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Neuro Demência

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1 
Beatriz Cavalcanti Regis 
Aula 3 – Lívia (YouTube) + Sanarflix 
DEFINIÇÃO 
• Síndrome (sinais e sintomas ocorrem em conjunto, mas 
devido a diferentes causas). 
• Declínio importante de funções cognitivas (memória, 
linguagem, habilidade visuoespacial). 
• Intensidade suficientes para interferir com a 
independência de realizar as atividades diárias. 
• Condição patológica que deve ser investigada e tratada. 
• Importante: não é → deficiência intelectual (início no 
período de desenvolvimento); delirium (urgência; 
alteração cognitiva aguda – atenção e nível de 
consciência; consequência de outra condição médica, 
substância e/ou toxina); condição normal do 
envelhecimento. 
• Performance cognitiva em idosos: normal → 
comprometimento cognitivo leve (CCL) → demência. 
✓ Declínio leve de funções cognitivas. 
✓ Não interfere com a independência. 
EPIDEMIOLOGIA 
• Mais comum em mulheres. 
• Desordens neurológicas: 2ª causa de morte (AVC e 
demência). 
• 1ª causa de anos de vida saudável perdidos (AVC, 
demência e enxaqueca). 
• A partir dos 60 anos, a prevalência de demência dobra a 
cada 5 anos. 
• A idade é o principal fator de risco para demência. 
• 2015: 50 milhões de pessoas com demência / 2030: 74 
milhões / 2050: 131 milhões. 
ETIOLOGIA 
• Primárias: doenças neurodegenerativas do encéfalo. 
✓ Doença de Alzheimer (principal). 
✓ Demência associada a corpos de Lewy. 
✓ Demência frontotemporal. 
• Secundárias: vascular (principal), neurossífilis, 
hipotireoidismo, substâncias, neoplasias, HIV, 
hidrocefalia de pressão normal, hematoma subdural 
crônico, deficiência de vitamina B12, insuficiência 
hepática, distúrbios hidroeletrolíticos, depressão, uso 
de medicamentos (benzodiazepínicos, antidepressivos 
tricíclicos, neurolépticos). 
PRIMÁRIAS 
Doença de Alzheimer: 
• Prevalência aumenta com a idade (dobra a cada 5 anos 
> 60 anos) 
✓ 3% - 65-69 anos / 30% - 80 a 89 anos. 
• Morbimortalidade em idosos. 
• Formas esporádicas são maioria (APOE4). 
• 5% são formas familiares (< 65 anos; mutações 
autossômicas dominantes). 
• Fatores de risco: portar o alelo APOE4, HAS, DM, 
dislipidemia, insônia, síndrome da apneia obstrutiva do 
sono, TCE, depressão, tabagismo, etilismo e pouca 
atividade intelectual. 
• Fisiopatologia: placas amiloides no intersticio (acúmulo 
de peptídeo B-amiloide) e emaranhados neurofibrilares 
no interior dos neurônios (proteína tau-
hiperfosforilada). 
 
• Quadro clínico: 
✓ Dificuldade em um ou mais domínios cognitivos → 
memória episódica recente, orientação temporo-
espacial, linguagem, função executiva (capacidade 
de planejar e executar uma ação), praxia (ordenar 
os movimentos para fazer uma ação específica), 
velocidade de pensamento, função visuoespacial. 
✓ Depressão, apatia e irritabilidade. 
✓ Anosognosia (perda de insight da doença). 
✓ Alterções comportamentais (desinibição – lobo 
frontal); 
✓ Agitação psicomotora. 
✓ Delírios e agressividade. 
• Diagnóstico: alterações cognitivas, comportamentais e 
funcionais + exame complementar para exclusão de 
outras causas. 
✓ Mini exame do estado mental: máximo de 30 
pontos; o resultado depende da escolaridade: 
- Analfabetos: 20 pontos; > 11 anos: 29 pontos. 
✓ Fluência verbal: repetir o máximo de palavras 
possíveis em 1 min; < 8 anos = 9 palavras; ≥ 8 anos 
= 13 palavras. 
- Fonêmica: falar palavras que inicam com uma 
determinada letra. 
- Semântica: coisas com o mesmo significado (ex.: 
frutas). 
✓ Teste do relógio: desenhar um relógio de ponteiros 
com os números e marcar uma determinada hora. 
 
2 
Beatriz Cavalcanti Regis 
Aula 3 – Lívia (YouTube) + Sanarflix 
✓ Exames laboratoriais (hemograma, creatinina, TSH, 
T4 livre, albumina, AST, ALT, vitamina B12, ácido 
fólico, cálcio, VDRL e HIV). 
✓ Líquor: demência pré-senil (< 65 anos), 
apresentação ou curso atípico, suspeita de 
hidrocefalia (de pressão normal), de doença 
inflamatória, infecciosa ou priônica. 
✓ TC ou RM (mais sensível). 
 
Figura 1: normal. 
Figura 2: doença de Alzheimer → acentuação das fissuras e 
sulcos, redução dos giros (atrofia global; pode predominar 
no lobo temporal e parietal). 
 
 
Figura 1: hipocampo normal. 
Figura 2: doença de Alzheimer → hipocampo atrofiado. 
• Tratamento: 
✓ Não farmacológico: contato social; atividades 
produtivas; exercícios físicos; recreação. 
✓ Farmacológico: 
- Inibidores de colinesterase (donepezila, 
galantamina e rivastigmina) → efeitos colaterais: 
diarreia, náuseas, vômitos, tontura e perda 
ponderal. 
Obs.: na doença moderada a grave, associa a 
memantina. 
 
- Antagonistas dos receptores NMDA do glutamato 
(memantina). 
 
✓ Sintomas comportamentais: ISRS (depressão); 
antipsicóticos (alterações comportamentais); 
medidas de higiene do sono, hipnóticos de curta 
duração e antipsicóticos (alterações do sono). 
Demência associada a corpos de Lewy: 
• Inclusões intracelulares formados pelo agregado de 
proteína alfa-sinucleína (corpos de Lewy) → 
sinucleinopatia (assim como a doença de Parkinson). 
• Principais manifestações: 
✓ Flutuação da cognição (variações na capacidade de 
atenção e no grau de alerta); 
✓ Alucinações visuais recorrentes (bem formadas e 
detalhadas); 
✓ Transtorno comportamental do sono REM (pode 
aparecer anos antes da fase de demência); 
✓ Um ou mais sinais parkinsonianos (bradicinesia, 
rigidez plástica, tremor de repouso). 
 
Demência frontotemporal: 
• Forte componente genético. 
• Mais comum em casos de demência de início precoce. 
• Engloba um grupo de doenças neurogenerativas que se 
caracterizam por: alterações intensas do 
comportamento social (desinibição, apatia, perda de 
empatia, hiperoralidade e alterações da dieta, 
comportamentos compulsivos) e personalidade ou 
afasia primária progressiva. 
 
Variante comportamental. Atrofia frontal bilateral em T2. 
SECUNDÁRIAS 
Demência vascular ou comprometimento cognitivo vascular: 
• Segunda causa de demência no geral. 
• Pode estar associada a Doença de Alzheimer, sendo 
chamada de Demência Mista. 
• Diagnóstico: demência ou CCL + doença 
cerebrovascular. 
✓ Diagnóstico de demência ou CCL: tipo de déficit 
cognitivo (velocidade de processamento, funções 
executivas, alterações de humor e personalidade), 
 
3 
Beatriz Cavalcanti Regis 
Aula 3 – Lívia (YouTube) + Sanarflix 
tipo de evolução (em degraus, ou seja, estabilização 
se alterna com períodos de piora). 
✓ Doença cerebrovascular precede a instalação do 
quadro cognitivo e tem localização e intensidade 
compatíveis com o declínio cognitivo. 
✓ Diagnóstico de doença cerebrovascular: 
neuroimagem, anamnese (AVC/AIT e fatores de 
risco), sinais neurológicos focais. 
• Tratamento: doença cerebrovascular, reabilitação 
cognitiva, atividade física, anticolinesterásicos e manejo 
dos sintomas neuropsiquiátricos. 
 
AVC em território da a. cerebral posterior E (foto 1). 
Isquemia no núcleo anterior do tálamo (foto 2). Múltiplos 
AVCs (foto 3). 
 
Hemorragias 
 
Doença de pequenos vasos 
Hidrocefalia de pressão normal: 
• Aumento progressivo na quantidade de líquor sem 
ocorrer aumento fixo de pressão dentro do sistema 
(falha da absorção do líquor nas granulações 
aracnoides). 
 
 
A e B: 71 anos, funções cognitivas normais. C e D: 68 anos, 
hidrocefalia de pressão normal. 
• Índice de Evans ≥ 0,3 (distância dos cornos frontais dos 
ventrículos laterais/distância biparietal). 
• Aumento dos ventrículos → lesão das vias 
periventriculares → tríade clínica: alteração de marcha 
(marcha magnética/pés grudados no chão, pequenos 
passos, base alargada, dificuldade em dar a volta e 
instabilidade postural) + incontinência urinária + 
demência. 
 
• Dificuldades para o diagnóstico: sinais da tríade são 
comuns em idosos (> 70-75 anos). 
• Tratamento: derivação vetriculo-peritoneal (válvula 
drena o excesso de líquor para a cavidade peritoneal). 
 
Hematoma subdural crônico:• Mais fácil de acontecer em casos de atrofia cerebral. 
• Lesão de pequenas veias que drenam a convexidade 
cerebral e, no caminho para o seio sagital superior, 
atravessam o espaço subdural. 
• Sangue se acumula no espaço subdural. 
• História de TCE leve. 
• Manifestações: declínio cognitivo, cefaleia, crises 
epilépticas, sinais neurológicos focais (hemiparesia). 
 
4 
Beatriz Cavalcanti Regis 
Aula 3 – Lívia (YouTube) + Sanarflix 
 
 
 
Hematoma à esquerda (foto 1). Hematoma subdural 
bilateral (foto 2). 
 
Neoplasia: 
 
GBM (glioblastoma multiforme em lobo temporal 
esquerdo): síndrome demencial com predomínio de déficit 
de memória recente evoluindo há 3 meses. 
 
Hipotireoidismo: 
• Demência ou CCL + manifestações sistêmicas (ganho 
ponderal, intolerância ao frio, pele seca, edema e 
bradicardia). 
• Dosagem de TSH e T4 livre. 
 
Deficiência de vitamina B12/folato: 
• Neuropatia periférica, déficits cognitivos e 
manifestações psiquiátricas. 
• Causas: deficiência dietética (vegetarianos/veganos), 
má absorção (grave – anemia perniciosa e cirurgia 
bariátrica; leve – gastrite atrófica leve e metformina). 
• Sinais laboratoriais: anemia, macrocitose e 
hipersegmentação de neutrófilos. 
• Dosagem de vit. B12 e B9. 
 
 
Neurossífilis: 
• Solicitar VDRL e FTA-ABS (mais sensível nos casos de 
infecção tardia). 
• Se +: exame de LCR → tratamento com penicilina 
cristalina. 
• Prevenção: preservativo e tratamento precoce da sífilis. 
 
 
HIV: 
• Declínio cognitivo assintomático (perceptível apenas em 
testes psicológicos), CCL e demência associada ao HIV. 
• Buscar condições confundidoras e controlar 
comorbidades (depressão, infecções oportunistas do 
SNC, infecções pelo vírus da hepatite C, deficiência 
nutricional, hipotireoidismo, uso de drogas ilícitas e etc). 
• Tratamento: controlar a replicação viral. 
• Prevenção: preservativo e tratamento precoce da sífilis. 
 
Efeitos de medicações nos idosos (mimetiza ou agrava o 
quadro de demência): 
• Multimorbidades → polifarmácia. 
• Mudanças fisiológicas da senescência (alterações na 
farmacocinética) → menor janela terapêutica → 
intoxicação medicamentosa e efeitos adversos. 
• Atenção para: benzodiazepínicos, anticolinérgicos, 
hipnóticos e opioides (evitar na população idosa). 
EXAMES COMPLEMENTARES OBRIGATÓRIOS NA 
DEMÊNCIA OU CCL 
 
 
 
5 
Beatriz Cavalcanti Regis 
Aula 3 – Lívia (YouTube) + Sanarflix 
PREVENÇÃO 
• Nível educacional elevado; 
• Utilizar aparelhos auditivos; 
• Redução ou tratamento de sintomas depressivos; 
• Manter contato social; 
• Tratamento de HAS (PAS < 130 mmHg); 
• Dieta do mediterrâneo (proteção cardiovascular); 
• Minimização da DM; 
• Redução da obesidade; 
• Atividades físicas regulares; 
• Interrupção do tabagismo; 
• Evitar uso excessivo de álcool; 
• Redução da poluição aérea; 
• Tratamento dos distúrbios do sono.

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