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Glicólise ❖ Relativamente rica em energia potencial e, por isso, é um bom combustível ❖ Processo universal ❖ Ocorre tanto na presença quanto na ausência de oxigênio ❖ Na ausência de oxigênio, ocorre em uma velocidade maior ❖ Ocorre no citosol da célula ❖ Por meio do armazenamento da glicose na forma de polímero de alta massa molecular, como o amido e o glicogênio, a célula pode estocar grandes quantidades de unidades de hexoses, enquanto mantém a osmolaridade citosólica relativamente baixa ❖ A glicose é um precursor admiravelmente versátil, capaz de suprir uma enorme variedade de intermediários metabólicos em reações biossintéticas ❖ Os organismos fotossintéticos sintetizam glicose inicialmente por redução do CO2 atmosférico a trioses e, em seguida, por conversão das trioses em glicose ❖ As células não fotossintéticas produzem glicose a partir de precursores simples com três ou quatro átomos de carbono pelo processo de gliconeogênese, que reverte a glicólise em uma via que utiliza muitas enzimas glicolíticas ❖ Uma molécula de glicose é degradada em uma série de reações catalisadas por enzimas, gerando duas moléculas do composto de três átomos de carbono, o piruvato ❖ Durante as reações sequenciais da glicólise, parte da energia livre da glicose é conservada na forma de ATP e NADH ❖ É uma via central quase universal do catabolismo da glicose, a via com o maior fluxo de carbono na maioria das células ❖ A quebra glicolítica da glicose é a única fonte de energia metabólica em alguns tecidos e células de mamíferos (ex.: eritrócitos, medula renal, cérebro e esperma) ❖ Alguns tecidos vegetais modificados para o armazenamento de amido (ex.: tubérculos da batata) e algumas plantas aquáticas (ex.: agrião) derivam a maior parte de sua energia da glicólise ❖ As primeiras cinco fases constituem a fase preparatória e as últimas cinco fases constituem a fase de pagamento ❖ Etapa 1 – Fosforilação da glicose: ▪ A glicose é inicialmente fosforilada (adição do grupamento fosfato) no grupo hidroxil ligado ao C-6 ▪ Utiliza uma molécula de ATP, virando ADP ▪ Forma a D-glicose-6-fosfato ▪ Feita por meio da enzima hexoquinase, que não realiza a reação reversível e que é reguladora, podendo ser inibida quando a célula não quer fazer glicólise, como quando há suprimento adequado de ATP ▪ A hexoquinase está presente em todas as células de todos os organismos ▪ A glicoquinase, presente no fígado, só se liga a glicose quando há uma grande concentração dela ❖ Etapa 2 – Conversão da glicose 6-fosfato em frutose 6-fosfato: ▪ A D-glicose-6-fosfato assim formada é convertida em D-frutose-6-fosfato, através de uma isomerização ▪ É uma reação reversível feita pela enzima fosfoexose isomerase, que não é reguladora ▪ Acontece porque na etapa seguinte há uma fosforilação, havendo a necessidade de o C-1 ser um álcool (ao invés de um aldeído) e na seguinte há outra fosforilação que exige que o C-2 seja uma carbonila ❖ Etapa 3 – Fosforilação da frutose 6-fosfato formando frutose 1,6-bifosfato: ▪ A D-frutose-6-fosfato é fosforilada em C- 1 para formar a D-frutose-1,6-bifosfato ▪ É utilizada uma molécula de ATP, virando ADP ▪ É mediada pela enzima fosfofrutoquinase 1 e é uma reação irreversível ▪ A enzima é reguladora e é importante ao ponto de ser chamada de comprometedora, pois ao impedir o seu funcionamento, a via glicolítica não ocorre ❖ Nas duas reações de fosforilação, o ATP é o doador de grupos fosforil ❖ Etapa 4 – Quebra da frutose 1,6-bifosfato: ▪ A frutose-1,6-bifosfato é dividida em duas moléculas de três carbonos, a di- hidroxicetona-fosfato e o gliceraldeído-3- fosfato ▪ É uma reação reversível e mediada pela enzima aldolase ▪ A enzima não é reguladora ❖ Etapa 5 – Isomerização da di-hidroxicetona- fosfato em gliceraldeído 3-fosfato: ▪ A di-hidroxicetona-fosfato é isomerizada a uma segunda molécula de gliceraldeído-3- fosfato ▪ A reação é reversível e é mediada pela enzima triose fosfato isomerase ▪ A enzima não é reguladora ❖ Na fase preparatória, a energia do ATP é consumida, aumentando o conteúdo de energia livre dos intermediários, e as cadeias de carbono de todas as hexoses metabolizadas são convertidas a um produto comum, o gliceraldeído-3-fosfato ❖ Etapa 6 – Oxidação e fosforilação do gliceraldeído 3-fosfato (2 vias): ▪ Cada molécula de gliceraldeído-3-fosfato é oxidada e fosforilada por fosfato inorgânico para formar 1,3-bifosfoglicerato ▪ Não utiliza o ATP e fosforila o composto por um fosfato inorgânico solubilizado no meio ▪ 2 NAD+ capta os elétrons liberados pela oxidação e vira 2 NADH + 2 H+ ▪ Reação reversível mediada pela enzima gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase ❖ Nas vias metabólicas, geralmente o NADH e o FADH2 são moléculas que reduzem, captando os elétrons liberados na oxidação dos compostos ❖ Etapa 7 – Transferência de um grupo fosfato do 1,3-bifosfoglicerato (2 vias) para o ADP: ▪ 1,3-bifosfoglicerato vai servir para doar um grupamento fosfato para o ADP, virando ATP, e formar 3-fosfoglicerato ▪ Reação reversível mediada pela enzima fosfoglicerato quinase, que retira o grupamento fosfato e doa ao ADP ▪ Saldo 0 de ATP, após ter usado 2 ATPs na fase anterior e ter produzido 2 ATPs ❖ Etapa 8 – Isomerização do 3-fosfoglicerato (2 vias) para produzir 2-fosfoglicerato: ▪ 3-fosfoglicerato será isomerizado para formar o 2-fosfoglicerato ▪ Reação reversível mediada pela enzima fosfoglicerato mutase, que mudará o grupamento fosfato do C-3 para o C-2 ▪ Enzima não é reguladora e precisou de magnésio (Mg2+) para catalisar a reação ❖ Etapa 9 – Desidratação do 2-fosfoglicerato (2 vias) para produzir fosfoenolpiruvato: ▪ 2-fosfoglicerato será desidratado para formar o fosfoenolpiruvato ▪ Reação reversível mediada pela enzima enolase ▪ Enzima não é reguladora ❖ Etapa 10 – Transferência de um grupo fosfato do fosfoenolpiruvato (2 vias) para o ADP formando piruvato: ▪ Fosfoenolpiruvato irá doar um grupamento fosfato para um ADP, virando ATP, e virar piruvato ▪ Reação irreversível mediada pela enzima piruvato quinase, que irá tirar o grupamento fosfato e entregar ao ADP ▪ A enzima é reguladora ▪ Produto da glicólise: 2 piruvato, 2 ATP, 2 NADH, 2 H+ e 2 H2O ❖ O rendimento líquido são duas moléculas de ATP por molécula de glicose utilizada, já que duas moléculas de ATP foram consumidas na fase preparatória ❖ A energia também é conservada na fase de pagamento com a formação de duas moléculas do transportador de elétrons de NADH por molécula de glicose ❖ Além da manutenção constante da concentração de ATP, a glicólise é importante para a formação de intermediários glicosídicos que possuem destinos biossintéticos ❖ Há três tipos de transformações químicas: ▪ Degradação do esqueleto carbônico da glicose para produzir piruvato ▪ Fosforilação de ADP a ATP pelos compostos com alto potencial de transferência de grupos fosforil, formados durante a glicólise ▪ Transferência de um íon hidreto para o NAD+, formando NADH ❖ Glicogenólise: quebra do glicogênio para liberar glicose na forma fosforilada ❖ O glicogênio endógeno é quebrado por meio da enzima glicogênio fosforilase, gerando a glicose fosforilada (glicose 1-fosfato) e em seguida sendo fosforilado através de um fosfato inorgânico por meio da enzima fosfoglicomutase, gerando a glicose 6-fosfato – saldo de ATP dessa glicólise: 3 ❖ O amido é quebrado por meio da enzima amido fosforilase, gerando a glicose 1-fosfato e em seguida sendo fosforilado através do ATP pela enzima fosfoglicomutase, gerando a glicose 6-fosfato – saldo de ATP: 2 ❖ Amido ingerido é quebrado pela enzima alfa- amilase salivar, gerando os oligossacarídeos, que serão quebrados pela enzima alfa-amilase pancreática,gerando a maltose, a maltotriose e a dextrina, que são quebradas pelas enzimas microvilosidades e geram a glicose – saldo de ATP: 2 ❖ Efeito Pasteur: ▪ Aumento no consumo de glicose por culturas de levedo quando as condições mudavam de aerobiose para anaerobiose ▪ Aerobiose: baixo consumo de glicose ▪ Anaerobiose: alto consumo de glicose ❖ Regulação da glicólise a curto prazo depende: ▪ Consumo de ATP ▪ Atividade das enzimas alostéricas (os exemplos são reguladores e catalisam reações irreversíveis) ✓ Hexoquinase – inibida pela glicose- 6-fosfato ✓ Fosfofrutoquinase 1 – inibida por ATP e citrato ✓ Piruvato quinase – inibida por ATP ▪ Concentração dos intermediários metabólicos ❖ Regulação da glicólise a longo prazo depende: ▪ Hormônios (ex.: insulina, glucagon e epinefrina) ▪ Expressão de genes que codificam enzimas ❖ Destino do piruvato após a glicólise: ▪ Fermentação láctica: ✓ Glicose foi oxidada a piruvato e o piruvato foi reduzido a lactato ✓ Condições anaeróbicas ✓ Músculos esqueléticos muito ativos ✓ Eritrócitos ✓ Partes submersas de plantas ✓ Bactérias ✓ Com pouco oxigênio, a cadeia transportadora de elétrons não funciona e o NADH não vai poder entregar seus elétrons ✓ Se o NADH não virar NAD+ novamente, a enzima gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase não vai mais atuar e a glicólise entra em falência ✓ NADH vai entregar seus elétrons para o piruvato, que será reduzido a lactato e reoxidando o NADH em NAD+ ✓ Acúmulo de ácido láctico com o excesso de atividade física faz com que haja uma diminuição do pH sanguíneo e havendo desidratação de enzimas ✓ Lactato gerado cai na corrente sanguínea, sendo direcionado para o fígado, que fará a gliconeogênese (síntese de glicose a partir de algo que não é um açúcar) e direcionando novamente a glicose para o seu destino ✓ Excesso de glicose é armazenado em forma de glicogênio ▪ Gerar etanol em condições anaeróbias por meio da fermentação alcoólica ✓ Cumpre o mesmo objetivo da fermentação láctica de regenerar o NAD na forma oxidada ✓ O piruvato vai ser descarboxilado (perder um carbono na forma de CO2) para gerar o acetaldeído por meio da enzima piruvato descarboxilase que é auxiliada pela coenzima tiamina pirofosfato (TPP), que será transformado em etanol por meio da enzima álcool desidrogenase, reoxidando o NADH em NAD+ ✓ É comum nas leveduras de cervejaria, em padarias e em algumas plantas ▪ Conversão em acetil-CoA em condições aeróbias e indo para o ciclo de Krebs ✓ O piruvato entra na mitocôndria por meio de uma proteína transportadora e é transformado em acetil-CoA pelo complexo da piruvato desidrogenase através de uma descarboxilação (retirada de CO2) ✓ Complexo da piruvato- desidrogenase (PDH) é um conjunto de enzimas que catalisam as reações de produção de acetil-CoA e CO2 a partir do piruvato pela descarboxilação oxidativa ✓ CoA tem um enxofre que fica ressaltado por ser onde as moléculas se ligam ✓ Há a redução do NAD+ para a formação de NADH ✓ É uma reação irreversível ✓ O complexo precisa de coenzimas para funcionar, como a tiamina pirofosfato, o ácido lipóico, o FAD (flavina adenina dinucleotídeo) e o NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo) ✓ Coenzimas são derivadas de vitaminas ✓ Desidrogenases são enzimas que catalisam a retirada de um composto e acrescentam no NAD+ ou no FAD+ ✓ Desidrogenases ligadas ao NAD+ atuam na remoção de dois hidrogênios de seus substratos, ficando na forma reduzida (NADH) ✓ Desidrogenases ligadas ao FAD+ atuam na remoção de um ou dois elétrons na forma de um ou dois átomos de H (cada H representa um próton e um elétron), ficando na forma reduzida (FADH2)
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