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Clínica Médica Integrada 1. Situação Disparadora 2 (11/02/2021). [ O CORAÇÃO [ - O coração bombeia quantidades suficientes de sangue para atender às próprias demandas metabólicas, assim como as dos outros órgãos. - De maneira exclusiva entre todos os outros órgãos, a incapacidade de o coração realizar sua tarefa mesmo por alguns minutos provoca morte. - O coração desempenha esse papel fisiológico de maneira contínua, com uma variedade de funções elétricas, contrateis e estruturas que controlam o fluxo de sangue para os órgãos. 1– Estrutura do Coração. A - Células Elétricas O coração é uma bomba muscular controlada por descargas elétricas regulares de células musculares especializadas no sistema de condução. - A base molecular para a atividade elétrica do coração é a ativação de canais condutores de íons específicos. A ativação e a inativação coordenada dos canais iônicos cardíacos regulam o potencial de membrana das células cardíacas, resultando em rápida sequência de despolarização seguida pela repolarização - Essa atividade elétrica é conhecida como potencial de ação, sendo responsável pela ativação de contração do músculo cardíaco. - A falha em propagar o sinal pelo coração/manter um ritmo anormal de batimentos (muito lento/muito rápido), pode resultar em morte. B - Canais de íons sódio, potássio e canais de cálcio determinam a atividade elétrica do coração por abertura e fechamento, um padrão altamente coreografado que determina o potencial de ação do coração. O regulamento elétrico do coração, que é refletido nas concentrações relativas de íons tanto dentro quanto fora das células musculares cardíacas, determina as 4 fases do potencial de ação. Fase 0 – O potencial de ação tem início quando a abertura dos canais de sódio resulta em rápido influxo de sódio, a favor do seu gradiente de concentração (145 mmol fora da célula muscular cardíaca-10 mmol dentro). Fase 1 – Após uma rápida e breve repolarização precoce devido a ativação de canais de potássio, o rápido influxo de sódio despolariza a célula, ativando, desse modo, os canais de cálcio. Fase 2 – A concentração extracelular de cálcio é de aproximadamente 5mmol Sua concentração intracelular oscila entre 0,1 e 10 mmol. No entanto, apesar desse gradiente eletroquímico transmembranar favorável, o cálcio tem sua entrada na célula restringida, pois é mediada por canais transportadores específicos existentes na membrana plasmática. Fase 3 – As oscilações na concentração de cálcio devem-se não só a sua entrada ou a sua saída da célula através da membrana celular, mas também à sua mobilização das reservas intracelulares. Esse influxo de cálcio desencadeia o acoplamento excitação-contração, que resulta em ação de bombeamento do coração. Os canais de potássio, então, se abrem e provocam a repolarização com o fluxo de potássio para fora da célula a favor do gradiente de concentração (4mmol fora, aproximadamente, 135 mmol dentro). Fase 4 – O potencial da membrana, então, volta para o nível de repouso de cerca de -90 mV. Anotações. Figura 3. Potencial de ação cardíaco mostrando cada fase e as correntes iônicas relacionadas com a mudança de potencial em cada fase. C- Sistema de Condução As células marca-passo especializadas que se situam no nó sinoatrial apresentam potenciais de repouso um pouco mais elevados (menos negativos) e despolarizam gradualmente em uma 5ª fase, devido a atividade dos canais de potássio e cálcio e aos canais fechados de nucleotídeos cíclicos ativados por hiperpolarização , que são responsáveis por uma pequena corrente interna (despolarização). - No coração normal, as células marca-passo são as primeiras células a despolarizar, e disparam a despolarização subsequente das células em fibras de condução especializadas que propagam o sinal elétrico por todo o músculo cardíaco de maneira altamente regular e integrada. A ativação elétrica/despolarização dissemina-se pelos átrios para o nó atrioventricular (AV), sendo refletida como onda P no ECG. - A baixa velocidade de condução no nó AV contribui para o intervalo PR no ECG. Depois de passar pelo nó AV, o sinal de despolarização chega ao feixe de His, onde ocorre uma rápida condução. O feixe de His divide as ramificações direita e esquerda, que, então, conduzem os sinais de despolarização para os ventrículos e representam o complexo QRS no ECG. - A repolarização é representada pelo segmento ST e as ondas T e U do ECG. D – Células Contráteis O músculo cardíaco é composto por milhões de células individuais, que são conhecidas como cardiomiócitos e contêm um mecanismo elaborado que se faz necessário para a contração coordenada que bombeia o sangue. - Cada cardiomiócitos é conectado a seus vizinhos por junções especializadas que lhes permitem trabalhar como uma única unidade contrátil. - Os cardiomiócitos são preenchidos com proteínas contrateis especializadas, dispostas em unidades altamente reguladas, denominadas sarcômeros, que dão aos músculos padrões conhecidos como estrias. - O músculo cardíaco é denominado de músculo estriado. Os cardiomiócitos também estão repletos de mitocôndrias que fornecem a energia (ATP) necessária para alimentar as contrações (sístole) e o relaxamento (diástole). E – Ultraestrutura O sarcômero é a unidade basica do sistema contratil, anatomicamente definida como a distancia entre 2 linhas Z que prendem os filamentos delgados compostos de actina, tropomiosina e troponina. Os filamentos delgados deslizam sobre os filamentos espessos (compostos de miosina e actina) de maneira dependente de calcio, a fim de encurtar o comprimento do sarcômero. - As proteinas contrateis são envoltas por uma membrana preenchida chamada de retículo sarcoplasmático. O retículo sarcoplasmático forma associaçoes especializadas com os túbulos transversos, que são invaginações da membrana plasmática e contêm os canais de calcio dependentes de voltagem. - Quando o músculo é ativado por despolarização de sua membrana, esse sinal elétrico viaja para o músculo através dos túbulos transversos. Dentro do músculo, o sinal de despolarização elétrica ativa os canais dependentes de voltagem, que, então, se abrem para permitir com que uma pequena quantidade de cálcio entre nas células musculares. - Esse influxo de calcio, por sua vez, ativa o receptor da RIODINA tipo 2 - os canais de liberação de calcio do retículo sarcoplasmático. Os canais de riodina abrem e liberam calcio suficiente a partir do reticulo sarcoplasmático para aumentar a concentração de calcio no mioplasma cerca de 10 vezes. - Como resultado, o calcio se liga a troponina C em filamentos finos, provocando uma alteração de conformação que permite a ponte transversal entre a actina e miosina, o que leva ao deslizamento dos filamentos, encurtamento dos sarcômeros e contração muscular. - A hidrolise de ATP fornece a energia necessaria para a geração de força pela interação actina- miosina. - A conversão de energia eletrica (despolarização da membrana celular) para energia mecânica é conhecida como acoplamento de excitação e contração. O relaxamento da musculatura cardiaca ocorre quando o calcio é bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático, através da ATPase do retículo sarcoendoplasmático. F – Sinais que Regulam a Contração A força contrátil pode ser aumentada durante o estresse pela ativação da via -adrenérgica, que aumenta a quantidade de cálcio liberada e a velocidade de captação de cálcio no reticulo sarcoplasmático. - Os -agonistas (epinefrina/norepinefrina) ligam-se aos receptores-adrenérgicos para ativar a adenilciclase, a qual, por sua vez, produz monofosfato de adenosina cíclico e ativa a proteína cinase A. -A proteína cinase A fosforila o fosfolamban, o canal de cálcio dependente de voltagem, o receptor rianodina e as proteínas sarcomericas reguladoras, resultando assim, em aumento da liberação de cálcio pelo reticulo sarcoplasmático e em maior contratilidade do coração. G – Células Não Musculares Embora o coração seja uma bomba muscular, cerca de 60-70% de suas células são fibroblastos cardíacos, e não células musculares. Esses fibroblastos fornecem importantes componentes da matriz extracelular que determinam a estrutura do coração. ANOTAÇÕES: 2 – Anatomia do Coração. - A principal câmara de bombeamento do coração é o ventrículo esquerdo, de parede espessa, que é composto por milhões de cardiomiócitos conectados de ponta a ponta por meio das junções comunicantes. - O ventrículo direito é uma câmara de parede espessa, separada do ventrículo esquerdo pelo septo interventricular. Acima dos ventrículos, estão os átrios, direito e esquerdo, câmaras de paredes finas que recebem sangue venoso de baixa pressão; eles são separados dos ventrículos pela válvula tricúspide do lado direito e a válvula mitral do esquerdo. - Essas válvulas são ligadas pelos músculos papilares, que emergem das paredes ventriculares por meio das cordas tendíneas. O gradiente de pressão entre os ventrículos e os átrios abre as válvulas atrioventriculares. - Os músculos papilares ajudam a estabelecer as posições de válvulas e prevenir o fluxo regurgitante durante a contração. - A válvula aórtica e a válvula pulmonar separam os ventrículos esquerdo e direito de sua conexão arterial, permitindo o fluxo de sangue para fora dos ventrículos. A – Fluxo Sanguíneo Coronariano As artérias coronárias recebem sangue a partir da aorta, diretamente sobre a válvula aórtica, e se propagam pelo epicardio, que envolve o coração, para fornecer sangue para o músculo cardíaco. - A pressão diastólica na aorta ascendente, logo acima da válvula aórtica, determina a maior parte do fluxo de sangue para dentro das artérias coranarianas normas (não estenosadas) enquanto o coração fica relaxado. - Durante a sístole, o fluxo coronariano é determinado pela pressão intracavitária do VE, que igual a pressão dentro da parede interna do miocárdio, onde as artérias coronárias são comprimidas durante a sístole. - O sangue coronariano flui para o epicárdio tanto durante a sístole quanto durante a diástole, mas flui para o endocárdio predominantemente durante a diástole. B – Regulação Metabólica do Sistema Cardiovascular O músculo cardíaco exige constante perfusão coronariana para fornecer oxigênio e outros metabólitos. - O aumento do consumo de energia devido a pressão aumentada ou a contratilidade aumentada necessária para as frequências cardíacas mais altas pode ser atingido somente pelo aumento do fluxo sanguíneo coronariano. - Sinais que aumentam o fluxo sanguíneo coronariano (por até 6 vezes) incluem óxido nítrico, adenosina, bradicininas, prostaglandinas e dióxido de carbono. A quebra do ATP é a fonte de adenosina, enquanto que o óxido nítrico é produzido pela ação das sintases de óxido nítrico que metabolizam o aminoácido L-arginina. - Os mecanismos autorregulatórios, incluindo a constrição em resposta ao aumento da pressão lumial e a dilatação em resposta a pressão reduzida, também desempenham papel relevante na determinação de fluxo sanguíneo arterial coronariano. - Outros fatores metabólicos que causam vasoconstrição incluem peptídeos de endotelina, serotonina, tromboxano, 5-hidroxitriptamina, angiotensina 2 e estimulação Beta adrenérgica. - As vias simpáticas e parassimpáticas do sistema nervoso autônomo e o sistema renina-angiotensina exercem efeito regulatório potente sobre a função cardiovascular. - O sistema nervoso simpático desempenha seu papel na resposta ao estresse por aumento da frequência cardíaca, contratilidade do miocárdio e diminuição do tônus vascular. - A regulação da função cardiovascular pelo sistema nervoso simpático é mediada pela norepinefrina, que é liberada nas terminações nervosas, e pela epinefrina, o que aumenta a frequência cardíaca e vasodilata o leito arterial central, resultando, assim, em redução da pós-carga, que, por sua vez, ajuda a manter o debito cardíaco. - Os nós sinoatrial e AV são regulados pela inervação parassimpática, que retarda a frequência de disparo do marca-passo e a condução através do nó AV, pela liberação de acetilcolina. A vasoconstrição do sistema venoso é mediada pelo sistema nervoso simpático, que limita a perda de fluido e sangue após um trauma. - O sistema renina-angiotensina também regula a pressão sanguínea, a vasoconstrição periférica e a contratilidade em coordenação com o sistema nervoso simpático. Tanto o sistema nervoso simpático como o sistema renina-angiotensina são cronicamente ativados na insuficiência cardíaca, na qual a remodelação mal-adaptativa resultante do sistema cardíaco promove a sua progressão. - A diminuição perfusão renal, a diminuição da entrega de sódio à macula densa ou o aumento da atividade simpática resultante na liberação do hormônio renina das células da mácula densa dentro do aparelho justaglomerular do rim. - A renina resulta na produção de angiotensina 2, um potente constritor de artérias periféricas e coronárias. Por sua vez, a angiotensina 2 provoca liberação de hormônio aldosterona retentor de sódio pela glândula adrenal. Juntos, esses sinais resultam em retenção de sódio e aumento da pressão arterial. 3 – Fisiologia do Coração e Controle Circulatório. 1 – Metabolismo Energético Cardíaco A principal fonte de energia no coração é a oxidação dos ácidos graxos e da glicose. - Quando o suprimento de oxigênio é limitado, o metabolismo da glicose é favorecido porque gera mais ATP por oxigênio consumido. O coração não tem praticamente nenhuma capacidade de conduzir o metabolismo anaeróbico (glicólise) e, portanto, é dependente de oxigênio para a sua função. - O metabolismo basal, o trabalho mecânico total realizado pelo coração, a contratilidade e a frequência cardíaca determinam o consumo de oxigênio e o gasto energético do coração. 2 – Ciclo Cardíaco O ciclo cardíaco é um conjunto de atividades que ocorre entre o início de um batimento até o próximo. - Este ciclo se inicia pelo regulamento do nó sinusal (ou nodo sinusal), localizado na parte superior do coração no átrio direito (AD). - O potencial de ação começa neste ponto para os dois átrios e depois vai para os ventrículos através do feixe atrioventricular, originando o ciclo e começando a circulação sanguínea. - Existem dois tipos de circulação, a primeira é a pulmonar ou pequena circulação, que ocorre do lado direito do coração onde o sangue é bombeado para os pulmões e voltam ricos em oxigênio para o lado esquerdo. A segunda é a circulação sistêmica ou grande circulação, que ocorre do lado esquerdo do coração, onde o sangue que veio dos pulmões é bombeado para todo o corpo por intermédio inicial da artéria aorta. - O ciclo cardíaco abrange o período de diástole (relaxamento), no qual o coração se enche de sangue, e o período de sístole que é de contração, onde o sangue é ejetado. Fases do ciclo cardíaco (Guyton, et al 2006) 1 Bomba de escova (primer pump) ou enchimento ventricular lento (diástase) Geralmente, cerca de 80% do sangue que está no átrio escoa diretamente para o ventrículo sem o auxílio da contração, ficando apenas 20% com ela para terminar de encher os ventrículos. 2. Enchimento ventricularrápido O sangue vai se acumulando nos átrios durante a sístole ventricular. Quando termina essa fase e o ventrículo volta para a fase de diástole, que é o relaxamento, o volume sanguíneo que ficou nos átrios exerce pressão nas valvas atrioventriculares (direita: tricúspide; esquerda: mitral ou bicúspide) e, então, passa rapidamente para os ventrículos. Isso ocorre no primeiro momento da diástole. No segundo momento, pouco sangue escoa diretamente para os ventrículos, e o sangue vindo das veias continua a chegar nos átrios. Esses dois momentos correspondem aos 80% do enchimento ventricular. E, por último, no momento final da diástole ventricular, ocorre a sístole atrial (contração do átrio) para terminar de encher o ventrículo, essa parte se refere aos 20% do enchimento dos ventrículos. 3 Contração isovolumétrica ou isométrica Logo após o início da contração ventricular, ocorre o aumento da pressão ventricular e as valvas atrioventriculares se fecham. Então, o ventrículo começa a se contrair, mas o sangue ainda não é ejetado, pois, para que isso ocorra, é preciso até 0,03 segundos a mais para que tenha a pressão necessária para que as valvas semilunares (direita: pulmonar; esquerda: aórtica) se abram e o sangue seja ejetado de encontro à pressão nas artérias correspondentes, pulmonar ou aorta. 4 Ejeção rápida As valvas semilunares abrem quando a pressão no interior do ventrículo direito está por volta dos 8mmHg e do ventrículo esquerdo aos 80mmHg; logo o sangue é ejetado para as respectivas artérias. No primeiro momento da ejeção, 70% do sangue é expelido, esse período é chamado de ejeção rápida. 5 Ejeção Lenta Como 70% do sangue já foi ejetado, agora restam os 30%, que serão lançados no segundo e terceiro momento, logo após o período de ejeção rápida. Destes, 30% correspondem ao período de ejeção lenta. 6 Relaxamento isovolumétrico (isométrico) Quando acaba o período de contração dos ventrículos, o relaxamento deles começa a ocorrer, e as pressões em seu interior começam a diminuir. As valvas semilunares se fecham quando as artérias começam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos. Neste momento, o ventrículo continua a relaxar, mas o volume não altera, sendo o período de relaxamento isovolumétrico. Depois disso, as pressões dos ventrículos diminuem e voltam ao momento de diástole. Assim, as valvas atrioventriculares se abrem dando início a um novo ciclo. CONCEITOS IMPORTANTES: Volume diastólico final (VDF) É denominado através do enchimento dos ventrículos durante seu relaxamento, a diástole, e atinge por volta dos 110 ou 120ml. Volume sistólico final (VSF) É a quantidade de sangue que resta ao final da ejeção, por volta dos 40 a 60ml. Fração de ejeção (FE) É a fração do volume sanguíneo expelido do volume diastólico final. É por volta dos 60%. Fórmula: FE = VDF – VSF Débito sistólico (volume sistólico ou VS) Quando os ventrículos esvaziam durante a contração, que é a sístole, o volume diminui por volta dos 70ml. Frequência Cardíaca (FC) É o número de batimentos cardíacos que ocorre dentro de 1 minuto. Débito Cardíaco (DC) Caracterizado pelo volume sanguíneo bombeado pelo coração em 1 minuto. DC = FC x VS. Pré-carga É a pressão que o sangue faz no ventrículo quando está cheio antes da contração, ou seja, antes da sístole. Quanto maior ou menor a tensão, maior ou menor é a pré-carga. Pós-Carga É a resistência enfrentada durante a ejeção do ventrículo; o sangue enfrenta dificuldades de seguir no momento em que ele é expelido para as respectivas artérias. [ PATOLOGIA DO CORAÇÃO. [ HIPERTENSÃO ARTERIAL 1 – Definição é uma doença crônica não transmissível definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso/medicamentoso) superam os riscos. - Trata-se uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais, caracterizada por elevação persistente da pressão arterial. - A PA é a média de duas ou mais aferições da pressão na posição sentada durante cada uma de duas ou mais consultas. - A PA tende a ser mais alta nas primeiras horas da manhã, logo após o despertar, do que em outras horas da manhã. O IAM e AVE são mais comuns nas primeiras horas da manhã. As PA noturnas costumam ser 10-20% mais baixas do que as PA do dia, e uma queda da PA noturna atenuada pode estar acentuada a um aumento do risco de doença cardiovascular. Com base no monitoramento de 24 horas da PA, a PA média de vigília tem que estar acima de 135/85 mmHg e a PA do sono de 120/75 mmHg ou mais para que seja diagnosticado HÁ. 2 – Epidemiologia Acometendo ¼ da população adulta, a hipertensão arterial é a causa principal de morte no mundo e a causa mais comum de uma consulta laboratorial a um médico. - A natureza assintomática da hipertensão e da variabilidade inerente na pressão arterial retarda o diagnóstico. - Nas Nas sociedades industrializadas, a pressão arterial aumenta de maneira constante durante as primeiras duas décadas de vida. Em crianças e adolescentes, a pressão arterial está associada ao crescimento e à maturidade. - A pressão arterial sistólica média é mais alta em homens do que nas mulheres durante o início da vida adulta. Entretanto, entre os indivíduos com 60 anos e mais velhos, a pressão arterial sistólica das mulheres é mais alta do que a dos homens. - A pressão arterial diastólica também aumenta de modo progressivo com a idade até os 55 anos, a consequência é um alargamento da pressão de pulso (diferença entre pressão diastólica e sistólica) após os 60 anos de idade. - Em se tratando de etnia, no Brasil, não houve uma diferença significativa entre negros e brancos no que diz a respeito a prevalência a HA. - A probabilidade de HAS aumenta com a idade, e entre os indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos a prevalência é de 65,4%. Evidencias sugerem que o aumento está ligado como consequência da obesidade. - Tanto fatores ambientais quanto genéticos podem contribuir para variações regionais e raciais na prevalência da HAS. A obesidade e o ganho de peso são fatores de risco fortes e independentes para hipertensão. Também está relacionada com a ingestão de sódio e dietas baixas de cálcio e potássio. O consumo de álcool, estresse psicossocial e níveis baixos de atividade física também podem contribuir para HAS. - Em se tratando de genética, a HAS representa um distúrbio poligênico no qual uma combinação de genes tua em consonância com exposições ambientais para dar uma contribuição modesta à HAS. Existem evidencias que genes que codificam componentes do SRAA, juntamente com polimorfismos da enzima ECA podem estar relacionados com a HAS e sensibilidade da PA ao NaCl dietético. - É importante se atentar ao paciente com sobrepeso pois parece haver uma relação direta, continua e quase linear entre o excesso de peso e a HAS. É importante que se avalia a circunferência de cintura nas medidas antropométricas. Da mesma forma, o sedentarismo possui relação com a HAS, sendo necessário que exercícios físicos sejam praticados. PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiõesdiferentes, na ausência de medicação antihipertensiva. É aconselhável, quando possível, a validação de tais medidas por meio de avaliação da PA fora do consultório por meio da Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), da Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) ou da Automedida da Pressão Arterial (AMPA) - Naqueles que ingerem 6 ou mais doses de álcool por dia, há maior prevalência para HAS. Assim como o uso de medicamentos e drogas ilícitas tem potencial de promover o aumento da PA. - Além disso, é observado que naqueles que possuem menor escolaridade e condições com baixa renda família, há maior prevalência de HAS, devido ao maior consumo de dietas com sódio. - Além disso foi observado uma relação entre apneia obstrutiva do sono e HAS. 3 – Biopatologia Em 90 a 95% dos pacientes hipertensos, uma única causa reversível da pressão arterial elevada não pode ser identificada, daí o termo hipertensão primária. - Nos 5 a 10% restantes, um mecanismo mais individualizado pode ser identificado, e a condição é chamada de hipertensão secundária/identificável. 4 – Fatores de Risco para Hipertensão Arterial a- Genética; b- Idade; c- Sexo; d- Etnia; e- Sobrepeso/obesidade; f- Ingestão de sódio e potássio; g- Sedentarismo; h- Álcool; i- Fatores socioeconômicos; j- Apneia obstrutiva do sono; k- Drogas ilícitas; l- Medicações; - Então o que acontece na HAS: a pressão arterial é a força que o sangue exerce sobre as paredes do vaso, quando a pessoa apresenta uma HAS, o choque entre o sangue e a parede é mais intenso e mais constante, o que favorece a ocorrência de lesão de órgão alvo (LOA). - Uma vez sendo avaliado a PA o paciente, podemos classificalo em 3 categorias: normotensão, pré hipertensão e hipertensão. NORMOTENSÃO= aquelas pessoas que possuem uma PA dentro dos valores de referência ou então que são os valores hipertensas, mas com uso correto da terapia anti-hipertensiva conseguem manter sua pressão arterial em níveis pressóricos controlados (HAS controlada). PRÉ HIPERTENSÃO= são aquelas pessoas que estão no meio termo entre o que é considerado normal (≤ 120x80 mmHg) e o que é hipertensão (≥ 140x90 mmHg). Elas possuem grande probabilidade de se tornarem hipertensas e também um maior risco de desenvolver alguma complicação cardiovascular e é justamente por isso que precisam ser acompanhadas com mais regularidade. HIPERTENSÃO= pessoas que comprovadamente mantêm níveis pressóricos ≥140 x 90 mmHg, sendo que eles ainda podem ser estratificados em 3 estágios de acordo com o valor de sua PA. São incluídos também aqueles que o tratamento anti hipertensivo não está tendo efeito (HAS não controlada). - Existem 2 situações que podem atrapalhar o diagnóstico da HAS, é chamado de efeito do avental do branco, que desenvolve a HAS do avental branco ou a HAS mascarada. EFEITO DO AVENTAL BRANCO= quando o valor da PA no consultório é diferente de quando o paciente está fora dele, desde que essa diferença seja ≥ 20 mmHg na PAs e/ou ≥10 mmHg na PAd. HAS AVENTAL BRANCO= ocorre quando no consultório o paciente apresenta níveis pressóricos anormais, mas fora dele sua PA fica normotensa. HAS MASCARADA= se caracteriza por no consultório o paciente apresentar uma PA normal, mas fora dele seus níveis pressóricos serem aumentados. 5 – Manifestações Clínicas A hipertensão foi denominada assassina silenciosa, uma doença crônica assintomática que silenciosamente lesiona os vasos sanguíneos, coração, cérebro e rins, se não for detectada e tratada. - Embora cefaleias sejam comuns nos pacientes com hipertensão branda e moderada, os episódios não se correlacionam com as flutuações/oscilações na pressão arterial ambulatorial. 6 – Prevenção Primária / Tratamento Não Medicamentoso O desafio do tratamento para hipertensão é muito elevado, e a prevenção continua a ser a melhor opção em termos de custo- benefício. A abordagem adequada dos fatores de risco para o desenvolvimento da HA deve ser o grande foco. Nesse quesito, há vários pontos que merecem destaque como: a- Controle do peso; b- Dieta Saudável; c- Ingestão de Sódio; d- Ingestão de Potássio; e- Atividade Física; f- Ingestão de álcool; g- Fatores Psicossociais; h- Suplementos Alimentares; i- Tabagismo; 7 – Fisiopatologia A pressão arterial representa a força por unidade de área exercida pelo sangue contra a parede vascular. Essa força é a única energia propulsora que promove o deslocamento da coluna de sangue dentro do circuito vascular até retornar ao coração. - A pressão é determinada pelo volume de sangue contido dentro do leito vascular e pelas propriedades estruturais e funcionais da parede vascular. - Durante a sístole, apenas 1/3 do volume sistólico ejetado pelo ventrículo esquerdo segue para o leito vascular periférico, enquanto o volume restante distende as paredes arteriais, elevando a pressão arterial e armazenando energia cinética. - Posteriormente, durante a diástole, essas paredes distendidas retornam passivamente para seu volume inicial com liberação da energia cinética acumulada que empurra a coluna de sangue para as arteríolas com manutenção de um fluxo contínuo. - A pressão máxima alcançada durante a ejeção ventricular é denominada pressão arterial sistólica (PAS) e corresponde, em condições normais, a um valor de aproximadamente 120 mmHg. A pressão mínima mensurada no final da diástole é chamada de pressão arterial diastólica (PAD) e seu valor normal está em torno de 80 mmHg. - A pressão arterial (segundo a lei de Poiseuille) pode ser expressa também como o produto resultante do debito cardíaco (DC) e da resistência vascular periférica (RVP). - Outro parâmetro importante do ponto de vista hemodinâmico é constituído pela pressão arterial média (PAM), que representa o valor da PA com o qual o sangue alcança os tecidos na periferia e, portanto, o valor pressórico que conduz de forma eficiente o sangue dentro do sistema vascular para adequada manutenção da perfusão tecidual. 𝑃𝐴𝑀 = (2 𝑃𝐴𝐷 + 1 𝑃𝐴𝑆) ÷ 3 - Os principais fatores que determinam a PAM são: volume de sangue circulante e as características de distensibilidade das paredes vasculares. - O volume circulante depende do equilíbrio entre o débito cardíaco e a resistência vascular periférica. [ Mecanismos Regulatórios da PA.[ - A regulação da PA é um processo complexo com a participação de vários mecanismos que atuam em paralelo, cada um com sua própria dinâmica e com seus próprios efetores. - Há mecanismos de ação rápida, como os barorreceptores, os quimiorreceptores arteriais e a resposta isquêmica do sistema nervoso central, capazes de responder em questão de segundos a variações bruscas da hemodinâmica circulatória, como a mudança de posição supina (horizontal) para a posição ereta. Em médio prazo (horas/dias), adquire maior destaque a ação das propriedades mecânicas das paredes vasculares, capazes de acomodar seu diâmetro a situações de estiramento prolongado e a reabsorção de fluido do interstício para o interior dos capilares, em situações de hipotensão aguda. Em longo prazo, isto é, após o intervalo de alguns dias, entra em ação a capacidade dos rins de controlar a excreção de sal e água. Essa capacidade baseia-se no fato de que a pressão de perfusão renal exerce uma profunda influência sobre a excreção de sódio e água. Esse fenômeno, denominada diurese/natriurese por pressão, transforma o rim num poderoso agente efetor na regulação da PA. a- Controle Vasomotor b- Sistema ReninaAngiotensina-Aldosterona c- Endotélio d- Óxido Nítrico e- Prostaciclina f- Fator hiperpolarizante derivado do endotélio (FHDE) g- Endotelina – 1 h- Tromboxano A2 i- Disfunção endotelial e hipertensão arterial 8 – Consequências Patológicas da HAS. A – Coração Doença cardíaca é a causa mais comum de morte nos pacientes hipertensos. A cardiopatia hipertensiva é o resultado de adaptações estruturais e funcionais que levam à hipertrofia ventricular esquerda, ICC, anormalidades do fluxo causadas por DAC aterosclerótica, bem como doença microvascular e arritmias cardíacas. Indivíduos com hipertrofia ventricular esquerda apresentam maior risco para DAC, AVE, ICC e morte súbita. A ICC pode estar relacionada com a disfunção sistólica, disfunção diastólica ou uma combinação de duas. A disfunção diastólica é uma consequência inicial da cardiopatia relacionada com a HAS, sendo exacerbada pela hipertrofia ventricular esquerda e isquemia. A função diastólica pode ser avaliada por vários métodos não invasivos, como ecocardiografia e angiografia com radionúclídeos. B – Cérebro AVE é a segunda causa mais frequente de morte no mundo. A PA elevada é o fator de risco mais forte para AVE. A incidência de AVE aumenta progressivamente com o aumento de níveis de pressão em particular a PA sistólica em indivíduos com mais de 65 anos. O fluxo sanguíneo cerebral permanece sem alterações durante ampla variação de PA (PA média de 50 a 150 mmHg) por meio de um processo chamado autorregulação do fluxo sanguíneo. C – Rim O rim é tanto um alvo como uma causa de HAS. A doença renal primária é a etiologia mais comum da HAS secundária. Os mecanismos de HAS relacionados ao rim incluem redução da capacidade de excretar sódio (aldosterona), excesso de secreção de renina em relação ao estado do volume e excesso de atividade do sistema nervoso simpático. Em contrapartida, a HAS é um fator de risco para lesão renal e DRET. O risco renal parece estar mais estreitamente relacionado com a PA sistólica do que com a diastólica, e os homens negros apresentam maior risco do que brancos para o desenvolvimento de DRET. As lesões vasculares ateroscleróticas relacionadas com a HAS no rim afetam primariamente as arteríolas pré glomerulares, resultando em alterações isquêmicas nos glomérulos e estruturas pós glomerulares. A lesão glomerular também pode ser uma consequência de lesão direta aos capilares glomerulares devido à hiperfusão glomerular. A perda da autorregulação do fluxo sanguíneo renal na arteríola aferente resulta em transmissão de pressões elevadas para um glomérulo não protegido com subsequente hiperfiltração, hipertrofia e esclerose glomerular segmentar focal. Com lesão renal progressiva há perda da autorregulação do fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular. O resultado pode ser um ciclo vicioso de lesão renal e perda de néfron que causa HAS mais grave, hiperfiltração glomerular e ainda mais lesão renal. A macroalbumnúria ou microalbuminúria são marcadores precoces de lesão renal. D – Artérias Periféricas Os vasos sanguíneos podem ser um órgão-alvo para doença aterosclerótica secundária à PA elevada de longa duração. Os pacientes hipertensos com doença arterial das extremidades inferiores apresentam maior risco de futura doença cardiovascular. A claudicação intermitente é o sintoma clássico de DAP. O índice tornozelo- braquial é uma abordagem útil à avaliação da DAP, sendo definido pela razão entre pressões arterial sistólica do tornozelo e a do braço avaliadas de maneira não invasiva (inferior a 0,90 é considerado DAP). 9 – Distúrbios Clínicos de Hipertensão. - 80-95% dos pacientes hipertensos são diagnosticados como HAS primária. Nos 5- 20% dos pacientes hipertensos restantes, um distúrbio subjacente específico que causa elevação da PA pode ser identificado. [ HAS Primária. [ Tende a ser familiar e propensa a ser consequência de uma interação entre fatores ambientais e genéticos. A prevalência da HAS primária aumenta com a idade e indivíduos com pressões arteriais relativamente altas, quando mais jovens, apresentam aumento do risco de desenvolvimento subsequente de HAS. Na HAS primária a resistência periférica é aumentada, e o débito cardíaco é normal ou reduzido. Entretanto nos pacientes mais jovens com HAS branda ou lábil, o DC pode ser aumentado, e a resistência periférica ser normal. Os pacientes com alto teor de renina podem ter uma forma vasoconstritora de hipertensão, enquanto os pacientes com baixo teor de renina podem ter uma HAS dependente de volume. [ Obesidade e Síndrome Metabólica. [ A gordura corporal localizada centralmente é o determinante mais importante de elevação da PA do que a gordura corporal periférica. Há uma associação bem documentada entre obesidade e HAS. O que acontece é que na obesidade (IMC > 30 kg/m2) ocorre um aumento de gordura corpórea, com isso aumenta a quantia de glicose disponível ao corpo, sendo assim o fator ligante entre obesidade e HAS é a insulina. Com o aumento de glicose ocorre um aumento de insulina. A insulina é um componente que estimula o sistema nervoso simpático (receptores adrenérgicos) estimulando a vasoconstrição de vasos sanguíneos e aumentando o DC através da estimulação do SRAA, o que causa uma maior retenção de sódio e água nos túbulos renais, aumentando o volume corporal. Também estimula a proliferação da musculatura lisa presente nas artérias, aumentando a resistência periférica, contribuindo com a soma de fatores para o aumento da PA. Além disso a HAS e a dislipidemia costumam ocorrer juntas e em associação a resistência à captação de glicose estimulada pela insulina. Está frequentemente, mas não sempre, associado a obesidade. A resistência à insulina também está associada a um desequilíbrio desfavorável na produção endotelial de mediadores que regulam a agregação plaquetária, coagulação, fibrinólise e tônus vascular. Quando esses fatores de risco se agrupam, os riscos para mortalidade por ICC, AVE, DM e doença cardiovascular são ainda maiores. O que ocorre na síndrome metabólica, é a resistência a insulina, ou seja, há indivíduos (DM) em que a insulina não consegue agir de modo a captar a glicose de modo correto, com isso, o corpo entende que é necessário produzir mais insulina, pois há glicose sobrando. Com isso o que ocorre é que a insulina é produzida, porém, existe uma resistência a ela nas células musculares esqueléticas, assim, o vaso sanguíneo, que é endócrino, produz em normalidade óxido nítrico (vasodilatador) e endotelina (vasoconstritora), porém, com a resistência à insulina, a produção de oxido nítrico é desfavorecida, pois para a sua produção a insulina (vasodilatadora) favorece a vasodilatação via oxido nítrico. Assim, ocorre um desequilíbrio entre o óxido nítrico e a endotelina. É importante destacar que indivíduos obesos em um primeiro momento terão o esquema explicado pela alta taxa de insulina, entretanto, com a extensão da obesidade, eles tendem a adquirir resistência à insulina e desenvolver o mecanismo descrito na síndrome metabólica [ Doenças do Parênquima Renal. [ Quase todos os distúrbios renais podem causar HAS, sendo a doença renal a causa mais comum de HAS secundária. A HAS está presente em mais de 80% dos pacientes com IRC. Em geral, a HAS é mais grave nas doenças glomerulares do que nas doenças intersticiais, como a pielonefrite crônica. A HAS pode causa nefrosclerose, e em alguns casos pode ser difícil determinar se o distúrbio inicial foi a HAS ou a doença renal. A proteinúria de mais de 1.000 mg/dia e um sedimento urinário ativo são indicativos de doença renal primária. [ Hipertensão Renovascular. [ É causada por uma lesão oclusiva de uma artéria renal. É uma forma potencialmente curável de HAS. Nos estágios iniciais, o mecanismo de HAS geralmente está relacionadocom a ativação do SRAA. Ao longo do tempo o recrutamento de outros processos de aumento de pressão pode contribuir com a HAS. Dois grupos de pacientes estão em risco para esse distúrbio: pacientes arterioscleróticos mais velhos que tem uma placa obstruindo a artéria renal, e pacientes com displasia fibromuscular. Alguns indícios na anamnese e exame físico podem sugerir hipertensão renovascular como a perda recente do controle da HAS ou início recente de HAS moderadamente grave e deterioração inexplicada da função renal ou deterioração da função renal associada a um iECA. Aproximadamente 50% dos pacientes com hipertensão renovascular apresentam sopro abdominal ou no flanco. Por que o iECA? Esses agentes reduzem a taxa de filtração glomerular em um rim estenótico devido à dilatação arteriolar renal eferente. Na presença de estenose da artéria renal bilateral ou arterial renal em um único rim, a insuficiência renal progressiva pode resultar do uso desses agentes. A insuficiência renal geralmente é reversível após a descontinuação do fármaco agressor. A arteriografia com contraste é o padrão ouro para a avaliação e identificação das lesões da artéria renal. Os pacientes com doença fibromuscular apresentam desfechos mais favoráveis do que os com lesões ateroscleróticas, presumivelmente devido à idade mais jovem, duração mais curta da HAS e doenças menos sistêmicas. [ Aldosteronismo Primário. [ O excesso de produção de aldosterona, causado por aldosteronismo primário, é uma forma potencialmente curável de HAS. O aumento de aldosterona é independente do SRAA, e as consequências são a retenção de sódio, HAS, hipopotassemia e ARP baixa. A anamnese e o exame físico fornecem poucas informações sobre o diagnóstico. A idade no momento do diagnostico geralmente fica entre 30 e 50 anos. A HAS em geral é branda a moderada, mas as vezes pode ser grave. A HAS pode estar associada a intolerância à glicose. Maioria dos pacientes é assintomática, mas não muito frequente, pode haver a presença de poliúria, polidipsia, parestesia ou fraqueza muscular como consequência de alcalose hipopotassêmica. Raramente tem edema. A hipertensão hipopotassêmica pode ser uma consequência do aldosteronismo secundário. A razão entre aldosterona plasmática e atividade da renina plasmática (AP/ARP) é um exame de triagem útil. Essas mensurações são preferencialmente obtidas nos pacientes ambulatoriais, na parte da manhã. No tratamento a hipopotassemia deve ser corrigida com suplementos de potássio pois a biossíntese de aldosterona é dependente de potássio. As duas causas mais comuns de aldosteronismo primário esporádico são adenoma produtor da aldosterona e hiperplasia suprerrenal bilateral. A biossíntese da aldosterona é mais responsiva ao ACTH em pacientes com adenoma e mais responsiva a angiotensina em pacientes com hiperplasia. A tomografia computadorizada suprerrenal deve ser realizada em todos os pacientes diagnosticados com aldosteronismo primário. A HAS em geral é responsiva à cirurgia em pacientes com adenoma, mas não em pacientes com hiperplasia suprarrenal bilateral, esses devem ser tratados clinicamente. O hiperaldosteronismo tratável com glicocorticoides é um distúrbio autossômico dominante monogênico raro, caracterizado por HAS moderada a grave, que costuma ocorrer em pacientes mais jovens. Esses podem ter uma história familiar de AVE hemorrágico na juventude. [ Síndrome de Chushing. [ Está relacionada com o excesso de produção de cortisol devido ao excesso de secreção de ACTH ou à produção suprarrenal de cortisol independente de ACTH. O mecanismo de HAS pode estar relacionado com a estimulação dos receptores do mineralocorticoide (aldosterona) pelo cortisol e aumento da secreção de outros esteroides suprarrenais. Se suspeitar da síndrome pelas características fenotípicas, realizar a mensuração das taxas de excreção de 24 horas de urina livre de cortisol. [ Feocromocitoma. [ Os tumores que secretam catecolaminas estão localizados na medula suprarrenal (feocromocitoma) ou no tecido paraganglionar extrassuprarrenal (paraganglionar). Pode resultar em consequências cardiovasculares letais. Suas manifestações clínicas como a HAS, se devem pelo aumento das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Em uma porcentagem pequena de pacientes, a epinefrina é a catecolamina predominante secretada pelo tumor, podendo gerar hipotensão e não hipertensão. 20% das feocromocitoma são familiares com herança autossômica dominante. Seu diagnóstico é feito com base na medição das catecolaminas na urina ou plasma. A excisão cirúrgica é o tratamento definitivo. [ Apneia Obstrutiva do Sono. [ Pessoas que sofrem de apneia estão mais propensas a desenvolver HAS pois durante o sono de quem sofre esse distúrbio, a faringe relaxa e torna a passagem de ar estreita, provocando as vibrações que caracterizam o ronco, até se fecharem completamente e interromper a respiração. Como forma de resposta, o sistema nervoso simpático é ativado devido à baixa taxa de oxigênio e alta de gás carbônico, assim, a atividade simpática leva a um aumento da frequência cardíaca e consequentemente aumento da PA. Com o aumento da atividade simpática também ocorre o aumento das catecolaminas que são vasoconstritoras e promovem constrição dos vasos sanguíneos, aumento da contratilidade cardíaca e acionamento das células justaglomerulares da mácula densa produzindo renina e acionando o SRAA, tudo contribuindo com o aumento da PA. Além disso, estudos mostram que os níveis de endotelina em pacientes com apneia obstrutiva do sono são maiores que o de óxido nítrico, promovendo uma ação muito mais vasoconstritora do que vasodilatora. É importante destacar que pacientes que possuem esse distúrbio começam com HAS apenas durante o sono mas evoluem para HAS em vigília também. 10 – Terapia Medicamentosa da HAS. - A terapia medicamentosa é recomendada aos indivíduos com PA de 140/90 mmHg ou mais. Mais frequentemente do que o contrário, as combinações de agentes, com mecanismos anti- hipertensivos complementares, são necessárias pata atingir o alvo das reduções da PA. - A seleção dos agentes anti-hipertensivos e as combinações de agentes devem ser individualizadas, considerando idade, gravidade da HAS, outros fatores de risco para doença cardiovascular, comorbidades e considerações práticas relacionadas com custo, efeitos colaterais e frequência da dosagem. - Existem 4 classes de medicamentos principais na qual se baseia a terpia medicamentosa: a- DIURÉTICOS; b- ANTAGONISTAS DE CÁLCIO; c- iECA; d- BLOQUEADORES DO RECEPTOR AT1 (BRA); e- BLOQUADORES ADRENÉRGICOS; A – Diuréticos. - São aqueles que atuam nos néfrons favorecendo a liberação de sódio através da urina. Por conta da osmolaridade, mais agua também acaba sendo excretada, o que implica dizer que uso dessa medicação leva a uma redução do volume plasmático do paciente. Em uma primeira fase, essa redução do volume já consegue reduzir a PA, mas com o tempo o corpo vai se adaptando e é justamente aí que os diuréticos promovem a sua principal alteração que é a diminuição da resistência vascular periférica. A1 – Diuréticos Tiazídicos. - Mais conhecidos são a hidrocloritiazida, indapamida e a clortalidona. Eles atuam no túbulo distal dos néfrons inibindo o transporte de íons Na+ e Cl- para dentro da célula. Eles são os diuréticos mais suaves, com capacidade de aumentar em apenas 5% a excreção de sódio. - São os mais utilizados no tratamento da HAS, sendo por via oral. Ele leva 1-3 semanas para conseguir normalizar os níveis pressóricos do paciente. - Efeitos Adversos: Hipocalcemia (maior troca entre Na+ e K+). Hiperuricemia (competem com ácidoúrico no sistema secretor- onde são liberados). Hipercalcemia (inibe a secreção de Ca 2+ pois se da pela bomba Na+/ Ca2+). Hiperglicemia (em altas doses aumentam a resistência à insulina). Hiperlipidemia (aumenta a concentração sérica de colesterol). A2 – Diurético de Alça. - O mais utilizado é a furosemida e a bumetanida, que atuam na porção ascendente da alça de Henle, inibindo a bomba que joga Na+, K+ e Cl- para dentro da célula. - Estão indicados para pacientes que estão em uma condição endemigênica que necessite de uma perda hídrica acentuada (ICC e IR). É administrada por via oral e possui um efeito de 2-4h. - Efeitos adversos: Hipocalemia e Hiperuricemia. Hipovolemia aguda. Hipocalcemia (concentrado chega rico em Na+ e estimula a bomba na+/Ca2+ - com maiores níveis de cálcio na urina, aumenta-se os riscos de litíase). Hipomagnessemia. Ototoxidade (pode haver perda auditiva, principalmente se associado a antibióticos). A3 – Diuréticos Poupadores de Potássio. - Os principais são a espironolactona, amilorida e trianteno. Todos atuam no ducto coletor. A espironolactona atua inibindo o receptor intracelular da aldosterona, que sem esse estimulo a bomba de Na+/K+ não funciona, com mais sódio sendo liberado, o paciente também acaba tendo uma perda hídrica mas bem menos significante do que nos outros tipos de diuréticos, de modo que o diferencial é justamente a redução na excreção de potássio. - A espironolactona não deve ser usada isoladamente e sim associado a um tiazídico ou a um DIU de alça quando o paciente apresentar quadro de hipocalemia. - Efeitos adversos: Distúrbios gástricos. Mimetismo de esteroides (é quimicamente semelhante aos esteroides e por uso prolongado pode levar a ginecomastia nos homens e irregularidades menstruais nas mulheres) - Já no caso da amilorida e do triantereno, eles vão bloquear diretamente a bomba Na+/ K+, eles conseguem o mesmo efeito mas são independentes da ação da aldosterona. Entretanto, as duas drogas têm efeito diurético muito pequeno, de modo que devem ser associados com outro DIU. B- Bloqueador dos Canais de Cálcio (BCC). - Atuam reduzindo a resistência vascular. Essas drogas bloqueiam os canais de cálcio de células musculares lisas do tipo L, que são presentes em vasos sanguíneos e/ou de células musculares cardíacas. Sendo assim, como o cálcio é um fator indispensável para a contração muscular, essa função fica comprometida. B1 – Fenilalquilaminas. - Representante principal é o verapamil e esse possui atividade cardiosseletiva, ou seja, atua sobre os nós sinoatrial e atrioventricular lentificando o processo de condução elétrica - considerado uma droga bradicardizante. - Não podemos receitar para pacientes que tenham acometimento cardíaco, como insuficiência cardíaca ou algum problema de condução. - Efeitos adversos: Constipação (inibe canais de cálcio na musculatura lisa intestinal) B2 – Di – Idropiridínicos. - Como droga de 1° geração temos o nifedipino e com de 2° geração anlodipino, felodipino, isradipino, nicardipino e nisoldipino. - Essas drogas possuem uma ação maior sobre os vasos pois são vasosseletivos, especificamente nas arteríolas, diminuindo a entrada de cálcio nas células musculares lisas e com isso, provocam vasodilatação. - Efeitos adversos: Cefaleia, rubor e edema (pela vasodilatação). B3 – Benzodiazepinas. Representadas pelo diltiazem. Ela é o meio termo das duas primeiras, ou seja, possui um efeito no coração e também sobre os vasos do paciente. C – Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (iECA) e Bloqueadores de Receptores da Angiotensina (BRA). - Ambos os medicamentos atuam no SRAA. Vamos lembrar que a grande função desse sistema é promover um aumento da PA. Ele faz isso pois na parede das arteríolas aferentes situadas imediatamente antes dos glomérulos existem células especializadas chamadas de justaglomerulares. Elas são capazes de identificar quedas na PA e é justamente isso que serve de estimulo para que ela libere renina. Ela é produzida nos rins e atua catalizando a quebra da proteína hepática angiotensinogênio em angiotensi I que é convertida, através dos pulmões em agiotensina II, pela enzima ECA. É a angiotensina II quem atua na regulação da PA por meio de: 1- vasoconstrição periférica; 2- estímulo para que as glândulas adrenais liberem o hormônio aldosterona, que promove uma maior retenção de sódio e consequentemente agua, aumentando o volume plasmático. Sendo assim, ambos os medicamentos irão inibir o sistema SRAA. - Os iECA (benazepril, captopril, cilazapril, enalapril, ...) bloqueiam o SRAA ao inibir a ação da ECA no processo de conversão da angiotensina I para a II. Entretanto, depois de um tempo, por vias colaterais, o corpo consegue dar um jeito de normalizar os níveis de angiotensina II, mas isso não faz o paciente apresentar uma HAS descompassada. Isso é possível pois a ECA é responsável por degradar a bradicinina que possui ação vasoldilatadora, com o medicamento há um aumento de bradicinina, o que irá promover a ação de vasodilatação mesmo assim. A bradicinina atua na árvore respiratória fazendo broncoconstrição por isso seu principal efeito (iECA) ser a tosse e esse medicamento não ser recomendado para asmáticos. - Já os BRA (losartana, valsartana, ...) fecham os receptores da angiotensina II, impedindo a sua ação e, dessa forma, bloqueando o ciclo do SRAA. - É importante ressaltar que os iECA e BRA tem menos efeito hipotensor do que diuréticos e os BCCs (especialmente em negros). - 2 cuidados com esses medicamentos devem ser tomados: 1- Os dois medicamentos não devem ser usados de forma concomitante. 2- Ambos os medicamentos são bons para prevenir a ocorrência de lesão renal, mas, se a lesão já estiver instalada, eles são prejudiciais e precisam ser suspensos. O efeito que ambos promovem é a vasodilatação das arteríolas glomerulares eferentes e isso serve de proteção para os rins por diminuir a pressão dentro do glomérulo. Porém, quando a lesão se estabelece a TFG cai e aí a forma que o corpo tem de mantê-la normal é fazendo vasoconstrição das arteríolas eferentes. Portanto, se já houver uma lesão, essas drogas vão impedir um mecanismo compensatório do corpo e por isso não devem ser indicadas ao paciente com lesão renal. D – Betabloqueadores (BB). - Eles atuam bloqueando os receptores beta- adrenérgicos. - Sua ação é muito eficaz na redução da morbimortalidade de pacientes com HAS associada à coronariopatia ou à insuficiência cardíaca, nesses casos é um medicamento de 1° linha. - Eles podem ter ação seletiva, atuando apenas sobre os receptores beta-1 presentes no coração, ou não, atuando também sobre os beta-2 que estão nos vasos sanguíneos. - Dentre os não seletivos, os principais são o propanolol e o nasolol, que possuem como efeitos adversos claudicação intermitente e disfunção erétil. Já entre os seletivos estão as drogas como atenolol e metoprolol que possuem ação mais restrita ao coração, inicialmente reduzindo o DC e depois, promovendo redução da secreção de renina, a readaptação dos barorreceptores e a diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. OBS: carvedilol e nebivolol são outros exemplos de BB seletivos, mas que se destacam por apresentarem uma ação secundaria. O carvedilol ainda é capaz de bloquear alfa-1 e promover vasodilatação, de modo que é bastante utilizado em pacientes com ICC. Já o nebivolol é capaz de liberar óxido nítrico e por isso é benéfico no tratamento de pacientes que também possuem disfunção erétil. E – Bloqueadores Alfa-Adrenérgicos. - Os antagonistas pós-sinápticos seletivos alfa- adrenérgicos baixam a PA reduzindo a resistência vascular periférica. - São utilizados como monoterapia ou em combinação com outros agentes. Entretanto,não apresenta redução das taxas de morbidade e mortalidade cardiovasculares ou promoção de mais proteção contra ICC como outras classes de medicamentos. - Esses agentes também são eficazes no tratamento dos sintomas do trato urinário inferior em homens com hipertrofia prostática. Os antagonistas não seletivos ligam-se aos receptores pós e pré-sinápticos, sendo primariamente usados no tratamento de feocromocitoma. No caso de nosso paciente (Sr.Marcelo), foi receitado Losartana 50 mg, pela manhã. A losartana, a candesartana, a valsartana e a irbesartana (as chamadas sartanas) são antagonistas não peptídicos dos receptores AT1 (denominados bloqueadores de receptores de angiotensina, BRAS), ativos por via oral. Sinais e Sintomas apresentados pelo paciente. A – Cefaleia: é a dor referida na cabeça, acima dos olhos/orelhas, na parte posterior da cabeça (região occiptal) ou atrás do pescoço. - É uma queixa extremamente comum. B – Palpitações: é definida como a percepção desagradável dos batimentos cardíacos. - Os pacientes normalmente referem sentir desde uma vibração rápida até uma sensação de pulsação no pescoço. - Esse sintoma é frequente nos pacientes que procuram atendimento médico cardiológico. - Suas causas são diversas. Elas variam desde causas cardíacas e psiquiátricas, até o uso de medicamentos/substâncias ilícitas, e, algumas vezes a etiologia não é definida. C – Alteração na Libido: Ocasionalmente, a libido baixa pode ser um problema ao longo da vida resultante de experiências sexuais traumáticas na infância ou de supressão de pensamentos sexuais aprendida. No entanto, na maioria das vezes, a libido baixa se desenvolve depois de anos de desejo sexual normal. - Fatores psicológicos, tais como depressão, ansiedade e problemas de relacionamento, são muitas vezes a causa. - A doença renal crônica pode causar a diminuição da libido. Alguns medicamentos (por exemplo, aqueles utilizados para o tratamento da depressão, ansiedade ou câncer da próstata avançado) podem diminuir a concentração de testosterona no sangue e também a libido. 2 BULHAS RÍTMICAS COM DICRETA HIPERFONESE DE B2 EM FOCO AÓRTICO E AUSÊNCIA DE SOPROS. B2/ TÁ Diástole = Fechamento das valvas semilunares. Foco Aórtico Aorta Cardíaca. - A intensidade da segunda bulha cardíaca também depende de um conjunto variado de fatores, incluindo: os níveis de pressão arterial em território sistêmico ou pulmonar, a velocidade de variação da pressão arterial na diástole, o grau de fibrose e espessamento das valvas semilunares, a posição espacial relativa dos vasos da base do coração em relação à parede, bem como de fatores que facilitem, ou prejudiquem, a transmissão do som através da parede torácica. - É importante lembrar, ao avaliar clinicamente a intensidade do segundo ruído, que o componente pulmonar tem sua ausculta mais restrita ao foco pulmonar, enquanto o componente aórtico tem uma distribuição auscultatória mais ampla. Portanto, hiperfonese ou hipofonese poderão ser documentadas, clinicamente, dependendo da ocorrência dos fatores mencionados. - Obviamente, os fatores anatômicos e aqueles dependentes da dinâmica circulatória, que influenciavam a intensidade do primeiro ruído, têm o mesmo papel no que diz respeito ‡ segunda bulha. A presença de hipertensão arterial nos territórios sistêmicos e pulmonar é determinante de, respectivamente, hiperfonese do componente aórtico e pulmonar do segundo ruído. - Em contraposição, situações clínicas às quais se associam hipotensão nesses territórios, como ocorre nos estados de baixo débito cardíaco, estão associadas à hipofonese desse ruído. Tal mecanismo também está implicado na hipofonese de P2, documentada em cardiopatias congênitas, associadas a baixo fluxo pulmonar. - Hiperfonese do segundo ruído também pode ser detectada, quando a aorta (A2) ou o tronco da artéria pulmonar (P2) estão mais próximos da parede torácica, como é o caso em dilatações desses vasos ou, por exemplo, na transposição das grandes artérias e tetralogia de Fallot. Uma redução seletiva da intensidade do componente aórtico ou do pulmonar pode também ser observada em consequência da rigidez e perda de mobilidade dos folhetos valvares, como verificado na estenose valvar aórtica ou pulmonar. - Considerando-se a variação da normalidade, não é incomum considerarmos uma bulha normal, para um determinado indivíduo, como sendo hiper ou hipofonética. Assim, ao mencionarmos que a segunda bulha é hiperfonética no foco pulmonar, como ocorre nos contextos de hipertensão pulmonar de diversas etiologias, estamos identificando tal sinal, ao compararmos a fonese da segunda bulha no foco pulmonar com a fonese da segunda bulha no foco aórtico. Presença de Edema. - Presença de edema correspondente a 1 cruz Referências: 1 – Cecil; 2 – Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2020; 3 – Tratado de Cardiologia – SOCESP 3ª edição. CONCLUSÕES DO DEFLAGRADOR 2 ....
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