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FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS - FAMETRO Ana Carolina Martins Serrão do Nascimento Jasmin de Moura Albarado Janaína Auxiliadora Tavares dos Santos Laís Nayara Pedroso Natividade Vitoria Isabelle Leite Doce Viviane Teuai Santana PSICOLOGIA, ORGANIZAÇÕES E TRABALHO NO BRASIL Manaus - Amazonas 2019 Ana Carolina Martins Serrão do Nascimento Jasmin de Moura Albarado Janaína Auxiliadora Tavares dos Santos Laís Nayara Pedroso Natividade Vitoria Isabelle Leite Doce Viviane Teuai Santana PSICOLOGIA, ORGANIZAÇÕES E TRABALHO NO BRASIL Trabalho apresentado ao curso de Administração, da instituição FAMETRO – Faculdade Metropolita de Manaus, como requisito parcial para à obtenção de nota da matéria Psicologia Social. Orientador: Eudel Fábio MANAUS 2019 INTRODUÇÃO A psicologia e o trabalho têm uma relação que constitui a importância da compreensão, com o objetivo de visar e analisar a caracterização das pessoas dentro de uma organização, para analisar o modo pelo qual tais relações foram estabelecidas, as práticas e profissionais. O livro cita que a psicologia no trabalho tem uma relação direta como diálogo, pois o trabalho vem ocupando um espaço cada vez maior na vida das pessoas, além disso o bem- estar no ambiente de trabalho fica cada vez mais presente nas políticas publicas fazendo com que um bom ambiente de trabalho seja obrigatório. O livro inicia- se falando que o termo trabalho apresenta um conceito semelhante a tortura, porem uma atividade essencial para relação humana na sua relação com a natureza. É necessária uma utilização de critérios para se classificar um trabalho e o livro cita que quando falamos em trabalho não estamos sempre falando do mesmo objeto. A psicologia e o trabalho assumem que estar essencialmente contribuindo para a melhoria e a qualidade e o desempenho dos indivíduos no trabalho. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. • Capítulo 9 – Socialização Organizacional O devido tema socialização organizacional insere-se no campo de estudo da psicologia do trabalho e das organizações, mas também se constitui na aplicação do tema socialização da psicologia social. Tem-se por conceito de socialização, no sentido funcionalista, como processo de manutenção e reprodução da estrutura social ou como processo de homogeneização. Já no sentido de interação e construção social, consiste em que os indivíduos são sujeitos do processo, no qual desenvolvem sua própria personalidade e/ou suas identidades e, ao mesmo tempo, apropriam-se dos costumes e valores sociais em interação com o contexto sócio histórico de inserção, por intermédio do convívio, em vários grupos sociais. Desta perspectiva, o processo de socialização é considerado o fato de como o indivíduo torna-se parte de um grupo, organização ou sociedade, implica também sempre certo nível de conformismo, pois processa a inserção de alguém em um contexto de normas e costumes previamente definidos por outros. Compreende-se que o indivíduo é fruto da dinâmica em que é sujeito e objeto ao mesmo tempo. Além de socialização organizacional, há os fenômenos da socialização profissional e ocupacional, que estão referindo-se à inserção em uma profissão, e outro, em uma ocupação. A primeira envolve a relação do indivíduo com escolas e/ou universidades no âmbito do papel de estudante, aprendiz ou treinado, e não como trabalhador/ empregador. Através dessa socialização, muitas empresas se beneficiam para através dela fazer a socialização organizacional, visto que prepara para a ação de acordo com princípios gerais, teorias ou preposições, prepara uma carreira, que abrange um conjunto de conhecimentos aplicáveis às mais diversas instâncias. Enquanto isso, a socialização organizacional é particularista. Refere-se à integração do indivíduo com a organização no exercício de um determinado cargo. Assim, a socialização profissional é muito mais ampla que a socialização organizacional. Em meados de 1990, ocorreu uma explosão das pesquisas que focalizavam os comportamentos proativos do sujeito, facilitando a própria socialização. Atualmente, consideram quatro enfoques com a intenção de realçar a construção socio-histórias do campo, que serão desenvolvidas a seguir. Primeiramente, o das táticas organizacionais, que no caso há um grupo de estudos que adota como foco de atenção as ações da organização que visam facilitar o processo de socialização dos indivíduos. Depois, o enfoque nos desenvolvimentos, que ao contrário do anterior, os teóricos põem no centro da atenção o indivíduo e seus aspectos cognitivos, no lugar das ações organizacionais. Fieldman (1976) propôs e testou empiricamente um modelo de socialização organizacional que consiste na identificação de estágios, onde são a socialização antecipatória, que se refere à aprendizagem que toma lugar no período antecedente ao ingresso do indivíduo àquela organização, de forma exemplificativa, tem-se o investimento das pessoas para serem aprovadas em concurso público. O segundo estágio, que é a acomodação, consiste à procura do indivíduo em descobrir o que a firma é realmente e em transforma-se em parte dela. Por fim, o terceiro é o gerenciamento de papéis, que tem como demandas processuais a resolução dos conflitos entre a vida do trabalho e a vida doméstica e entre grupos de trabalho. No enfoque na informação e conteúdo, a atenção se recai ainda sobre o ser humano, porém focado em seus processos cognitivos concernentes aos constituídos de socialização e ao papel da busca de informações pelos indivíduos. Por fim, as tendências integradoras, articula adequadamente as ações organizacionais, a produtividade dos empregados, os resultados dos processos etc. A discussão sobre as contribuições dos diferentes enfoques deve permitir o levantamento de hipóteses de estudo, a construção de uma agenda de pesquisa sobre o assunto e a percepção de que não se justifica mais uma atuação fundada no senso comum nesse campo. O nível de teorização permite uma atuação sistemática e profissional. Esse nível de avanço não significa que não há questões sem resposta. Conclui-se que mediante às grandes distâncias sociais, e devido às diferenças, os estudos dos enfoques e teorias citadas são necessários para que as organizações façam o uso, e adaptem seus colaboradores, para que se tenha a inserção de todos no âmbito organizacional. Visto que é de grande importância para o avanço da própria organização frente ao mercado de trabalho. • Capítulo 10 - Grupos e equipes de trabalho nas organizações A importância de compreender as relações com os grupos está no poder que elas afetam nosso comportamento. Nas organizações, estar sobre influencia os diversos grupos existentes no cenário, desde a entrada em uma empresa, até a sua saída. Parando para observar as organizações atuais, observa-se que muitas delas adotam equipes de trabalho como unidades de desempenho. As equipes são consideradas estruturas beneficias ao desempenho, a influência que exercem sobre o comportamento dos membros e algumas características da dinâmica de seu funcionamento. No funcionamento de uma organização, ao falar dos grupos de foi dito que podem afetar os resultados do desempenho de seus membros, os princípios que orientam a vida e o funcionamento dos grupos. A vida humana é grupal, crescemos em um grupo, seja ela da família a qual nos relacionamos mais forte durante nossa infância, como irmãos, tios, primos. Esses grupos nos ensinam formas de comportamentos e é nesses grupos que se reflete a espécie linhagem comportamental. Todos têm uma forma de comportamentoúnica que ao mesmo tempo reflete a sua individualidade, mas que tem referência e influência com o grupo que pertence. O grupo de referência é aquele que o indivíduo se sente motivado a manter relações e que torna um grupo de referência, que passa a desempenhar um papel comportamental do indivíduo. Todo nós pertencemos a um grupo e a definição adequada aponta que um grupo é um conjunto formado por duas ou mais pessoas que interagem durante um intervalo de tempo relativamente longo, buscando atingir determinado objetivo. Um grupo pode ser visto como um conjunto de pessoas que se caracteriza mais fortemente quando: menor for o número de seus integrantes, maior for a interação entre os membros, maior for sua história. Desse modo cada grupo tem sua determinada característica, cabe nos remetermos a alguns estudos sobre construção de normas sociais. Como se observa um grupo tem um poder muito forte sobre um indivíduo, mesmo dentro de uma organização estão sujeitos a normas institucionais e esse poder pode ser utilizado em favor da busca do cumprimento de objetivos organizacionais. Como podemos observar nossos comportamentos e características é fruto da interação com os outros, até quando não estão fisicamente presentes e essa é uma das maiores dificuldade para administrar o comportamento dos demais, o controle é também afetado pelos grupos que essa pessoa pertence ou que valoriza. O comportamento reflete na individualidade do sujeito, ele resulta da conjunção de atributos do indivíduo, das circunstâncias e de seus grupos de referência, e mudar o indivíduo sem entender o grupo o qual ele pertence é muito mais complicado. Mais fácil seria a mudança de um grupo. Gerenciar comportamento humano embora pareça ser uma tarefa fácil é uma tarefa complexa, para administrar pessoas os membros da organização devem reconhecer as diferenças entre os comportamentos socialmente sustentados pelos grupos e as cobranças feitas pela organização. É possível estabelecer normas de comum acordo que favorecem as metas organizacionais, o fato dele resultar tanto da personalidade do indivíduo como de seus grupos de referência são evidentes. A maneira como as pessoas percebem o mundo é mais resultado do processo de interação e construção coletiva do que de sua individualidade. • Capítulo 11 – Liderança nas organizações Liderança é um instrumento milenar da sociedade, constantemente mencionado na análise de eventos coletivos, utilizado como ferramenta de influência sobre grupos diversos e documentado nos mais variados registros históricos. Contudo, como conceito, aparece, pela primeira vez, em um artigo de Lewis Terman, em 1904. A partir dos anos de 1920, o conceito de liderança atraiu a atenção de pesquisadores que buscavam a compreensão da influência de pessoas sobre comportamentos desviantes dentro dos grupos e sua influência nas instituições militares (Jenkins, 1947). O intenso desenvolvimento da psicologia social, nos anos de 1930, impulsionado pelas obras de cientistas sociais como Mead, Lewin, Homans e Bales, abriu a discussão para a questão da interação social como um fato imanente à vida cotidiana dos grupos humanos. Nesse contexto, a liderança tornou-se um elemento crucial para a compreensão dos comportamentos sociais, como aparece nas publicações dos experimentos de Hawthorne. O interesse pela liderança ainda era tímido no campo da gestão de negócios, que seguia fortemente dominado pela mentalidade da engenharia, como observado, no Brasil, nos estudos pioneiros de Roberto Mange, no início dos anos de 1930. A preocupação da gestão do trabalho era centrada na relação entre o homem e a máquina, sendo que os comportamentos eram considerados uma questão periférica a esse foco. O impulso ao estudo sistemático da liderança pela gestão veio, entre outros fatores históricos, dos problemas criados pelos movimentos sindicais no fim dos anos de 1950, bem como do desenvolvimento dos estudos de pequenos grupos. As empresas começaram a trabalhar internamente com técnicas de dinâmica de grupo como forma de construção de equipes e de desenvolvimento de lideranças no chamado “chão de fábrica”. Para as empresas, era necessário criar líderes entre seus supervisores e gerentes. O movimento denominado “humanização do trabalho”, ou “qualidade de vida no trabalho”, concentrou as energias dos anos de 1970, tendo sido uma das primeiras experiências, em larga escala, de utilização da liderança por parte dos profissionais da psicologia organizacional e do trabalho. Ao fim dessa década, a liderança era entendida como um elemento essencial e necessário à gestão. No território da psicologia organizacional e do trabalho, os estudos investiam em questão similar àquela colocada por Lewin na psicologia social (como ocorre o mecanismo da influência interpessoal?), ao passo que, no território da administração, a questão era mais prática (como fazer um gerente tornar-se um líder em seu grupo?). Por força dessa divisão, duas linhas teóricas foram desenvolvidas sobre o conceito de liderança, afastadas originalmente entre si, mas posteriormente aproximadas e, na atualidade, interdependentes. Nessa configuração, foram encontradas mais regularidades do que nas duas anteriores. Dessa configuração nasceu a expressão liderança situacional. Desse ponto, a configuração da questão da liderança deixou o foco no indivíduo, transferindo-o para a relação. Desde então, a liderança deixou de ser entendida como uma característica do indivíduo líder para ser reconhecida como propriedade da interação. Esse salto teórico foi importante, pois a liderança deixou de ser reconhecida como competência portátil para ser trabalhada como uma competência construída e permanentemente reconstruída. Do lado da administração, as teorias de liderança evoluíram a partir da configuração da influência situacional, com o foco mantido na pessoa do líder. Dentro dessa configuração, foram desenvolvidos muitos estudos sobre diferentes estilos de liderança; sobre o vetor da liderança para processos transacionais, ou transformacionais; sobre a influência como carisma; e sobre a associação entre influência e os processos de inovação e de aprendizagem. A NATUREZA DA LIDERANÇA Por muito tempo se acreditou que a liderança poderia ser resumida à pessoa do líder. Com o passar do tempo, novas dimensões de análise foram sendo consideradas, tornando a liderança um fenômeno multideterminado. Por exemplo, sabe-se que ela é um processo de via dupla, no qual a consideração dos seguidores é igualmente importante, de modo que, se, de um lado, líderes influenciam pes soas, estas também exercem influência sobre os líderes, repercutindo na qualidade e na eficiência do processo (Messick, 2005). O segundo problema tem a ver com a pluralidade de abordagens e perspectivas teóricas presentes nesse campo, se adota uma perspectiva estritamente psicológica, pode haver interesse nas características, nos traços, nos comportamentos, nos estilos e nas competências dos líderes, tomados sem sentido individual. Em contrapartida, em uma perspectiva sociológica, também em sentido estrito, liderança seria um fenômeno social, vinculado à dinâmica de grupos e instituições (Bryman et al., 2011). Um terceiro problema em definir liderança é sua proximidade e, por vezes, sobreposição com conceitos similares ou correlatos. A mais citada na literatura é a distinção entre liderança e gestão, ou entre líder e gestor (gerente, chefe, supervisor etc. Amplamente falando, liderança é apontada como dizendo respeito aos aspectos interpessoais da gestão, enquanto planejar, organizar e controlar são associados aos aspectos mais propriamente administrativos (DuBrin, 2013). Também se afirma que liderança toca em aspectos como mudança, inspiração, motivação e influência. Em outra comparação, gestão (e gestor, chefe, supervisor) éassociada a elementos como eficiência, planejamento, procedimentos, regulação e controle, ao passo que liderança é mais frequentemente associada a correr riscos, dinâmica, criatividade, visão e inspiração (Hughes; Ginnett; Curphy, 2012). De acordo com Zaleznik, gestores seriam mais analíticos e suscetíveis a adaptar-se aos fatos, ao passo que líderes seriam mais criativos, não se conformando com o status quo e buscando continuamente a mudança e sendo imprevisíveis. Em síntese, quando se distingue liderança e gestão, ora se põe ênfase em aspectos que separam e desconciliam líder e gestor, ora em aspectos que os fazem sinônimos. Um quarto problema está relacionado à confusão entre o processo e o resultado envolvidos no fenômeno da liderança. Algumas definições de liderança diferem em termos da ênfase que colocam, ou sobre os comportamentos de liderança, ou então sobre os resultados desses comportamentos. Assim, para Yukl, a definição de liderança não deveria se limitar aos processos que exclusivamente levariam a resultados bem-sucedidos, mas abranger os demais processos envolvidos com o ato de influenciar o comportamento de outros. Por último, um quinto problema refere-se à distinção, observada em muitas definições de liderança, entre liderança como um papel especializado e como um processo de influência social mais amplo. Consiste em um conjunto mais ou menos estabilizado, embora continuamente negociado, de expectativas comportamentais e afetivas. O papel pode ser formal, e, nesse caso, existiria o líder instituído, pessoa designada pelo grupo para exercer essa função, ou informal, quando o líder emerge do conjunto dinâmico de relações e interações dentro de um determinado grupo, em um dado contexto ou situação. Reafirma-se, nesse ponto, a ideia de liderança como processo multidimensional, constituída de ações de liderar e seguir, bem como do poder para definir elementos decisivos da situação compartilhada, fornecer orientação, permitir as trocas e construir relacionamentos. Liderança é um processo, não uma posição. É possível dizer que liderança: • É um processo; • Envolve influenciar outras pessoas; • Ocorre em grupos; • Envolve a busca, tanto da parte dos líderes como da parte dos liderados, de mudanças reais; • Envolve o estabelecimento e a realização de objetivos comuns. A definição de liderança como processo implica considerar que ela é passível de ser desenvolvida (Northouse, 2013). Não se resume a uma posição, a um cargo ou a um conjunto isolado de traços de personalidade ou estilos inatos de comportamentos. Envolve trocas, interações face a face no interior de grupos e organizações. O líder, portanto, não é, necessariamente, a pessoa designada em cargos formais, tampouco se concentra em um pequeno conjunto de pessoas no topo da pirâmide organizacional: pode ser qualquer pessoa, desde que seja capaz de mobilizar as outras, por meio de processos de influência. Portanto, a liderança não envolve a perseguição de objetivos que são apenas dos líderes (ou da organização), em um caminho unilateral, utilizando os seguidores meramente como “instrumentos” de implementação. A liderança é cotidianamente construída, compartilhada, tecida em uma rede de interdependências, visando o alcance de objetivos interpretados como comuns. APROFUNDANDO AS ABORDAGENS CLÁSSICAS SOBRE LIDERANÇA Historicamente, essas abordagens podem ser classificadas conforme: • A ênfase que colocam sobre os líderes; • A ênfase que colocam sobre a situação; • A ênfase que colocam sobre os liderados ou seguidores; e • A ênfase que colocam nos aspectos relacionais e transformacionais envolvidos na liderança. Abordagens centradas no líder A abordagem de traços pressupõe que líderes apresentam determinadas características que os tornam capazes de exercer esse papel de forma eficaz. Essa abordagem sugere que as organizações serão mais bem-sucedidas se escolherem as pessoas certas para ocupar posições de liderança. Esse enfoque dominou a pesquisa na primeira metade do século passado. Porém, não foram descobertos traços específicos definidores da liderança eficaz, mas foi observado que líderes são efetivos em diversas situações, na medida em que sabem usar as características que apresentam (Bass, 1990). A avaliação das características dos líderes pode ser útil para torná-los mais conscientes de suas inclinações pessoais e do impacto destas no local de trabalho. A abordagem de traços deu lugar ao interesse em caracterizar as dimensões comportamentais que possam distinguir entre líderes efetivos e não efetivos. Essa perspectiva, denominada comportamental, teve entre seus pioneiros o trabalho de Kurt Lewin (Lewin; Lippitt; White, 1939) e a diferenciação entre comportamentos autoritários, democráticos e laissez-faire. As competências para liderar O estudo das competências do líder enfatiza as habilidades pessoais que fazem um líder competente. As habilidades que um líder pode desenvolver e/ou receber treinamento, a saber: • competências técnicas: obter conhecimento e ser proficiente em um tipo específico de trabalho ou atividade; perde importância à medida que se avança para níveis mais elevados da gerência; • competências sociais: capacidade de trabalhar com pessoas; criar uma atmosfera de confiança, em que liderados sintam-se confortáveis e encorajados à participação; • competência conceitual: facilidade para o raciocínio abstrato e para a consideração. Essa abordagem salienta que a capacidade de liderar não é um privilégio de indivíduos dotados de qualidades inatas. O enfoque nas competências assume que muitas pessoas têm o potencial para tornarem-se líderes efetivos se houver esforço para a aprendizagem. A abordagem das habilidades de liderança de Mumford e colaboradores (2000) apresenta cinco elementos: • atributos individuais; • competências; • resultados da liderança; • experiências de carreira; e • influências ambientais. As competências essenciais da liderança são: • solução de problemas: configurar e reconfigurar situações problemáticas de modo a conceber diferentes possibilidades de solução considerando aspectos técnicos, logísticos, sociais e estratégicos associados ao ambiente interno e externo da organização; • competência social: a capacidade de percepção e avaliação de situações sociais, comunicação, persuasão e flexibilidade comportamental; • o conhecimento associado à posse de esquemas cognitivos de elevada complexidade sobre determinado campo. Esses três fatores trabalham para o alcance dos resultados da liderança, que são a solução dos problemas e o desempenho. Os atributos individuais que impactam nas competências descritas são: • inteligência ou capacidade cognitiva geral; • capacidade cognitiva cristalizada resultante da experiência; • motivação para lidar com situações complexas, mostrando traços de dominância e dedicação ao bem da coletividade; • traços de personalidade, como abertura, abertura a experiência, curiosidade e tolerância a ambiguidade. As experiências de carreira afetam a capacidade do líder para resolver problemas, bem como sua motivação e desenvolvimento intelectual. Abordagens centradas na situação ou no contexto As abordagens situacionais ou contingenciais foram desenvolvidas para indicar o estilo de liderança a ser utilizado na dependência das características da situação, das pessoas lideradas, da tarefa, da organização e de outras variáveis ambientais. Nessa nova complexidade, líderes devem identificar corretamente as características críticas de cada situação, escolher comportamentos pertinentes e mostrar flexibilidade suficiente para aplicar esses comportamentos de modo oportuno. Abordagens centradas nos liderados As mudanças no ambiente de trabalho das últimas décadas destacaram a necessidade de compreender emmaior profundidade o comportamento dos liderados, ou “seguidores”. Portanto, na medida em que as organizações precisam reter e desenvolver trabalhadores qualificados e motivá-los para um desempenho diferenciado, o entendimento da liderança na perspectiva dos liderados adquire relevância. Abordagens centradas nas relações Liderança transformacional e transacional Em síntese, líderes transacionais apelam aos interesses pessoais dos subordinados e estabelecem relações de troca com eles. Essas trocas, que podem ser econômicas, políticas e psicológicas, são estabelecidas por meio de um processo de barganha em que as partes estão no mesmo patamar. Esse tipo de liderança envolve processos de gestão no sentido mais convencional, em que subordinados são esclarecidos sobre suas responsabilidades, recompensados por atingir objetivos e avaliados e corrigidos em seu desempenho. A liderança transformacional é composta de quatro elementos essenciais: • Influência idealizada: refere-se a ações carismáticas focadas na geração de entusiasmo e de um senso de propósito conectado a valores, bem como no oferecimento de um comportamento exemplar e confiável. • Motivação inspiracional: compartilhamento de uma visão positiva do futuro e encorajamento dos liderados para alcançar padrões elevados de realização pessoal e profissional. • Estimulação intelectual: questionamento das tradições e crenças vigentes e busca de novas formas de fazer as coisas. O questionamento de crenças é encorajado, sendo os liderados chamados a pensar com independência na busca de novas perspectivas para a solução de problemas. • Consideração individualizada: líderes tratam as pessoas como indivíduos, considerando tanto seus recursos e forças quanto suas necessidades e aspirações de desenvolvimento; auxiliam-nas a alcançar níveis elevados de desempenho e realização pessoal por meio do diálogo, encorajamento, coaching e feedback oportuno. As quatro dimensões da liderança transacional são recompensa contingente, gestão por exceção (ativa), gestão por exceção (passiva) e laissez-faire. Liderança carismática Inúmeros autores concordam que líderes carismáticos conquistam o comprometimento de seus seguidores por intermédio de processos de identificação social e internalização pelos subordinados dos valores do líder. OUTRAS PERSPECTIVAS SOBRE LIDERANÇA Liderança autêntica: Um aspecto-chave da liderança autêntica consiste no fato de os líderes saberem “quem eles são”, fazendo seus seguidores conectarem-se com seus objetivos e com os do grupo. A ideia é a de que comportamentos autênticos aumentam a probabilidade de os liderados se identificarem com o líder e o coletivo, levando-os a experimentar emoções positivas – estas últimas, por sua vez, levando a atitudes positivas, tais como comprometimento, percepção de sentido, satisfação no trabalho e engajamento. Além disso, líderes autênticos estimulam o desenvolvimento da autoconsciência e comportamentos positivos autorregulados da parte de seus liderados ou seguidores. Liderança servidora: Liderança servidora é um conceito desenvolvido originalmente por Greenleaf (1970), que defende a capacidade de “ir além de seu próprio autointeresse” como elemento fundamental de qualquer relacionamento de liderança. Abordagens psicossociais e psicodinâmicas Um conjunto de abordagens coloca ênfase sobre os aspectos simbólicos, imaginários e inconscientes envolvidos no relacionamento de liderança. O líder é compreendido como alguém capaz de organizar significativamente a realidade, dando segurança e direcionamento aos seguidores. É dessa capacidade que deriva seu poder de influência. Outro aspecto que merece destaque, entre as contribuições das abordagens psicossociais, é o valor atribuído ao grupo e aos processos identificatórios dentro deste, dos quais o líder é um articulador importante. DESENVOLVENDO LIDERANÇAS O desenvolvimento de gestores dedica-se, essencialmente, a promover a aquisição de conhecimentos e habilidades específicos para o aperfeiçoamento do desempenho em papéis de gestão. O desenvolvimento de lideranças, por sua vez, não é, necessariamente, direcionado a profissionais inseridos em papéis formais, podendo ser definido como o processo de aumentar a capacidade de trabalhadores para assumir papéis de liderança em acordo com a estratégia e os valores organizacionais. A meta do desenvolvimento de líderes envolve, prioritariamente, a aquisição por determinados indivíduos da capacidade de agir diante de circunstâncias complexas, tomando decisões estratégicas e mobilizando recursos e pessoas para a solução de problemas e para a criação de novas possibilidades do trabalho e seus resultados. Coaching O coaching é uma relação de assessoria com objetivos de aprendizagem e mudança comportamental. Pode ser de curta duração e dedicar-se ao desenvolvimento ou ajuste de habilidades de liderança específicas ou envolver um processo mais extensivo e abrangente. O coaching comportamental de lideranças tem por foco promover mudanças no comportamento interpessoal de líderes ativos ou potenciais. Mentoring No mentoring direcionado ao desenvolvimento de lideranças, o profissional-alvo da intervenção é considerado um talento potencial para a assunção de posições de liderança. O sucesso dessas iniciativas depende da preparação e do adequado pareamento dos participantes, de sua integração aos sistemas e às estratégias empresariais e de uma cultura organizacional favorável. Sociedade globalizada, redes, liderança e significado A primeira dessas forças é a virtualização do fazer. Hoje, grande parte das ações ocorre dentro de redes sociais energizadas pela comunicação multimodal. A segunda força motora da sociedade atual é a utilização da tecnologia digital, que cria e acelera eventos, com repercussões nos processos de aquisição de competências. Finalmente, a terceira força é a fragmentação econômica, que pulveriza o fazer entre grupos distintos, condição que fomenta o empoderamento dos indivíduos e a individualização. As redes são espaços sociais compartilhados, em que as pessoas interagem por meio dos contatos visual e multimodal das vias eletrônicas. Como tal, as redes são contextos nos quais a compressão do espaço permite o fácil acesso dos indivíduos entre si, condição que tem fomentado a intensificação da comunicação e interação. Trata-se de espaços de ação que exigem dos indivíduos a leitura e a compreensão de condições emergentes produzidas pela alta frequência de eventos espontâneos, bem como adaptação de suas tarefas às inovações. LIDERANÇA: DIVERSIDADE, ÉTICA E CULTURA A primeira delas é a questão da diversidade, seja esta de gênero, de etnia, de religião, de orientação sexual ou de cidadania. Outro aspecto igualmente importante em sua potencialidade mediadora da ação de liderança é a lisura e a confiança éticas. No contexto da sociedade globalizada, este é um desafio, pois a grande instabilidade de critérios e prioridades, bem como a influência subjetiva de cada ator na definição das relevâncias ou prioridades, podem criar situações de conflitos dentro do grupo. Outro aspecto a ser enfrentada no exercício da liderança é o tratamento das diferenças culturais. Essa condição de liderança distribuída tem sido observada com frequência, nestes tempos de atividades globalizadas e internacionalização de empresas e virtualização das equipes de trabalho (Bennett et al., 2003). • Capítulo 12 – Poder nas organizações A palavra “poder” derivada do latim e possui o significado de “ser capaz de”, no conhecimento geral tem o significado de: direito de deliberar, agir, mandar”, entretanto, dependendo do contexto esse significado pode mudar, como por exemplo, quando se trata do poder nas organizações. No ambiente organizacional o “poder” tem a sua visão negativa, alguns autores e estudiososo descreve como a imposição da vontade perante os demais, como sendo a capacidade para afetar o comportamento dos outros, assim como Para Max Weber: “Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade”, em toda e qualquer organização existe os dominantes e os subordinados, de acordo com a autora, os dominantes criam uma relaçao social mitica com os subordinados e apos a homogeneidade grupal eles perdem a forma e oss meios de reação que preservam suas normas e padrões como grupo. Dessa forma aceitação das normas, o jogo de governar e garantir a legitimidade de poder do grupo dominante é fortalecido, mantendo a desigualdade entre os grupos. O sucesso em uma organização se da pela maneira de como seus membros coordenam suas próprias atividades e isso inclui o ato de liderar e consequentemente inclui o poder que lhe é dado, existindo os que lideram e os que são liderados. Com isso a maneira de coordenar ou a maneira de se utilizar estratégias (grupo dominante), podem provocar diferentes reações se para alguns, o silêncio é a resposta para outros o uso da voz é importante, se conseguem amedrontar alguns, pode revoltar a outros. O primeiro estudo relacionado ao poder foi referente ao Estado. Alguns autores “Hume (1963) Russel (1986)” estabeleceram a ligação entre o Poder e Intencionalidade onde acreditam que o poder pode ser definido como a produção de efeitos intencionais envolvendo dois autores como por exemplo: João tem poder sobre Maria logo João influencia Maria a fazer algo que não faria em outras circunstâncias. Entretanto a influencia não será sempre de maneira negativa como explica a Teoria do Poder Organizacional que diz: Deve existir a inter- relação entre o meio interno e externo, sistemas de influência e de metas, explicando melhor do que se trata, a parte externa se da pelos que estão fora da organização, acionistas, associações, públicos diversos, já a interna são os que vivem o dia-a-dia da organização e que a ela estão diretamente vinculados e envolvidos como operadores, gerentes, analistas, pessoal de suporte e etc. Os quatro sistemas de influência são utilizados para exercer o controle das ações e decisões, podendo organizar ou desorganizar o fluxo de poder. O sistema de Autoridade (pessoal e burocrático), além de organizar os vínculos entre superiores e subordinados, padroniza e massifica os comportamentos individuais. O Sistema Ideológico, que, através das crenças, mitos e valores, estabelece uma identidade pouco diferenciada, conduzindo os empregados a lealdade e a ligação do grupo. O Sistema de Especialistas tem aqueles que dominam o conhecimento, o centro do poder, possuem o domínio de funções críticas e execução de trabalhos altamente complexos, imprescindíveis na organização. O Sistema Político transforma todos em jogadores, tentando alterar os interesses organizacionais em favor dos individuais e grupais e vice-versa sendo assim o único sistema que está à disposição de qualquer membro organizacional. O Sistema de Metas, que são sobrevivência, eficiência, controle e crescimento, básicas em toda organização. Por esse motivo o influenciador deve ser inteligente e atrativo ao usar as bases de poder para que elas sejam efetivas no convencimento das pessoas e no alcance dos resultados pretendidos. Influenciador é aquele da organização e que usa “voz”, que investe tempo, energia e habilidade política, para provocar impacto nos resultados organizacionais, o que o torna poderoso é a utilização politicamente hábil dessas bases de poder e Mintzberg identificou cinco categorias de bases de poder: controle de recursos, competência ou habilidade técnica, corpo de conhecimentos críticos para a organização, prerrogativas legais e acesso aos poderosos. O Controle de Recursos são insumos básicos, como dinheiro, materiais, tecnologia, pessoal, apoio de clientes, de fornecedores e da comunidade em geral quando a organização é eficiente, ela hierarquiza seus objetivos, de forma que em épocas de crise possa depender menos dos influenciadores que sabem bem utilizar essa base de poder. A Competência ou Habilidade Técnica são os influenciadores chamados “especialistas”, pessoas que fazem trabalhos complexos da empresa e são necessários treinamentos especiais e conhecimentos específicos. O Corpo de Conhecimento Crítico, atua porque nem sempre as informações que circulam chegam a todos os membros por isso é necessário desenvolver estratégias que facilitem o fluxo de informações importantes ao desempenho do trabalho sendo o controle de informações sua principal característica. A Prerrogativas Legais da Organização equivale nos direitos da organização por conta das leis que regulam a vida em sociedade, essas leis definem critérios para a existência e a classificação das organizações, além de atribuírem direitos e deveres da organização e de seus membros. A legislação seria um forte influenciador externo leis que regulam a vida em sociedade. Os Acessos Poderosos controlam outras bases de poder na organização, essa base representa tanto as ligações formais entre ocupantes de cargos quanto as informais, facilitadas pelo tempo que o influenciador está na organização. As inter-relações entre as áreas externas e internas e os sistemas de poder e de metas comandadas pelo influenciador controlam as bases de poder e assim são organizadas as instituições para mostrar que o processo como este flui dentro e ao redor das organizações. O poder organizacional pode ser configurado em seis tipos: autocracia, instrumento, missionária, meritocracia, sistema autônomo e arena política, essas seis configurações de poder são as mais comuns e representam as possibilidades predominantes de combinação entre os diversos elementos. O funcionamento dos grupos é essencial para estimular o cotidiano organizacional, uma vez que aqueles grupos de trabalho se matem apenas no modo de dividir tarefas e distribuir trabalho, gerenciar e controlar atividades, solucionar problemas e tomar decisões, é importante para os indivíduos que fazem a organização, uma vez que, satisfaz suas necessidades sociais. O poder grupal possui estados, o primeiro estágio de poder grupal, o personalista, corresponde a fase “formação do grupo” e se caracteriza pelo conhecimento dos membros cada indivíduo tenta estabelecer sua identidade pessoal no grupo, para causar alguma impressão individual. O segundo é o burocrático, corresponde ao estágio de crescimento denominado “conflito” ou “tempestade, o maior poder, nesse estágio, é do sistema de regras, por meio do qual os conflitos são amenizados. O terceiro estágio, o coletivista, corresponde ao normativo, nessa fase, existe a testagem constante da temperatura do grupo e do nível apropriado de comportamento grupal. Por último, há o estágio cívico, que corresponde ao estágio denominado “desempenho” que só pode ser efetivado quando os outros três acima estiverem concluídos mais maduro, ele consegue estabelecer direitos e deveres dos seus membros, determinando melhor os limites. São cinco os traços de caráter propostos pelo autor: narcisista, obsessivo, coletivista, individualista heroico e individualista cívico. O narcisista, este estilo de caráter pode ser responsável pelo que Diamond (1993) chama de idealização organizacional a espelho e a transferência da idealização na organização gera um perfeccionismo narcisista, não se querendo detectar ou corrigir erros, negando, assim, a imperfeição humana. O obssessivo Este caráter se caracteriza pela necessidade de acumular sem aparente prazer em possuir, dando origem, às vezes, a comportamentos sadomasoquistas, imprimindo sofrimento e humilhação aos outros. Ao mesmo tempo tem como característica gostar de cuidar,prestar assistência e prolongá- la. Subordina-se a rotinas mecânicas e comportamentos baseados na repetição, violência, agressão e, ao mesmo tempo, inércia e descaso. Às vezes, esta violência é simbólica, representada no controle da natureza e de objetos inanimados. O caráter coletivista tem como característica o conformismo, onde quem decide o que é certo ou errado, o que é bom ou ruim é o grupo, existindo também a submissão do grupo para as normas que são ditadas nele, faltando a espontaneidade, já que existe a idealização daqueles que fazem parte do grupo. A criatividade e imaginação não são características existentes neste tipo de caráter. O individualista heróico, trata-se de pessoas que trabalham muito para ter sucesso, não são vaidosas, mas têm um grande orgulho dos seus empreendimentos, buscando o ápice. Há necessidade de audiência e afirmação externa de que é uma pessoa que faz. Este tipo de caráter, algumas vezes, chega a ser confundido com o caráter narcisista, tendo em vista que ambos querem amor e admiração, precisando de audiência e afirmação externa Os carateres individualistas cívicos acreditam na sua competência, assumem o trabalho como valor supremo para conseguir progredir, criticam seu próprio desempenho e estão sempre buscando melhorar. O desejo de ser admirado é função do contexto no qual todos têm a mesma possibilidade de fazer e serem admirados, sendo a distinção dada pela competência. O desejo, neste tipo de caráter, é pensar a organização como um espaço no qual todos os membros são confiáveis, cidadãos, e participam igualmente no desenvolvimento da prosperidade e do bem comum. Os jogos de poder possuem as seguintes categorias: Jogos de Resistência a autoridade, Jogos para conter a resistência á autoridade, Jogos para construir bases de poder, Jogos para derrotar rivais, Jogos para efetivar mudanças organizacionais. Os jogos podem parecer desestruturadores, mas não, pois cada um deles possui sua função, como por exemplo os jogos de resistência á autoridade, que atua no campo de rebeldia ou resistência, os jogos para conter a resistência se da pela contra resistência, os jogos para construir bases de poder, atua no campo de patrocínio ( com superiores), construção de alianças ( com pares), construção de império (com subordinados) , orçamentos (com recursos), perícia (com reconhecimento e habilidades) e dominação (com autoridade). Os jogos para derrotar rivais o nome se auto explica, e os jogos para efetivar mudanças organizacionais exploram candidatos estratégicos, denuncia etc. O jogo da aliança trata-se de grupos de interesses que tentam buscar a contribuição de mais indivíduos e grupos para ampliar sua base de poder por meio da aliança construída. O jogo da construção de império é totalmente o inverso do anterior, pois este tentam ampliar posições e unidades para obter mais recursos e mais poder de decisão e tornam-se razoavelmente independentes das esferas superiores de poder. O jogo do orçamento pode ser o mais conhecido e utilizado pelos gerentes pois é compreendido como uma tentativa de conseguir maiores recursos financeiros para sua área. O jogo da perícia, ou especialização é o jogo do ego, ele pode ser jogado de duas maneiras: 1- Quando o profissional ostenta seu conhecimento, explorando os limites de suas bases de poder, enfatizando sua importância para a organização e ressaltando a inabilidade organizacional para fazer sua substituição. 2- Quando os que não são especialistas simulam conhecimento que não possuem, tentando intelectualizar o pouco que sabem ou, ainda, quando procuram a união com os especialistas, fazendo seu trabalho ser considerado profissional e ficar, portanto, fora da influência dos gerentes, analistas e dos verdadeiros peritos. O jogo do domínio também é jogado para construir a bases de poder, os jogadores transformam regras em valores absolutos e inquestionáveis, esse tipo de jogo é utilizado e estimulado pelos controles burocráticos para aumentar seu poder todas as vezes que assim desejam. O primeiro, o jogo linha versus staff, esse jogo representa, o conflito entre o poder formal e o informal. O confronto e a oposição dos interesses dos jogadores podem reduzir esse jogo à rivalidade entre pares, sendo notada em situações de mudança organizacional. No segundo jogo da categoria, jogo dos campos rivais, dois jogadores ou grupo de jogadores estão claramente um contra o outro, não existindo tréguas. Lutas internas intensas ocupam a organização. O jogo da denúncia é polemico e torna-se mais facil explica-lo com exemlo: O jogador, geralmente um membro que ocupa um cargo baixo na hierarquia organizacional, acredita que um comportamento que está tomando espaço na organização viola alguma norma social e, por isso, apita a um influenciador externo que pode intervir na situação. Normalmente, é um jogo secreto e anônimo. Assim, os jogos de poder são utilizados para fazer o poder fluir alem de movimentar a organização e reforçam significados, portanto, o simbólico, constituem o próprio movimento do poder. Para fazer qualquer tipo de intervenção nas organizações de trabalho é necessário ter uma visão, existem varios tipos de escala, A Escala de Configuração do Poder Organizacional (ECPO), A Escala de Jogos de Resistência à Autoridade (EJRA), a Escala de Jogos para Construir Bases de Poder (EJCBP) e a Escala de Jogos para Afetar a Mudança Organizacional (EJAMO), A Escala dos Sistemas de Influência Organizacionais (ESIO, A Escala de Estilos Políticos (EEP), A Escala de Estilos de Funcionamento Organizacional (EEFO. O pesquisador poderá aplicar a escala e aprofundar as demais variáveis, assim como as próprias configurações, com a utilização de métodos qualitativos, favorecendo o entendimento da organização de forma mais dinâmica. Para traçar o perfil cultural das organizações as variáveis configurações de poder e estilos de funcionamento organizacional são exploradas, como a primeira caracterizando como se dão as relações de comando e subordinação na organização, bem como sua arquitetura física e social. A segunda definir como características individuais semelhantes em interação podem ser influenciadoras das práticas que se desenrolam no cotidiano da vida organizacional, possibilitando que certas formas de sentir, pensar e agir nas organizações sejam compartilhadas. Nas culturas autocráticas, o poder é centrado na cúpula da organização, os outros membros reconhecem esse direito de tomar decisões e de cumpri-las, e comportam-se conforme o estabelecido pelo seu principal comandante. A obediência à autoridade é um padrão cultural marcante. As culturas instrumentais são burocráticas, uma vez que os mais fortes influenciadores estão fora da organização, são culturas conservadoras, controladoras e resistentes a mudanças. A manutenção e o aprimoramento da burocracia constituem um padrão marcante. A cultura missionária tem seu sistema de autoridade fraco, mas é forte o exercício da dominação pela ideologia. um padrão cultural marcante, mas que exige a atuação de fortes lideranças, que promovam valores de harmonia e igualdade. As culturas meritocráticas são principalmente as organizações de especialistas, que são os tomadores de decisão mesmo sem exercer cargos de chefia e que tem na realização, através da organização, a grande motivação de vida. O padrão cultural marcante é a busca por desafios, novas aprendizagens, inovação e autonomia pessoal. As culturas autônomas têm o poder concentrado estabelecendo um sistema de metas enfatizando a clareza dos limites e o equilíbrio entre direitos e deveres. O padrão cultural marcante da cultura autônoma é a integração interna e a evitação de influência de coalizões externas, marcando sua autonomia. A cultura afiliativa se caracteriza por retratar idealização,coesão e união muito fortes e possui uma cultura que demonstra o compartilhamento de um padrão de comportamento coletivista típico do estilo de caráter coletivista. A cultura individualista é uma cultura que atende às necessidades de admiração e centralidade dos seus membros na dinâmica organizacional e reflete o compartilhamento de um padrão de comportamento narcisista ao olhar para o seu próprio eu. A cultura burocrática é uma cultura com forte sistema de regras e disciplinar, que valoriza o planejamento e o controle e que tem o compartilhamento de um padrão de comportamento obsessivo. Cada organização possui sua cultura, é identificada a partir dos estilos de funcionamento organizacional na qual é selecionada de forma que melhor se aplica na instituição e a que mais agrada seus chefes e gerentes. Com isso conclui-se que a abordagem do capítulo foi a de retratar a dinâmica no poder organizacional com foco no poder nas organizações e através disso ter o conhecimento alem de considerar que cada organização tem suas características de própria identidade que as diferenciam de maneira geral. • Capítulo 13 – Cultura nas organizações A palavra “cultura”, cuja origem vem do latim colere, desde a Roma antiga, restringia-se ao cultivo da terra, ao trabalho relativo à produção de plantas úteis aos seres humanos – o que se entende na atualidade como agricultura. Da antiguidade à atualidade, o desejo de compreender as diferenças de comportamentos entre grupos e nações foi paulatinamente conferindo outra conotação à palavra “cultura”. No fim do século XVIII, Edward Burnett Tylor, no livro Primitive Culture, publicado em 1871, relacionou de modo inédito o termo germânico cultur, que era utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, e a palavra francesa civilization, que se referia às produções materiais de uma coletividade humana. As duas expressões foram reunidas e resultaram no vocábulo inglês culture, que, na perspectiva etnográfica, significa os conhecimentos, as crenças, a arte, a moral, as leis, os costumes ou outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo ser humano como ser social. O pressuposto básico era o de que as culturas, em geral, deveriam passar por etapas idênticas de evolução (selvageria, barbarismo e civilização), caracterizando, assim, cada sociedade humana – da menos à mais desenvolvida. Cabe mencionar que esse tipo de suposição é concebida como ingênua na atualidade e sempre esteve vinculada ao preconceito e à discriminação raciais (Santos, 2004). A partir das preocupações iniciais com a temática, desenvolveram-se diversas concepções sobre cultura, o que resultou em diferentes estudos e pesquisas em campos distintos de conhecimento. As diferentes concepções sobre cultura também foram historicamente apropriadas nos estudos organizacionais. Já em meados da década de 1930, Trice e Beyer (1994) identificaram, nos famosos estudos de Hawthorne, realiza- dos na Western Electric Company, as origens da transferência do conceito de cultura para o âmbito das organizações. Naquela época, o psicólogo industrial Elton Mayo considerou a possibilidade de utilização dos métodos antropológicos, mais especificamente o etnográfico, até então utilizado para desvendar a estrutura social e o sistema de crenças das sociedades tribais, para a compreensão das crenças predominantes de uma empresa. Embora o conceito tenha sido transposto para as organizações em meados da década de 1930, a ampliação das multinacionais em todos os continentes do planeta, no início de 1980, fez a questão cultural ganhar força efetiva nos estudos organizacionais. Outros motivos apresentados para justificar o interesse pelos estudos sobre cultura nas organizações são os crescentes deslocamentos de poder ocorridos na sociedade industrial e pós-industrial, bem como as re- definições geopolíticas do planeta ocorridas nas últimas duas décadas do século passado (Martinez, 2009; Santos; Gonçalves, 2010). A concepção de que as organizações são fenômenos culturais em essência e na totalidade encontra sustentação no fato de que vivemos em uma sociedade organizacional. Ou seja, o cotidiano em uma sociedade organizacional é per- meado de crenças, rotinas e rituais que a caracterizam como distinta quando comparada com os modos típicos de uma sociedade considerada mais tradicional, o que nos permite afirmar que os trabalhadores de chão de fábrica e de escritório da Ford, em Detroit, na Bahia ou em São Bernardo do Campo, em que pesem suas distintas realidades, compartilham modos típicos de sociedades do tipo organizacional (Morgan, 2002). Já a compreensão da cultura como uma variável da organização, algo que a organização em, encontra respaldo em perspectivas nas quais a função primordial dos aspectos culturais a de promover a adaptação da organização, tanto no seu ambiente interno (aspectos socioemocionais dos membros do grupo) como no externo (relação da organização com o ambiente externo). Nessa ótica, a cultura constitui variável nos mesmos moldes e status conferidos a estrutura, processos, tecnologia, entre outras variáveis. Na perspectiva de que é possível gerenciar a cultura organizacional, Pettigrew (1979) sugere que é mais viável promover ajustes nas dimensões mais superficiais da cultura do que modificar o núcleo de pressupostos básicos e o sistema de crenças de uma organização. Ressalta, contudo, que qualquer estratégia prática para modificar a cultura organizacional terá de envolver pensamento e ação tanto no nível das crenças básicas como na instância das suas manifestações culturais. Afirma que as alterações devem ocorrer no nível dos artefatos visíveis. Em tal perspectiva, devem ser revistas normas, políticas, concepção de espaço físico e, de comportamentos. A cultura não é modificada, mas ampliada ou ressignificada por meio de alterações em conceitos considerados essenciais nos modelos mentais dos portadores da cultura. • Capítulo 14 - Diversidade e inclusão nas organizações Segundo o autor, “Brasil se destaca na literatura internacional como um dos principais exemplos de grupos culturais diversos que convivem e interagem em aparente harmonia”. E este tema vem em ascendência no decorrer dos anos, dentro das organizações. Apesar do Brasil ocupar lugar dentre as maiores economias do mundo, é um país extremamente desigual. Pouco é feito para promover a inclusão. Sabe-se que atualmente, o perfil dos colaboradores tem mudado em todos os níveis, seja no gênero, raça, nacionalidade, classe social, cultural, idade. Com todas essas mudanças, é imprescindível discutir esse tema, tendo em vista o seu grau de importância. Quando se refere a inclusão, pode-se conceituar:” Os membros de todos os grupos são tratados de forma justa, sentem-se incluídos, têm igualdade de oportunidades e são representados em todas as funções e níveis organizacionais” (Holvino; Ferdman; Merrill-Sands, 2004). Ou seja, é quando todos os indivíduos são tratados com equidade, igualdade, onde todos têm as mesmas oportunidades, independente de sexo, cor, credo, deficiência. Indubitavelmente, a inclusão está ligada a aceitação das pessoas, da sensação de ser bem quisto, sentir-se valorizado ao integrar o quadro da organização. Está diretamente ligada, ao como o indivíduo se sente, para com o outro. Já a diversidade, significa que pessoas diferentes ocupam cargos diferentes. com a divisão da força de trabalho em categorias distintas, mas com similaridades intergrupais percebidas em um contexto Cultural, que exercem impacto sobre os resultados e as relações de trabalho (Barak, 2011), como também as variadas perspectivas que membros de diferentes grupos de identidade integram ao trabalho (Thomas; Ely, 1996). Claro, o coração do conceito de diversidade se refere às diferentes formas de se pensar o trabalhoe as organizações. Deste modo, fica claro que para viabilizar a inclusão respeitando as diversidades, os processos formais e informais da organização devem ter valores pluralistas, porque esta estrutura tem como pilares, o respeito mútuo a subjetividade de cada indivíduo pertencente, e isto se dá de forma natural, onde o indivíduo sente-se a vontade para ser autêntico, sem a preocupação de gerenciar as impressões para ser aceito. Ao promover a inclusão, promove-se a justiça, a equidade e a empatia, tendo em vista, que estes valores e sentimentos, são o inverso ao que a exclusão provoca. “O uso do paradigma da discriminação e justiça é o dominante. Seu foco recai sobre igualdade de oportunidades, tratamento justo, recrutamento e cumprimento de requisitos legais. Organizações que operam com essa orientação filosófica com frequência instituem programas de mentores e desenvolvimento de carreira, especificamente para mulheres e pessoas não brancas nos seus postos, e treinam outros empregados para respeitarem diferenças culturais” (José Carlos Zanelli, Jairo Eduardo Borges-Andrade, Antonio Virgílio Bittencourt Bastos, 2014, p. 533) As organizações que possuem essa visão, promovem a diversidade demográfica, cultural, racial, viabilizando o desenvolvimento da carreira de indivíduos menos favorecidos perante a sociedade, como mulheres ( apesar de terem o mesmo grau escolar, e ocuparem a mesma função ganham menos que o homem, além de que atualmente o número de homens que ocupam cargos do alto escalão é bem superior ao das mulheres). Homossexuais, negros, através de programas de mentoria, plano de carreira. Claro que a diversidade, choca e impacta nas relações humanas, e podem acarretar alguns desentendimentos. Logo, uma questão surge: “o que acontece com as organizações que seguem a perspectiva que as faz obter o melhor de sua diversidade? As linhas de pesquisa orientadas por Thomas e Ely (1996) sugerem pré-condições que ajudam as organizações a utilizar as diferenças de grupos de identidade em serviço das organizações e do seu crescimento e renovação. Essas pré-condições podem ser encontradas em Torres e Pérez- Nebra (2004) e, em geral, referem-se às atitudes, aos comportamentos e às políticas da liderança, à cultura organizacional, à missão e à estrutura organizacional”. Diferentes pessoas, obtém diferentes ideias, culturas e comportamentos, obter todos esses atributos dentro de uma equipe a chance de ter-se contribuições incríveis, debates e alinhamento é enorme, tendo em vista que as diferenças se complementam e levam a equipe a excelência. CONCLUSÃO Com base no livro, fica claro que a qualidade de vida nas organizações interpessoais no trabalho atua em interdisciplinar a subjetividade do indivíduo, a psicologia dentro de uma organização desenvolve a capacidade de gerir os conflitos e o livro cita como exemplo os grupos e equipes de trabalho que trazem um desafio em relações humanas e em como as características de cada indivíduo desenvolvidas em grupos familiares acabam sendo levadas para dentro de uma organização, o livro também cita sobre a cultura organizacional que pode ser concebida dos seguintes modos: fonte de expressões do inconsciente do ser humano, as diferentes formas de comunicação, os valores básicos profundamente ligados a cultural individual que acabam refletindo diretamente em uma organização e afetando se não for analisado e discutido, o livro também cita a diversidade, fala que a diversidade é como trabalhar com as regras e normas institucionais, que a diversidade trata o desenvolvimento não só de uma organização mas sim de cada pessoa. Mostrando a importância da análise psicologia dentro de uma organização e que uma organização não trabalha só com produtos, mas também com seres humanos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Psicologia, organizações e trabalho no Brasil [recurso eletrônico] / Organizadores, José Carlos Zanelli, Jairo Eduardo Borges-Andrade, Antonio Virgílio Bittencourt Bastos. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
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