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Resenha Benedict Anderson - Comunidades Imaginadas

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RESENHA SOBRE BENNEDICT ANDERSON – COMUNIDADES IMAGINADAS (INTRODUÇÃO, CAP 1 E CAP 2).
	
	A obra que tem como introdutório o autor Bennedict Anderson, nessa introdução ele nos apresenta as ideias de nacionalismo – ou uma tentativa de apresentação sobre essa(s) ideias.
	Logo no começo podemos falar sobre a discordância que existe entre os autores sobre o significado de nacionalismo, cada um acredita que existe algo frasal que consiga definir isso. Essa introdução cita diversos autores que vão aparecer no decorrer da obra, 
	Ao falar de nacionalismo, deve-se pensar em comparativo e global, mas também é individual – de certa forma, parece com a própria ideia de sociedade: a sociedade forma o indivíduo tal qual o indivíduo forma a sociedade.
	Anderson cita diversos autores para explicar esse contexto e o primeiro deles é Lorde Acton, que fala da nacionalidade como uma das três ideias de subversão e que servia de base pra esse autoritarismo. A obra, de maneira singela, faz uma pontualidade sobre o igualitarismo, em que seria o indivíduo no centro da política, trazendo o pensamento sobre o comunismo, afrontando ideias antigas.
	Ao se falar do nacionalismo como maior poderio de futuro está se falando do debate que pode ser demandado por isso.
	Com o decorrer do texto há outras citações em incluso do Otto Bauer, um austríaco social-democrata, defensor de um socialismo e que fazia comparação entre o socialismo e o nacionalismo, antecipava as ideias. Bauer via a nação como produção de grandes transformações e da importância da integração do sujeito – o trabalhador -, sua cultura, para transformar isso.
	Óbvio que quando falamos de uma nacionalidade nos baseamos em muitas coisas, mas nunca chegamos a de fato uma colocação frasal que resuma bem. A nação brasileira é composta por coisas sintomáticas ainda que não abranja todos os brasileiros, como o amor pelo futebol, a charque, o carnaval, mas essas características abrangem e integram grande parte da população e isso tem muito significado.
	Essa conversa entre os dois autores que buscavam desvincular a ideia de nação e Estado como uma coisa só, Lord Acton acreditava na imposição de um Estado legítimo e era a-histórico, enquanto Bauer acreditava em Estados e nações formados, em vista de identificar culturas de valores, crendo que até então essa cultura era o Estado. Por fim o capitalismo dissolveu todas as culturas e só os burgueses enxergavam a nação como signo do Estado.
	Voltando a opiniões e saindo do referencial teórico, a obra fala de duas faces do nacionalismo, a primeira é um amontoado de Estados fracos economicamente e a segunda é a crise iminente do hífen Estado-Nação.
	Quando fala dessa criação de Estados fracos eu acredito que é importante fazer recortes sobre isso nos dias atuais... No Brasil, por exemplo, há regiões que querem separação, o Brasil enquanto Estado parece estar equilibrado, mas enquanto nação talvez não tanto já que há esse desejo de separação, mas ainda que não se reconheçam como brasileiros em nacionalidade ainda precisam do resto do Estado para o mínimo, com a separação talvez fosse criado um Estado a mais que não conseguiria se manter.
	Porém temos situações diversas, como a própria China-Macau-Hong Kong que alguns podem considerar o mesmo Estado ou nação, já outros não consideram devido a diversos fatores como cultura, desejo de fazer parte daquilo (informação importante que é citada posteriormente), regimes diferentes, política, etc.
	Continuando, Bennedict Anderson também fala de Ernest Gellner, filósofo e antropólogo judeu, que fala do nacionalismo como resposta necessária a essas mudanças e que deve ser global e sociológica, sendo vista de cima sem sentimentalismos; deu uma importância maior a população agrária.
	Cita Miroslav Hroch falando que a nação é uma formação antropológica, cita também Anthony Smith que fala do nacionalismo como fenômeno moderno que não surgiu do nada, que não é abstrato, começou de algo, de algum lugar, de alguma ideia, assim como todas as outras coisas. Em especial Anthony Smith fala dos judeus e armênios, acredito que ele fala disso melhor no decorrer dos capítulos, mas acredito que ele faz essa ligação entre nacionalismo e esses dois povos devido ao seu passado.
	Com o holocausto judeu na segunda guerra mundial e o genocídio armênio entre 1915-1923 talvez esses dois povos, por solidariedade e reconhecimento, tenham se visto e organizado com nações e como uma ideia de nacionalismo. Gostaria de acrescentar o genocídio cambojano, talvez o teórico não tenha colocado pela data, em que 40% da população foi morta, especialmente os que eram mais letrados, como professores, médicos, etc.
	Talvez a dor, o sofrimento e ver que o outro sofre o mesmo pelo simples fato de ser como eu faça eu me enxergar em todas aquelas pessoas.
	Voltando a Anthony Smith, ao contrário de Gellner, ele preferia focar na industrialização. Fazia ataques a teóricos sobre nação, dizia que se deveria enfatizar o caráter político, não só sociológico e antropológico como todos citavam anteriormente.
	Como esperado já que fora só uma introdução, fora só uma demonstração das milhares de visões sobre o assunto.
O começo do texto fala sobre túmulos de soldados desconhecidos, em meu conhecimento prévio sobre isso, alguns países dados nacionalistas e que já foram, de alguma maneira, envolvidos em guerras, sempre deixam um túmulo sem buscar saber quem de fato era aquela pessoa, como prova do nacionalismo em favor da pátria.
	O autor fala que podemos relacionar esses soldados desconhecidos como se fosse uma ideologia, assim como se poderia falar de um marxista desconhecido ou um liberal que morreu em combate, ainda que o marxismo e o liberalismo não se importem muito com a questão da morte e da imortalidade.
	Quando se fala do imaginário nacionalista se importar tanto com quais questões, sugere-se uma grande afinidade com o imaginário religioso. E começa a questão de analisar as raízes culturais do nacionalismo pela morte.
	O questionamento principal que tive sobre esse capítulo é por que a imortalidade ou a morte em si teria uma relação tão importante com o nacionalismo a ponto de ter escrito algo sobre isso e a própria referência desse ideário de imortalidade-nação com abordagens políticas como o marxismo e o liberalismo.
	Anderson fala da fraqueza do caráter progressista, que é a falta de explicação sobre coisas, falta de respostas que realmente satisfaçam quem faz as perguntas, como as perguntas relacionadas ao sofrimento humano, mas que o pensamento religioso consegue, sendo mais útil... O que, de certa forma, é bem óbvio, já que se falando de pensamentos, por exemplo, científicos, tudo deve ser comprovado e no pensamento religioso basta ter crença.
	Acho importante falar também de que o autor fala que o século XVIII não só “mostrou” ao mundo (ou apresentou) o nacionalismo, mas também marcou o começo da queda da soberania religiosa, é possível enxergar isso com mais clareza e as razões na obra Grau zero do conhecimento, em que fala da sociologia do conhecimento e de como esse conhecimento teológico foi perdendo a força.
	O questionamento não foi da queda ou do exílio de cada coisa, mas das consequências que essas coisas causariam, como quem seria o amparo do sofrimento que esse pensamento religioso ajudava? Esse sofrimento se manteve e é por isso que a religião realmente não desapareceu.
	A religião até hoje se mantém firme em muitas partes do mundo há milênios e existem pela razão do sofrimento humano.
	Claro que Anderson não quis dizer que o surgimento do nacionalismo vem da queda da religião e da religiosidade, ou que alguma coisa substitua a outra, ele só fala que não se deve relacionar o nacionalismo apenas a ideias políticas, mas a cultura que aconteceu antes.
	A comunidade religiosa e o reino dinástico são dois sistemas que foram analisados, pois foram referências e hoje isso acontece com a nacionalidade.
1) Comunidade religiosa,
Todas as comunidades grandes que eram consideradas sacras só se apresentavam assim graças a uma escritae língua sagrada, essa escrita e língua causava uma “identidade” e ligação entre os fiéis, ainda que fossem diferentes em cultura, língua, etc. Entretanto essas comunidades apresentavam diferenças em comparação com comunidades imaginadas, elas acreditavam verdadeiramente no sacramentalismo de sua língua e escrita. A possibilidade de converter alguém só é dada pela língua e escrita sagrada, mas, por exemplo, até pouco tempo o alcorão era considerado intraduzível, já que somente por meio da língua que fora escrito, se poderia chegar até o conhecimento de Alá.
2) Reino dinástico
Anderson já começa falando que é difícil se sentir empático com um mundo monárquico que aparecia como único sistema político, já que essa monarquia seria contrária a toda concepção de política atual. Ele continua falando e chega ao ponto de falar que a legitimação dessa monarquia é feita por intermédio da divindade, deriva dessa divindade e não da população que, a essa altura, deve-se dizer que não eram cidadão, apenas súditos. Cabe lembrar que esses antigos Estados monárquicos se expandiam, mas não só pela guerra, mas também por uma política sexual. Anderson fala da questão da miscigenação dentro desses próprios reinos e até questiona qual nacionalidade se deve dar a um Bourbon, já que não existe uma linhagem pura de nada.
Em 1914 esses Estados eram a maioria no mundo, mas ainda assim vinham se esforçando muito para conseguir uma chancela nacional, e o princípio da legitimidade minguava. 
Saindo desse campo, Bennedict Anderson diz que seria estreiteza pensar que as comunidades imaginadas das nações teriam simplesmente surgido a partir das comunidades religiosas e dos reinos dinásticos, somente os substituindo. Esse declínio religioso e monárquico apenas possibilitou que se pensasse sobre nação.
	Após uma breve análise sociológica sobre a religião e sua própria história – Maria, a virgem, etc. -, é trazida a ideia de simultaneidade, e o autor fala que a nossa concepção sobre essa simultaneidade levou muito tempo pra ser preparada e que seu surgimento está ligado de muitas maneiras ao desenvolvimento das ciências seculares. Mas é uma concepção de importância, caso contrário teremos dificuldades em observar a gênese do nacionalismo.
Nesse capítulo o que é a grande questão de importância é a imprensa, não só sua criação, não só sua ligação com o capitalismo selvagem, mas de como ela moldou o comportamento de sociedades inteiras, o seu desenvolvimento e as novas ideias que vieram disso.
	É claro que a imprensa ligada ao capitalismo virou um novo mercado, o capitalismo editorial está presente até os dias de hoje, em especial a jornais que podem ser sempre comprados em relação as notícias. 
	O autor fala desse mercado como um mercado de caráter simultâneo e de uma era da reprodução mecânica de uma massa. Importante ressalvar que essa massa, a ideia dela, é quase simbólica, baseando na minha própria interpretação, pois, é óbvio, essa massa muda conforme a região dessa imprensa.
	A questão é: como a imprensa transformou o mundo? O Anderson fala que foi porque foi a primeira forma de empreendimento capitalista, mas ainda assim: qual a grande diferenciação para outras coisas? Essa imprensa ignorava e ultrapassava fronteiras, sejam elas de cidade, estados e até países, ela poderia chegar a qualquer lugar, especialmente por ser uma indústria controlada pelos detentores do capital e do poder, e estes, estavam mais preocupados e visavam mais o próprio lucro do que o que era publicado ou não.
	E aí retorna novamente para a questão do público alvo, que é a massa, tornando-se uma imprensa de massa, voltando novamente minha mente para uma problematização – se existe algo que é para a massa e algo que até os dias atuais é considerado alta cultura, o que diferencia as duas coisas?
	Uma obra simples considerada para a massa, no Brasil, será de fato tocada pela massa? 
	Dando seguimento ao texto, Bennedict Anderson fala sobre a “criação” dessa consciência nacional e dá isso a três fatores: o primeiro deles é a saturação do latim, fala das mudanças das características e do próprio caráter do latim, que havia se afastado da vida eclesiástica.
	O segundo fator foi a Reforma Protestante, esta que impactou a imprensa editorial com a tradução da Bíblia, que até aquele presente momento era apenas em latim, e aí o autor fala que foi a primeira vez que existiu um público leitor de massa, já que o acesso à essa Bíblia era simples, popular e barata, e até fala – o que talvez se possa considerar como um divertimento ao texto – que Martin Lutero fez o primeiro best seller.
	E nisso nasce uma aliança entre o protestantismo e o capitalismo editorial, que visava as mulheres e os comerciantes, já que não liam em latim.
	O terceiro fator foi a difusão lenta dos vernáculos, e com isso uma centralização administrativa.
	Ele descreve essa mudança aparece como um desenvolvimento pragmático, inconsciente e aleatório. É falado também sobre a ascensão dos vernáculos, que concorria diretamente com o latim, causando o declínio da comunidade imaginada da cristandade. Considero que o ideal seria o uso de vernáculos, baseando na identidade popular.
	Anderson falou que era impossível se pensar numa comunidade imaginada sem se pensar na comunicação (imprensa), numa língua e num meio de produção.
	Em continuidade, é falado sobre a criação de campos unificados de comunicação, abaixo do latim, que poucos sabiam falar, mas entre os vernáculos. Fala-se também do capitalismo tipográfico, na questão da importância pela fixação da língua (caráter) através dos livros, que é algo de durabilidade e resistência que poderia ser passado em gerações.
	Como falado na sala, Anderson possuiu um eurocentrismo sutil em relação às línguas, não só o latim é uma língua milenar, mas a própria Ásia possuía línguas mais antigas que países europeus.