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Classificação das Obrigações - Civil II

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Classificação das Obrigações 
 QUANTO AO OBJETO
DAR A COISA CERTA – CC/Art. 233 ao 237
 Dar: entregar/transferir por meio da tradição (transferência) da coisa de uma pessoa (devedor) para outra (credor).
Obs.: o cumprimento da conduta do devedor, ou seja, a entrega, ocorre no momento da tradição
- A tradição pode se dar de 3 formas: 
1) Real: é a efetiva entrega do objeto. Quando se entrega ao sujeito, é realizada a tradição real. 
2) Simbólica: simbolizada por uma outra coisa ou conduta, é a entrega de algo que represente a coisa que é objeto da tradição. 
Ex.: entrega de um carro comprado, entrega-se a CHAVE (objeto da tradição simbólica).
3) Convencional/contratual: a tradição é descrita no negócio jurídico (o que está escrito no contrato) 
 Coisa: que possua conteúdo econômico e seja passível de apreensão pelo sujeito de direito
Obs.: Coisa ≠ bem 
 Certa: é aquela identificada por todas as suas características (gênero, quantidade e qualidade - individualização)
CC/Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Obs.: Coisa futura - é aquela que não existe no momento do negócio jurídico, mas que não impede de ser considerada coisa certa quando todas as suas características já são previamente conhecidas
 Gravitação jurídica: via de regra, o bem acessório segue a sorte do bem principal
CC/ Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
 Espécies de Acessórios:
- Pertenças: não são partes integrantes, mas ainda assim são acessórios ao bem principal de modo duradouro - “não vêm junto”
Obs.: As pertenças não seguem a gravitação jurídica.
- Produtos: esgotáveis, pois uma vez que retirados, diminuem a substância e o valor do bem principal
- Frutos: quanto à espécie eles podem ser naturais (produzidos pela natureza e que se renovam periodicamente), civis (rendimentos gerados pela coisa) e industriais (transformados pela atividade humana). Já quanto ao estado, podem ser percebidos (já separados do bem principal), pendentes (ainda unidos ao bem principal), colhidos por antecipação (colhidos de má-fé, por quem não tinha direito), percipiendos (já deveriam ter sido colhidos, mas não foram), estantes (foram colhidos, mas estão estocados), perdidos (aqueles que não foram colhidos e se perderam) e consumidos (aqueles que não existem mais de fato ou de direito)
- Benfeitorias: quanto a sua espécie podem ser, voluptuárias (mero deleite, recreativas, não aumentando o uso habitual), úteis (aumentam ou facilitam o uso do bem) e necessárias (são realizadas para a conservação ou evita a deterioração do bem) - “vêm junto”
 Teoria dos riscos: 
- Res perito domino: a coisa perece para o dono
- Ninguém é responsável pelo fortuito: e nem pela força maior, considerados excludente de responsabilidade, exceto no caso de responsabilização expressa. Análise da culpa (lato sensu) pelos danos (perecimento ou deterioração) causados à coisa. 
 Perecimento SEM culpa e antes da tradição:
CC/Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
- Perecimento: a coisa não existe mais ou ao menos não pode ser localizada (roubada)
- Consequência: fica resolvida a obrigação e as partes devem retornar ao estado imediatamente anterior ao NJ
Obs.: A condição suspensiva é futura e incerta.
 Perecimento COM culpa e antes da tradição:
- Consequência: indenização equivalente (pecuniário da coisa, ou seja, em dinheiro) + perdas e danos (dano emergente e lucro cessante)
Obs.: Existe uma divergência doutrinária sobre a aplicação da indenização equivalente e o dano emergente, uma vez que alguns acreditam que essa dupla cobrança se trata de uma pena de multa e a indenização em si e a outra interpretação seria o enriquecimento sem causa.
 Deterioração SEM culpa antes da tradição:
CC/Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
- Deterioração: a coisa ainda existe, mas sofreu perda de substância, valor ou utilidade.
- Consequência: poderá o credor resolver a obrigação ou aceitar a coisa com o abatimento do preço
Obs.: Tratando-se de desprezível redução da qualidade ou do valor, aplica-se o princípio da boa-fé objetiva no sentido de deferir ao credor apenas uma indenização pela pequena perda, sem que possa recusar a prestação. Caso contrário, o exercício do direito potestativo de resolução pelo credor ofenderia o princípio da proporcionalidade e resultaria em abuso de direito. 
CC/Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
 Deterioração COM culpa antes da tradição:
CC/ Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
- Consequência: poderá o credor receber a coisa deteriorada + perda e danos OU o equivalente + perdas e danos
- Cuidado com o abuso de direito!
 Melhoramentos e acrescidos:
- Antes da tradição e após o Negócio Jurídico, eventuais melhoramentos (reformas) e acrescidos (construções) realizados pelo devedor que signifiquem a valorização do bem, podem ser exigidos do credor que, por sua vez, terá a opção de pagar a diferença ou não. Em caso de negativa, poderá o devedor resolver a obrigação.
CC/ Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
- Essa regra só é válida para melhoramentos e acrescidos realizados após o negócio jurídico e antes da tradição, pois, se fossem realizadas antes da formação do negócio jurídico haveria a aplicação do princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o principal).
- Cuidado com o abuso de direito!
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
- Percebidos => devedor
- Pendentes => credor
EXERCÍCIO
João comprou uma vaca de Pedro em janeiro de 2.021, com a tradição designada para janeiro de 2.022 .Ocorre que a vaca estava prenha de cinco bezerros. De quem são os bezerros? Aplica-se o art. 233 CC ou o 237 CC? 
Se o acessório é anterior ao NJ, aplica-se o art.233 CC. Se for posterior, aplica-se o art.237 CC. Eventual desconhecimento de que a vaca estivesse prenha pode resultar na aplicação por analogia do caput do art.237 CC, com o credor tendo que aceitar a majoração do preço sob pena de resolução da obrigação.
RESTITUIR A COISA CERTA – CC/Art. 238 ao 240
 RESTITUIR: devolver a coisa ao seu verdadeiro titular (a coisa perece para o credor)
Obs.: Restituir ≠ Entregar, pois restituir algo exige uma relação jurídica anterior
 O dono da coisa é o credor e a tradição retornará a coisa ao seu titular
 Perecimento da coisa antes da devolução SEM culpa:
CC/ Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
- Ninguém é responsável pelo fortuito
- Consequência: a obrigação se resolve, sem direito de perdas e danos, mas com o direito de exigir as obrigações existentes até o dia da perda
Obs.: vale até mesmo se a coisa for de Pessoa Jurídica, como as empresas locadoras de carros 
 Perecimento da coisa antes da devolução COM culpa:
CC/ Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
- Consequência: indenização do valor do bem + pagamento de perdas e danos
 Deterioração da coisa antes da devoluçãoSEM culpa:
CC/ Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
- “Res perito domino”: a coisa perece para o dono
- Consequência: recebimento do bem deteriorado, sem direito a perdas e danos
 Deterioração da coisa antes da devolução COM culpa:
- Art. 240
- Consequência: equivalente + perdas e danos OU coisa + perdas e danos
- Cuidado com abuso de direito (CC/Art. 187)!
 Melhoramentos e Acrescidos:
CC/ Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
CC/Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
- Não haverá direito a indenização do devedor caso os melhoramentos e acrescidos não tenham sido executados por ele. Lucrará o credor sem dever de indenizar.
- Na hipótese de dispêndio ou trabalho se aplicam as normas de benfeitorias de possuidores de boa ou má-fé.
- No caso dos frutos também se aplicam as normas quanto a possuidores de boa ou má-fé – CC/ Art. 1214 a 1.222 
	Boa-fé
	Má-fé
	- Indenização quanto às benfeitorias necessárias e úteis. 
- Indenização quanto às voluptuárias ou, caso o credor não indenize, levantá-las (ius tollendi – direito de tolher), desde que não destrua o bem principal.  
- Indenizado pelo valor atual das benfeitorias 
	- Indenização pelas benfeitorias necessárias. Tem direito a ser indenizado pelas despesas de produção e custeio 
 - O credor poderá optar pela indenização pelo valor atual ou do custo à época da realização das benfeitorias
	
Frutos percebidos 
	Não tem direito aos frutos e deve ressarcir caso os receba, inclusive os colhidos por antecipação 
	Direito de retenção (ius retentionis) pelas benfeitorias necessárias e úteis 
	
Não possui direito de retenção 
	
Responsabilidade em caso de culpa lato sensu. 
 
	Responsabilidade pelo caso fortuito e força maior (acidentais), salvo se provar que ocorreria mesmo se tivesse devolvido a coisa 
DAR A COISA INCERTA 
 Coisa incerta: é uma coisa que ainda será determinada (se transformará em coisa certa) e que possui de antemão gênero e quantidade (CC/ art. 243). Falta a individuação a ser feita com qualidade, isto é, determinada com sua última característica.
CC/Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
 Escolha: transforma a coisa incerta em coisa certa. A escolha pertence ao devedor (direito potestativo), salvo convenção distinta entre as partes.
CC/Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Ex.: Sua cadela está prenha e você combinou de dar o filhote para outra pessoa, no momento em que nascem, você pode escolher qual filhote você dará, podendo ser macho, malhado, branco etc., uma vez que na obrigação foi definido dar um filhote, mas não estava especificado qual.
Ex. 2: Rassan (devedor) de 2 Toneladas de Soja para Raquel (credora):
Soja tipo A (faculdade) 
Soja tipo B 
Soja tipo C 
Soja tipo D 
Soja tipo E 
* mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. (art.244 CC)
- O Código não define os parâmetros para escolha caso as partes decidem que o credor efetuará a tal escolha, por isso poderá ser qualquer uma das opções, inclusive a melhor ou a pior.
 coisa incerta Escolha + Cientificação (informação à outra parte de qual foi a escolha) = coisa certa (início da teoria dos riscos)
CC/Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
CC/Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
- O gênero não perece ou deteriora, mas coisa certa sim
 Exceção da dívida genérica restrita: normalmente ligada a uma delimitação geográfica de onde pode ser encontrada a coisa e que permite a aplicação da teoria dos riscos em caso de perecimento ou deterioração no local determinado.
Ex.: Se alguém te fala que vai dar um cachorro Golden do pet shop tal, se todos os Golden de lá morrerem a obrigação se resolve.
 Tutela processual (execução forçada) da obrigação de dar coisa incerta:
CPC/Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha. (escolha do devedor) 
Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na petição inicial. (escolha do credor)
- A partir da escolha, serão aplicadas as regras das obrigações de dar coisa certa, dispostas no CPC.
PECUNIÁRIA
 Obrigação de dar dinheiro, não significa a entrega de uma coisa (nem certa e nem incerta), mas de um valor
 Caso o devedor descumpra a obrigação se aplica a tutela processual (execução forçada) da obrigação pecuniária:
CPC/Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
- Inadimplemento financeiro resulta em majoração financeira do débito por meio de juros, multa e atualização monetária
OBRIGAÇÃO DE FAZER
 Fazer: comportamento positivo do devedor em relação ao credor, que pode ser uma atividade ou serviço. O foco da obrigação é na conduta do devedor e não de uma coisa.
Obs.: Antecede a obrigação de entregar o que foi feito, a coisa certa
 Classificação:
- Duradoura: ocorre de forma continuada
- Instantâneas: em que se concretizam em um só ato
-Fungível: substituível – comporta resultado prático equivalente
-Infungível: insubstituível – não comporta resultado prático equivalente, em razão da natureza (personalíssima) ou convenção das partes
 Impossibilidade Originária de cumprimento: enseja a invalidade do negócio jurídico (nulidade)
CC/Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
(...) II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; (...)
 Impossibilidade Superveniente: quando o contrato foi feito a prestação era possível, mas no momento de executá-la, por alguma razão, se tornou impossível.
- COM culpa: recusa ou ato culposo em obrigação infungível (personalíssima). Resulta no dever de indenizar pelas perdas e danos
CC/Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível => Infungível
CC/Art. 248. Se a prestação do fato se tornar impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos => Admite resultado prático equivalente
CC/Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora (atraso) deste, sem prejuízo da indenização cabível. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. => cuidado com o abuso de direito!
· Resultado prático equivalente: possibilidade de execução da obrigação por terceiros – art.249 CC. O cumprimento da obrigação se dará por terceiros com o custo sendo arcado pelo devedor originário + PeD. Em regra, na ausência de urgência, será necessária autorização judicial para a contratação do terceiro (caput do art.249 CC). Em caso de urgência, é possívela contratação independentemente de autorização judicial (parágrafo único do art.249 CC)
· Tutela processual:
CPC/Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica (fixar prazo e multa para cumprimento) ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente + PeD
Obs.: Não sendo possível, resultará apenas em perdas e danos
- SEM culpa: resolução da obrigação (CC/ Art.248.)
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
 Conduta negativa do devedor. O cumprimento da obrigação significa uma abstenção (deixar de praticar uma conduta) do devedor.
Ex.: depois de sair do BBB os participantes possuem a obrigação de não dar entrevistas para outras emissoras. Outro exemplo é uma empresa estabelecer uma cláusula de não concorrência com tal outra.
 Não pode se tratar de não fazer genérico e deve estar justificada em um interesse jurídico legítimo.
Possui natureza personalíssima quanto ao descumprimento, mas, eventualmente, pode ser consertada por terceiro posteriormente
 Classificação:
- Temporárias: prazo certo, termo definido
- Duradouras: sem prazo determinado para terminar
-Instantâneas ou transeuntes: uma vez descumprida, não admite recomposição ou desfazimento
- Permanentes ou contínuas: admitem o retorno ao status quo ante
 Impossibilidade originária de cumprimento: enseja a invalidade do negócio jurídico - nulidade (art. 166, II CC)
 Impossibilidade superveniente:
- SEM culpa: extinção sem direito de indenização
CC/Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
- COM culpa: ocorre o pagamento de perdas e danos + desfazimento (recomposição, desde que possível – permanentes ou contínuas) com ou sem intervenção do Poder Judiciário, desde que presente o elemento urgência (parágrafo único)
CC/Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. (PeD)
- Tutela processual:
CPC/Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica (fixar prazo e multa para cumprimento) ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente + PeD
Obs.: Não sendo possível, resultará apenas em perdas e danos
 Situações já consolidadas: a análise do desfazimento se dará de acordo com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade
 QUANTO AO NÚMERO DE ELEMENTOS (sujeitos e objetos)
a)Obrigação Simples: 1 devedor – 1 prestação – 1 credor
b)Obrigação Plural ou Composta: há multiplicidade de elementos
b.1)Obrigação Plural pela Multiplicidade de Objetos:
b.1.1) CUMULATIVAS OU CONJUNTIVAS
 Cumulativas ou conjuntivas – “e” – o devedor deve mais de uma prestação e para ser considerado adimplente necessita cumprir todas elas. O descumprimento de uma significa inadimplemento total. 
Obs.: só de estarem no mesmo contrato não quer dizer que as obrigações são cumulativas
 Descumprimento COM culpa: pagamento de perdas e danos (se alguma já tiver sido cumprida, o credor vai devolver e o devedor vai pagar perdas e danos e o equivalente – valor referente ao momento da devolução e não do momento da realização do NJ) 
Ex.: Rassan (devedor) ----------- Raquel (credora)
- Dar um carro zero km (dar coisa incerta) – ok - Eq + PeD
- Pintar um quadro (fazer + dar coisa certa) – ok - Eq + PeD
- Não abrir uma empresa concorrente (não fazer) – descumprida - PeD
 Descumprimento SEM culpa: resolve a obrigação e volta para o status quo ante
Atenção: Se ocorreu do devedor descumprir uma obrigação com culpa e outra sem, segue a ordem cronológica do perecimento para definir se ocorre perdas e danos ou se resolve a obrigação.
 Teoria do Adimplemento Substancial: é uma construção que define que quando o devedor cumpre parte substancial (relevante) da obrigação e mantêm a boa-fé, não haverá extinção da obrigação, mas cobrança do que restar mais eventuais perdas e danos.
Obs.: os juros são as PeD das obrigações pecuniárias
Ex.: Se uma pessoa pagou 100 parcelas de um carro (devendo 150), mas, por algum motivo, não conseguiu pagar as últimas prestações, se for identificado a boa-fé, ela não precisará entregar o carro, mas sim será cobrado pelas últimas parcelas (+ PeD: Juros (são as perdas e danos das obrigações pecuniárias (dinheiro/valor))
b.1.2) ALTERNATIVAS OU DISJUNTIVAS
 Obrigações Alternativas ou Disjuntivas – “ou”- o cumprimento pelo devedor de uma prestação significa adimplemento total. O devedor deve prestar uma ou outra, ou seja, é boa para o credor e para o devedor, uma vez que caracteriza uma dupla forma de pagar e de receber.
 Escolha: pertence ao devedor, salvo estipulação que defira a escolha da outra pessoa.
CC/Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. 
	ALTERNATIVA
	DAR COISA INCERTA
	Perfeitamente individualizada – normalmente gêneros diferentes
	
Dívidas de gênero definido
	Determinada
	Determinável
	2 ou + prestações possíveis
	Uma prestação possível
- Prestação una: uma vez concentrada a obrigação, não será possível misturar o cumprimento com a outra prestação alternativa.
CC/Art. 252. §1° Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
- Prestação Periódica: o titular da escolha não é obrigado a repeti-la nas seguintes em caso de renovação do direito a cada período de tempo.
CC/Art. 252. §2° Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
- Pluralidade de Optantes: caso mais de uma pessoa (devedor ou credor) possa fazer a escolha, deverá haver unanimidade, sob pena de ser decidida judicialmente.
CC/Art. 252. §3° No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
- Escolha por Terceiros: se o terceiro não quiser ou puder escolher, a escolha retorna ao devedor e credor, que deverão acordar de forma unânime, sob pena de decisão judicial
CC/Art. 252. §4° Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
 Impossibilidade das prestações:
- Concentração natural: impossibilidade física ou jurídica, originária ou superveniente de uma prestação, concentra naturalmente a obrigação na prestação restante.
CC/Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Ex.: Renato (devedor) ---------- Francisca (credor)
		 1 carro placa X
		 OU
		 1 moto placa Y
Renato deve entregar a dia 01/01/2022, mas dia 10/12/2021 o carro foi levado por uma enchente, assim, ele terá que entregar necessariamente a moto para Francisca.
- Perecimento de ambas as prestações COM culpa: perecimento com culpa de todas as prestações em que a escolha for do devedor, resultará no dever de indenizar pelo equivalente + PeD da que por último se impossibilitou.
CC/Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
- Perecimento de 1 prestação COM culpa: perecimento de uma prestação quando a escolha pertencer ao credor, resultará no direito de exigir a coisa subsistente ou o valor equivalente + PeD da que pereceu. 
- Perecimento de ambas as prestações COM culpa: perecimentodas prestações quando a escolha for do credor, permitirá a cobrança do equivalente + PeD de qualquer uma delas.
CC/Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
- Perecimento SEM culpa de ambas as prestações: perecimento sem culpa resolve a obrigação.
CC/Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
EXERCÍCIO
1) Perece 1 sem culpa: Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. Impossibilidade física ou jurídica, originária ou superveniente de uma prestação, concentra naturalmente a obrigação na prestação restante.
2) Perece a primeira sem culpa e a segunda com culpa:
a) Escolha do devedor: Eq+PeD da segunda
b) Escolha do credor: Eq +PeD da segunda
3) Perece a primeira com culpa e a segunda sem culpa:
	a) Escolha do devedor: Abuso de Direito do devedor ao destruir a coisa - Eq+ PeD da que pereceu com culpa OU resolve a obrigação pelo perecimento da 2 sem culpa
b) Escolha do credor: Eq +PeD da que pereceu com culpa OU Eq +PeD de qualquer uma delas
4) Ambas com culpa:
a) Escolha do devedor: pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
b) Escolha do credor: equivalente + PeD de qualquer uma delas.
5) Perece uma com culpa:
a) Escolha Devedor: continua obrigado pela obrigação subsistente, analogia, art.253 CC. Indenizar Eq+PeD da que se perdeu poderia configurar um abuso de direito e ainda violar a vantagem de se ter mais de uma prestação e não se solucionar por meio do art.253 CC 
b) Escolha Credor: equivalente + PeD de qualquer uma delas.
b.1.3) OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
 Obrigações com faculdade alternativa de cumprimento. O devedor possui o direito de prestar a obrigação principal ou, no momento do cumprimento, entregar a subsidiária.
 A escolha sempre será do devedor
 A diferença para as obrigações alternativas é que agora existe uma prestação preferencial e mais importante do que a outra
 O credor só enxerga e pode exigir a prestação principal e é obrigado a aceitar a subsidiária. Na prática, é alternativa para o devedor e simples para o credor
 A impossibilidade da principal permite a entrega da subsidiária, sob pena de abuso de direito caso ainda exista a subsidiária e o devedor se negue a entregar
 A impossibilidade da subsidiária não influência na obrigação, visto que continua obrigado à principal
 A impossibilidade de ambas: a análise parte apenas pelo ocorrido com a principal. 
- Se a principal perece sem culpa, resolve a obrigação (direito do devedor)
- Se a subsidiária perece sem ou com culpa, não se permite a alegação de perdas e danos, visto que a credora está vinculada apenas a obrigação principal
- Se a principal perece com culpa pode o devedor dar a subsidiária ou indenizar pelo equivalente + perdas e danos da principal
c) Obrigação Plural pela multiplicidade de sujeitos, devedores/credores
c.1) OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS OU FRACIONÁRIAS
 São divisíveis as obrigações quando seu objeto for fracionável em tantos quantos forem os devedores e credores
CC/Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
CC/Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
CC/Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Ex.: Devedores:
Stephanie – deve R$ 30,00sendo R$ 10,00 para cada credor
Stephania – deve R$ 30,00	
Stephanilde – deve R$ 30,00	
 R$90,00
Credores:
José tem direito a 30sendo 10 de cada devedor
Joné em direito a 30
Jopé em direito a 30
 Cada devedor deve apenas a sua parte e responde por ela. Cada credor tem direito a uma parte e somente ele pode cobrar.
c.2) OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS
 Indivisíveis serão as obrigações quando seu OBJETO não puder ser fracionado
CC/Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Ex.:
Devedora: Stephanie 
1 vaca R$ 900,00
Credores:
José tem direito a 1/3
Joné em direito a 1/3
Jopé em direito a 1/3
=> Se apenas José receber a vaca, ele deverá pagar a Joné e a Jopé o equivalente em dinheiro referente às respectivas partes (1/3) para cada. Transforma-se em obrigação divisível e pecuniária. 
 PLURALIDADE DE DEVEDORES:
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
- Todos são obrigados pela dívida toda (prestação indivisível), mas em abstrato são devedores de apenas uma parte. Assim, após a entrega da prestação deverá haver um encontro de contas entre os devedores de modo a equilibrar pecuniariamente as dívidas.
- Sub-rogar-se significa se colocar na posição de outra pessoa de modo perfeito, isto é, com os mesmos direitos, garantias, privilégios e preferências 
 PLURALIDADE DE CREDORES:
- Todos os credores possuem o direito de exigir a prestação por inteiro, posto que é indivisível. Mas cabe ao devedor pagar a todos os credores de forma conjunta ou apenas um deles, obtendo uma caução (garantia móvel, imóvel ou pecuniária) de que os demais credores ratificam o pagamento realizado a apenas um deles
CC/Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução (garantia) de ratificação (confirmação) dos outros credores.
CC/Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
- Remissão (perdão) da dívida por parte de um credor:
CC/Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação (acordo), novação (nova obrigação), compensação (devedor e credor devem um ao outro) ou confusão (devedor e credor se confundem na mesma pessoa).
Ex.: Devedora: Stephanie 
1 vaca R$ 900,00
Credores:
José tem direito a 1/3 - REMITIU
Joné em direito a 1/3
Jopé em direito a 1/3
- O perdão de José atinge apenas a sua parte. De modo que os demais credores podem exigir o cumprimento da obrigação (entrega da vaca), mas o devedor, beneficiado com o perdão de um dos credores, deverá receber em dinheiro o valor perdoado (R$300,00).
 PERDAS E DANOS:
- Demanda a identificação do elemento culpa lato sensu (dolo e culpa stricto sensu)
- Ocorre a transformação da obrigação de indivisível em divisível e pecuniária
CC/Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1° Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2° Se for de um só a culpa, ficarão exonerados (não engloba a quota parte do equivalente) os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Ex.: Devedoras:
Stephanie – deve 1/3
Stephania – deve 1/3 => culpada
Stephanilde – deve 1/3
1 vaca R$ 900,00 (Equivalente) + PeD
Credor:
José tem direito a 1/3 
- Se as 3 devedoras forem culpadas, cada uma responderá por 1/3 do Eq+ 1/3 das PeD. Se a culpa for somente de 1 devedora (Stephania), esta responderá sozinhapela totalidade das PeD, cabendo às demais contribuírem com a respectiva participação (1/3) no equivalente
c.3) OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
 Nas obrigações solidárias a indivisibilidade possui causa objetiva, de modo que mesmo tendo como objeto uma prestação divisível haverá a unidade de ambos os lados. Assim, cada devedor e cada credor, atuará como se fosse o único de sua classe.
 Cada devedor é obrigado pela totalidade e cada credor tem direito de cobrar toda a dívida
CC/Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
 ESPÉCIES:
- Ativa: existe pluralidade de credores
- Passiva: existe uma pluralidade de devedores
- Mista: existe pluralidade em ambas as classes
 Características das obrigações solidárias:
- Pluralidade Subjetiva: para haver solidariedade é preciso ter mais de um devedor obrigado pela dívida toda e/ou mais de um credor com direito ao recebimento da totalidade da dívida.
Obs.: Quando ocorre de ter 2 devedores, se um morre a obrigação passa a ser divisível.
- Unidade Objetiva: significa que existe apenas uma obrigação em que todos os devedores e todos os credores se encontram, de modo que cada um atua como se fosse o único do seu polo. Contudo o elemento acessório pode variar entre eles.
CC/Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples (imediatamente) para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Ex.: Devedores:
D1 – 01/01/2021 (prazo)
D2 – se ele se casar (condicional)
D3 – em Pernambuco (lugar diferente)
D4 – 01/01/2022 (prazo diferente)
SOLIDARIEDADE R$120,00
C - Credor
Assim, os devedores podem ter condições particulares, como no caso do D1 e D4 possuírem prazos distintos para pagamento, sendo que o D4 só será obrigado a pagar em 2022 e o D2, somente “se” casar. Ainda assim, todos devem a totalidade da dívida.
Se um devedor pagar a totalidade, ele só poderá cobrar os R$120,00 dos outros nas mesmas condições que o credor poderia.
- A solidariedade só se manifesta nas relações externas (relações entre as classes dos devedores com os credores). Assim, nas relações internas (são inter-classes, dentro da classe dos devedores e dentro da classe dos credores) a obrigação se torna divisível e cada um só deve e somente tem direito à sua parte.
Ex.: Devedores:
D1 – 1/3
D2 – 1/3
D3 – 1/3
SOLIDARIEDADE R$120,00
C - Credor
Se D1 paga a dívida toda, ele se tornará credor de D2 e D3 por prestações pecuniárias no valor de R$40,00. D2 e D3 não são solidários em relação à obrigação com D1.
- A solidariedade não se presume: Significa que a solidariedade deve ser inequívoca, sob pena de se tratar de obrigação divisível ou indivisível, a depender do objeto da prestação. Ainda, somente haverá solidariedade decorrente da vontade das partes ou de mandamento legal
CC/Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
SOLIDARIEDADE ATIVA
 é aquela na qual todos os credores possuem direito de exigir a dívida toda.
CC/Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Ex.: D- devedor
Solidariedade R$90,00
Credores: C1
C2
C3
CC/Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
- Significa que o devedor se exonera ao pagar a qualquer um dos credores, sem a necessidade de caução de ratificação, bem como que, a partir do momento em que é demandado por um dos credores, a esse deverá cumprir a totalidade da obrigação.
 Pagamento parcial:
CC/Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Ex.: D – devedor
Solidariedade R$90,00 R$60,00
C1 – tem direito a 1/3 => cobrou de D R$30,00
C2 - tem direito a 1/3 + R$10,00 de C1
C3 - tem direito a 1/3 + R$10,00 de C1
CC/Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
- O pagamento parcial de R$30,00 resulta no abatimento proporcional do valor da dívida (R$90 pra R$60), bem como na necessidade de se realizar a distribuição do montante recebido entre os credores de acordo com suas respectivas quotas partes (R$10 para cada um)
 Remissão: perdão da dívida (art. 272)
Ex.: D – devedor
Solidariedade R$90,00 R$60,00
C1 – tem direito a 1/3 => perdoa de D R$30,00 – no final não recebe NADA
C2 - tem direito a 1/3 + R$10,00 de C1 + R$20
C3 - tem direito a 1/3 + R$10,00 de C1 + R$20
 Perdas e Danos: a conversão em perdas e danos não altera a solidariedade, porque ela não decorre do objeto que se deteriorou ou pereceu, de modo que os credores continuam podendo exigir toda a prestação
CC/Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Ex.: D – devedor
Solidariedade de um Relógio que valia R$90,00 Eq+ Ped (90 + 30=120)
C1 - R$40 abstratamente R$30 (eq) + R$10
C2 - R$40
C3 - R$40
- Cada um tem direito de cobrar R$120, mas ao receber deve dividir entre cada credor
 Herdeiro: O falecimento do credor rompe a solidariedade (que é personalíssima) de modo que cada herdeiro somente poderá exigir sua quota parte, o que significa que para esses a obrigação se torna divisível. Os demais credores continuam solidários pelo restante da obrigação, abatida a quota do credor falecido, exceto se a obrigação for indivisível, hipótese em que os herdeiros poderão cobrar a coisa (dívida inteira) e deverão repassar as quotas dos demais conforme a solução da indivisibilidade.
CC/Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário (quota parte do sucessor na herança), salvo se a obrigação for indivisível.
Ex.: D – devedor
Solidariedade de R$90,00 
C1 – tem direito a R$30 = morreu = H1 (R$15) e H2 (R$15) – cada um tem 50% 
C2 – tem direito a R$30 – pode cobrar R$60
C3 – tem direito a R$30 – pode cobrar R$60
CC/Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
 Exceções comuns e exceções pessoais: exceções (matérias de defesa opostas pelo devedor ao credor) comuns são aquelas que podem ser opostas a mais de uma pessoa, vistos que não possuem caráter personalíssimo. Ao contrário das exceções pessoais em que há um direcionamento exclusivo. 
CC/Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Ex.: D – devedor
Solidariedade de R$90,00
C1 – seja devedor de D também por R$90 – compensação – cobrou a dívida
C2 – recebe R$30 de C1 
C3 - recebe R$30 de C1
- A compensação alegada contra C1 é uma exceção pessoal, mas o pagamento da dívida é uma exceção comum.
CC/Art. 274. O julgamento contrário (desfavorável) a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes (é estendido a eles), sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles.
- Em caso de decisão desfavorável a um dos credores, tal fato não impede que os demais ajuízem ação de cobrança e tenham êxito, visto que, se não participaram do processo judicial, não podem ser prejudicados por ele
- Diferentemente ocorre quando um credor ajuíza uma ação e obtém resultado favorável. Neste caso, todos os credores se aproveitam da decisão, exceto aquele contra o devedor tenha uma exceção pessoal
SOLIDARIEDADE PASSIVA
 Todos os devedores agem como se fossem únicos de sua classe, sendo que cada um pode ser obrigado a pagar a dívida toda
CC/Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou algunsdos devedores.
 Na prática o credor pode escolher qualquer devedor para o pagamento, inclusive escolher mais de um. Ao propor a cobrança contra um, não significa exoneração e nem renúncia à solidariedade quanto aos demais
 Pagamento parcial: se D1 paga R$30, ocorrerá o abatimento da dívida, bem como lhe confere direito de cobrar dos demais devedores o valor de R$10. Todos os devedores continuam solidariamente obrigados pelo restante, isto é, D1,D2 e D3 continuam solidários ao valor de R$60
CC/Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Ex.: D1 – paga 30
D2 – cobra R$10
D3 – cobra R$10
Solidariedade de R$90 R$60
C
 Distinções importantes: 
- Pagamento parcial e remissão: sem o direcionamento a um devedor, significará o abatimento da dívida e a continuidade da obrigação solidária para todos os devedores pelo restante
Ex.: D1 – pagamento ou remissão de R$30
D2 – 
D3 – 
Solidariedade de R$90 R$60
C
- Pagamento / Remissão e exoneração da obrigação: significa que um devedor pagou ou foi perdoado e exonerado (sai da relação jurídica) da obrigação, de modo que os demais continuam solidários pelo restante
Ex.: D1 – paga R$30
D2 – solidariedade de R$60
D3 – solidariedade de R$60
Solidariedade de R$90 R$60
C
- Renúncia à solidariedade: torna para o devedor a obrigação divisível, pelo que deverá apenas a parte dele, mesmo ainda fazendo parte da obrigação. Os demais continuam solidários pelo restante.
Ex.: D1 – renuncia a solidariedade e tem que pagar R$30
D2 – solidariedade de R$60
D3 – solidariedade de R$60
Solidariedade de R$90 R$60
C
CC/Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
 Quota do insolvente: insolvência é um estado econômico em que a pessoa não possui patrimônio capaz de honrar com suas dívidas. Assim, todos os devedores que ainda estão na obrigação devem repartir igualmente a quota do devedor insolvente, apenas os que foram exonerados não participam
Ex.: D1 – renúncia à solidariedade e tem que pagar R$30
D2 – remissão e exoneração da obrigação
D3 - insolvente
D4 - 
D5 -
Solidariedade de R$150 – R$120 – R$90
C
- D3, D4 e D5 continuam devedores solidários de R$90, D1 deve R$30 e D2 não deve nada e deixou a obrigação. Considerando que D1 paga R$30 e D4 paga R$90, como será repartida a quota do insolvente? Os R$30 referentes à quota do insolvente (D3) serão repartidos entre D1,D4 e D5, de modo que D4 poderá cobrar de D1 e de D5 o valor de R$10. Todos eles serão credores do devedor insolvente no valor de R$10.
CC/Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
CC/Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
 Herdeiros do devedor falecido: 
CC/Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Ex.: D1 – morre – H1 e H2 devem apenas R$15 cada
D2 – solidariedade de R$60
D3 – solidariedade de R$60
Solidariedade de R$90 R$60
C
- H1 e H2 são devedores solidários em relação à quota do falecido, isto é, são devedores solidários de R$30
 Cláusula, condição ou obrigação adicional: 
CC/Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Ex.: D1 
D2 
D3 
Solidariedade de R$60 com multa por descumprimento de 10% da obrigação
C – Combina apenas com D1 a majoração da multa para 20%
 Perdas e Danos: a impossibilidade culposa da obrigação não rompe a solidariedade, de forma que o credor poderá exigir de todos eles o pagamento. Contudo, na solução interna, apenas o devedor culpado será responsável pelas perdas e danos e cada uma deverá contribuir com o equivalente. 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Ex.: D1 – 1/3 = R$20
D2 – 1/3 = R$20 + R$30 (único culpado)
D3 – 1/3 = R$20
Obs.: Se todos forem culpados, cada um responde por + R$10 (solidariedade pelas PeD)
Solidariedade de R$60 – Celular: 
Eq (60) + PeD (30)
C – Sendo apenas D2 o culpado, C poderá cobrar R$60 de todos os devedores, posto que se trata do equivalente, mas as perdas e danos apenas do culpado. 
 Juros de Mora: todos os devedores respondem solidariamente pelos juros decorrentes do atraso no cumprimento da prestação (juros moratórios). Contudo, na relação interna, responderá apenas o culpado.
CC/Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Ex.: D1 
D2 – culpado
D3 
Solidariedade com juros moratórios de R$60
C – pode cobrar o juros de qualquer devedor
- D1, D2 e D3 devem pagar a totalidade dos juros de mora (R$60), mas na relação interna, apenas D2 será responsável pela totalidade
 Exceções pessoais: somente o devedor titular da exceção pessoal poderá alegá-la (usá-la como motivo para o não pagamento). Os demais, só podem arguir as exceções comuns.
CC/Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Ex.: D1 
D2 – compensação 
D3 
Solidariedade de R$60
C 
Obs.: Compensação tem o mesmo efeito do pagamento, levando a extinção da sua parcela da dívida.
 Dívida no interesse de apenas um devedor: Em um empréstimo contraído por D1, em que D2 e D3 são apenas garantidores solidários, caso o pagamento seja realizado por D2 ou D3, esses deverão buscar o ressarcimento da totalidade do valor de D1.
Obs.: Em alguns casos o fiador é diferente da figura do garantidor solidário, pois o credor poderá cobrar de qualquer garantidor solidário a totalidade da dívida, mesmo ele não sendo o principal interessado.
CC/Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
Ex.: D1 – interessado 
D2 – solidário – pagou R$90 => cobra R$90 de D1
D3 – solidário
Solidariedade de R$90
C (banco) – pode cobrar a dívida de qualquer um dos devedores
Diferenças entre indivisibilidade e solidariedade
	SOLIDARIEDADE
	INDIVISIBILIDADE
	Subjetiva
	Objetiva
	Impossibilidade da prestação não cessa a solidariedade
	Impossibilidade cessa indivisibilidade
	Falecimento de um não transfere a solidariedade pois é personalíssima
	Não altera – ressalva art.270 e 276 CC
	Solidariedade se estende aos juros
	Só o responsável responde pelos juros
	Suspensão não aproveita.
Interrupção aproveita, salvo se feita contra um herdeiro do devedor solidário, hipótese que não se estende aos demais co-obrigados
	Suspensão e interrupção aproveitam a todos
Classificação das obrigações quanto a exigibilidade
OBRIGAÇÕES NATURAIS
 São obrigações que não possuem coercibilidade, para alguns, não são dotadas de vínculo jurídico e, para outros, seria um vínculo imperfeito, posto que não permite o acionamento do haftung. Assim, as obrigações naturais somente são quitadas por uma liberalidade do devedor. Existe débito, mas não existe responsabilidade. O Direito apenas regula essas obrigações no plano da eficácia, visto que a partir do pagamento, aplica-se o instituto da irrepetibilidade, isto é, uma vez paga a obrigação natural, não é passível de devolução.
Obs.: Vocênão é obrigado a pagar, mas uma vez pago você não poderá pedir a devolução do valor.
 Planos do NJ:
- Existência: S, O, DV e F
- Validade
- Eficácia
CC/Art. 882. Não se pode repetir (exigir devolução) o que se pagou para solver dívida prescrita (era civil e passou a ser natural), ou cumprir obrigação judicialmente inexigível (natural).
CC/Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
(...) III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural
 Espécies:
a) Trato Social: Seriam as obrigações de condutas comumente adotadas pela sociedade (usos e costumes), como no caso de jogos e apostas. Considerando apenas os jogos e apostas tolerados, visto que os legalizados são obrigações civis desde o início e os ilícitos jamais se tornarão obrigações civis. Nesse caso, a sociedade, mesmo sabendo que se trata de algo voluntário, entende como “obrigatoriedade”, gerando reprimenda quando não cumprida.
Obs.: Jogos tolerados não constituem contravenção legal, mas também não possuem autorização legal para exploração (ex.: truco, apostas esportivas etc.)
CC/Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou (irrepetibilidade), salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
§ 1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
§ 2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.
§ 3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares.
b) Imperativo Moral: Seriam as obrigações naturais conectadas a uma dívida moral, posto que não é dotada de coercibilidade, como nas dívidas prescritas em que o devedor já não é mais obrigado a pagar. Eventual pagamento só pode ser fundado na renúncia à prescrição.
OBRIGAÇÕES CIVIS: São aquelas dotadas de vínculo jurídico e passíveis de execução forçada, inclusive com a busca no patrimônio do devedor (haftung)
 Classificação quanto ao conteúdo (em que importa a proposta e objetivo da obrigação)
OBRIGAÇÃO DE MEIO
 É aquela em que o devedor deve cumprir a prestação com máximo de atenção e cuidado, o que significa que o credor está preocupado com a forma e diligência da conduta do devedor no cumprimento da obrigação. O ônus é do credor em provar que houve o descumprimento, isto é, ele deverá provar que o devedor não agiu com a diligência e esmero necessários.
Ex.: um médico estava tentando salvar a vida de um paciente e acabou que deixou uma cicatriz que o paciente que sobreviveu não gostou, assim, ele que terá que provar que o médico errou nesse caso e não deveria ter ficado nenhuma cicatriz
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO
 É aquela em que o credor não se importa com a forma do cumprimento da prestação, mas com resultado, isto é, o adimplemento está vinculado à satisfação do credor após a entrega do devedor. O ônus é do devedor que deve provar que o resultado alcançado era o esperado e o que foi possível, sendo que o credor tinha ciência.
Ex.: uma pessoa passa por uma rinoplastia mas seu nariz fica torto, nesse caso o médico tem que provar que esse era o resultado esperado e que não houve erro de execução.
OBRIGAÇÃO DE GARANTIA
 A prestação do devedor consiste em eliminar um risco do credor, que pode nunca ocorrer. O adimplemento é a assunção do risco, isto é, em caso de ocorrência, deverá ser cumprida eventual prestação, como de indenização. Existe um termo final que o contrato é extinto mesmo sem eventual indenização, visto que o risco não se consumou.
Ex.: seguro de carro, só prestará o serviço se for necessário, mas estará sempre de sobreaviso.

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