Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nathalia Amaral 4 Dor “Experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual já existente, real ou potencial, ou relatada como se uma lesão existisse” · QUANTO AO INÍCIO E À EVOLUÇÃO DOR AGUDA · De menor duração · Se caracteriza por ser de instalação súbita, com função biológica de alerta para o risco de lesão tecidual · É bem localizada, intensa e autolimitada · Pode estar associada a ansiedade transitória, medo, irritação e alterações neurovegetativas como sudorese, midríase, taquicardia e taquipneia · Não ultrapassa o tempo necessário para a recuperação tecidual · Não é uma percepção sempre igual em todos os indivíduos · Pode possuir relação com as emoções ou estado psicológico DOR CRÔNICA · De maior duração, uma das principais causas de incapacitação · Pode ocorrer como consequência de lesões agudas, como parte de doenças degenerativas ou como condição primária (por exemplo, enxaqueca e fibromialgia) · Não possui função biológica bem definida (mal definida) · É difusa (sem início e fim definidos, passa a ser a doença · Pode acarretar em prejuízo social, incapacitação e tem alivio inadequado · Os mecanismos alterados nos perfis de dor crônica são: sensibilização central e periférica, desinibição, reorganização estrutural, degeneração neuronal, excitabilidade ectópica · Seu tratamento é mais dirigido ao mecanismo da dor do que à busca de um diagnóstico oculto · DO PONTO DE VISTA FISIOPATOLOGICO DOR NEUROPÁTICA · Resulta de uma lesão direta ou de uma disfunção nos axônios sensoriais dos nervos periféricos ou centrais · Pode apresentar- se: constante (em queimação, dormência ou formigamento, ou como dolorimento), intermitente (mais relatada como dor em choque) e evocada · Pode ser provocada pela desaferentação que é a privação de um neurônio de suas aferências o que pode resultar na degeneração dos terminais pré – sinápticos, reinervação por axônios vizinhos, substituição das sinapses inibitórias por excitatórias (essas alterações tornam as células desaferentadas hipersensíveis) · São exemplos: neuropatia diabética, neuralgia pós – herpética, dor do membro fantasma, dor por avulsão do plexo braquial, dor após trauma raquimedular, dor após AVE · A maioria dos pacientes apresenta: déficit sensorial, distribuição sobreposta da dor · Responde pouco aos analgésicos, sendo os fármacos antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes os principais representantes no tratamento desde tipo de dor, seja central ou periférica · A neuroestimulação também apresenta evidencia clínica no tratamento · Hipoestesia é evocativo de dor neuropática · Alodínia e Hiperpatia que ocorrem em uma área de hipoestesia são indicadores de dor neuropática · Podem ser causas: diabetes melito, bebidas alcoólicas e o hipotireoidismo DOR NOCICEPTIVA · Nociceptores são terminações nervosas livres · Receptores polimodais são compostos por fibras C de pequeno diâmetro, não mielinizadas, que conduzem os impulsos elétrico · Fibras C: dor de longa duração e difusa e pelo prurido. São ativadas por pressão, estímulos térmicos ou químicos · Fibras A – delta, são de maior diâmetro, conduz a dor conhecida como dor rápida, aguda e, em geral ativada por estímulos químicos, mecânicos ou térmicos persistentes · Nociceptores pode ser sensibilizados por: bradicinina, substancia P, prostaglandinas, leucotrienos, histamina, acetilcolina, serotonina · Principais mediadores: glutamato liberado pelas terminações nervosas centrais de neurônios nociceptivos (dor aguda). A substancia P, um neuropeptídeo, também liberado no corno dorsal por fibras C (dor crônica) e, prolonga e aprimora a ação do glutamato · Esses mediadores liberados em grandes quantidades ou por longos períodos podem levar a hiperalgesia secundária · São exemplos: agressões externas tais como - picadas de inseto, fratura óssea, corte de pele. E, dor visceral (cólica nefrética, apendicite), a neuralgia do trigêmeo, a dor das leões articulares e da invasão neoplásica dos ossos · Quanto menor o número de segmentos medulares envolvidos na inervação de uma estrutura, mais localizada será a dor (somática superficial). E, quanto maior, mais difusa será a dor (visceral e somática profunda) DOR MISTA · É a que ocorre por mecanismos neuropáticos e nociceptivos, conjuntamente DOR PSICOGÊNICA · Não há um substrato orgânico, sendo gerada por condições emocionais Tende a ser difusa ou de localização imprecisa · ESTRUTURAS DE ORIGEM DA DOR DOR REFERIDA · Classificação segundo ao processo de percepção da dor · É definida como uma dor sentida em um local que se encontra a distância dos tecidos responsáveis pela dor, porém mantendo relação com o ponto do estimulo primário · Quando a dor visceral é referida para a superficie do corpo, a pessoa em geral, a localiza no segmento dermatômico de origem do órgão visceral no embrião, e não necessariamente no local do órgão visceral · Obedece a classificação metamérica · Exemplos: dor na face interna do braço em pacientes com infarto aguda do miocárdio; dor epigástrica ou periumbilical na apendicite; dor no ombro em indivíduos com lesão diafragmática ou irritação no nervo frênico. Colelitíase e colecistite também podem causar dor no ombro DOR IRRADIADA · Classificação segundo o processo de percepção da dor · Caracterizada por sem sentida à distância de sua origem, mas em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em que um nervo cuja estimulação é responsável pela dor · Tem como característica ser aguda e muito intensa, que quase sempre se inicia em uma região central, próxima à coluna, e se dirige para uma parte da extremidade inferior · A parestesia ou perda da sensibilidade da pele e diminuição da sensibilidade em algumas regiões ao longo do nervo geralmente estão associadas a este tipo de dor · Exemplo: ciatalgia provocada pela compressão de uma raiz nervosa por hérnia de disco lombar, neuralgia occipital, cervicobraquialgia · CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO DOR CUTÂNEA · Surge em estruturas superficiais · Uma dor aguda, em caráter de queimação com possível início abrupto ou lento · Pode ser bem localizada e ser distribuída ao longo de dermátomos DOR VISCERAL · É uma dor do tipo nociceptiva, é profunda · É difusa, de difícil localização e descrita como dolorimento ou dor surda (que tende a acentuar com a atividade funcional do órgão) · A verdadeira, ocorre no local da estimulação primária e pode se associar, ou não, com a dor referida. · Causa de dor visceral verdadeira: isquemia do tecido visceral, lesão química das superfícies das vísceras, espasmo da musculatura lisa de víscera oca, distensão excessiva, distensão do tecido conjuntivo que circunda ou é localizado na víscera · É do tipo continua e difusa, com localização imprecisa devido, em grande parte, à pouca quantidade de fibras aferentes viscerais DOR SOMÁTICA PROFUNDA · Tem origem em estruturas profundas do organismo (por exemplo: periósteo, músculos, tendões, articulação e vasos sanguíneos) · É mais difusa do que dor cutânea · Localização imprecisa · Descrita como; dor surda, dor profunda DOR SOMÁTICA SUPERFICIAL · Provocada pela estimulação de nociceptores do sistema tegumentar · Tende a ser bem localizada e relatada como picada, pontada, queimor, sempre de acordo com o estimulo que a provocou · CONCEITOS DA FISIOPATOLOGIA DA DOR HIPERALGESIA · Resultado da sensibilização central e periférica · É um aumento da sensibilidade dolorosa. Estímulos antes inócuos passam a causar dor devido a facilidade da despolarização dos neurônios aferentes nociceptivos, polimodais · Na hiperalgesia primária, uma lesão tecidual provoca a liberação de prótons (derivados do ácido lático), com ativação direta dos nociceptores e aumento da permeabilidade dos íons · Hiperalgesia secundária: extensão da sensibilidade álgica para os tecidos vizinhos primários WIND UP · É o aumento da resposta de certos neurônios nociceptivos de maneira súbita e marcante, tanto em intensidade quanto em duração · Quando as fibras C são estimuladas repetidamente a uma taxa de uma vez porsegundo, cada estimulo produz um aumento progressivo da resposta de neurônios WDR (neurônios de ampla faixa dinâmica) · Esse fenômeno de amplificação dos sinais transmitidos é o Wind up e explica por que a sensação de dor parece aumentar com a estimulação repetida TRANSDUÇÃO · Tem início pela estimulação de receptores sensitivos ou nociceptores · Mecanismo inicial de sensação dolorosa · A conversão de um estimulo nociceptivo por substâncias proteicas em potencial elétrico despolarizante TRANSMISSÃO · Por intermédio do neurônio sensorial de primeira ordem, o potencial elétrico despolarizante conduz o estimulo ao SNC (neurônios sensoriais de 2° e 3° ordem), com sinapse no corno dorsal da medula espinal (a maioria) ou no tronco cerebral, estando os corpos das células nervosas localizadas no gânglio da raiz dorsal e no gânglio trigeminal · Condução dos potenciais de ação dos axônios periféricos para o SNC, com a transmissão sináptica e deflagração de potencial de ação dentro do SNC MODULAÇÃO · É a alteração na intensidade dos estímulos pela atuação de mecanismos centrais de regulação (aumento ou redução de estímulos dolorosos) · PROCESSOS DE SENSIBILIZAÇÃO SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL · Requer estimulação rápida ou prolongada, porem intensa, para ser iniciada · Diminuição do limiar de dor (alodínia) · Esse tipo de sensibilização dá início a uma cascata de eventos no corno dorsal da medula, a qual é gerada pela liberação de uma série de neurotransmissores nos terminais dos nociceptores centrais · Transmissão modificada, no nível do corno dorsal da medula e no núcleo trigeminal · Nociceptores medulares (NMDA – glutamato ativados) sofrem alterações fisiopatológicas · Fosforilação do receptor NMDA – elevação da sua resposta ao glutamato · Amplia e facilita a transferência sináptica do estimulo nociceptivo · Modificação em todo SNC, dos neurônios das vias · Apresenta fases: fase inicial – atividade dependente (aguda – sensibilização gerada pelo imput nociceptivo transmitido pelo nociceptor central em direção ao neurônio medular). Fase tardia, da transmissão nociceptiva medular iniciasse o processo de transcrição genética celular (transcricional dependente) · A prostaglandina E2 facilita e aumenta a excitabilidade · Está presente na dor neuropática, na dor inflamatória, na enxaqueca e na síndrome do cólon irritável, entre outras síndromes dolorosas · A lesão tecidual, estímulos intensos e prolongados podem gerar alteração na sensibilidade das fibras nervosas, com diminuição do limiar de dor, aumento da resposta aos estímulos, aumento da atividade espontânea neural SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA · Alteração da constituição química dos nociceptores (hipersensibilidade) · Sensibilização dos nociceptores · Diminuição do limiar de dor · Diminuição do limiar de excitabilidade dos nociceptores · Aumento da sensibilidade aos estímulos nocivos e não nocivos · Mediadores inflamatórios (bradicinina, COX -2, substancia P, fator de crescimento nervoso, prostaglandina E)
Compartilhar