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Execução Fiscal e Garantias do Crédito Tributário

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Aula 23. Execução fiscal, garantias e privilégios do crédito tributário
Questões: 
1. Explique resumidamente as etapas do processo de execução fiscal. 
R. Quando alguém não paga uma negociação ou venda, o credor entra com uma ação de cobrança para o débito ser quitado. Porém, se a dívida é com o governo, logo, uma dívida ativa, essa ação é chamada de execução fiscal. Isso é feito através de processos judiciais, fazendo gerar um Título Executivo.
2. A CDA que instrui a petição inicial do executivo fiscal pode ser retificada quantas vezes bem entender o Fisco? Quais vícios fundamentam sua retificação? Até que momento a CDA pode ser alterada? 
R. Não havendo pagamento espontâneo pelo sujeito passivo do crédito tributário ou do responsável tributário ou, também, não havendo qualquer hipótese de extinção do crédito tributário (artigo 156 do CTN), resta ao Fisco buscar coercitivamente a realização do crédito através de ação própria, qual seja, a execução fiscal. Para tanto, necessário haver inscrição da obrigação tributária nos livros de dívida ativa e, consequentemente, expedição da respectiva CDA, que trata-se de requisito prévio (ou seja, o título executivo extrajudicial, conforme previsto no Código de Processo Civil) para a cobrança coercitiva mencionada acima. Partindo destes pressupostos, importante fazer o esclarecimento acerca das hipóteses em que a CDA pode ser retificada, com alterações em seu conteúdo, mesmo havendo execução fiscal em curso. Para entender o tema “retificação da CDA”, necessário entender, em conjunto, o artigo 203 do Código Tributário Nacional (CTN), o artigo 2º, §8º da Lei de Execuções Fiscais (Lei nº 6.830/80) e a Súmula 392 do STJ. Quanto a quantidade de vezes que a CDA pode ser retificada, é majoritário o entendimento de quantas vezes sejam necessárias para sanar os erros materiais e omissões, hipóteses estas, únicas, que possibilitam a ratificação, nos termos do artigo 2º, §8º da LEF, supracitado, não ocorrendo, assim, retificação ao “bem entender do Fisco”. Dessa forma, não sendo o erro material ou omissão alteradores dos aspectos substanciais do título executivo, ou seja, aqueles que não prejudiquem a essência do título e o direito de defesa do executado, não subsistem o condão de invalidar a certidão, sendo certo a possibilidade de retificação, sem necessidade de novo processo de execução fiscal. Posto isto, conclui-se que é permitido a retificação da CDA para que ela se adeque ao lançamento tributário e não, em hipótese alguma, para que se proceda alterações no referido lançamento, alterando a relação jurídica tributária já constituída por procedimento competente para tal (processo administrativo). Importante salientar que não é competência do juiz da execução fiscal retificar a CDA, razão pela qual deverá a autoridade administrativa assim fazer. Quanto ao momento de retificação, esse somente poderá ocorrer até a prolação da sentença dos embargos à execução fiscal. Visando a proteção do direito de defesa do executado, novo prazo para embargos à execução será reaberto, para que o contribuinte se insurja quanto as alterações havidas. No caso de já se ter manejado os embargos à execução, abre-se a possibilidade de aditar-se, nos moldes do artigo 16º da LEF, no prazo de 30 (trinta) dias. Por fim, importante mencionar a divergência doutrinária quanto ao momento limite para retificação da CDA, quando não houver interposição de embargos à execução. A primeira corrente entende que o limite se encontra no ato de arrematação ou adjudicação de bens em execução, por ser momento mais apropriado e seguro, juridicamente. A segunda corrente entende que a alteração possa ser feita até sentença extintiva da execução fiscal, momento que a pretensão se encerra, sendo certo que essa posição é a que concordo.
3. Que se entende por garantias e privilégios do crédito tributário? Explique-os
R. As garantias são meios jurídicos que asseguram o direito subjetivo de o Estado receber o crédito tributário. Por sua vez, os privilégios decorrem da posição de superioridade que se encontra o crédito tributário com relação aos demais créditos.
Art. 183: as garantias previstas no CTN não constituem rol taxativo, podendo, portanto, haver garantias específicas em leis tributárias específicas. P.ú: a natureza do crédito jamais se modificará em função da natureza da garantia.
Art. 184: todos os bens do sujeito passivo, do espólio e da massa falida respondem para o pagamento do crédito tributário. Inclusive aqueles bens gravados por ônus real (hipoteca) ou com cláusula de inalienabilidade, independentemente da data.
4. Explicar quais são as preferências do crédito tributário. Havendo concorrência entre os entes federativos, qual a ordem de adimplemento?
R. Dois dispositivos do CTN, abaixo transcritos, versam sobre a preferência do crédito tributário. “Art. 186 – O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Caput com a redação dada pela LC nº 118, de 19-2-2005. Parágrafo único. Na falência: I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados”. Parágrafo único acrescido pela LC nº 118, de 9-2-2005. “Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Caput com a redação data pela LC nº 118, de 9-2-2005. Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: I – União; II – Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pro rata; III – Municípios, conjuntamente e pro rata”.
5. Que caracteriza a fraude à execução? Quais medidas para evitá-la? 
R. A fraude à execução ocorre quando o devedor aliena seus bens durante o trâmite de um processo judicial que pode levá-lo à insolvência, ou seja, em casos em que o inadimplente vende e se desfaz de suas propriedades com a finalidade de burlar uma ação cujo valor cobrado pode deixá-lo sem recursos financeiros e patrimoniais, e, consequentemente, lesar o credor, uma vez que não possuirá mais bens que possam quitar o crédito. O instituto da fraude à execução é previsto atualmente na LEI Nº 13.105/2015 (CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL) e vem sendo aplicado em casos concretos por meio  de decisões proferidas pelos Tribunais, como em 2009, quando o Superior Tribunal de Justiça publicou o entendimento de que “o reconhecimento da fraude de execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente” (SÚMULA 375). Ou seja, para que seja declarada a fraude em um processo, o credor deve ter o cuidado de registrar a distribuição de um processo de execução ou a penhora na matrícula dos bens que o devedor possuir, para que eventual adquirente do patrimônio do executado não alegue desconhecimento da cobrança movida em face do vendedor ou da penhora que recaia sobre o bem. Os requisitos para reconhecimento da fraude são: a pendência de ação judicial com a efetivação citação válida do devedor, em que estiver comprovada a insolvência deste inadimplente por meio da frustração de recebimento do débito ante a ausência de localização de patrimônio que poderia saldar a dívida, bem como a má-fé do terceiro adquirente. Isto é, deve ser comprovada a ciência do devedor e do terceiro adquirente sobre o processo judicial, seja por meio da averbação de penhora do bem em sua matrícula junto ao Cartório de Registro de Imóveis ou quando comprovada de outra maneira, sendo obrigação do credor fazer tal prova no processo. Oportuno mencionar como exemplo, recentíssimo casojulgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, onde reconheceu-se a fraude à execução pela venda de terrenos por parte do devedor ao seu sobrinho com objetivo de burlar o processo executivo, em que, devido ao parentesco, presumiu-se a má-fé do comprador, somado ao fato de este ter recentemente se tornado maior de idade, o que levou os julgadores a presumir que ele não possuía recursos suficientes para adquirir o bem, REFORÇANDO A CONDUTA LESIVA. Em outra situação que foi submetida ao Judiciário recentemente, não foi reconhecida a fraude sob o argumento de que não foi registrada a pendência da execução existente e de penhora na matrícula do imóvel do devedor que foi alienado, o que AFASTOU A MÁ-FÉ DO COMPRADOR. Caso semelhante foi decidido pelo Superior Tribunal de Justiça afastando a alegação de fraude sob o argumento de que não havia registro imobiliário da penhora ou da pendência da ação, bem como não ficou comprovada a má-fé do terceiro adquirente, ENCARGO ESTE DO CREDOR.

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