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GABRIELA ERBETTA 2°PERÍODO 2020 APOSTILA DE DIREITO CIVIL I SUPRIMENTO DAS INCAPACIDADES REPRESENTAÇÃO -> Forma de suprimento da incapacidade, em princípio absoluta, na qual o representante pratica o ato no lugar do representado. -> Menor de 16 anos: os pais ou o tutor nomeado pelo estado irá o representar. Tutor: representa pessoas menores de 18 anos Curador: representa pessoas maiores de 18 anos ASSISTÊNCIA -> Forma de suprimento da incapacidade na qual o assistente atua em conjunto com o assistido -> é típico da incapacidade relativa, mas em alguns casos essa incapacidade terá que ser suprida pela representação quando: a) não for possível realizar a assistência (ex. coma) b) interdição judicial: o juiz vai determinar a extensão da incapacidade da pessoa interditada junto de uma equipe multidisciplinar Obs 1: Se a pessoa não for ébria habitual mas estiver bêbada no momento da celebração do negócio jurídico, ele não será válido, pois a pessoa não estava em condição de exprimir sua vontade por causa transitória, ou seja, será relativamente incapaz. Obs 2: Caput do artigo 4: diz que a pessoa com mais de 16 anos e menor de 18 anos pode -ser testemunha -fazer testamento sem estar assistida -votar - casar sem estar assistida, mas precisa da autorização dos pais AUSÊNCIA CONCEITOS - Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem deixar notícias e um responsável ou procurador para administrar seus bens. - Ausência é um procedimento judicial no qual se objetiva proteger os bens da pessoa tida como ausente. Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. FASES 1) Curadoria de Bens: - Deixou mandatário: ainda NÃO será declarada ausência 18 anos Sentença de Interdição Se tornou ébrio habitual Analisar se houve boa-fé (se sabia ou não da incapacidade da outra pessoa) ou não no momento da realização do negócio jurídico para que ele seja considerado válido ou não. Sentença de interdição: “Ex nunc” -> nunca retroage A partir do momento em que foi celebrado, em teoria todos tem conhecimento dele e se for realizado um negócio jurídico nesse período ele será válido apenas com assistência - Não deixou mandatário ou o que ele deixou não pode/não quer exercer a função ou ainda se não tiver poderes suficientes: é declara a ausência e se nomeia um curador OBS: Esse processo é interrompido se o ausente voltar vivo ou morto. 2) Sucessão Provisória: - Transcorrido 1 ano da declaração de ausência, da arrecadação dos bens do ausente e da nomeação do curador ou se ele deixou representante/ procurador, passados 3 anos do desaparecimento, poderão os interessados requerer a declaração de ausência e a abertura da sucessão de bens. - Os herdeiros receberão a herança do ausente, e os credores serão pagos. - A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito 180 dias depois de publicada a sentença pela imprensa. Entretanto, logo que a sentença passe em julgado já é feita a abertura do testamento, ao inventário e partilha de bens, como se o ausente fosse falecido. Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I- O cônjuge não separado judicialmente; II- Os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; III- Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV - Os credores de obrigações vencidas e não pagas. - Se depois de 1 ano da arrecadação de bens e não havendo interessados na sucessão provisória o MP pode requerê-lo. - Antes da partilha o juiz ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. - Para que o herdeiro tenha a posse provisória ele deve dar garantias de restituição dos bens por meio de penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos (navio e avião podem). Entretanto, aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. -Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. - Quem estiver na posse provisória responde legalmente pelo bem. - O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem. Caso não for, o sucessor provisório ficará com metade dos frutos e rendimentos e capitalizar a outra metade e prestar anualmente contas ao juiz competente. OBS: Esse processo é interrompido se o ausente reaparecer em um período de 10 anos, contados da abertura da sucessão provisória, e terá direito a reaver dos herdeiros todos os seus bens. Entretanto, se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. 3) Sucessão Definitiva: - Passados os 10 anos desde a abertura da sucessão provisória, os herdeiros ou o MP poderão requerer que se abra o a sucessão definitiva do ausente, quando então, adquirem os bens a título definitivo. - Uma vez aberta a sucessão definitiva o ausente se presumirá morto. - A sucessão definitiva poderá ser requerida também se o ausente for encontrado morto, tiver morte presumida ou se o ausente contar 80 anos e houver decorrido 5 anos de suas últimas notícias (pode passar da curadoria para definitiva nesse caso). Art. 37. Dez nos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. OBS: Esse processo é interrompido se o ausente reaparecer em um período de 10 anos após a abertura da sucessão definitiva, tendo o direito de receber os bens no estado em que estiverem. Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. NOME CONCEITO - É essencial que os sujeitos das relações jurídicas sejam individualizados, identificados, como titulares de direitos e deveres na ordem civil. O nome, é a designação pela qual a pessoa se identifica no seio da família e no seio da sociedade. - É um direito da personalidade (inerente, intransmissível, imprescritível e irrenunciável), individualiza a pessoa (na vida e após sua morte), e indica e procedência familiar. - Aspecto Público: o nome é o meio que o Estado tem de identificar a pessoa para lhe conferir direitos e deveres (ex: disciplinam a LRP, proibindo a alteração do prenome, salvo exceções expressamente admitidas). - Aspecto Individual: o nome é o meio como a própria pessoa será individualizada e identificada perante as demais pessoas. A pessoa exercerá seus direitos e deveres por meio de seu nome. É o próprio direito ao nome, no poder reconhecido ao seu possuidor de por ele designar-se e de reprimir abusos cometidos por terceiros (ex: contra usurpação, direito autoral,contra à exposição ao ridículo). ELEMENTOS prenome + sobrenome (patronímico ou apelido de família) + agnome - Prenome: Nome próprio de cada pessoa e serve para distinguir membros da mesma família. Pode ser simples ou composto. Dentro do nome composto, ele pode ser duplo, triplo ou quádruplo. OBS: Irmãos e irmãos gêmeos não podem possuir o mesmo prenome, a não ser que seja duplo, estabelecendo a distinção. Nesse sentido, devem ser registrados com prenome duplo ou com nome completo diverso. - Sobrenome: Identifica a família da qual a pessoa pertence, transmissível por sucessão. Pode ser simples ou composto. - Agnome: Tem a finalidade de diferenciar nomes igual dentro de uma mesma família (ex: neto, júnior, bisneto, 1°/2°). OBS: Não são elementos do nome o cognome e alcunha (apelidos, muitas vezes depreciativos). PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE DO NOME - A estabilidade dos nomes é importante para a promoção da segurança jurídica. Algumas mudanças são previstas em lei, enquanto outras são fruto de jurisprudência. - Em regra, o nome é imutável, entretanto, existem exceções: 1) Direito Potestativo ao alcançar a maioridade: Art. 56 da LRP: “O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa.” OBS: Nesse caso não é necessário autorização judicial, pode ser realizada diretamente no cartório de registro civil. 2)Transgênero: É permitido ao transgênero a alteração de seu prenome de registro pelo o qual ele se identifica, juntamente de seu gênero desde que não haja prejuízo aos apelidos de família. Não é necessário autorização judicial, pode ser realizada diretamente no cartório de registro civil (ADI 4275). Tal mudança não está mais condicionada à realização da operação de transgenitalização ou terapia hormonal. 3) Retificação em caso de erro gráfico: A retificação (não é mudança) de prenome em caso de evidente erro gráfico e de “outros erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção”. Ou seja, nos casos que constatam erros gráficos, não há necessidade de ação judicial, pode ser realizada diretamente no cartório de registro civil. Art. 110. O oficial retificará o registro, a averbação ou a anotação, de ofício ou a requerimento do interessado, mediante petição assinada pelo interessado, representante legal ou procurador, independentemente de prévia autorização judicial ou manifestação do Ministério Público, nos casos de: I - Erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção; 4) Exposição da pessoa ao ridículo: - Os oficiais devem recusar o registro de prenomes que exponham seus portadores ao ridículo. A alteração de nome, justificada pela exposição ao ridículo, dependem de, perante o juiz, um procedimento de retificação no nome, estabelecido de acordo com o art. 109 da LRP (depende de processo judicial), e publicado na imprensa. Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei (erros gráficos notórios). 5)Proteção à testemunha ou depoente: Art. 57. § 7° Quando a alteração de nome for concedida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da alteração, sem a averbação do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração. - Nesta hipótese pode-se solicitar, a mudança de nome e sobrenome. Tal possibilidade é de extrema importância para a promoção da segurança e proteção de testemunhas ou depoentes. - Tal proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha, conforme o especificamente necessário em cada caso. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6015consolidado.htm#art110.. 6) Adoção: Art. 47, §5º do ECA: “A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome.” - Possibilidade de mudança total do nome (prenome e sobrenome) do indivíduo adotado, desde que não prejudique a identificação/identidade da pessoa (por exemplo: caso de recém-nascido é fácil a modificação de nome e prenome). - O adotado, não pode preservar o sobrenome de seus pais de sangue, como consequência do desligamento dos vínculos de parentesco, sendo acrescentado ao seu, obrigatoriamente, o sobrenome do adotante. Prenome não há obrigatoriedade em sua modificação. 7) Tradução de nome grafado em língua estrangeira: Art. 71 da lei nº 13.445: § 1º No curso do processo de naturalização, o naturalizando poderá requerer a tradução ou a adaptação de seu nome à língua portuguesa. § 2º Será mantido cadastro com o nome traduzido ou adaptado associado ao nome anterior.” - O estrangeiro, em seu processo de naturalização pode pedir que seu nome seja traduzido ou adaptado à língua portuguesa. Tal medida serve até mesmo para evitar prejuízos na identificação da pessoa e a exposição ao ridículo do indivíduo. MUDANÇA DE SOBRENOME 1) Inclusão de apelidos notórios ou alcunha: Art. 58, LRP: “O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios.” - É a permissão legal para acrescentar apelido público notório ou substituir o prenome por ele, desde que o apelido seja lícito. Exemplo é do Presidente, que acrescentou o apelido Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) ao seu nome completo. - É possível substituir o prenome pelo apelido ou fazer uma adição intermediária. 2) Homonímia: - A homonímia ocorre quando há a existência de normas iguais. É um fenômeno que ocorre principalmente em razão da existência de nomes muito comuns, e que pode promover a insegurança nas relações sociais e jurídicas. - Para corrigir problemas resultantes de homonímia, permite-se, conforme precedentes jurisprudenciais, que se acresça uma outra designação ao nome, seja prenome ou apelido de família. - Jurisprudencial, não está presente na lei. 3) Casamento: Art. 1565, §1º, do CC: “Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.” - É necessária ação de retificação de registro civil. - A adoção do sobrenome pelos cônjuges é facultativa, entretanto, não pode suprimir ou substituir o seu próprio sobrenome. 4) Divórcio: Art. 1571, §2°: “Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.” - Em regra, quando se há o divórcio, o sobrenome de casado se retorna ao sobrenome de solteiro. Entretanto, existem exceções, como no caso em que o sobrenome de solteiro está intimamente ligado à identidade/identificação do indivíduo, fazendo com que o uso do nome de casado seja conservado. 5) Exclusão de sobrenome em casos de abandono material e psicológico do ascendente: - Quando pais abandonam os filhos fisicamente ou psicologicamente, o trauma pode ser tamanho que a pessoa não queira carregar o sobrenome deste, uma vez que não desenvolve vínculos afetivos. Visa minimizar o dano emocional causado ao abandonado. - Não está previsto legalmente, mas a jurisprudência admite esta hipótese. ESTADO CONCEITO Status: modo de ser de uma, no que diz respeitoa soma das qualificações de um indivíduo na sociedade, hábeis a produzir efeitos jurídicos. ESPÉCIES → Em Roma: a) Libertatis: homem livre ou não - mínima, média ou máxima) b) Civitatis: cidadão romano ou não c) Familiae: a qual família pertence → Atualmente: a) Individual: modo de ser de uma pessoa no que tange as suas características próprias, como idade, sexo, cor, estado de saúde, altura etc. b) Familiar: modo de ser da pessoa dentro da família. c) Político: modo de ser da pessoa no que diz respeito a sociedade política, conforme o Art. 12 da CF/88, podem ser: - Brasileiro nato: nacionalidade adquirida em função do nascimento; - Brasileiro reconhecido: nacionalidade adquirida por morar em domicílio dos pais brasileiros, mesmo que eles tenham nascido em outro país; - Brasileiro naturalizado: nacionalidade adquirida através de consentimento judicial, ou seja, os pais da pessoa não são brasileiros, a própria pessoa não é brasileira, mas pediu ao Poder Judiciário para que fosse reconhecido como brasileiro. Enfim, nacionalidade em função judicial. OBS: Art. 12 § 2º. A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. CARACTERÍSTICAS 1) Indisponibilidade: não se pode transpor seu estado para ninguém, nem gratuita ou onerosamente, uma vez que o estado é inalienável e irrenunciável. 2) Indivisível: a pessoa não pode ter 2 estados ao mesmo tempo (ex. não tem como ser casado e solteiro ao mesmo tempo). - Exceções: dupla nacionalidade, pai que estupra e engravida a filha. 3) Imprescritibilidade: não se perde o estado em razão da passagem do tempo. - Prescrição: perda de algo em razão da passagem do tempo. DOMICÍLIO CONCEITO É o local onde as pessoas podem ser encontradas para responderem pelas suas obrigações (ex. fixação de competências para ação judicial). DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL Lugar onde a pessoa natural de modo definitivo estabelece a sua residência e o centro principal de sua atividade (Art.70). -Elemento subjetivo: é o ânimo definitivo, ou seja, intenção da pessoa de fixar seu domicílio. - Elemento objetivo: residência Domicílio = residência + ânimo definitivo ESPÉCIES a) Domicílio Voluntário: a.1) Geral/comum: Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. a.2) Especial: a.2.1) Do contrato: lugar onde as obrigações referentes ao contrato serão cumpridas. Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. a.2.2) De Eleição: é o lugar escolhido no contrato, onde vai, eventualmente, ser movida alguma ação judicial referente àquele contrato. b) Domicílio Profissional: Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. c) Domicílio Legal/Necessário: Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. - Teoria do Domicílio Aparente: Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. - Mudança de Domicílio: Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. - Pluralidade Domiciliar: Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações -> EXEÇÃO, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. -> REGRA GERAL § 1 o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2 o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se- á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. DIREITOS DA PERSONALIDADE CONCEITO Os direitos da personalidade são indestacáveis da pessoa do seu titular e decorrem da própria situação jurídica de personalidade. Além disso, são em boa medida, os direitos fundamentais ou humanos, encarados do ponto de vista das relações privadas. CARACTERÍSTICAS 1)Indisponíveis: são direitos irrenunciáveis e inalienáveis, ou seja, que não podem ser dispostos onerosa ou gratuitamente. Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. - Enunciado 4 da I Jornada de Direito Civil: “O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanentemente nem geral.” Ex: Reality Shows – os participantes abrem mão, de forma voluntária, temporariamente do direito à intimidade e privacidade. 2) Absolutos: impõem a todos um dever de abstenção, de respeito. Possuem caráter geral – inerente a toda pessoa humana. - “oponibilidade erga omnes”: contra todos. Significa que todos devem respeitar os direitos da personalidade dos outros. 3) Ilimitáveis: o rol/lista de direitos da personalidade é meramente exemplificativo - números apertus (oposto de numerus clausus) – ou seja, não são taxativos. 4)Imprescritíveis: os direitos da personalidade não se extinguem pelo uso ou decurso do tempo, nem pela inércia na pretensão de defendê-los. - Não confundir com o reflexo patrimonial dos direitos da personalidade, os quais são sujeitos a prescrição. 5) Impenhorabilidade: não podem ser objetos de penhora, ou seja, o ato de constrição patrimonial/pagamento de obrigações. - Penhora (ato judicial, emitido por juiz, no qual se apreende bens do devedor para que se cumpra o pagamento da dívida assumida) ≠ Penhor (devedor entrega um bem móvel ao credor como forma de garantia de cumprimento da dívida Obs: Os reflexos patrimoniais eventualmente decorrentes dos direitos da personalidade podem ser objeto de penhor. 6) Não sujeição a desapropriação: por sua natureza intrínseca a noção de personalidade, os direitos da personalidade não podem ser desapropriados. - Desapropriação é a perda de algum bem por vontade do estado. Operada independente da vontade do particular, tendo em vista a supremacia da vontade pública. 7)Vitalícios: os direitos da personalidade acompanham a pessoa durante toda a sua vida, podendo até mesmo vir antes ou permanecer após a morte. DISCIPLINA LEGAL Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. – Ex. DP -Tutela preventiva: sob ameaça de lesão (ex. medida cautelar).-Tutela repressiva: após a lesão (ex. pagamento de indenizações por danos morais/materiais). Ex: Pornografia de vingança – ameaça de divulgação de fotos íntimas, o que rompe com vários direitos da personalidade, assim pode ser feita uma tutela preventiva de tais direitos. Tal ação é proibida no CP pela lei Carolina Dieckmann. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. - Figura dos lesados indiretos: são as pessoas que são indiretamente lesadas por violação dos direitos da personalidade da pessoa morta. (irmãos, tios, sobrinhos, tios- avós e sobrinhos netos) Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso (proibido) o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. - O parágrafo único prevê a exceção da doação de órgãos, que se realizará na forma da Lei n. 9.434/1997. -Cirurgia de transgenitalização pode ser: 1) entendida por uma minoria da doutrina como proibida pelo Art. 13, mesmo que não houvesse eficácia prática. 2) é um caso de exigência média. 3) é permitida, pois caso o Art. 13 proibisse tal ação, poderia ser considerado inconstitucional. Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. - Quando a pessoa morre como um indigente (desconhecido) seu corpo também pode ser doado para fins científicos. Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. - No caso de transfusão de sangue em testemunhas de Jeová, se adota o Enunciado 403 da V Jornada de Direito Civil: “O direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) Capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) Manifestação de vontade livre, consciente e informada; c) Oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante. Enunciado 533 da VI Jornada de Direito Civil: ‘O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos”. - Assim, se alguém constranger um testemunha de Jeová, por ter feito um procedimento médico de urgência constitui crime listado no CP: Art. 146 do CP: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. - O nome está consagrado no art. 16, CC, que o assegura e expõe sua composição por prenome e sobrenome (ou apelido de família ou patronímico). Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. - Os Arts. 17 e 18 restringem a utilização do nome por terceiros, vedando publicação ou representação que o exponha ao desprezo público ou o utilize em propaganda comercial sem autorização de seu titular. Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. - No caso de uso fins lícitos. Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo/interferência na indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. - Protege-se a imagem e a liberdade de expressão, assegurando a individualidade da pessoa. Em seu início, no entanto, abre espaço para relativização desses direitos. - A respeito de biografias não autorizadas, na ADI 4815, o STF decidiu que é “inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas).” Há, pois, uma inconstitucionalidade parcial, que não invalida todo o artigo, mas atinge apenas um de seus sentidos. - Figura dos lesados indiretos: serão somente o cônjuge, ascendentes e descendentes. Houve uma incongruência entre o PU do 12 e do 20, pois o 20 não inclui os colaterais de até 4° grau. Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. - Não se considera, pois, violação da vida privada a mera publicação de biografia não autorizada. No entanto, o abuso nessa manifestação biográfica, quando provocar efetiva violação da intimidade ou da privacidade, poderá suscitar as tutelas inibitória e indenizatória. DIREITOS DA PERSONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA -Entidades a que a lei confere personalidade jurídica, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e deveres. - Possui um patrimônio autônomo do da Pessoa natural. Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. TEORIAS - Teorias de ficção: defendem que as pessoas jurídicas são uma ficção, uma abstração, uma invenção que só tem existência no âmbito das ideias, mas não tem existência social. Obs: Se essa fosse adotada, o Estado que é uma PJ seria uma ficção e assim o direito também. - Teorias da realidade: as Pessoas Jurídicas são reais e reconhecidas pelo direito e atribui a elas a pessoa jurídica. Requisitos de Constituição de uma pessoa jurídica - Se for uma sociedade, o ato jurídico é um contrato social. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. ENTES DESPERSONALIZADOS - São entes que não são dotados de personalidade jurídica, assim não possui a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres (estão no meio-termo entre bens e pessoas). - Não possui personalidade jurídica, mas em certos casos podese fazer presente em juízo e praticar atos da vida civil, quando a lei autorizar e representados por alguém. Ex: condomínios edilícios; massa falida (bens deixados por uma PJ que faliu). - Orlando Gomes diz que não tem diferença entre capacidade de direito e personalidade jurídica. - Já Fábio Ulhôa Coelho diz que embora os entes despersonalizados não tenham PJ, nos casos em que a lei autoriza, ele tem capacidade de direito. - Sociedades irregulares/de fato: grupo de pessoas que se uniu para um fim específico, mas não cumpriram os requisitos necessários para constituir uma PJ, por isso não possuem personalidade jurídica. Podem se fazer presente em juízo, mas se for processada, quem responde são os sócios. Pluralidade de pessoas Pluralidade de bens (Há exceções) Finalidade específica Registro dos atos constitutivos CLASIFICAÇÕES DAS PESSOAS JURÍDICAS a) Nacionalidade: as PJ podem ser nacionais ou estrangeiras (sempre é necessária a autorização do Poder Executivo Federal). Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração. Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira. b) Estrutura interna: Obs: Empresa é aquela que exerce atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. - Ter CNPJ faz alguém ser PJ? NÃO, pois até mesmo PN podem ter, para facilitar a fiscalização da receita federal. c) Função/órbita de atuação: as PJ podem ser de direito público, interno ou externo, e de direito privado (Art.40) Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV-as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. (ex. anatel) Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; (é de direito privado pois o estado é laico) V - os partidos políticos. VI- as empresas individuais de responsabilidade limitada CORPORAÇÕES “universitas personarum”- formadas por uma pluralidade de pessoas. FUNDAÇÕES “universitas bonorum”- formadas por uma pluralidade de bens, a qual não pode ter finalidade lucrativa. ASSOCIAÇÕES não podem ter finalidade lucrativa (ex. Clube Atlético Mineiro/ APAE) SOCIEDADES devem ter, obrigatoriamente, uma finalidade lucrativa. EMPRESÁRIAS (se organiza com o elemento de empresa) SIMPLES (não se organiza com o elemento de empresa) §3° Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. Obs: Art. 7º da Lei de Partidos Políticos - O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral. ASSOCIAÇÕES - Espécie de corporação. - PJ formada por uma união de pessoas (mín. 2). - Não podem ter finalidade lucrativa. Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. - Só existe a relação entre associado/associação, não entre os envolvidos. Obs: O direito constitucional de reunião é esporádico, já o direito de associação é perene. - Ninguém é obrigado a se associar ou permanecer associado. (Art. 5° da Const.) - O registro do seu estatuto deve ser levado ao cartório de registro das pessoas jurídicas. - Joia: valor pago para se associar. Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: I – destituir os administradores; II – alterar o estatuto. Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê- la. - A Assembleia Geral é o órgão deliberativo máximo. Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1 ° Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. (ex. mensalidades, voltam para o associado) § 2° Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. FUNDAÇÕES - Pluralidade de bens com uma finalidade definida, não podendo ser lucrativa. - Causa Mortes: Criada para produzir efeitos após a morte de seu constituidor. São constituídas por um testamento, que posteriormente é levado a registro. - Intervivos: Criada para produzir efeitos durante a vida de quem a criou. São constituídas mediante escritura pública, que posteriormente é levada a registro. Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII– pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – Atividades religiosas. - Dilma considerou inconstitucional e inconveniente a habitação de interesse social (inciso X Art. 62 do CC) como finalidade de fundação, tendo em vista que podem gozar do benefício fiscal chamado de imunidade segundo os requisitos do Art. 14 do código tributário nacional. A presidente atuou dessa forma, pois a fundação vai atuar no mercado contra sociedades (que paga impostos) mas pagando menos tributos, gerando uma competição desigual, a qual seria inconveniente e feriria preceitos constitucionais como a proteção da ordem concorrencial e a igualdade. - O veto pode se fundar em razões políticas (de conveniência ou inconveniência) ou em razões jurídicas (inconstitucionalidade do dispositivo). Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado/ordem judicial. Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente (MP), com recurso ao juiz. Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. - MP fiscaliza as fundações, mesmo sendo elas de direito privada, pois as fundações possuem finalidades importantes para toda coletividade.] Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. § 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister/essencial que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; - tem como finalidade evitar que haja mudanças conforme conveniências políticas pontuais. III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. - Exemplo de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias. – Exemplo de aplicação do princípio democrático nas fundações, visto o respeito à minoria. Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando- se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. – Evitar uma distribuição travestida de lucros entre os integrantes. SOCIEDADES - Corporações formadas pela união de pessoas, que se organizam para fins econômicos/lucrativos. - Ato constitutivo: contrato social - Exceção: Sociedade limitada unipessoal (SLU - 219) Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 ou mais pessoas. § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social. Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. EMPRESAS INDIVIDUAIS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA - “EIRELI” - Formada por 1 só pessoa, protegida pela pessoa jurídica no exercício da sua atividade. Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 vezes o maior salário-mínimo vigente no País. § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. §3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. § 7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. A principal diferença que se observa quanto ao Empresário Individual é que na EIRELI a responsabilidade do empresário é limitada, ou seja, o patrimônio pessoal do titular não responde pelas dívidas da empresa, salvo exceções previstas em lei. Entretanto, para sua constituição, é necessário observar algumas exigências específicas da lei. Uma delas é que a empresa precisa, obrigatoriamente, ter um capital social mínimo de 100 (cem) salários- mínimos correspondente ao ano vigente, o qual deve ser totalmente integralizado. A lei também permite constituir a EIRELI a partir da concentração das quotas de outra modalidade societária já registrada com outro regime jurídico em um único sócio, independente do motivo, convertendo-a nesta modalidade. HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DA PJ - Art. 1028, 1033. OBS: eventual dissolução ou falência da PJ não faz com que ela perca sua personalidade jurídica (art. 51), só ocorre quando se dê a liquidação de seu patrimônio. - A liquidação é um procedimento destinado a apuração do ativo (bens e direitos) e a satisfação do passivo (dívidas) do patrimônio. Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. § 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução. § 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. § 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. DESCONSIDERAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DA PJ - Afastamento episódico da autonomia patrimonial existente entre a PJ e seus sócios, membros, instituidores etc. por conta da prática de algo que for considerado como abuso (uso anormal). - Nesse caso os sócios deixam de ser protegidos pelo véu da PJ (lifting of corporateveil) - Fábio Conder Comparato: teoria objetivista – buscou a lógica do artigo 135 do CTN para dizer que se deve desconsiderar a PJ em certos casos. -Linhas de pensamento: 1)SUBJETIVISTA: para que haja desconsideração da PJ deve ter comprovação da existência de má fé/intenção de prejudicar. 2) OBJETIVISTA: exige a constatação de critérios objetivos para que haja ou não a desconsideração da PJ (ADOTADA NO BR) Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. § 3º O disposto no caput e nos § 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (desconsideração inversa – sair do patrimônio da PN para cobrar da PJ) § 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. desconsideração inversa § 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. § 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. OBS: Atuação por ofício do juiz = ação sem requerimento - TEORIAS: 1) MAIOR: Exige a presença de mais requisitos para que ocorra a desconsideração (+ requisitos = - casos de desconsideração) -> ADOTADA PELO CC (abuso da pj). 2) MENOR: Exige a presença de menos requisitos para que ocorra a desconsideração -> Adotada pelo Código de defesa do consumidor e na lei de crimes ambientais. BENS - São objetos de direito - São coisas materiais, concretas, fúteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial, economicamente apreciáveis - Podem ser: a) Corpóreos: tangíveis (ex. celular) b) Incorpóreos: intangíveis (ex. direito de imagem) - Para uma coisa ser um bem, ela precisa ser dotada de expressão econômica. -> CLASSIFICAÇÃO: a) Bens Imóveis Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. (ex. janelas) a.1) Imóveis por natureza: solo, subsolo e espaço aéreo a.2) Imóveis por acessão natural: todos aqueles bens que se incorporarem ao solo de forma natural (ex. árvores, mar) a.3) Imóveis por acessão artificial: todos aqueles bens que se incorporarem ao solo por força humana (ex. edifícios, postes de luz) a.4) Imóveis por determinação legal: são bens considerados imóveis por força de lei para dar maior segurança a determinadas relações jurídicas. OBS: os direitos reais sobre bens imóveis também são bens imóveis e as ações que asseguram os direitos reais (direito sob propriedade) sobre imóveis também são bens imóveis para efeitos legais b) Bens Móveis Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; (seu furto é crime) II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. (direito obrigacional de receber o pagamento de uma dívida) COISAS BENS Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. b.1) Móveis semoventes: animais – dotados de movimento próprio (na França eles passaram a ser considerados seres sencientes, categoria que ainda não existe no BR) b.2) Móveis propriamente ditos: suscetíveis de remoção por força alheia b.3) Móveis por determinação legal: o Código Civil confere natureza de bem móvel a bens imateriais visando facilitar a proteção jurídica destes. b.4) Móveis por antecipação: são os bens que se incorporam ao solo com a intenção de futuramente separar-se deste, convertendo-se em móvel (ex. árvores que são plantadas justamente para serem cortadas posteriormente). c) Bens Fungíveis Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. (ex. canetas, dinheiro etc.) - A fungibilidade, portanto, é relativa, posto que não resulta apenas da vontade da Lei, podendo, por vezes, resultar da vontade humana. Assim, determinado bem pode ser fungível até que lhe seja atribuída determinada característica específica. d) Bens Infungíveis - São bens que não podem ser substituídas por outros em virtude de uma característica própria que tenham, que o torne individual. Seu empréstimo chama-se comodato (ex. livro autografado, quadro etc.) - Se um bem for imóvel, em regra será infungível. e) Bens Consumíveis Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. e.1) Consuntibilidade material: bens cujo uso leva a destruição imediata (ex. frutas etc.) e.2) Consuntibilidade jurídica: bens destinados a transferência/alienação (ex. carros, roupas etc.) - Não se pode confundir bens consumíveis com bens fungíveis, embora geralmente as coisas fungíveis sejam consumíveis e as infungíveis inconsumíveis. f) Bens Inconsumíveis - São bens que não são destruídos pelo seu uso. Eles admitem o uso reiterado sem alteração de sua substância (ex.: carro, livro) g) Bens Divisíveis Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. (ex. água, ouro) Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. h) Bens Indivisíveis - São bens que não podem ser fracionados sem que percam suas propriedades, suas características, sua substância. Ao serem partidos deixam de ser o que era (ex. relógio, carro etc.) - A indivisibilidade de um bem pode resultar de três diferentes fontes: h.1) Da lei (jurídica): como as hipotecas; os imóveis rurais (que não podem ser divididos em frações inferiores a um módulo regional); os lotes (que não podem ter área inferior a 125 metros quadrados etc). h.2) Da vontade das partes (convencional): como as ações. Nesta hipótese o acordo tornará a coisa comum indivisa, por não mais que cinco anos, podendo este prazo ser prorrogado posteriormente. Pode, ainda, ser estabelecida pelo doador ou pelo testador. h.3) Da natureza (físicaou natural): são os que não podem fracionar sem alteração da sua substância, diminuição de valor ou prejuízo, como o carro. i) Bens Singulares Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. j) Bens Coletivos Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. j.1) Universalidade de fato: Pluralidade de bens singulares pertinentes a mesma pessoa e tenha destinação unitária (ex. coleção, bibliotecas etc.) j.2) Universalidade de direito: Pluralidade relações jurídicas pertinentes a mesma pessoa que sejam dotadas de valor econômico. No entanto, a Lei atribui a essas coisas um caráter unitário (ex. patrimônio, uma herança, a massa falida etc.) É formado por um complexo de relações jurídicas com vínculo resultante exclusivamente da lei. k) Bens Principais Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. (ex. solo) - Princípio da gravitação jurídica: os bens acessórios vão seguir a sorte o bem principal (accessorium sequitur suum principale), assim, a existência do bem acessório depende da existência do bem principal. Porém o contrário não é verdadeiro. l) Bens Acessórios - Bens cuja existência supõe a existência de um principal (ex. a cláusula penal, que é acessório de obrigação principal; a árvore, que é acessório do solo; a fiança, que é acessória da locação etc.) - Espécies: l.1) Frutos: utilidades que a coisa periodicamente produz, cuja colheita não diminui o valor nem a substância da fonte. Podem ser: - Naturais: surgem da força orgânica da própria natureza - Civis: surgem dos rendimentos produzidos por uma coisa em virtude da utilização por outrem que não o proprietário do bem – aluguel - Industriais: surgem da força humana – produtos l.2) Produtos: utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade (ex. mina de ouro) Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. l.3) Pertenças: Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes do bem principal, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro (ex. decoração da casa, tratores da fazenda etc.). São uma exceção pois não seguem a sorte do bem principal, mas quando disposto em lei que devem seguir, por manifestação de vontade das partes ou devido as circunstâncias do caso (ex. república), deixam de ser uma exceção (comprar com porteira fechada – com pertença ou aberta – sem pertença). Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. l.4) Benfeitorias: são obras que se realizam na coisa. Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1° São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. (ex. fonte, jardim) § 2° São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. (ex. garagem, elevadores) § 3° São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. (ex. conserto de uma infiltração) Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. m) Bens Públicos X Privados Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; - Podem sofrer restrições, assim como o de uso comum. III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. – Aquele que não está afetada a uma finalidade específica. Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. – adquirir a propriedade de um bem para uso prolongado, sem oposição do titular de tal propriedade. Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. n) Bens de Família - Via de regra é impenhorável - Ato inter-vivos ou causa-mortes Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial. Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. – Exceção de impenhorabilidade n.1) Legal: determina a impenhorabilidade do imóvel residencial, independentemente da instituição do bem de família convencional. O bem de família legal é instituído sem uma série de formalidades que o convencional possui, por exemplo, não depende de escritura, de registro, e não torna o imóvel inalienável. (lei 8.009/90) – 1 imóvel n.2) Convencional: pode ser instituído pelos cônjuges, pela entidade familiar ou por terceiro, mediante escritura pública ou testamento, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido das pessoas que fazem a instituição – o limite estabelecido pela legislação visa proteger eventuais credores (artigo 1.711/CC – mais raro) - + de 1 imóvel Súmula N. 364 do STJ O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. FATOS JURÍDICOS 1) Conceito: Fato: acontecimento (ex. piscar os olhos). Fato jurídico: acontecimento do mundo fático relevante para o direito (ex. celebrar um contrato). a) Fatos jurídicos “stricto sensu”: todo acontecimento que produz consequências jurídicas provocado pela natureza (ex. raio, enchente etc.). No caso concreto podem ser classificados como: a.1) Ordinários: dentro da ordem natural das coisas a.2) Extraordinários: aquilo que foge do ordinário b) Fatos ou Atos jurídicos “lato sensu”: todo acontecimento que produz consequências jurídicas provocado por ação humana (somente o ser humano pratica ação dentro do mundo jurídico). b.1) Ilícitos => Atos ilícitos: são atos praticados com violação ao dever geral de não lesar a outrem (“neminem laedere”), o qual gera consequências. b.2) Lícitos: - Atos jurídicos “stricto sensu”: sãofatos humanos que nascem da vontade, mas cuja os efeitos decorrem sobretudo da lei, ou seja, não há autonomia para a escolha dos efeitos, mas existe autonomia para a realização do ato (ex. reconhecimento espontâneo de filho). - Negócios Jurídicos: são fatos humanos que nascem da vontade, assim como define seus efeitos. São a expressão maior da autonomia privada, uma vez que a vontade não só dá início ao negócio, mas também rege seus efeitos - efeito jurígeno da vontade (ex. contratos, testamento). - Atos-fatos jurídicos: são fatos humanos nos quais a vontade é irrelevante, com foco na consequência jurídica (ex. achado de tesouro - achádego). Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior. 2) Negócio Jurídico Segundo Caio Mário da Silva Pereira, negócio jurídico é um pressuposto de fato, querido ou posto em jogo pela vontade e reconhecido como base do efeito jurídico perseguido. OBS: Todo negócio jurídico é um fato jurídico em sentido amplo Finalidade Negocial: adquirir, modificar, conservar ou extinguir direitos (ex. compra e venda, contrato de fiança bancária). Escala/Escada Ponteana ou Tricotomia existência-validade-eficácia ou Planos do negócio jurídico: a) Existência: o que não existe não produz efeitos a.1) vontade a.2) agente a.3) objeto a.4) forma b) Validade: artigo 104 do CC b.1) vontade livre e consciente b.2) agente capaz b.3) objeto lícito, possível, determinado ou determinável b.4) forma prescrita ou não defesa em lei c) Eficácia: capacidade do negócio jurídico estar ou não produzindo efeitos. Excepcionalmente, um negócio jurídico inválido, anulável ou nulo poderá produzir efeitos e um válido não produzir. 3) Classificação dos Negócios Jurídicos a) Quanto ao número de declarantes ou declarações de vontade podem ser: -Unilaterais: 1 declarante ou declaração de vontade (ex. testamento) - Bilaterais: 2 declarantes ou declarações de vontade (ex. contrato de compra e venda de uma casa) - Plurilaterais: + de 2 partes ou declarações de vontade (ex. sociedades - contrato social, contrato de consórcio) b) Quanto às vantagens patrimoniais podem ser: - Gratuitos: apenas uma das partes obtém vantagens patrimoniais (ex. contrato de doação) - Onerosos: ambas as partes obtêm vantagens patrimoniais (ex. compra e venda de um carro) - Neutros: não possui uma acepção patrimonial (ex. bem de família convencional) - Bifrontes: a depender do caso concreto podem ser gratuitos ou onerosos (ex. contrato de depósito) c) quanto ao momento de produção dos efeitos: - “Inter vivos”: feito para produzir efeitos durante a vida de uma pessoa - “Causa mortis” ou “mortis causa”: feito para produzir efeitos após a vida de uma pessoa (ex. testamento, constituição de bem de família) 4) Validade dos Negócios Jurídicos Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. a) Lícito: não contraria nem a lei nem a ordem publica nem os bons costumes b) Impossibilidade Jurídica: além do objeto ser ilícito, ele é impossível do ponto de vista material OBS: se o objeto for impossível e ilícito ele será nulo c) Determinável: ainda não está determinada, mas pode vir a sê-lo (ex. vender uma caneca branca) Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. d) Determinado: ex. vender a caneca branca que está no mostruário e) Forma prescrita ou não defesa em lei: possui forma livre 5) Disposições Legais Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. (ex. vender uma mesma bola pra 2 pessoas, uma capaz e outra relativamente capaz, e for emitida um pedido de anulação, afetará ambos, uma vez que a bola é indivisível, ao contrário de um caso em que o objeto seja dinheiro, pois é um bem divisível) Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública (instrumento) é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário-mínimo vigente no País. Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato. Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. - Boa-fé objetiva/função interpretativa/proibição ao “venire contra contra factum proprium” § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; III - corresponder à boa-fé; IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. § 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. - Autonomia privada Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. - Quando o destinatário não sabe da intenção/reserva mental, prevalece a manifestação de vontade. Entretanto, quando o destinatário tem conhecimento da reserva mental, existem 3 correntes de pensamento: há autores que interpretam como “restritivamente” e outros como sendo algo nem ampliativo nem restritivo ato de “abrir mão” de algo = Negócios jurídicos gratuitos (apenas uma vantagem contrai vantagens patrimoniais) = Liberalidade a) o negócio jurídico é inexistente: Gonçalves diz que não houve manifestação de vontade e por isso não teria um negócio jurídico b) o negócio jurídico é nulo em razão de simulação: Rosenvald diz que ambas as partes terão vontade, mas seriam falsas e por isso, uma simulação c) vai valer a reserva mental: corrente minoritária 6) Elementos dos Negócios Jurídicos a) essenciais (“essentialia negotii”): tem que estar presente no negócio jurídico sob pena de inexistência ou invalidade a.1) gerais: comum a todos a.2) específicos: varia de acordo com o tipo de negócio (ex. preço para uma relação de compra e venda) b) natural (“naturalia negotii”): normalmente se faz presente no negócio jurídico, mas pode não se fazer por vontade das partes – decorrem de normas supletivas c) acidentais (“accidentalia negotii”): não precisam de estar presente no negócio jurídico, mas uma vez presentes se tornam parte integrante desse negócio - Conceito: são elementos que se acrescentam (decorre da vontade) à figura típica dos negócio jurídicos objetivando alterar seus efeitos. c.1) Condição: é o evento futuro e incerto do qual depende a eficáciado negócio jurídico. Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. - É possível que um negócio jurídico válido nunca produza efeitos c.2) Termo: evento futuro e certo, dia ou momento em que começa ou termina a eficácia do negócio jurídico - Eventualmente não se sabe quando que o evento irá acontecer, apenas que irá se concretizar (ex. morte) c.3) Encargo: determinação que, imposta pelo autor de uma liberalidade (NJ gratuito), a esta adere, restringindo-a. (ex. darei dinheiro para fulano para ele deixar o jardim florido) - É coercitivo - Caso não for cumprido, poderá ser sujeito a revogação ou obrigação de cumprimento (até o MP pode recorrer, no caso de bem coletivo) Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. (ex.) OBS 1: Negócio Jurídico puro e simples = sem elemento acidental OBS 2: o ato jurídico de sentido estrito não tolera elementos acidentais, uma vez que seus efeitos não decorrem da vontade, mas sim da lei. Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas (ilícitas) se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. 6.1) CONDIÇÃO - Classificação das condições quanto sua origem: a) condições puramente potestativas: depende do puro arbítrio de uma das partes, são ilícitas b) casuais: depende do acaso c) simplesmente potestativas: depende do arbítrio e do acaso, são lícitas (ex. se fulano for a Roma eu darei um livro para ele) d) mista: depende da vontade de uma das partes e de um terceiro que não é parte do negócio jurídico, em princípio é lícita Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas - não possuem condições materiais para tal II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. a) Condição suspensiva: suspende a aquisição do direito (enquanto não for implementada a condição, o direito não será suspensivo) Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. b) Condição resolutiva: coloca fim ao direito Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica (ex. assinatura de revista), a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. - Os efeitos do implemento da condição resolutiva em se tratando de negócio jurídico de execução continuada ou periódica são salvo exceção, “ex nunc”, ou seja, não retroagem OBS: Na teoria ser juridicamente impossível ≠ ilícito Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado (impedido) pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento. - Forçar o implemento da condição (quando te beneficia) ou impedir que ela aconteça (quando não te beneficia) Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. (ex. eu prometi por condição suspensiva o carro para fulano se ele passar na faculdade, mas antes que isso pudesse se consumar, vendi meu carro para ciclano. Nesse contexto, fulano passou no vestibular e passou a ter direito sob o carro, portanto a venda dele para ciclano foi invalidada e o carro deverá ser devolvido). Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. - Mesmo com mera expectativa de direito 6.2 TERMO a) “Incertus an incertus quando”: não sabe se vai ocorrer e nem quando – CONDIÇÃO (ex. se um dia fulano se formar em direito darei um carro para ele) além de ilícita não tem como ser verificada na prática b) “Incertus an certus quando”: não sabe se vai ocorrer, mas caso aconteça se sabe quando – CONDIÇÃO (ex. se dia 4 de novembro fulano passar no vestibular lhe darei um carro; se seu pai morrer até o fim do mês te darei mil reais) c) “Certus an incertus quando”: se sabe que vai ocorrer, mas não se sabe quando – TERMO INCERTO (ex. no dia que sua mãe morrer lhe darei um apartamento) d) “Certus an certus quando”: se sabe que vai ocorrer e quando – TERMO CERTO (ex. no fim do mês você receberá mil reais) Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. (se o termo é um evento certo, ela já o tem) SUSPENDEM CONDIÇÃO SUSPENSIVA A própria aquisição do direito (Art. 125 do CC) TERMO INICIAL Não suspende a própria aquisição do direito, apenas seu exercício (Art. 131 do CC) ENCARGO Não suspende nem a aquisição do direito nem o seu exercício, com exceção de quando o encargo for expressamente imposto como condição suspensiva (Art. 136 do CC) – na dúvida = encargo OBS: TERMO ≠ PRAZO Termo inicial ou “dies a quo” Termo final ou “dies ad quem” -> COMO SÃO CONTADOS OS PRAZOS NO D. CIVIL? Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam- se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. § 1° Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. (atenção: prazo em dias é diferente de prazo em mês ou ano, mesmo que forem 30 ou 365 dias) § 2° Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. § 3° Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. = dia seguinte § 4° Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva. VÍCIOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICO 1) Vício social: vontade com o objetivo de prejudicar terceiros a) fraude contra credores OBS: simulação passou a gerar invalidade por nulidade 2) Vício do consentimento: desconformidade entre a vontade real e vontade manifestada a) erro b) dolo c) coação d) estado de perigo PRAZO: intervalo de tempo entre os termos inicial e final e) lesão ERRO Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. - Pessoa de diligência normal = “homem médio” (erro desculpável ou indesculpável). Interpretado por 2 correntes: 1) Escusabilidade: a pessoa de diligência normal que
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