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Doenças desmielinizantes e Esclerose Múltipla Doenças da mielina: · Doenças adquiridas que se caracterizam por dano preferencial à mielina, com relativa preservação dos axônios; · Os déficits clínicos são consequências do efeito de perda de mielina na transmissão dos impulsos elétricos ao longo dos axônios; *capacidade limitada do SNC de regenerar Mielina, sendo assim maioria é irreversivel · Doenças agudas ou crônicas (epsidodios de surtos e de remissão, podem levar a déficits graves com prognostico ruim )*aguda monofásica= vem uma vez, pode gerar sequelas ou “desaparecer”; · Patogenias: - Destruição imunomediada - Esclerose múltipla e infecções; - Infecção dos oligodendrócitos – LEMP (vírus JC que é reativado); - Síntese ou manutenção prejudicada da mielina – leucodistrofias. Mielinólise pontina cerebral: · Doença aguda; · Perda da mielina na ponte e nas porções do segmento pontino, padrão simétrico; *não reversível *neurônios e axônios preservados · Surge em 2 a 6 dias após a rápida correção da hiponatremia, de distúrbios eletrolíticos; · Manifestações clínicas: Quadriplegia(não consegue movimentar) com rápida evolução, que pode ser fatal e levar a déficits graves (síndrome do encarceramento- paciente com lesão na ponte que está consciente porém não consegue movimentar-se ). Esclerose múltipla: · Doença desmielinizante autoimune caracterizada por episódios intermitentes de doença ativa, que produzem lesões na substância branca; · Doença desmielinizante que raramente tem início na infância ou após os 50 anos; · Afeta mais mulheres Curso clinico caracteriza por episódios de surto e remissão de duração variável; · Deterioração neurológica crônica, progressiva e incapacitante; · Curso clinico toma a forma de episódios de surto e remissão de duração variável caracterizadas por déficits neurológicos seguidos por recuperação parcial gradual das funções; · Patogenia: as lesões são causadas por uma resposta autoimune dirigida contra componentes da bainha de mielina; - Fatores genéticos e ambientais; - Mecanismo imunológico: A doença se inicia com Céls TCD4+ Th1 e Th17 reagindo contra antígenos da mielina e secretam citocinas; · Th1 - secretam interferon gama -> ativa macrófagos; · Th17 -> recrutam leucócitos; · Desmielinização é causada pelos leucócitos ativados e seus produtos lesivos; · Céls B e anticorpos (mecanismo ainda não conhecido). · Manifestações clínicas: Deficiência visual unilateral (neurite óptica) - manifestação precoce-, Ataxia, nistagmo, sinais em nervos cranianos, oftalmologia internuclear - envolvimento do tronco-, Prejuízo motor e da sensibilidade de tronco e membros, espasticidade e dificuldade no controle da função vesical - lesão da medula espinha; · Critérios diagnósticos: 1. Evolução recorrente e remissiva com, pelo menos, dois surtos separados por intervalo não inferior a um mês, ou; 2. Evolução lenta ou gradativamente progressiva durante, pelo menos, seis meses; 3. Sintomas neurológicos verificados, atribuíveis à lesão de mais de uma área do sistema nervoso central, predominantemente da substância branca; 4. Alterações características do LCR: Pleocitose mononuclear; aumentos das concentrações de globulina gama (IgG); 5. Habitualmente, início dos sintomas entre os dez e os cinquenta anos de idade; 6. Ausência de melhor explicação neurológica. Neuromielite óptica: *crônica · Síndrome com neurite óptica e desmielinização da medula espinal: - A neurite óptica é mais comum unilateral do que bilateral e essa resposta imune contra o nervo óptico e a medula espinhal ocorrem sequencialmente, o que pode acontecer em intervalo de anos. · Predileção por mulheres; · Pior recuperação após a primeira crise; · Patogenia: anticorpos contra aquaporina-4 (astrócitos);*aquapornia-4 é responsável pela integridade da barreia hematoencefalica · Manifestações Clínicas: Dor ocular, com perda total ou parcial da visão, Mielite com níveis significativos de plegia simétrica abaixo da lesão espinhal, Disfunção vesical e intestinal e Dores mielopáticas, espasticidade, espasmos tônicos. Leuconencefalopatia multifocal progressiva: · Indivíduos imunossuprimidos - AIDS, doenças linfoproliferativas crônicas ou mieloproliferativas, quimioterapia imunossupressiva; · A maioria das pessoas se expõem ao vírus JC na infância, porém não há doença associada a infecção primária; · A LEMP é causada pela reativação do vírus JC no quadro da imunossupressão; · Patogenia: O vírus JC tem como alvo os oligodendrócitos, as células que formam e mantêm as bainhas de mielina. A destruição destes causa perda da mielina, com relativa preservação dos axônios; · Manifestações clínicas: (insidiosas) - Alterações da personalidade, cognitivas e da linguagem, perda de memória, déficit visual, alterações sensitivo-motoras, inclusive hemiparesia, e declínio neurológico generalizado; - Convulsões, vertigens, cefaléia e afasia são menos frequentes; - Pacientes com lesão de fossa posterior apresentam disfunção cerebelar, como ataxia e dismetria; - Nos exames de imagem encontramos múltiplas lesões na substância branca nos hemisférios ou cerebelares, sem efeitos de massa e assimétricas; - Liquor: PCR para o vírus JC; Esclerose múltipla = acomete jovens e adultos, lesão por conta de Mo e leucócitos, gliose, células xantomatosas, Leuconencefalopatia multifocal progressiva = imunossuprimidos, reativação do vírus JC; Neuromielite optica = Sinais clínicos de distúrbios visuais, Ac contra aquaporina-4; Mielinólise pontina cerebral = correção rápida de hiponatremia, aguda, quadriplegia, sindorme do encarceramento;