Síndrome de Sjogren 
É uma desordem autoimune crônica sistêmica que envolve principalmente glândulas 
salivares crônicas e lacrimais → resultando em xerostomia e xeroftalmia (síndrome sicca); 
Duas formas são reconhecidas: primária (nenhuma outra desordem autoimune 
associada) e secundária (associada a outra desordem autoimune); 
Causa é desconhecida. 
Características clínicas: adultos de meia-idade; xerostomia; dificuldade de deglutição, 
alteração do paladar; dificuldade de usar próteses removíveis; língua fissurada com 
atrofia das papilas; pode haver uma candidíase secundária; úlceras; queilite angular; 
cáries dentárias; pode apresentar aumento firme e difuso das glândulas salivares 
maiores (bilateral, indolor, sensível); risco de sialedenite bacteriana (devido a redução 
do fluxo salivar); sialectasia pontual e perda da arborização do sistema ductal (árvore 
carregada de frutos, sem galhos); pele, mucosa nasal e vaginal secas; fadiga; 
linfadenopatia; cirrose; fenômeno de Raynaud; nefrite intersticial; fibrose pulmonar; 
vasculite e nefropatias periféricas. 
Achados laboratoriais: velocidade de hemossedimentação elevada; níveis de 
imunoglobulina IgG aumentados; positividade para fator reumatoide; nota-se presença 
de autoanticorpos. 
Características histopatológicas: infiltração linfocítica nas glândulas salivares, com 
destruição das unidades acinares; no caso das glândulas maiores pode haver evolução 
para uma lesão linfoepitelial; agregados inflamatórios focais crônicos adjacentes a 
ácinos aparentemente normais sustentam o diagnóstico. 
Gabriela Ellen 
Tratamento e prognóstico: o tratamento é principalmente de suporte: lágrima artificial; 
salivas artificiais; produtos de higiene oral; sialogogos; medicamentos suspensos (os que 
geram xerostomia). 
Lesão linfoepitelial benigna (sialodenite mioepitelial) 
É o aumento bilateral indolor das glândulas salivares e lacrimais. Podem estar associadas 
a síndrome de Sjogren, mas nem todas são necessariamente relacionadas ao complexo 
dessa síndrome. 
Características clínicas: a maioria das lesões se desenvolve como um componente da 
síndrome de Sjogren; aquelas não associadas à síndrome são geralmente unilaterais; às 
vezes podem ocorrer em associação com sialolitíase e tumores benignos ou malignos; 
comum em adultos, idade média 50 anos; acometem mais a parótida; aumento de 
volume firme e difuso na glândula afetada; as lesões podem ser assintomáticas ou dor 
moderada. 
Características histopatológicas: intenso infiltrado inflamatório linfocítico associado à 
destruição dos ácinos salivares (com preservação do epitélio ductal); formação de ilhas 
epimioepiteliais (devido a hiperplasia das células ductais e mioepiteliais). 
Tratamento e prognóstico: remoção cirúrgica; prognóstico bom; entretanto há risco 
elevadopara transformação em linfomas (algumas lesões são a fases precoces dos 
linfomas MALT); a contraparte maligna (carcinoma linfoepitelial) tem sido associada ao 
vírus EBV e é comum nas populações inuítes e asiática.

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