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Territorialização e Determinantes em Saúde

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SEMANA 8: territorialização e determinantes em saúde 
A abordagem aos determinantes sociais da saúde parte da compreensão de que o 
processo saúde-doença é socialmente determinado e historicamente situado no tempo e no 
espaço. Os determinantes sociais da saúde, portanto, não são universais e atemporais. 
Assumem configurações diferentes de acordo com o momento e a localização. Esta 
abordagem não é uma novidade, como a entrada recente do tema na agenda internacional, 
por meio da Organização Mundial de Saúde, faz parecer. Já na origem da saúde pública, nos 
séculos XVIII e XIX, abordagens ao social configuraram práticas relacionadas à medicina 
de Estado, à medicina urbana e à medicina social. 
A noção de território em saúde diz respeito a uma área delimitada com sua população 
vinculada a uma determinada área de saúde/rede de atenção em saúde. A forma de viver e 
de trabalhar dessa população alude a fatores que podem favorecer ou comprometer o 
processo de saúde/doença, o que é nomeado de Determinantes Sociais de Saúde – DSS. 
A situação de saúde/doença de uma população alude a condições agudas e a condições 
crônicas gerando um perfil de morbidade/mortalidade. A partir dos DSS e do perfil 
epidemiológico de uma população se organizam as redes de atenção à saúde, em especial, a 
Atenção Primária à Saúde - APS. A rede de atenção refere-se ao conjunto de atividades 
com a finalidade de promover e acompanhar a saúde de uma população, ou seja, o 
fornecimento de bens e serviços na área de saúde, em especial os bens e serviços públicos, 
oferecidos pelo SUS, à medida que estes são de responsabilidade do Estado brasileiro. 
O tripé – Determinantes Sociais da Saúde, Situação de Saúde-Doença e Rede de Atenção 
em Saúde/APS – constitui a base para se compreender a problemática de saúde de um 
determinado território. Uma análise situacional abrange estas três dimensões. Cada uma 
dessas entradas apresenta seus indicadores próprios possibilitando assim uma medida de 
tradução e de comparação desses aspectos entre várias regiões de saúde. Os indicadores 
dos DSS podem ser distribuídos por categorias, conforme classificação apresentada no 
Portal DSS: indicadores demográficos (população por sexo, rural/urbano, por faixa etária, por 
etnia); indicadores socioeconômicos (escolaridade, ocupação, rendimentos); indicadores de 
condições de vida (domicílios com acesso à água, esgoto, coleta de lixo, energia elétrica); 
indicadores de estilo de vida (acesso a eletrodoméstico, religião, atividades no tempo livre, 
participação em grupos). Estes indicadores refletem as condições de vida e de trabalho da 
população, apontando para as possibilidades e riscos de maior incidência de doenças e/ou 
agravos e para a demanda especificada de atenção à saúde. 
É importante pensar e refletir sobre as condições sociais que podem favorecer ou 
comprometer a situação de saúde/doença de grupos que habitam determinadas áreas, 
assim podemos pensar que a situação de saúde de uma população é fruto das suas 
condições de vida e de trabalho (DSS) bem como da atenção à saúde que lhe é dedicada. 
Quanto melhores as condições sociais de uma população e melhor a possibilidade de 
organização da rede de atenção à saúde, melhor será também a situação de saúde-doença 
dessa população. 
Segundo Mendes (1993), há pelo menos, duas concepções de território aplicadas aos 
sistemas de serviços de saúde: 
1. Território-solo: definido por critérios geográficos, com uma visão estática que não 
acompanha as mudanças contínuas do território; 
2. Território-processo: definido por critérios geográficos, políticos, econômicos, sociais e 
culturais, com uma visão dinâmica que acompanha as mudanças permanentes do 
território. 12O mesmo autor, com relação à sua divisão 
3. Território-distrito: obedece à lógica político-administrativa, sendo adequado para 
municípios de grande porte, para possibilitar a aproximação entre a administração 
pública e a população. Seu objetivo é a delimitação de um território administrativo 
assistencial, contendo um conjunto de pontos de atenção à saúde e uma população 
adscrita, com vistas ao planejamento urbano e ações intersetoriais. 
4. Território-área: é um território-processo de responsabilidade de uma USF, com enfoque 
na vigilância à saúde. Corresponde à área de atuação de uma a no máximo três equipes 
de saúde. Seu objetivo é planejar as ações, organizar os serviços e viabilizar os recursos 
para o atendimento das necessidades de saúde dos usuários/famílias residentes no 
território, com vistas à melhoria dos indicadores e condições de saúde da comunidade; 
5. Território microárea: é uma subdivisão do território-área de responsabilidade da equipe 
de saúde. Corresponde à área de atuação do ACS. Seu objeto é a delimitação de 
espaços onde se concentram grupos populacionais homogêneos, de risco ou não, com 
vistas à identificação das necessidades de saúde das famílias residentes, programação e 
acompanhamento das ações destinadas à melhoria das suas condições de saúde. 
A discussão sobre territórios e suas possibilidades na perspectiva da organização dos 
serviços de saúde, buscam, ao fim e ao cabo, estabelecer áreas geográficas de 
responsabilidade e atuação das equipes de saúde. Isso significa desdobrar todo o processo 
de planejamento de suas atividades: diagnóstico, identificação e priorização dos problemas 
de saúde e programação, operacionalização e monitoramento das ações de saúde, 
indissociável ao processo de identificação do território e suas possibilidades, na atualidade 
se incorporou a noção de risco, fundamental para o estabelecimento de prioridades de 
atuação da equipe de saúde 
 
REFERÊNCIA: 
Saúde e determinantes sociais no território federativo. Fiocruz. Published 2016. 
 
Dowbor TP, Westphal MF. Determinantes sociais da saude e o Programa Saude da Familia no municipio 
de Sao Paulo. Revista de Saúde Pública. 
 
Plataforma Espaço Digital. A IMPORTÂNCIA DA TERRITÓRIALIZAÇÃO PARA A 
COMPREENSÃO DOS DETERMINANTES E CONDICIONANTES DE SAÚDE EM UM 
TERRITÓRIO ABRANGIDO POR UMA UNIDADE DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

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