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NUTRIÇÃO HUMANA CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Universidade Estácio de Sá Macaé/RJ Juliana Araujo Brasil CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO RIBEIRO, S. M. R.; COSTA, N. M. B. Conceito e histórico da nutrição. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 9-18. Nutrição é o processo pelo qual os organismos vivos utilizam os nutrientes necessários para a manutenção da vida. Inclui, portanto, não só a retirada da matéria-prima do ambiente, mas todos os processos necessários para a disponibilização dos nutrientes dentro da célula, na via metabólica da qual o nutriente participa. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO O que são nutrientes? A palavra nutriente tem origem no latim nutriens, de nutrire Nutrientes são substâncias químicas presentes nos alimentos e necessárias ao corpo humano para obtenção de energia e de material para a manutenção e síntese de novos tecidos do organismo, além de acrescentar propriedades funcionais, com impacto na saúde e no desempenho físico e mental do indivíduo. MELO. S. S. Definição e classificação dos nutrientes. In: ROSSI, L.; POLTRONIERI, F. Tratado de nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. p. 3-8. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Quais são os nutrientes? carboidratos (CHO); lipídios (LIP); proteínas (PTN); minerais; vitaminas; fibras; água; pigmentos; fitoquímicos; antioxidantes. Relacionados com a propriedade de manter a saúde e reduzir o risco de doenças. MELO. S. S. Definição e classificação dos nutrientes. In: ROSSI, L.; POLTRONIERI, F. Tratado de nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. p. 3-8. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO RIBEIRO, S. M. R.; COSTA, N. M. B. Conceito e histórico da nutrição. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 9-18. A nutrição ocorre em todos os seres vivos, vegetais e animais, unicelulares e pluricelulares, por dois mecanismos, que são: a autotrofia; a heterotrofia. Todo esse processo converge para um objetivo geral: obtenção de energia. Os organismos autotróficos, ou autótrofos, podem ser definidos como seres que são capazes de sintetizar seu próprio alimento, ou seja, são capazes de utilizar material inorgânico para sintetizar material orgânico. Entre os organismos que possuem nutrição autotrófica, podemos citar os vegetais, algas, cianobactérias e algumas espécies de bactérias e protistas. Os organismos heterotróficos, ou heterótrofos, por sua vez, não são capazes de produzir seu próprio alimento, dependendo do consumo de material orgânico previamente formado. Entre os exemplos de organismos heterotróficos, podemos citar os animais, fungos e algumas espécies de bactérias e protistas. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO RIBEIRO, S. M. R.; COSTA, N. M. B. Conceito e histórico da nutrição. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 9-18. Quando se considera a inter-relação de todas as formas vivas, percebe-se que pequena parte da energia solar (a outra parte é destinada ao aquecimento) que alcança a superfície da Terra é absorvida pelos vegetais, que funcionam como conversores de energia, uma vez que transformam energia luminosa em energia química. A energia química é a modalidade de energia utilizável pelos seres vivos e armazenada em moléculas, primariamente na forma de CHO, que é precursor da síntese de LIP e PTN. Em bioquímica, o termo "precursor" é usado para referir-se a um composto que precede outro numa via metabólica. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO RIBEIRO, S. M. R.; COSTA, N. M. B. Conceito e histórico da nutrição. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 9-18. A partir dessas três moléculas armazenadoras de energia, são sintetizadas outras moléculas não fornecedoras de energia, mas necessárias aos processos biológicos. Assim, quando se consideram os níveis tróficos ou alimentares, a planta verde ocupa o nível trófico de produtor e os animais de consumidores. O nível trófico, também conhecido por nível alimentar, representa o conjunto biótico possuindo semelhantes hábitos alimentares, ou seja, o nível de nutrição a que pertence um indivíduo ou uma espécie, que indica a passagem de energia entre os seres vivos presentes, na cadeia ou teia alimentar. MACRONUTRIENTE ENERGIA Carboidrato (CHO) 4 g/Kcal Proteína (PTN) 4 g/Kcal Lipídeo (LIP) 9 g/Kcal CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Existem três níveis tróficos importantes: Produtores: reúnem todos os seres que são capazes de produzir seu próprio alimento, ou seja, são autotróficos. Os organismos produtores são a base da cadeia alimentar, ocupando, portanto, o primeiro nível trófico. Nesse grupo, encontram-se organismos como as plantas e as algas. Estes seres vivos realizam fotossíntese ou quimiossíntese e daí obtém o seu alimento. Consumidores: são organismos que consomem produtores e outros consumidores, geralmente são heterotróficos, ou seja, organismos incapazes de produzir seu próprio alimento e que necessitam da ingestão de matéria orgânica para produzir a energia necessária para a realização de suas atividades. Decompositores: consomem os restos de plantas e animais. Responsáveis pela devolução de minerais e nutrientes para o ambiente, que servirão para produtores mais uma vez, fechando o ciclo. Organismos decompositores também são organismos heterotróficos, entretanto, diferentemente dos consumidores, eles realizam o processo de decomposição. Entre os principais decompositores, destacam-se as bactérias e fungos, que garantem que alguns importantes nutrientes presentes nos restos de seres vivos sejam devolvidos ao ambiente. CHO PTN LIP CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COSTA, N. M. B; COSTA, A. G. V. Carboidratos. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 43-84. CARBOIDRATOS: Os CHO são a principal fonte de energia para os seres humanos! Pode ser encontrados em frutas, vegetais, leguminosas, cereais, leite e mel. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COSTA, N. M. B; COSTA, A. G. V. Carboidratos. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 43-84. CARBOIDRATOS: Fornecem a maior parte da energia necessária para a pessoa se movimentar, executar trabalhos e viver. Em geral, são os responsáveis pela textura e sabor em muitos processamentos de alimentos. No intestino delgado são digeridos e absorvidos. No intestino grosso são fermentados por bactérias. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COSTA, N. M. B; COSTA, A. G. V. Carboidratos. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 43-84. CARBOIDRATOS: Os CHO são nutrientes preponderantemente energéticos e mais eficientes que os LIP e as PTN no fornecimento de energia para a atividade celular, além de desempenharem outras funções, como: economizadores de PTN poupando-as para a sua função construtora; ajudam a manter a normalidade da oxidação de LIP devido à sua ação anticetogênica; entram na constituição de inúmeros compostos que regulam o metabolismo. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COSTA, N. M. B; COSTA, A. G. V. Carboidratos. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 43-84. CARBOIDRATOS: Nos países em desenvolvimento, os CHO são consumidos principalmente na forma de amido, proveniente de raízes, tubérculos e cereais, enquanto nos países industrializados se consome grande proporção de açúcares simples, particularmente sacarose. De modo geral, a proporção de CHO na dieta é maior nos níveis socioeconômicos mais baixos. Embora os grãos sejam uma fonte importante de CHO, eles também fornecem a maior parte dePTN para a população mundial. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; BATISTA, E. S. Proteínas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 120-154. PROTEÍNAS: A palavra proteína vem do grego protos, que significa primeiro. Foi o primeiro macronutriente considerado essencial para o organismo e é o mais abundante componente estrutural e funcional das células do corpo humano. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; BATISTA, E. S. Proteínas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 120-154. PROTEÍNAS: As proteínas contêm em sua estrutura carbono, hidrogênio, oxigênio e, adicionalmente, nitrogênio, juntamente com enxofre, e algumas possuem elementos como fósforo, ferro e cobalto na sua estrutura. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; BATISTA, E. S. Proteínas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 120-154. PROTEÍNAS: O corpo de um homem de 70 Kg contém aproximadamente 11 Kg de PTN; sendo que deste total: 43% se apresentam como músculo esquelético; 15% estão contidas em outras estruturas como pele e sangue; 10% estão nos tecidos viscerais metabolicamente ativos; 32% encontra-se nos demais órgãos (cérebro, intestino, coração e ossos). Os valores estão aproximados. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; BATISTA, E. S. Proteínas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 120-154. PROTEÍNAS: A distribuição da PTN entre os órgãos varia de acordo coma faixa etária. O recém-nascido tem menos tecido muscular e mais cérebro e tecido visceral que o adulto. É também interessante ressaltar que, apesar da grande variedade de PTN dentro de um único organismo, quase a metade do conteúdo total delas no ser humano se encontra em apenas quatro PTN: miosina, actina, colágeno e hemoglobina. O colágeno, especificamente compreende 25% do total. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; BATISTA, E. S. Proteínas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 120-154. PROTEÍNAS: As proteínas possuem diversas funções, cuja importância é evidenciada pelo fato de que a informação genética é expressa como proteínas. Assim como existem milhares de genes no núcleo celular, cada um especificando uma característica distintiva do organismo, existem também, correspondentemente, milhares de diferentes proteínas na célula, cada uma executando uma função específica, determinada pelo gen. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; BATISTA, E. S. Proteínas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 120-154. PROTEÍNAS: Dentre as inúmeras funções das PTN, pode-se citar: há aquela que serve de carreador de substâncias como íons ou moléculas no plasma sanguíneo, a exemplo da hemoglobina; outras PTN ancoradas em membranas biológicas são receptores para compostos específicos que funcionam na regulação celular, incluindo o transporte de moléculas para dentro e para fora da célula; há os fatores de coagulação; há os anticorpos, os hormônios e as enzimas que também são PTN. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO SABARENSE, C. M.; PELUZIO, M. C. G. Lipídios. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 155-181. LIPÍDEOS: Os LIP, juntamente com as PTN e os CHO, são macronutrientes de importância biológica que podem ser sintetizados no organismo, com exceção dos ácidos graxos essenciais (AGE). Estruturalmente os LIP fazem parte das biomembranas. As prostaglandinas e os tromboxanos são derivados dos LIP e desempenham importantes funções hormonais. Os LIP reduzem a perda de calor do organismo devido à sua baixa condutividade térmica. MINERAIS VITAMINAS OUTROS COMPONENTES CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COSTA, N. M. B. Minerais. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 263-359. MINERAIS: De todos os 90 ou mais elementos minerais presentes na natureza, cerca de 22 são considerados essenciais para a nutrição humana. Os minerais são nutrientes inorgânicos, que podem ser agrupados em macro e microelementos, de acordo com as quantidades requeridas pelo organismo. Essa categorização, entretanto, não reflete a sua importância no organismo. Os macroelementos referem-se aos minerais recomendados para adultos em níveis acima de 100 mg/dia e incluem cálcio, fósforo, magnésio, sódio, potássio. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COSTA, N. M. B. Minerais. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 263-359. MINERAIS: Os microelementos podem ser divididos em 2 grupos: oligoelementos são requeridos em quantidades que variam de 1 a 100 mg/dia; exemplos: zinco, ferro, manganês, cobre e flúor. elementos ultratraço são requeridos em doses inferiores a 1 mg/dia, ou seja, quantidades em microgramas/dia (µg/dia); exemplos: selênio, molibdênio, iodo, cromo, boro. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COSTA, N. M. B. Minerais. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 263-359. MINERAIS: Os minerais podem interagir com os demais componentes da dieta, de forma positiva ou negativa, assim como podem sofrer influência do estado nutricional do indivíduo, afetando sua disponibilidade. O termo biodisponibilidade refere-se à proporção do nutriente que é efetivamente absorvida, transportada para o seu local de ação e convertida à sua forma biologicamente ativa. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ROSS, A. C. et al (ed). Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença. 11. ed. Barueri, SP: Manole, 2016. 1642 p. MINERAIS Exemplos: Cálcio; Fósforo; Magnésio; Ferro; Zinco; Cobre; Iodo; Selênio. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; OLIVEIRA, V. P. Vitaminas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 209-262. VITAMINAS: Vitaminas são compostos orgânicos que participam de importantes processos celulares, sendo essenciais para a manutenção das funções orgânicas (crescimento, metabolismo e integralidade) e, em pequenas quantidades, para o funcionamento adequado do organismo humano. Distinguem-se dos macronutrientes por não ser catabolizadas a dióxido de carbono (CO2) e água (H20), conferindo energia às células, e nem usadas em caráter estrutural. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; OLIVEIRA, V. P. Vitaminas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 209-262. VITAMINAS: A primeira preparação de alimento com nutrientes específicos incorporados foi um concentrado antiberibéri, introduzido por Funk e Hopkins em 1912. O fator introduzido foi uma amina, que, por ser necessária à vida, recebeu o nome de vitamina. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; OLIVEIRA, V. P. Vitaminas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 209-262. VITAMINAS: Apesar de o seu estudo ter sido intensificado apenas no século XX, relatos de doenças provocadas por deficiência de vitaminas vão desde os primórdios da humanidade. Nos esqueletos dos homens pré-históricos foram encontradas evidências claras de deficiência de vitamina D (raquitismo) e vitamina C (escorbuto). CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; OLIVEIRA, V. P. Vitaminas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 209-262. VITAMINAS: Na Antiguidade, eram de conhecimento médico os sintomas da deficiência devitamina B1 (beribéri) e vitamina A (cegueira noturna), sintomas que também são relatados em vários manuscritos da Era Cristã. Até recentemente, acreditava-se que a principal função das vitaminas era evitar as doenças causadas por deficiência aguda desses compostos orgânicos. Hoje, alguns estudos, têm evidenciado o seu uso profilático com o emprego de suplementos vitamínicos. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; OLIVEIRA, V. P. Vitaminas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 209-262. VITAMINAS: Durante o século XX foram isoladas, identificadas (inicialmente através de letras do alfabeto e, posteriormente, por meio de nomes químicos) e sintetizadas quimicamente. Descobriram-se, então, a grande variedade na composição química e a função das vitaminas, que vai desde a atuação como coenzima à síntese de hormônios, regulação no catabolismo de macronutrientes, antioxidante e substrato de reações químicas. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PELUZIO, M. C. G.; OLIVEIRA, V. P. Vitaminas. In: COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 209-262. VITAMINAS: As vitaminas são classificadas de acordo com a sua solubilidade, em dois grupos: vitaminas lipossolúveis (não passível de se misturar em água): vitaminas A, D, E e K. vitaminas hidrossolúveis (passível de se misturar em água): vitaminas B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9, B12 e C. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ROSS, A. C. et al (ed). Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença. 11. ed. Barueri, SP: Manole, 2016. 1642 p. Vitamina A; Vitamina D; Vitamina E; Vitamina K; Tiamina (vitamina B1); Riboflavina (vitamina B2); Niacina (vitamina B3); Ácido pantotênico (vitamina B5); Vitamina B6; Biotina (vitamina B7); Ácido fólico (vitamina B9); Cobalamina (vitamina B12); Vitamina C; Colina. VITAMINAS: CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ROSS, A. C. et al (ed). Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença. 11. ed. Barueri, SP: Manole, 2016. 1642 p. OUTROS COMPONENTES RELEVANTES À SAÚDE: Carotenoides; Carnitina; Homocisteína, cisteína e taurina; Glutamina; Arginina, citrulina e óxido nítrico; Polifenóis e flavonoides. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO O consumo de alimentos fontes de nutrientes é essencial para que o indivíduo atenda às suas necessidades diárias de ingestão! Tanto a falta quanto o excesso na ingestão de nutrientes desencadeiam sintomas de deficiência ou de toxicidade, respectivamente. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS MAIS PREVALENTES NA POPULAÇÃO BRASILEIRA: deficiência de ferro (anemia ferropriva); deficiência de iodo; deficiência de Vitamina A; deficiência de Vitamina B1 (tiamina Beribéri); desnutrição. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA): A anemia por deficiência de ferro, no Brasil, é o problema nutricional de grande magnitude e acomete principalmente as crianças menores de dois anos, as mulheres em idade fértil e as gestantes. As consequências da anemia, incluem: o aumento na mortalidade em mulheres e crianças; diminuição da capacidade de aprendizagem; diminuição da produtividade em indivíduos em todos os ciclos vitais. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA): Esses efeitos perversos da anemia ferropriva sobre a saúde física e mental afetam a qualidade de vida e a produtividade. Diante desse panorama, é de extrema importância a adoção de políticas públicas para prevenção e controle da anemia por deficiência de ferro no país. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA): Diversos são os fatores reconhecidos como determinantes da anemia. O diagrama abaixo que aponta as principais causas e as janelas de oportunidade para a prevenção da anemia e as possíveis intervenções para controlar tais fatores. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. Alimentação inadequada; Não uso de suplemento de ferro profilático; Complicações nutricionais; Parasitoses. Clampeamento (fechar; interromper) precoce do cordão umbilical; Ausência de aleitamento materno na primeira hora de vida; Parasitoses. Ausência de aleitamento materno exclusivo até 6 meses; Introdução precoce de alimentos e outros leites; Parasitoses. Alimentação complementar inadequada; Baixa ingestão de ferro heme; Não uso de suplemento de ferro profilático; Elevada necessidade de ferro; Parasitoses. GESTAÇÃO PARTO E NASCIMENTO PRIMEIROS 6 MESES DE VIDA A PARTIR DOS 6 MESES DE VIDA CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA): A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (2006) avaliou, pela primeira vez em nível nacional, a prevalência de anemia em crianças e observou: 20,9% das menores de 5 anos apresentam anemia, ou seja, aproximadamente 3 milhões de crianças brasileiras. as maiores prevalências foram observadas no: o Nordeste (25,5%); o Sudeste (22,6%); o Sul (21,5%). a região Norte (10,4%) e a região Centro-Oeste (11,0%) apresentaram as prevalências mais baixas. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA): Diversos estudos conduzidos em diferentes locais identificaram prevalência de anemia em crianças superior a 50% (JORDÃO, 2009; SPINELLI, 2005; VIEIRA, 2010). A prevalência de anemia em mulheres no país, avaliada pela Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (2006), é de 29,4%, sendo que os maiores valores foram observados nas regiões Nordeste (39%), Sudeste (28,5%) e Sul (24,8). A prevalência observada para as mulheres residentes na região Centro-Oeste é de 20,1% e 19,3% na região Norte. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA): Em maio de 1999, o Ministério da Saúde (MS), com o intuito de unir forças para a redução da prevalência da anemia por deficiência de ferro no país, estabeleceu o Compromisso social para a redução da anemia ferropriva no Brasil. O propósito do Compromisso foi definir as bases e os mecanismos entre as partes (Ministério da Saúde, estados e municípios), para promover ampla mobilização nacional, em prol da redução da anemia por deficiência de ferro no país, por intermédio da promoção da alimentação adequada e saudável, da orientação do consumidor para a diversificação de dieta a baixo custo, da distribuição de suplementos na rede de saúde para grupos populacionais específicos e da fortificação das farinhas de trigo e milho. Mais recentemente, a Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes (vitaminas e minerais) em Pó NutriSUS foi lançada como mais uma ação de prevenção da anemia em crianças de 06 a 48meses. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. Em 2017 foi lançado o Sistema de Micronutrientes, com três diferentes módulos: Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A PNSVA; Programa Nacional de Suplementação de Ferro PNSF; Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes em Pó (vitaminas e minerais) NutriSUS. Assim como os outros sistemas da Atenção Básica, o Sistema de Micronutrientes será acessado através do e- Gestor Atenção Básica (AB) disponível no link https://egestorab.saude.gov.br/. Para cada módulo/programa será necessário o cadastro de um Coordenador Municipal (que pode ser o mesmo para todos, porém deverá ser cadastrado em cada um dos módulos/programas). Esse cadastro deverá ser feito do mesmo modo que ocorre o cadastro de Coordenadores no e-Gestor AB, ou seja, o Gestor da Atenção Básica deve realizar o cadastro do Coordenador de cada um dos programas. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA): BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE IODO: Desde a década de 50 é obrigatória a iodação de todo o sal destinado ao consumo humano. Nessa época, aproximadamente 20% da população apresentavam Distúrbio por Deficiência de Iodo (DDI). Assim, com o propósito de diminuir essas altas prevalências adotou-se a iodação universal do sal. Após cerca de seis décadas de intervenção, se observa redução na prevalência de DDI no Brasil (20,7% em 1955; 14,1% em 1974; 1,3% em 1994; e 1,4% em 2000). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. O cientista francês Boussingault foi o primeiro a sugerir a adição de iodo ao sal comum como método de prevenção do bócio, em 1831. Essa intervenção nutricional teve e tem eficácia universalmente comprovada. No Brasil, só em 1953 foi promulgada a primeira Lei (Lei nº 1.944, 14 de agosto de 1953) obrigando a iodação do sal para consumo humano. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE IODO: O iodo é um micronutriente essencial para o homem e outros animais. Existe apenas uma única função conhecida do iodo no organismo humano: ele é utilizado na síntese dos hormônios tireoidianos (hormônios produzidos pela tireoide, uma glândula que se localiza na base frontal do pescoço): a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Esses hormônios têm dois importantes papéis: atuam no crescimento físico e neurológico e na manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal, principalmente na manutenção do calor do corpo). São muito importantes para o funcionamento de vários órgãos como o coração, fígado, rins, ovários e outros. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE IODO: Os DDI são fenômenos naturais e permanentes, que estão amplamente distribuídos em várias regiões do mundo. Populações que vivem em áreas deficientes em iodo sempre terão o risco de apresentar os distúrbios causados por esta deficiência, cujo impacto sobre os níveis de desenvolvimento humano, social e econômico são muito graves. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE IODO: A deficiência de iodo pode causar: cretinismo em crianças (retardo mental grave e irreversível); surdo-mudez; anomalias congênitas, bem como a manifestação clínica mais visível, o bócio (hipertrofia da glândula tireoide); está relacionada com altas taxas de natimortos e nascimento de crianças com baixo peso, problemas no período gestacional, e aumento do risco de abortos e mortalidade materna. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. Natimorto é o termo atribuído ao feto quando morre dentro do útero materno (após 20 semanas de gestação) ou durante o trabalho de parto. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE IODO: Associada a esses problemas, a deficiência de iodo contribui para o aumento do gasto com atendimento em saúde e em educação, uma vez que incrementa as taxas de repetência e evasão escolar, e ainda proporciona a redução da capacidade para o trabalho. Portanto, direta ou indiretamente acarreta prejuízos socioeconômicos ao país. Consequentemente, as estratégias dirigidas a controlar a deficiência de iodo, devem ser permanentes e fundamentalmente preventivas, especialmente quando se destinam às gestantes, nutrizes e crianças menores de dois anos de idade. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. Nutriz: mulher que amamenta. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE IODO: O que vem ocorrendo são adequações à legislação para atender melhor a população na prevenção dos distúrbios causados pela deficiência de iodo. Foi o que ocorreu em 1999, quando os teores de iodação do sal se adequaram às faixas de 40 a 100 partes por milhão (ppm). Em fevereiro de 2003, foi aberta consulta pública pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na qual a faixa de iodação foi ajustada para 20 a 60 ppm. Todas as adequações de iodação do sal, realizadas pelo MS, são feitas de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas nacionais no tema. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE IODO: O Programa de Combate aos DDI no Brasil - Pró Iodo, é uma das ações mais bem sucedidas no combate aos distúrbios por deficiência de micronutrientes e tem sido elogiado pelos organismos internacionais pela sua condução e resultado obtido na eliminação do bócio endêmico no país. Entre as ações, a iodação universal do sal para consumo humano e o monitoramento e fiscalização das indústrias salineiras são as principais responsáveis pelo sucesso do programa. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. Para manter a baixa prevalência dos distúrbios causados pela deficiência de iodo, a iodação universal do sal para consumo humano no Brasil deve ser mantida sem exceção. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE IODO: Legislações: Resolução - RDC Nº 23, de 24 de abril de 2013; Portaria Nº 2.362, de 1º de dezembro de 2005; Portaria Nº 520, de 6 de abril de 2005; Lei Nº 1.944, 14 de agosto de 1953 Revogada Lei Nº 6.150, de 3 de dezembro de 1974. Pesquisa Nacional para Avaliação do Impacto da Iodação do Sal (PNAISAL) Manual Técnico e Operacional do Pró-Iodo BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DEVITAMINA A: No Brasil, a deficiência de Vitamina A é um problema de saúde pública moderado, sobretudo, na Região Nordeste e em alguns locais da Região Sudeste e Norte. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (2006) traçou o perfil das crianças menores de cinco anos. Nesta pesquisa, foram observados níveis inadequados de Vitamina A em 17,4% das crianças, sendo as maiores prevalências encontradas no Nordeste (19,0%) e Sudeste (21,6%) do País. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A: Evidências científicas referentes ao impacto da suplementação com Vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade apontam para redução: do risco global de morte em 24%; de mortalidade por diarreia em 28%; de mortalidade por todas as causas, em crianças HIV positivo, em 45%. Diante desse impacto positivo, a OMS recomenda a administração de suplementos de vitamina A para prevenir a carência, a xeroftalmia e a cegueira de origem nutricional em crianças de 6 a 59 meses. Ressalta ainda que a suplementação profilática de vitamina A deve fazer parte de um conjunto de estratégias para melhoria da ingestão desse nutriente, portanto associado à diversificação da alimentação. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A: O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSVA) foi instituído oficialmente por meio da Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005, cujo objetivo é reduzir e controlar a hipovitaminose A, a mortalidade e morbidade em crianças de 6 a 59 meses de idade. A partir de 2012 o programa foi expandido para todas as crianças na faixa etária residentes nas Regiões Norte e Nordeste e em diversos municípios das Regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, além dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. Em epidemiologia, morbidade é a taxa de portadores de determinada doença em relação à população total estudada, em determinado local e em determinado momento. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A: Legislação específica: Portaria Nº 729, de 13 de maio de 2005 - Institui o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B1 (TIAMINA BERIBÉRI): O Beribéri é uma doença causada pela deficiência de tiamina (Vitamina B1). No Brasil desde 2006, têm sido notificados casos de Beribéri nos estados do Maranhão e Tocantins. Em 2008, foram identificados casos suspeitos de Beribéri em indígenas das etnias Ingaricó e Macuxi, no município de Uiramutã/Roraima e, desde então estão sendo empreendidas ações em parceria com o estado e município na investigação, acompanhamento, prevenção e controle do Beribéri. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B1 (TIAMINA BERIBÉRI): Em nível mundial, o Beribéri não é mais uma doença largamente difundida na população. Tendo em vista que há mais de 80 anos não se tinha registro de surtos de Beribéri no país, sua relevância epidemiológica se deve ao fato de acometer, majoritariamente, adultos jovens do sexo masculino, e pela sua capacidade de causar surtos e epidemias com o adoecimento e óbito em curto período de tempo. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B1 (TIAMINA BERIBÉRI): O Beribéri tem sido um importante problema de saúde pública, determinado pelas condições de vida e trabalho, sendo imprescindível, além das políticas de saúde, a definição de ações no bojo das políticas sociais para o seu enfrentamento. Como a maioria das doenças nutricionais, grande parte dos surtos de beribéri associa-se a condições de pobreza e fome relacionando-se a situações graves de insegurança alimentar e nutricional, alimentação monótona baseada em arroz polido, elevado teor de CHO simples e também a alguns grupos de risco específicos como alcoolistas, gestantes, crianças e pessoas que exercem atividade física extenuante. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B1 (TIAMINA BERIBÉRI): A carência da tiamina pode levar de 2 a 3 meses para manifestar os sinais e sintomas que inicialmente são leves como: insônia; nervosismo; irritação; E evoluem para quadros mais graves como: parestesia (sensação de formigamento); edema de membros inferiores; BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. fadiga; perda de apetite; perda de energia. dificuldade respiratória; cardiopatia. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B1 (TIAMINA BERIBÉRI): Após a oficina de formação e desenvolvimento dos trabalhadores da saúde para o enfrentamento do Beribéri, realizada nos dias 5 e 6 de dezembro de 2011, a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) desenvolveu o Guia de Consulta para Vigilância Epidemiológica, Assistência e Atenção Nutricional dos Casos de Beribéri, que foi lançado em 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. Esse guia de consulta destina-se aos profissionais de saúde de toda a rede de atenção do SUS e de seu Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, em especial àqueles que atuam na atenção básica, vigilância epidemiológica e que permanecem em contato direto com as populações sob risco, e destaca os aspectos relativos à vigilância epidemiológica, assistência e atenção nutricional do Beribéri. Esse enfoque visa à adoção das medidas de detecção, prevenção e controle da doença em tempo oportuno. O monitoramento dos casos suspeitos e confirmados de Beribéri deve ser feitos pelos municípios através do link: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=23655 CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO: A desnutrição corresponde a uma doença de natureza clínico-social multifatorial, cujas raízes se encontram na pobreza. Quando ocorre na primeira infância, está associada: à maior mortalidade; à recorrência de doenças infecciosas; a prejuízos no desenvolvimento psicomotor; ao menor aproveitamento escolar; à menor capacidade produtiva na idade adulta. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO: Nos países em desenvolvimento, a desnutrição na primeira infância constitui-se importante problema desaúde pública. No Brasil, a prevalência de déficit de altura para idade foi reduzida pela metade entre 1996 e 2006, passando de 13,5% para 6,8%, com declínio médio anual de 6,3%. Cabe ressaltar que a redução nesses percentuais de desnutrição não ocorreu de forma homogênea, sendo maior entre as famílias e regiões mais pobres e vulneráveis do país. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO: No entanto, quando observadas as crianças menores de cinco anos pertencentes a famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, verifica-se que tanto a desnutrição aguda (baixo peso) quanto a crônica (baixa estatura) são mais prevalentes quando comparadas aos dados de toda a população brasileira nessa faixa etária. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO: Da mesma forma, a desnutrição permanece elevada em algumas regiões do país, sobretudo em municípios de pequeno porte, e em grupos populacionais específicos, estando fortemente concentrada nas Regiões Norte e Nordeste. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO: A elaboração de fluxos e procedimentos para o acolhimento adequado às demandas espontâneas e aos casos identificados por busca ativa, no âmbito da atenção básica e em articulação com os demais pontos de atenção, que contemplem a identificação das causas, avaliação e classificação do risco, estabelecimento de Projeto Terapêutico Singular e de articulação com outros setores e políticas sociais, é fundamental para o cuidado integral e resolutivo dessa população vulnerável. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO: Além disso, outras ações já comprovadas e fundamentais para prevenção e controle da desnutrição, apoiadas pela CGAN/MS e que podem ser implantadas e incorporadas aos fluxos e procedimentos estabelecidos para a atenção às crianças desnutridas em seu município, incluem: a promoção ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e da alimentação complementar saudável, com continuidade do aleitamento materno até os 2 anos ou mais, fortalecida pela Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil; BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. CONCEITOS E BASES DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DESNUTRIÇÃO: a prevenção de deficiências nutricionais específicas, com a Suplementação de Ferro e Ácido Fólico e Vitamina A; o acompanhamento do estado nutricional de crianças menores de cinco anos, com a utilização do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), com especial atenção às crianças pertencentes a famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família; a promoção e implantação de ações intersetoriais, por meio da Articulação Intersetorial, tendo em vista a determinação multifatorial da desnutrição. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Prevenção e controle de agravos nutricionais. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/pcan. Acesso em: 28 jan. 2021. VAMOS NOS DEDICAR UM POUCO MAIS Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_carencias_micronutrientes.pdf Cadernos de atenção básica: carências de micronutrientes. LEITURA ESPECÍFICA: Disponível em: https://www.sesc.com.br/mesabrasil/cartilhas/cartilha6.pdf APRENDA + : DÚVIDAS MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasília - DF 2013 MINISTÉRIO DA SAÚDE Programa Nacional de Suplementação de Ferro Manual de Condutas Gerais Brasília – DF 2013 Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Programa Nacional de Suplementação de Ferro Manual de Condutas Gerais Brasília – DF 2013 © 2013 Ministério da Saúde. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. Venda proibida. Distribuição gratuita. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada na íntegra na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <http://www.saude.gov.br/bvs>. Tiragem: 1ª edição – 2013 – 45.000 exemplares Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição SAF Sul, Quadra 2, Lotes 5/6, Bloco II, Edifício Premium, Subsolo, Sala 8, Auditório CEP: 70.070-600 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-9011 Fax: (61) 3315-9024 Site: dab.saude.gov.br E-mail: cgan@saude.gov.br Editor Geral: Heider Aurélio Pinto Coordenação Técnica Geral: Patrícia Constante Jaime Colaboração: Ana Maria Cavalcante de Lima Elida Amorim Valentim Gisele Ane Bortolini Karine Oliveira Daud Karla Lisboa Ramos Maria Fernanda Moratori Alves Coordenação editorial: Marco Aurélio Santana da Silva Sheila de Castro Silva Impresso no Brasil / Printed in Brazil Ficha Catalográfica _____________________________________________________________________________ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Suplementação de Ferro : manual de condutas gerais / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 24 p.: il. ISBN 978-85-334-2042-7 1. Programas e Políticas de Nutrição e Alimentação. 2. Deficiência de Ferro. 3. Suplementação Alimentar. I. Título. CDU 612.392.01 ___________________________________________________________________________________ Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2013/0390 Títulos para indexação: Em inglês: National Program for Iron Supplementation: manual of general conduct Em espanhol: Programa Nacional de Suplementación de Hierro: manual de conductas generales Diagramação e projeto gráfico: Marco Aurélio Santana da Silva Normalização: Marjorie Fernandes Gonçalves – MS Sumário Apresentação 7 1 ANEMIA 8 1.1 O que é anemia? 8 1.2 Causas da deficiência de ferro e fatores predisponentes para seu desenvolvimento 8 1.3 Consequências da deficiência de ferro 9 1.4 Alimentos fontes de ferro 9 2 ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA ANEMIA 10 2.1 O Programa Nacional de Suplementação de Ferro 11 2.2 Recomendações especiais para o cuidado de crianças 12 2.3 Recomendações especiais para o cuidado de mulheres 13 2.4 Funcionamento do Programa Nacional de Suplementação de Ferro 14 2.5 Orientações para organização do processo de trabalho no município 15 REFERÊNCIAS 17 ANEXOS 21 Anexo A – Exemplo de dosagem de sulfato ferroso para crianças 22 Anexo B – Orientações para tratamento da anemia 23 Anexo C – Recomendação quanto à suplementação de ferro 24 7 A PRESENTAÇÃO A anemia por deficiência de ferro é considerada um grave problema de saúde pública no Brasil em virtude das altas prevalências e da estreita relação com o desenvolvimento das crianças. No mundo, é considerada a carência nutricional de maior magnitude, destacando-se a elevada prevalência em todos os segmentos sociais, acometendo principalmente crianças menores dedois anos de idade e gestantes (WHO, 2008; BRASIL, 2009a). Com relação à magnitude da anemia no País, dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde mostram que a prevalência entre menores de cinco anos é de 20,9%, sendo de 24,1% em crianças menores de dois anos (BRASIL, 2009a). Diversos estudos realizados no País apontam que a mediana da prevalência de anemia em crianças menores de cinco anos é de 50%, chegando a 52% naquelas que frequentavam escolas/creches e 60,2% nas que frequentavam Unidades Básicas de Saúde (JORDÃO; BERNARDI; BARROS FILHO 2009; VIEIRA; FERREIRA, 2010). Sobre a estreita relação da anemia com o desenvolvimento das crianças, estudos comprovam que aquelas que apresentaram anemia durante os primeiros anos de vida, mesmo quando tratadas, possuem maior probabilidade de baixo rendimento escolar em idades posteriores. A anemia na infância também está relacionada com a baixa produtividade em adultos, o que contribui para a transmissão intergeracional da pobreza com sérias implicações para o desenvolvimento de um país (GRANTHAM- MCGREGOR et al., 2007; WALKER et al., 2007; ENGLE et al., 2007, 2011). Assim, considerando a relevância do problema e o compromisso que a Política Nacional de Alimentação e Nutrição assume para a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, são estabelecidas as seguintes ações de prevenção e controle da anemia por deficiência de ferro no âmbito do SUS: o Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF), que consiste na suplementação universal com suplementos de ferro em doses profiláticas; a fortificação dos alimentos preparados para as crianças com micronutrientes em pó; a fortificação obrigatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico; e a promoção da alimentação adequada e saudável para aumento do consumo de alimentos fontes de ferro. Com vistas a orientar os profissionais de saúde da atenção básica na implementação da suplementação profilática universal para a prevenção da anemia, apresentamos este manual de condutas gerais, que traz as informações necessárias à operacionalização do programa. Esperamos, com isso, reforçar a agenda de prevenção e controle da anemia, de forma a fortalecer e aprimorar a ação em todo o País. 8 ANEMIA 1.1 O que é anemia? A anemia é definida como a condição na qual a concentração de hemoglobina no sangue está abaixo do normal (WHO, 2001). A anemia pode ser determinada por diversos fatores. Cerca de 50% dos casos acontecem em função da deficiência de ferro, determinada pela dieta insuficiente em ferro. As outras causas são relacionadas às deficiências de folato, vitamina B12 ou vitamina A, inflamação crônica, infecções parasitárias e doenças hereditárias (WHO, 2012). Entre os grupos de risco mais vulneráveis para a ocorrência de anemia, estão as crianças menores de dois anos, as gestantes e as mulheres em idade fértil. 1.2 Causas da deficiência de ferro e fatores predisponentes para seu desenvolvimento O esquema abaixo apresenta os principais determinantes da anemia durante a gestação e os primeiros anos de vida. Esquema 1 – Determinantes da anemia por deficiência de ferro Fonte: Ministério da Saúde, 2013. 1 9 1.3 Consequências da deficiência de ferro As principais consequências da deficiência de ferro são: • Comprometimento do sistema imune, com aumento da predisposição a infecções; • Aumento do risco de doenças e mortalidade perinatal para mães e recém-nascidos; • Aumento da mortalidade materna e infantil; • Redução da função cognitiva, do crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com repercussões em outros ciclos vitais; • Diminuição da capacidade de aprendizagem em crianças escolares e menor produtividade em adultos. 1.4 Alimentos fontes de ferro O ferro é um micronutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese de células vermelhas do sangue (hemácias) e no transporte do oxigênio no organismo. Há dois tipos de ferro nos alimentos: ferro heme (origem animal, sendo mais bem absorvido) e ferro não heme (encontrado nos vegetais). São alimentos fontes de ferro heme: carnes vermelhas, principalmente vísceras (fígado e miúdos), carnes de aves, suínos, peixes e mariscos. São alimentos fontes de ferro não heme: hortaliças folhosas verde-escuras e leguminosas, como o feijão e a lentilha. Como o ferro não heme possui baixa biodisponibilidade, recomenda-se a ingestão na mesma refeição de alimentos que melhoram a absorção desse tipo de ferro, por exemplo, os ricos em vitamina C, disponível em frutas cítricas (como: laranja, acerola, limão e caju), os ricos em vitamina A, disponível em frutas (como: mamão e manga) e as hortaliças (como: abóbora e cenoura). 10 ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA ANEMIA As necessidades de ferro durante os primeiros anos de vida e durante a gestação são muito elevadas, por isso recomenda-se a adoção de medidas complementares ao estímulo à alimentação saudável, com o intuito de oferecer ferro adicional de forma preventiva. Dessa forma, a prevenção da anemia por deficiência de ferro deve ser planejada com a priorização da suplementação de ferro medicamentosa em doses profiláticas; com ações de educação alimentar e nutricional para alimentação adequada e saudável; com a fortificação de alimentos; com o controle de infecções e parasitoses; e com o acesso à água e esgoto sanitariamente adequado. As ações de prevenção da anemia devem priorizar intervenções que contribuam para o enfrentamento dos seus principais determinantes. O esquema abaixo apresenta as janelas de oportunidades de prevenção e controle da anemia nos diferentes ciclos de vida. Quadro 1 – Estratégias de prevenção e controle da anemia Gestação 1. Suplementação profilática com ferro e ácido fólico. 2. Ingestão de alimentos que contenham farinhas enriquecidas com ferro e ácido fólico. 3. Alimentação adequada e saudável com ingestão de ferro de alta biodisponibilidade. Parto e nascimento 1. Clampeamento tardio do cordão umbilical.2. Amamentação na primeira hora de vida. Primeiros seis meses de vida 1. Aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. 2. Suplementação profilática de ferro para crianças prematuras e que nasceram com baixo peso. A partir dos seis meses até dois anos de idade 1. Alimentação complementar saudável e adequada em frequência, quantidade e biodisponibilidade de ferro. 2. Suplementação de ferro profilática. 3. Fortificação dos alimentos preparados para as crianças com micronutrientes em pó. Fonte: Ministério da Saúde, 2013. 2 11 As ações de educação alimentar e nutricional para a promoção da alimentação adequada e saudável preveem o estímulo ao consumo de alimentos que contenham ferro de alta biodisponibilidade na fase de introdução da alimentação complementar e em fases de maior vulnerabilidade para essa deficiência. A utilização de suplementação medicamentosa com sais de ferro para prevenir e tratar a anemia é um recurso tradicional e amplamente utilizado, sendo a forma oral de administração a preferencial. Ela deve ser usada como ação curativa em indivíduos deficientes ou, profilaticamente, em grupos com risco de desenvolver anemia. A fortificação de alimentos refere-se à fortificação de farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico – Resolução RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002, da Anvisa. Mais recentemente, tem-se proposto a utilização de múltiplos micronutrientes para a prevenção da anemia – ação conhecida como fortificação dos alimentos preparados para as crianças com micronutrientes em pó. Essa ação prevê a adição direta de múltiplos nutrientes em pó aos alimentos já prontos para o consumo e tem se mostrado bastante eficaz e efetiva, sendo inclusive reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (ENGLE et al., 2007; BHUTTA et. al., 2008; DEWEY, 2009; WHO, 2011). Recomenda-se que as ações de educação alimentar e nutricional sejam acompanhadaspela suplementação de ferro para crianças e gestantes ou pela fortificação dos alimentos preparados para as crianças com micronutrientes em pó. 2.1 O Programa Nacional de Suplementação de Ferro A suplementação profilática com sulfato ferroso é uma medida com boa relação de custo efetividade para a prevenção da anemia. No Brasil, são desenvolvidas ações de suplementação profilática com sulfato ferroso desde 2005 – Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF). O PNSF consiste na suplementação profilática de ferro para todas as crianças de seis a 24 meses de idade, gestantes ao iniciarem o pré-natal, independentemente da idade gestacional até o terceiro mês pós-parto, e na suplementação de gestantes com ácido fólico. A suplementação de ferro e ácido fólico durante a gestação é recomendada como parte do cuidado no pré-natal para reduzir o risco de baixo peso ao nascer da criança, anemia e deficiência de ferro na gestante (WHO, 2012). Ressalta-se que a suplementação com ácido fólico deve ser iniciada pelo menos 30 dias antes da data em que se planeja engravidar para a prevenção da ocorrência de defeitos do tubo neural e deve ser mantida durante toda a gestação para a prevenção da anemia (FEBRASGO, 2012; WHO, 2012). 12 Os suplementos de ferro e ácido fólico deverão estar gratuitamente disponíveis nas farmácias das Unidades Básicas de Saúde, em todos os municípios brasileiros. O esquema de administração da suplementação profilática de sulfato ferroso encontra-se abaixo. Quadro 2 - administração da suplementação profilática de sulfato ferroso Público Conduta* Periodicidade Crianças de seis a 24 meses 1 mg de ferro elementar/kg Diariamente até completar 24 meses Gestantes 40 mg de ferro elementar e 400 µg de ácido fólico Diariamente até o final da gestação Mulheres no pós-parto e pós-aborto 40 mg de ferro elementar Diariamente até o terceiro mês pós-parto e até o terceiro mês pós-aborto Fonte: Ministério da Saúde, 2013. *Essas condutas estão de acordo com as recomendações oficiais da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2001; 2012); da Sociedade Brasileira de Pediatria (2013), para prevenção e controle da deficiência de ferro, e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (2012), para prevenção da ocorrência de defeitos do tubo neural. No Anexo A deste Manual, está disponível a tabela com exemplo de dosagens de sulfato ferroso para crianças. 2.2 Recomendações especiais para o cuidado de crianças a) Casos de anemia já diagnosticados: o tratamento deve ser prescrito de acordo com a conduta clínica para anemia definida pelo profissional de saúde responsável (Anexo B). b) Para crianças pré-termo (< 37 semanas) ou nascidas com baixo peso (< 2.500 g), a conduta de suplementação segue as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (Anexo C). c) Crianças em aleitamento materno exclusivo só devem receber suplementos a partir do sexto mês de idade. Se a criança não estiver em aleitamento materno exclusivo, a suplementação poderá ser realizada a partir dos quatro meses de idade, juntamente com a introdução dos alimentos complementares. d) As parasitoses intestinais não são causas diretas da anemia, mas podem piorar as condições de saúde das crianças anêmicas. Por isso, para o melhor controle da anemia, 13 faz-se necessário que, além da suplementação de ferro, sejam implementadas ações para o controle de doenças parasitárias como a ancilostomíase e a esquistossomose1 . e) As crianças e/ou gestantes que apresentarem doenças que cursam por acúmulo de ferro, como doença falciforme, talassemia e hemocromatose, devem ser acompanhadas individualmente para que seja avaliada a viabilidade do uso do suplemento de sulfato ferroso. Ressalta-se que a complementação de ferro oral a essas crianças deve ser considerada, por apresentarem igual chance de desenvolverem anemia por deficiência de ferro na fase de crescimento. O diagnóstico das doenças que cursam por acúmulo de ferro está previsto no Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) fase II, que inclui o diagnóstico da doença falciforme e hemoglobinopatias. f) A suplementação profilática com ferro pode ocasionar o surgimento de efeitos colaterais em função do uso prolongado. Os principais efeitos são: vômitos, diarreia e constipação intestinal. É fundamental que as famílias sejam orientadas quanto à importância da suplementação, bem como sejam informadas sobre a dosagem, periodicidade, efeitos, tempo de intervenção e formas de conservação, para que a adesão seja efetiva, garantindo a continuidade e o impacto positivo na diminuição do risco da deficiência em ferro e de anemia entre crianças. 2.3 Recomendações especiais para o cuidado de mulheres a) As gestantes devem ser suplementadas com ácido fólico no período pré- concepção para prevenção de DTN e durante toda a gestação para a prevenção da anemia. A recomendação de ingestão é de 400 µg de ácido fólico, todos os dias. Essa quantidade deve ser consumida pelo menos 30 dias antes da data em que se planeja engravidar até o final da gestação. b) Com o objetivo de repor as reservas corporais maternas, todas as mulheres até o terceiro mês pós-parto devem ser suplementadas apenas com ferro, mesmo que por algum motivo estejam impossibilitadas de amamentar. c) A suplementação também é recomendada nos casos de abortos (40 mg ferro elementar/dia até o terceiro mês pós-aborto). d) Casos de anemia já diagnosticados: o tratamento deve ser prescrito de acordo com a conduta clínica para anemia definida pelo profissional de saúde responsável (vide Anexo B). e) Apesar de normalmente ser o medicamento de escolha, o sulfato ferroso possui como limitantes as intercorrências gastrointestinais (vômitos, diarreia, constipação 1 Para mais informações, acesse: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 6. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/10001021559.pdf>. Acesso em: 29 maio 2013 14 intestinal, fezes escuras e cólicas). As gestantes devem ser orientadas quanto aos possíveis efeitos e a necessidade de se manter a suplementação até o final do esquema. 2.4 Funcionamento do Programa Nacional de Suplementação de Ferro A compra dos suplementos de ferro destinados ao Programa Nacional de Suplementação de Ferro deve ser feita junto ao planejamento do componente básico da assistência farmacêutica. Dessa forma, os municípios, o Distrito Federal e os Estados (onde couber) serão responsáveis pela seleção, programação, aquisição, armazenamento, controle de estoque e prazos de validade, distribuição e dispensação dos suplementos de sulfato ferroso e ácido fólico do Programa Nacional de Suplementação de Ferro (Portaria nº 1.555 de 30 de julho de 2013). Na gestão do Programa Nacional de Suplementação de Ferro, cabe ao Ministério da Saúde: I - o estímulo e o apoio aos estados e municípios para a implantação, implementação e a avaliação do desempenho e impacto do Programa em nível nacional; II - a elaboração de materiais e a divulgação das normas operacionais do Programa aos estados; III - o acompanhamento e o monitoramento da situação dos estados e municípios quanto ao nível de implantação e operacionalização do Programa e cobertura populacional; IV - a realização, por intermédio do Departamento Nacional de Auditoria do SUS - DENASUS, de auditorias em municípios alvo de denúncias e irregularidades na condução do Programa; V - o estabelecimento de parcerias com outras instâncias, órgãos e instituições, governamentais e não governamentais para o fomento de atividades complementares, com o objetivo de promover a alimentação saudável; e VI - a avaliação do desempenho e do impacto do Programa em nível nacional e do apoio das ações da mesma natureza nos estados e municípios. Na gestão estadual do Programa Nacional de Suplementação de Ferro, cabe às Secretarias Estaduaisde Saúde: I - a definição de área técnica responsável para coordenar, em âmbito estadual, o Programa, de preferência aquela já responsável pelas ações de alimentação e nutrição no estado; II - o estímulo e apoio aos municípios para a implantação, a implementação e a avaliação do Programa; III - a divulgação das normas operacionais do Programa e a supervisão dos municípios quanto à sua implantação e operacionalização; 15 IV - o acompanhamento e o monitoramento da situação dos municípios quanto ao nível de implantação do Programa e à cobertura populacional; V- a capacitação dos coordenadores municipais para a operacionalização do Programa de acordo com as orientações descritas no Manual Operacional definido pela Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição; VI - a avaliação do desempenho e o impacto do Programa em nível estadual; e VII - a apuração das denúncias de irregularidades na condução do Programa, mediante a realização de visitas técnicas e auditorias. Na gestão municipal do Programa Nacional de Suplementação de Ferro, cabe às Secretarias Municipais de Saúde: I - a indicação de um profissional técnico devidamente capacitado para coordenar o Programa, de preferência aquele já responsável pelas ações de alimentação e nutrição do município; II - selecionar, programar, adquirir, armazenar, controlar os estoques e prazos de validade, distribuir e dispensar os suplementos de sulfato ferroso e ácido fólico previstos no Componente Básico da Assistência Farmacêutica; III - organizar ações de promoção da alimentação adequada e saudável; IV - a identificação das famílias e o fornecimento do suplemento àquelas que tenham crianças de 6 (seis) a 24 (vinte e quatro) meses, gestantes e mulheres até o 3º mês pós-parto e pós aborto, de acordo com a conduta e a periodicidade recomendada para cada um desses grupos, segundo as normas estabelecidas no Manual Operacional do Programa definido pela Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição; V - o monitoramento do programa deverá ser realizado por meio dos sistemas da Atenção Básica e Assistência Farmacêutica; e VI - a avaliação do desempenho do Programa em nível municipal. 2.5 Orientações para organização do processo de trabalho no município 1 – Constituir equipe integrada com representantes das áreas de alimentação e nutrição, saúde da criança, saúde da mulher, atenção básica, assistência farmacêutica e outras para planejamento, implementação e monitoramento da ação no município. 2 – Identificar o público a ser atendido e definir as metas do programa. O estabelecimento das metas de cobertura do programa deve ser feito com base no quantitativo da população a ser atendida: crianças na faixa etária de seis a 24 meses, gestantes e mulheres até três meses do pós-parto ou pós-aborto. Para início do planejamento da aquisição dos suplementos de ferro para o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, o município pode priorizar o público a ser atendido, levando em consideração: - População mais vulnerável; 16 - Crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família e/ou outros programas de transferência de renda; - Dados locais que revelem a magnitude do problema; - Existência de outras medidas para prevenção e controle da anemia. 3 – Diante do reconhecimento do público a ser atendido, deve-se estimar a quantidade de insumos necessários e os custos mensal e anual do programa. 4 – Mobilizar e orientar os profissionais de saúde para a captação do público beneficiário da ação e acompanhamento da distribuição dos insumos. 5 – Monitorar a execução do programa nas Unidades Básicas de Saúde. 6 – Com vistas a apoiar a qualificação da gestão da assistência farmacêutica na atenção básica, o Ministério da Saúde disponibiliza aos municípios, aos Estados e ao Distrito Federal o Hórus (Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica – a ser utilizado para monitoramento do programa) e o e-SUS Atenção Básica (sistema de informações da atenção básica). Ambos os sistemas apoiarão os municípios na implementação e monitoramento do programa. Atenção: o Programa Nacional de Suplementação de Ferro compõe o PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica), que tem como objetivo promover a melhoria do acesso e da qualidade da atenção à saúde. Acompanhe os compromissos e indicadores firmados entre as equipes de saúde do seu município! 17 EFERÊNCIAS ALLEN, L. H. Anemia and iron deficiency: effects on pregnancy outcome. American Journal Clinical Nutrition, USA, v. 71, p. 1280-1284, 2000. (Suplemento) ______.; AHLUWALIA, N. Improving iron status through diet: the application of knowledge concerning dietary iron bioavailability in human populations. Opportunities for micronutrient interventions (OMNI), 1997. ANDERSSON, O. et al. Effect of delayed versus early umbilical cord clamping on neonatal outcomes and iron status at 4 months: a randomised controlled trial. 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Acesso em: 29 maio 2013. 21 ANEXOS 22 Anexo A – Exemplo de dosagem de sulfato ferroso para crianças Tabela 1 – Dosagem de sulfato ferroso para crianças Idade em meses Mediana de peso (kg) Média dosagem de ferro (mg) 6 7,600 7 7 7,950 8 8 8,250 8 9 8,550 8 10 8,850 9 11 9,050 9 12 9,250 9 13 9,550 9 14 9,750 9 15 9,950 9 16 10,150 10 17 10,350 10 18 10,550 10 19 10,750 10 20 10,950 10 21 11,200 11 22 11,450 11 23 11,650 11 24 11,850 11 Fonte: Ministério da Saúde, 2013. 23 Anexo B – Orientações para tratamento da anemia A recomendação (WHO, 2001) de suplementação de ferro para o tratamento da anemia ferropriva é: 1 - Adultos: 120 mg de ferro elementar/dia por três meses; 2 - Crianças menores de dois anos: 3 mg de ferro/kg/dia, não superior a 60 mg por dia. 24 Anexo C – Recomendação quanto à suplementação de ferro Todo prematuro e recém-nascido com baixo peso, mesmo em aleitamento materno exclusivo, devem receber, a partir do 30º dia após o nascimento, suplementação de ferro, conforme tabela abaixo: Tabela 2 – Recomendações quanto à suplementação de ferro Situação Recomendação Recém-nascido a termo, de peso adequado para idade gestacional em aleitamento materno 1 mg/kg peso/dia a partir do sexto mês (ou da introdução de outros alimentos) até o 24º mês de vida. Recém-nascido pré-termo e recém- nascido de baixo peso até 1.500 g 2 mg/kg peso/dia durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg peso/dia por mais um ano. Recém-nascido pré-termo com peso entre 1.500 e 1.000 g 3 mg/kg peso/dia durante um ano. Posteriormente, 1 mg/kg peso/dia por mais um ano. Recém-nascido pré-termo com peso menor que 1.000 g 4 mg/kg peso/dia durante um ano. Recém-nascido pré-termo com peso entre 1.500 e 1.000 g Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde www.saude.gov.br/bvs ISBN 978-85-334-2042-7 ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO DA - RDC Nº 23, DE 24 DE ABRIL DE 2013 Dispõe sobre o teor de iodo no sal destinado ao consumo humano e dá outras providências. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos III e IV, do art. 15 da Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999, o inciso II, e §§ 1° e 3° do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, e suas atualizações, tendo em vista o disposto nos incisos III, do art. 2º, III e IV, do art. 7º da Lei n.º 9.782, de 1999, e o Programa de Melhoria do Processo de Regulamentação da Agência, instituído por meio da Portaria nº 422, de 16 de abril de 2008, em reunião realizada em 16 de abril de 2013 , adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente Substituto, determino a sua publicação: Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico que estabelece o teor de iodo no sal para consumo humano para a erradicação dos efeitos nocivos à saúde causados pela deficiência ou excesso do iodo, nos termos desta Resolução. Art. 2° Este regulamento se aplica ao sal destinado ao consumo humano. Art. 3° Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: I - sal para consumo humano: cloreto de sódio cristalizado, extraído de fontes naturais, adicionado obrigatoriamente de iodo; e II - iodação: operação que consiste na adição ao sal do micronutriente iodo na forma de iodato de potássio. Art. 4° Para efeito desta Resolução fica estabelecida a proporcionalidade 3:1 (três para um) entre o limite máximo e mínimo do teor de iodo face às características do beneficiamento do sal, principalmente no que se refere à
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