Prévia do material em texto
Tornar a escola interessante para os alunos é, certamente, um dos principais desa�os atuais, e por isso deve ser tema motivador para as atuais inovações educacionais. A implementação das metodologias ativas no ensino é uma prática que trás uma nova proposta rede�nido o papel do aluno em sala de aula, tornando esse um protagonista da sua aprendizagem. Por outro lado rede�ni o papel do professor que passa a despertar o interesse dos alunos por meio de propostas que conciliem as competências a serem desenvolvidas ao projeto de vida dos alunos. A centralidade do aluno no processo de ensino e aprendizagem O propósito para o uso de metodologias ativas no ensino é fazer com que os alunos assumam a responsabilidade da construção de seu conhecimento. Para que isso ocorra o aluno passa a ocupar a centralidade no processo de ensino e aprendizagem, no lugar que é ocupado pelo professor nos modelos de aulas tradicionais. Nesse sentido o aluno deverá: Ter iniciativa e perseverança para que os objetivos pedagógicos sejam atingidos. Cumpram as tarefas a que se propuseram fazer. As metodologias ativas trazem problemas reais para os momentos de escolarização para que, durante a busca da solução, os conhecimentos sejam construídos e reconstruídos. Ou seja, a solução do problema e a construção do conhecimento são processos desenvolvidos ao mesmo tempo, constantemente diante do desenvolvimento das tarefas que têm como propósito resolver os problemas. Uma metodologia ativa começa a partir de uma tarefa que o aluno efetivamente queira cumprir. A sua motivação interna está no fato de ele se sentir realizado em cumprir aquela tarefa. Tarefas pertencentes às metodologias ativas pressupõem que os alunos também decidam sobre os caminhos que trilharão para resolver os problemas e que, de forma paralela, construam seus conhecimentos. Inovação Educacional Modelos centrados na aprendizagem ativa Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Fonte: Shutterstock. É importante destacar que as tarefas são associadas à resolução de problemas reais que são usados no início do trabalho para buscar o interesse e comprometimento dos alunos. Diante desse papel, o aluno tem a oportunidade de participar de forma autônoma, crítica e ética. Para construir as competências, a incorporação das metodologias ativas deve permitir que os alunos se apropriem dos dados e os transforme em conhecimentos durante o processo. O papel do professor na metodologia ativa Diante desse novo papel do aluno, o papel do professor é obrigatoriamente rede�nido. No trabalho com metodologias ativas o aluno precisa fazer pesquisas, levantar hipóteses, testar essas hipóteses para veri�car se são válidas, argumentar e ouvir, debater para defender sua ideia e ver aplicação dela. O professor, por sua vez, precisa inicialmente propor tarefas que permitam aos alunos fazerem tais atividades e, depois disso, ele precisa monitorar o desenvolvimento para que possa fazer as intervenções adequadas. Fonte: Shutterstock. Essas intervenções tem por objetivo fazer os apontamentos necessários para que os alunos elenquem quais são os possíveis caminhos e os critérios que deverão ser usados usar para escolher, dentre eles, qual será aquele que ele escolherá. Nesse contexto �ca bem exempli�cado o real papel do professor, que não deixa de ter a responsabilidade sobre o processo de ensino, mas também não se torna aquele que decide ou julga pelos alunos o que é a melhor opção. No processo de identi�car os possíveis caminhos e os critérios as serem usados para a escolha, um debate consistente precisa ser estabelecido entre os alunos. O professor precisa estar muito atento tanto à forma quanto ao conteúdo dos debates para que possa manter os alunos motivados e apresentar suas ideias, hipóteses argumentações. E é nesses momentos que surgem os con�itos. Ser um mediador de con�itos é outro papel importante do professor no desenvolvimento do trabalho com as metodologias ativas. Fonte: Prado et al. (2012, p. 176) O professor, para que as metodologias ativas efetivamente levem ao cumprimento dos objetivos, deve: Adotar uma postura de provocador Ter postura de provocador de desa�os, orientador de caminhos, facilitador dos processos e mediador de con�itos. Propor tarefas interessantes para os alunos Selecionar tarefas que sejam interessantes para os alunos, de maneira que os desa�em, e que possam ser cumpridas por meio de diferentes estratégias, podendo, inclusive, chegar a diferentes resultados. Ter atenção à aprendizagem do aluno Estar atento às aprendizagens e atitudes dos alunos, sempre colocando em xeque as informações e os valores presentes nas atividades desses estudantes. Ter postura de provocador de desa�os, orientador de caminhos, facilitador dos processos e mediador de con�itos. O arco de Maguerez é uma representação grá�ca que pode ser usada para ilustrar as etapas de uma metodologia ativa (BERBEL, 2011). Assimile: Nenhum aluno aprende de uma única forma, por isso o professor não deve se limitar a propor uma única das diversas metodologias ativas. Cada metodologia tem sua potencialidade e limitação, e em função dessas características devem ser escolhidas para melhor adequação aos objetivos pedagógicos e ao contexto em que serão aplicadas. Será adequada a escolha da metodologia se ela levar ao cumprimento dos objetivos, de maneira que os alunos desenvolvam diferentes habilidades e competências, com autonomia, criticidade e ética. A recon�guração dos tempos e espaços escolares, Com essa mudança, os papéis do aluno, do professor e da escola são rede�nidos. Também se faz necessária a recon�guração dos tempos e espaços escolares, assim como também o são os objetos de conhecimento trabalhados na escola. As escolas têm uma organização marcada por tempos de forma correspondente à fragmentação historicamente construída dos conhecimentos. Há um tempo reservado para as Linguagens, outra para a Matemática e um outro para cada um dos demais componentes curriculares ou áreas de conhecimento. Com as metodologias ativas, a depender dos projetos educacionais em que forem envolvidos, esses tempos e essa divisão dos tempos se tornam inadequados e podem requerer uma reorganização. Fonte: Shutterstock. A reorganização dos tempos e espaços escolares, assim como o redesenho dos conteúdos a serem trabalhados, atualmente são possíveis de serem implementados graças à �exibilização curricular presentes na legislação educacional vigente. Nesse sentido, o uso das metodologias ativas para desenvolver as habilidades especi�cadas na BNCC garantirão ao mesmo tempo o desenvolvimento das competências. Os recursos tecnológicos digitais disponíveis colaboram signi�cativamente para o cumprimento desses objetivos e na exploração dessa �exibilização curricular, promovendo a integração do mundo digital, cheiro de informações, e o mundo real, cheio de signi�cados. Esse é um dos conceitos de ensino híbrido. Trabalhar com metodologias ativas se con�gura em mais um desa�o para o professor, pois esse modelo implica em mudanças de paradigmas e requer muito conhecimento. Por outro lado tornar a escola um local onde aprendizagem e trocas de experiências entre aluno/professor devem ser a força motivadora para atuais inovações educacionais. Saiba mais John Dewey foi o �lósofo norte-americano mais importante da primeira metade do século XX. Sua carreira cobre a vida de três gerações e sua voz pôde ser ouvida no meio das controvérsias culturais dos Estados Unidos (e fora desse país) desde a década de 1890, até sua morte em 1952, quando completara 92 anos de idade. Ao longo de sua carreira, Dewey desenvolveu uma �loso�a que advogava a unidade entre teoria e prática,unidade de que dava exemplo em sua própria ação como intelectual e militante político. O pensamento dele baseava-se na convicção moral de que “democracia é liberdade”, ao qual dedicou toda sua vida, elaborando uma argumentação �losó�ca para fundamentar essa convicção e militando para levá-la à prática. O compromisso de Dewey com a democracia e com a integração entre teoria e prática foi, sobretudo, evidente em sua carreira de reformador da educação. Quando tomou posse na Universidade de Chicago, no outono de 1894, Dewey escreveu à esposa, Alice: “Às vezes penso que deixarei de ensinar Filoso�a diretamente, para ensiná-la por meio da pedagogia”, ainda que, na realidade, jamais tenha deixado de ensinar Filoso�a. As opiniões �losó�cas de Dewey provavelmente chegaram a um maior número de leitores por meio das obras destinadas aos educadores, como The school and society (1899), How we think (1910), Democracy and education (1916) e Experience and education (1938), do que por intermédio daquelas destinadas a seus colegas �lósofos. A penúltima foi, como ele mesmo disse, a que mais parecia um resumo de “toda sua postura �losó�ca”. Não é por mera casualidade que ele observava que, como ele, muitos grandes �lósofos interessaram-se pelos problemas da educação, já que existe “estreita e essencial relação entre a necessidade de �losofar e a necessidade de educar”. Se �loso�a fosse sabedoria – a visão de uma “maneira melhor de viver” –, a educação orientada conscientemente constituiria a práxis do �lósofo. A con�guração da disposição humana pode ser conseguida mediante diversos agentes; mas, nas sociedades modernas, a escola é um dos mais importante e, como tal, constitui lugar indispensável para que uma �loso�a se concretize como “realidade viva”. Os esforços de Dewey para dar vida à sua própria �loso�a nas escolas foram acompanhados de controvérsias e, até hoje, continuam sendo ponto de referência nos debates acerca das falhas do sistema escolar americano: o inimigo encarniçado dos conservadores fundamentalistas é considerado como o precursor inspirador dos reformadores partidários de um ensino “centrado na criança”. Nos debates, ambos os lados tendem a ler Dewey erroneamente, superestimando sua in�uência e subestimando os ideais democráticos que animam sua pedagogia. WESTBROOK, R. B.; TEIXEIRA, A. John Dewey. Recife: Fundação Joaquim Nabuco – Editora Massangana, 2010. Pesquise mais Para aprofundar seus conhecimentos, sugerimos as seguintes leituras: BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso , 2015. BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso , 2015. BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1982. BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem baseada em projetos: guia para professores de ensino fundamental e médio. Artmed, 2008. MAZUR, E. Peer instruction: a revolução da aprendizagem ativa. Porto Alegre: Penso, 2015. NETO, O. M.; SOSTER, T. S. Inovação acadêmica e aprendizagem ativa. Penso Editora, 2017. VICKERY, A. Aprendizagem ativa nos anos iniciais do ensino fundamental. Porto Alegre: Penso, 2016.