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Dia Mundial da Prematuridade: Desafios e Dados

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AULA LASMI DIA DA PREMATURIDADE 18-11-2020 
 
Dia mundial da prematuridade 
Fonte: https://www.calendarr.com/portugal/dia-mundial-da-prematuridade/ 
 
Criada em 2009, a data é também conhecida como o Dia Internacional da 
Sensibilização para a Prematuridade e adotada em mais de 50 países para se 
pensar em estratégias para diminuir a taxa de prematuridade. 
Em Portugal os hospitais realizam ações destinadas aos pais e aos profissionais 
da saúde através de encontros de pais e crianças prematuras e incentivando o 
contato e o convívio entre as pessoas. 
Neste 17 de novembro de 2020, o Ministério da Saúde promove uma semana de 
conscientização, alertando sobre o problema que afeta 340 mil bebês todos os 
anos no País. 
 
O que é a prematuridade: 
Fonte: http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/64-prematuridade 
 
É considerado prematuro o bebê que nasce antes das 37 semanas de gestação. 
São divididos em: 
- Prematuros extremos: vieram ao mundo antes das 28 semanas e possuem 
mais risco de vida; 
- Prematuros intermediários: nascem entre 28 e 34 semanas e são a maior parte 
dos prematuros; 
- Prematuros tardios: nascem entrre 34 até 37 semanas e é um grupo que 
aumentou muito no Brasil e se tornou um grupo que preocupa bastante em 
termos de saúde pública. 
 
Quais são os desafios mais comuns para os bebês prematuros e a equipe? 
A dificuldade de cuidado do prematuro está, não só na fragilidade dos órgãos, 
mas principalmente do cérebro. O baixo peso, considerado abaixo de 1500g 
também é um fator que preocupa muito, pois é um grande desafio conseguir 
fazer uma recuperação nutricional ao longo das primeiras semanas de vida 
desse bebê. 
O desafio da equipe de neonatologia é manter a qualidade do serviço baseado 
na excelência técnica, com atendimento humanizado, adaptando os recursos 
tecnológicos à realidade do hospital e, principalmente, trabalhando os 
colaboradores no sentido de capacitá-los e motivá-los. 
 
Todo bebê que nasce antes do tempo precisa necessariamente ficar 
internado? 
Não necessariamente. A faixa dos prematuros tardios tem gerado muitas 
internações por uma série de fatores, principalmente a imaturidade pulmonar. No 
entanto, muitos bebês que nascem de 35 semanas podem nascer bem e não 
precisam de internação e UTI. 
 
 
O aleitamento fica comprometido pelo fato do bebê ainda estar na 
incubadora? 
Não. Quando o bebê ainda é muito pequeno, não tem peso, nem maturidade 
para sucção, ele fica com uma sonda e a própria mãe pode administrar a 
quantidade de leite materno que é dada ao seu bebê, até que ele tenha 
condições de sugar. Enquanto isso, ele está sendo avaliado por uma série de 
profissionais para estimular mais precocemente esta sucção. 
 
 
 
As dificuldades maternas na amamentação do prematuro 
https://prematuridade.com/index.php/interna-post/as-dificuldades-maternas-na-
amamentacao-do-prematuro-6478 
 
Aos profissionais de saúde é necessário parar periodicamente e refletir se as 
condutas como profissionais de saúde estão sendo eficazes e se estão atingindo 
o objetivo de ajudar os pacientes e as suas famílias. 
Em um estudo realizado em uma UTI do RJ, identificou e relacionou as 
dificuldades enfrentadas pelas mães para amamentar os seus filhos: 
- As mães são mais ansiosas; 
- A ordenha é apontada como a maior dificuldade por conta da dor de 
compressão repetida no local e a pequena quantidade do leite ordenhado; 
- Dificuldade em cumprir os horários das mamadas dos recém nascidos cuja 
frequência é de 3 em 3 horas e as mães não tem um descanso adequado e 
sentem-se cansadas; 
- Desconforto de estar longe de casa em uma situação de muito estresse, o que 
causa fadiga nas mães. 
 
 
 
Dados da prematuridade 
No mundo nascem 15 milhôes de bebês prematuros todos os anos e isso 
equivale a mais de um bebê em dez. 
As crianças que nascem antes das 28 semanas de gravidez têm uma 
sobrevivência de 70%. Já as que nascem antes de 30 semanas, tem uma taxa 
de sobrevivência de 80%. As crianças sobreviventes têm tendência a sofre de 
paralisia cerebral, problemas visuais ou auditivos. 
A taxa de prematuridade no Brasil, segundo estudo divulgado no blog saúde.gov, 
2016 (http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/52044-pesquisa-nascer-no-brasil-
revela-novos-dados-sobre-
prematuridade#:~:text=Nos%20pa%C3%ADses%20desenvolvidos%2C%20essa%20taxa%20%C3%A9%
20de%2030%25.,de%2010%25%20de%20indu%C3%A7%C3%A3o%20do%20trabalho%20de%20parto.) 
Está em 11,5% e é quase duas vezes superior à observada nos países europeus, 
sendo 74% destes prematuros tardio (34 a 36 semanas gestacionais). 
Muitos casos são de prematuridade iatrogênica, ou seja, são retirados sem 
indicação em mulheres que passaram por cesarianas agendadas ou com 
avaliação incorreta da idade gestacional. 
 
Fonte: 
http://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/41005#:~:text=Muitos%20casos%20pode
m%20decorrer%20de%20uma%20prematuridade%20iatrog%C3%AAnica%2C,
realizado%20em%20191%20munic%C3%ADpios%2C%20com%2023.894%20
mulheres%20entrevistadas. 
Até 2012 o Brasil não dispunha destes dados. O “Nascer no Brasil” é um estudo 
que mostra a prevalência de 11,5% . Até então desconhecia-se a relação entre 
as intervenções obstétricas no parto – especialmente as cesarianas e seus 
efeitos na taxa de prematuridade no País. 
A pesquisadora Maria do Carmo Leal, coordenadora do estudo, alertou para as 
possíveis consequênias. “A prematuridade se constitui no maior fator de risco 
para o recém nascido adoecer e morrer não apenas imediatamente após o 
nascimento, mas também durante a infância e na vida adulta. Os prejuízos 
extrapolam o campo da saúde física e atinge as dimensões cognitivas e 
comportamentais, tornando esse problema um dos maiores desafios para a 
Saúde Pública contemporânea” 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais sobre o prematuro: 
https://prematuridade.com/index.php/parto-prematuro 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidados e Assistência fisioterapêutica ao bebê prematuro 
Fonte: https://prematuridade.com/index.php/noticia-mod-interna/cuidados-e-
assistencia-fisioterapeutica-ao-bebe-prematuro--9050 
A assistência fisioterapêutica ao bebê prematuro utiliza da fisiologia da mecânica 
respiratória e desenvolvimento do bebê a termo, para nortear os cuidados 
trazendo ao bebê prematuro vivências o mais próximo possível da experiência 
que teriam durante as 40 semanas de gestação intra-útero. 
Para o bebê ficar na UTI é necessário ambiente adequado (incubadora) onde vai 
permanecer até concluir o desenvolvimento. A equipe multidisciplinar possui um 
único objetivo: favorecer o desenvolvimento adequado do paciente. Para isso 
toda equipe deve realizar o mesmo cuidado e compreender o porquê fazer de 
determinada forma. 
A equipe de enfermagem é treinada na prática e na teoria por ficar mais tempo 
com esse bebê que precisa dos cuidados respiratório e motor. As informações 
precisam chegar nos turnos de forma homogênea para que os cuidados tenham 
continuidade. 
Bebês que nascem no tempo normal, possuem padrão flexor o que favorece o 
alongamento adequado da musculatura, e por ser mais ativo consegue conciliar 
as atividades respiratórias e não respiratórias. 
 
Bebês prematuros são hipoativos, hipotônicos, tendem a um padrão extensor, o 
que dificulta seu desenvolvimento musculoesquelético, caso não consigamos 
inibir os padrões anormais de postura através de técnicas como posicionamento 
funcional. 
Médicos e enfermeiros estabilizam o paciente clinicamente. 
Após, a equipe de fisioterapia posiciona o bebê ou orienta a equipe quanto ao 
posicionamento (e esse cuidado é específico e varia para cada bebê). A 
fisioterapia é iniciada após 48 horas de vida do bebê para manter as vias aéreas 
pérvias e auxiliar na organização motora (favorecer a linha média, alongamento 
adequado da musculatura e posicionamento dos membros, favorecendo assim 
a estabilidade da caixa torácica e consequente ventilação pulmonar adequada). 
O bebê recebe estímulos para atingiros marcos do desenvolvimento. 
Este cuidado deve ter continuidade após alta hospitalar e por isso é necessário 
orientar e acompanhar os pais, preparando-os para estimular seus filhos através 
do brincar e saber identificar qualquer alteração no desenvolvimento. 
 
 
Onde nos encontramos todos? (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, 
nutricionistas, técnicos) 
Fonte: https://prematuridade.com/index.php/noticia-mod-
interna/acompanhamento-psicologico-nas-utis-neonatais-a-arte-da-empatia-e-
do-cuidado-integral-8972 
A resposta é: nos encontramos além das funções específicas. 
Segundo Ana Luisa Schuck Guedes, consultora científica da ONG 
Prematuridade.com.... 
Somos o suporte e a rede do bebê, e talvez menos intensamente dele, e sim da 
sua mãe para que esta desempenhe o seu papel com algum conforto. Do pai 
que visita a esposa e mãe e recebe orientações difíceis de compreender. Do avô 
e da avó que esperam ver o rostinho que demora na janela. Dos irmãos que 
aguardam a esperada companhia. 
Nossa função é buscar intervenção de outro colega de área de apoio. 
Nutricionistas, banco de leite, fisioterapeutas... Entender e perguntar de suas 
funções e práticas para melhor informar esta família é nossa função. 
É nossa função buscar a assistência social para trocar planos de ação para 
visitas e transporte facilitando o contato mãe e filho. 
É nossa função alcançar um sanduíche quando a mãe está cansada na poltrona 
e não se alimenta por receio de deixar o seu bebê. 
É nossa função facilitar a troca de informações e convívio entre as famílias e 
mães em grupos neonatais. 
É nossa função fazer um atendimento individual em crise. 
Nossa maior função é diagnosticar o pedido silencioso das famílias e das 
mães. Nosso dever é ser sustento. Alimento, emoção, alinhamento de 
comunicação, ser suporte e coluna vertebral onde ainda falta musculatura. 
Há um caminho longo até a alta, até atingir o peso e até as plenas funções 
restabelecidas. 
Na UTI nenonatal somos o berço, não somente do bebê, mas 
fundamentalmente de sua mãe, para que dê a luz novamente. Somos as 
pernas fortes que percorrem os corredores para exercer a profunda empatia. 
Devemos estar a postos e em prontidão porque a maternagem foi impedida por 
breve instante. 
 
 
Exemplos de superação: 
Bella 
 
Depoimento da mãe: 
“A Isabella nasceu, com 24 semanas e 6 dias, pesando 690 gramas, de parto 
natural e dentro da bolsa, ela nasceu impelicada. Foi direto para a encubadora, 
foi entubada e só vi ela por alguns segundos.” 
“Estávamos começando uma longa caminhada. Cada dia tínhamos um desafio: 
conseguir tomar a primeira gota de leite, tomar a medicação para "fechar o 
coração", torcer para ela não ter nenhuma apnéia (essa foi a pior parte), tubo, 
sepap, oxigênio em diversos níveis, aprender sobre saturação, enfim.” 
Isabella ficou na UTI por 121 dias e saiu de lá com 3,100 Kg em 25/08/2013. 
 
Menor bebê do mundo: 
 
 
Em 28/02/2019 foi divulgado pela Unviersidade de Keio em Tóquio. O bebê 
nasceu com 268 gramas e recebeu alta do hospital ao atingir 3238 gramas e se 
tornou o menor menino do mundo a ir para casa com saúde. 
Somente 23 bebês em todo o mundo que nasceram com peso inferior a 300 
gramas sobreviveram, de acordo como site Tinjest Babies Registry. 
 
Nova e atual realidade: 
 
Não bastassem todas as preocupações que a prematuridade traz, os pais ainda 
tiveram que enfrentar, agora, o medo de um vírus desconhecido. 
 
 
- Mostrar o hino da prematuridade: produzido por Elisa @maemusical 
 
- Manual de Recomendações para a Assistência à Gestante e Puérpera 
frente à Pandemia de Covid-19 postar no grupo.

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