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FRATURAS NA CRIANÇA - RESUMO RÁPIDO E DIRETO

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FRATURAS NA CRIANÇA
· O osso infantil se difere do adulto pela presença da fise, que é a cartilagem de crescimento. Ela divide a epífise e a metáfise.
· Na criança a consolidação é mais rápida e há grande capacidade de remodelação.
· Predomina o tratamento conservador com o aparelho gessado.
· Frequências de fratura por região anatômica: rádio, úmero, tíbia, clavícula e fêmur.
· Traumas em ambiente domiciliar representam 37% das fraturas e quedas na escola representam 20%.
CARACTERÍSTICAS DO OSSO: é um osso mais elástico e resistente às forças de torção e angulação. O periósteo reveste as diáfises, é bastante espesso e responsável pelo crescimento em diâmetro do osso. A consolidação óssea inicia-se no hematoma fraturário que sofre invasão celular, células cartilaginosas, calcificação e ossificação do tipo endocondral. Quando menor a criança, maior o poder de correção de fraturas (remodelação). Aceita-se um desvio maior em fraturas metafisárias do que em diafisárias.
CLASSIFICAÇÃO: a mais usada é a de SALTER HARRIS. O tipo 1 é fratura somente na fise (prognóstico melhor), o tipo 2 (mais comum – 80% dos casos) é fratura na fise com saída do lado oposto na metáfise (não cruza a fise e no Rx é o famoso sinal de Thurston-Holland), o tipo 3 é a fratura da superfície articular até a fise (cruza a fise), o tipo 4 estende-se da articulação até a metáfise e o tipo 5 é compressão da fise (difícil diagnóstico). Lesões a partir do tipo 3 tem um prognóstico pior, sendo o tipo 5 o pior.
*em casos de fratura que comprometam a placa epifisária ela pode fechar, interrompendo assim o crescimento da extremidade óssea atingida. Quanto mais nova for a criança que passar por isso, maior será a discrepância dos membros na fase adulta.
*fraturas específicas da infância: TORUS – amassamento do osso, com lesão circular ao redor do osso, lesão estável. GALHO VERDE – osso fraturado meio curvado, igual um galho verde mesmo. DEFORMIDADE PLÁSTICA – osso entorta mas não quebra.
PRONAÇÃO DOLOROSA DO COTOVELO: é uma subluxação da cabeça do rádio. Ocorre entre 2 a 6 anos, tendo como causa a elevação da criança com membro superior estendido (tração pelo braço normalmente feito por um adulto). Isso ocorre por haver uma desproporção da cabeça do rádio e o ligamento anular. A clínica é o membro doloroso em pronação fixa (criança deixa o braço parado), sendo que a redução é feita pela flexão com supinação forçada.
FRATURAS DE CLAVÍCULA: normalmente com desvio aceitável, boa mobilidade articular, consolidação rápida. Ocorre imobilização parcial dependendo da idade, sendo que de 0 a 2 anos não se faz nada geralmente (pode-se conter, prendendo a manga por exemplo), de 2 a 6 anos usa-se a tipoia e maior de 6 anos usa-se a tipoia ou o “8”, sem gesso.
FRATURA SUPRACONDILIANA DO ÚMERO: é uma fratura que pode ser desde simples à grave, sendo comum e predominante na faixa etária entre 4 a 10 anos. O mecanismo geralmente é uma queda com apoio da mão com o cotovelo estendido. Existe a possibilidade de lesão da artéria braquial (exame vascular é fundamental) e pode lesar também o nervo mediano. Um problema muito comum nesse tipo de fratura é a síndrome compartimental. Deve-se sempre avaliar o pulso (lesões vasculares), radiografar o cotovelo contralateral (pra ter certeza no caso de lesões sutis) e manter o membro superior em uma tipoia até o tratamento definitivo. A lesão do tipo 1A não tem desvio, com tratamento sendo feito com gesso por 3 semanas e com tipoia (evitar fulcro sobre a fratura). Deve-se sempre avaliar vascularização e fazer o teste neurológico (presença de 10% de lesões associadas). No caso de fraturas do tipo 3 o tratamento definitivo é feito com fixação percutânea pós redução incruenta.
FRATURA DO TERÇO DISTAL DO ANTEBRAÇO: muito comum. Pode-se tratar com redução incruenta, fixação percutânea com fio de kishner com imobilização gessada na posição anatômica.
FRATURA DO ANEL PÉLVICO: em crianças são incomuns. A maioria das fraturas pélvicas instáveis é resultado de um trauma de grande energia e geralmente estão relacionadas com atropelamento por veículos automotores. Deve-se lembrar que 75% das crianças com fraturas pélvicas tem outras lesões em outras estruturas anatômicas. Para tratar pode-se usar fixador externo, parafusos, a depender.
FRATURA DE FÊMUR: na criança nem sempre estão relacionadas com traumas de alta energia (diferentemente do adulto). As crianças com fratura de fêmur com menos de 2 anos normalmente estão relacionadas a traumas domiciliares (quedas da própria altura, da cama, pula-pula). O tratamento nessa idade é simples e normalmente não deixa sequelas se bem conduzido, geralmente gesso. Em crianças em idade escolar, acima dos 7 anos, a tendência é o tratamento cirúrgico (hastes intramedulares de titânio), objetivando um retorno mais rápido à rotina normal da criança e dos pais. 
LUXAÇÕES: são raras na infância, geralmente por traumas de maior energia e são mais frequentes no cotovelo. A redução articular é uma urgência e deve-se avaliar após a redução uma possível interposição intra-articular.
*Maus tratos na criança: é toda ação ou omissão por parte do adulto cuidador que possa resultar em dano ou desenvolvimento físico, emocional, intelectual ou social da criança. O médico deve sempre ficar de olho nisso, levar em consideração a área da fratura e de hematomas, por exemplo. Deve ficar atento à idade das crianças com traumatismos, contradições na história, múltiplas fraturas em diferentes estágios de cura, além de vários outros fatores que podem indicar maus tratos. No caso de suspeita de maus tratos, principalmente menores de 2 anos, deve-se fazer Rx do corpo todo, pra tentar observar os múltiplos estágios de consolidação de fraturas.
FIM!!

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