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Módulo 2 Definir o conceito de convivência e conflito no âmbito ESCOLAR

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Módulo 2 – Definir o conceito de convivência e conflito no âmbito 
escolar 
 
Diferença dos conflitos: Atos de Indisciplina; Disrupção; Violência e Ato 
Infracional 
 
1. A Convivência no Âmbito Escolar 
 
A cultura de paz é uma proposta para que as relações humanas 
sejam permeadas pelo diálogo, pela tolerância, pela consciência da 
diversidade dos seres humanos e de suas culturas. A ONU definiu 
cultura de paz na Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura 
de Paz , em 13 de setembro de 1999, da seguinte maneira: 
Uma Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, 
comportamentos e estilos de vida baseados: no respeito à vida, no fim 
da violência e na promoção e prática da não-violência, por meio da 
educação, do diálogo e da cooperação; no pleno respeito aos princípios 
de soberania, integridade territorial e independência política dos 
Estados e de não ingerência nos assuntos que são, essencialmente, de 
jurisdição interna dos Estados, em conformidade com a Carta das 
Nações Unidas e o direito internacional; no pleno respeito e na 
promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; no 
compromisso com a solução pacífica dos conflitos; nos esforços para 
satisfazer as necessidades de desenvolvimento e proteção do meio-
ambiente para as gerações presente e futuras; no respeito e promoção 
do direito ao desenvolvimento; no respeito e fomento à igualdade de 
direitos e oportunidades de mulheres e homens; no respeito e fomento 
ao direito de todas as pessoas à liberdade de expressão, opinião e 
informação; na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia, 
tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade cultural, 
diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e entre as 
nações; e animados por uma atmosfera nacional e internacional que 
favoreça a paz. (Fonte: ONU, 2004). 
 
Convivência é a ação de conviver (viver em companhia de outro 
ou outros). No seu sentido lato, trata-se de um conceito relacionado com 
a coexistência pacífica e harmoniosa de grupos humanos num mesmo 
espaço. Por exemplo: “O governo deve garantir a convivência dos 
diversos grupos étnicos sem que se produzam estalidos de violência”, 
“Já são três meses de convivência”. O ser humano é um ser social. 
Nenhuma pessoa vive absolutamente isolada do resto, uma vez 
que a interacção com outros indivíduos é imprescindível para o bem-
estar e a saúde. A convivência, de qualquer forma, pode ser difícil 
devido às diferenças de todo o tipo (sociais, culturais, económicas, etc.) 
que existem entre os homens. O respeito e a solidariedade são dois 
valores imprescindíveis para que a convivência harmoniosa seja 
possível. 
Obviamente, existem diferentes níveis ou tipos de convivência: a 
convivência com a família no seio do lar é bastante diferente da 
convivência com outros seres humanos no âmbito de uma comunidade 
(um bairro, uma cidade), tendo em conta que a intimidade de ambos os 
casos é incomparável. 
Diversas correntes defendem que a consciência do “Eu” só se 
pode ter lugar a partir da existência do Outro. Nessa interdependência 
social que se produz na convivência, a pessoa define-se a si mesma. 
Os problemas de convivência podem ter impacto na saúde física. 
Alguns estudos demonstram que os imigrantes apresentam um 
maior índice de doenças cardíacas do que os habitantes locais/nativos, 
uma situação que se explica a partir da ausência de laços de amizade e 
do apoio dos familiares. Uma melhor convivência, com laços sociais 
estreitos, contribui para o bem-estar. (Escola da convivência) 
 
A educação é a construção contínua do ser humano e a 
integração de todas as dimensões da nossa vida: dos saberes, das 
aptidões, das habilidades, da capacidade de discernimento e de ação. 
Educar é contribuir para o aperfeiçoamento intelectual, profissional e 
emocional do homem. 
Para dar respostas aos grandes desafios da educação no mundo 
contemporâneo e para terceiro milênio, em 1993 a Unesco criou uma 
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, presidida 
por Jacques Delors. A Comissão produziu um relatório com sugestões e 
recomendações, que passou a ser conhecido como Relatório Delors, e 
que ganhou o status de agenda para políticas públicas na área da 
educação em todo o mundo. 
O Relatório defende a organização da educação com base em 
quatro princípios (os pilares do conhecimento), os quais interagem e são 
interdependentes, focados num conceito amplo de educação, 
contemplando o ser humano em sua totalidade e em suas relações 
sociais 
Os quatro pilares foram caracterizados da seguinte forma: 
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a 
conviver. 
A educação é concebida numa visão integral, que vai além dos 
limites da sala de aula e extrapola o processo permanente de 
enriquecimento dos conhecimentos, numa via privilegiada de construção 
da própria pessoa, das relações entre indivíduos, grupos e nações. 
De maneira geral, conviver diz respeito a interação dos Quatro 
Pilares da Educação. 
Relembrando que a educação é a construção contínua do ser 
humano e a integração de todas as dimensões da nossa vida: dos 
saberes, das aptidões, das habilidades, da capacidade de discernimento 
e de ação. Educar é contribuir para o aperfeiçoamento intelectual, 
profissional e emocional do homem. 
 
I. Aprender a Conhecer: É quando tornamos prazeroso o ato de 
compreender, descobrir ou construir o conhecimento. É o interesse nas 
informações, libertação da ignorância. Com a velocidade em que o 
conhecimento humano se multiplica, muitas vezes deixamos de lado 
essa necessidade de nos aprimorar, se desinteressando pelo outro, pelo 
novo. Sendo assim, o aprender a conhecer exercita a atenção, a 
memória e o pensamento. 
 
II. Aprender a Fazer: É ir além do conhecimento teórico e entrar 
no setor prático. Aprender a fazer faz com que o ser humano passe a 
saber lidar com situações de emprego, trabalho em equipe, 
desenvolvimento corporativo e valores necessários para cada trabalho. 
Esse pilar é essencial, á que vivemos em sociedades assalariadas e 
que, frequentemente, o trabalho humano é trocado pelas máquinas, o 
que exige uma realização de tarefas mais intelectuais e mentais. 
 
III. Aprender a viver com os outros: Essencial à vida humana, e 
que, muitas vezes, se torna um empecilho para a convivência em uma 
sociedade interativa. É preciso então, aprender a compreender o 
próximo, desenvolver uma percepção, estar pronto para gerenciar crises 
e participar de projetos comuns. É necessário deixar a manifestação da 
oposição de forma violenta de lado e progredir a humanidade. Descobrir 
que o outro é diferente e saber encarar essas diversidades, faz parte da 
elevação educacional de cada um. Ir, além disso, e lidar com objetivos 
comuns no qual todos passaram a fazer parte de uma mesma ação, e 
poder conduzir este trabalho aceitando as diferenças individuais, é o 
que melhora a vida social. 
 
IV. Aprender a Ser: Desenvolver o pensamento crítico, autônomo, 
incitar a criatividade e elevar o crescimento de conhecimentos, além de 
ter em mente um sentido ético e estético perante a sociedade. Isto é 
aprender a ser. Não podemos negligenciar o potencial de cada 
indivíduo, é preciso contribuir para o seu total desenvolvimento, 
adquirindo ferramentas que formulam os juízos e valores do ser 
autônomo, intelectualmente. A diversidade de personalidades é o que 
gera a inovação dentro da sociedade. Fonte: IPED.COM.BR 
 
 2. Conflito no Âmbito Escolar 
 
I. Ato de Indisciplina: Segundo Yves de La Taille entendemos por 
disciplina comportamentos regidos por um conjunto de normas, a 
indisciplina poderá se traduzir de duas formas: 1) Revolta contra essas 
normas; 2) o desconhecimento delas. No primeiro caso , a indisciplina 
traduz-se por uma forma de desobediência insolente, no segundo, pelo 
caos dos comportamentos,… pela desorganização das relações; sendo 
que numa síntese conceitual, a indisciplina escolar se apresenta como 
descumprimento das normas fixadas pela escola e demais legislações 
aplicadas (Ex: Estatuto da Criança e do adolescente - Ato infracional), 
traduzindo-se num desrespeito, “seja do colega, seja do professor, seja 
ainda da própria instituição escolar (depredação nas instalações, por 
exemplo) mostrando-se perniciosa, posto que sem disciplina “há poucas 
chances de se levar a bom termo um processo de aprendizagem, sendo 
que a disciplina em sala de aula deve equivaler à simples boa 
educação: possuir alguns modos de comportamento que permitam o 
convívio pacífico”; 
Em outras palavras, Indisciplina é todo comportamento que vulnere ou 
infrinja as normas da instituição educacional, quaisquer que sejam estas 
normas. 
 
 
II. Ato Infracional: Considera-se Ato Infracional a conduta descrita na 
lei como crime ou contravenção penal (Art. 103 da Lei 8.069/90 - 
Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA). Os Atos Infracionais 
devem ser de responsabilidade das Delegacias de Polícia Civil de 
Proteção à Criança e ao Adolescente, ou nas cidades onde inexiste 
estas Delegacias, pode ser registrado o respectivo Boletim de 
Ocorrência na Delegacia mais próxima. 
 
Caso o Ato Infracional tenha sido praticado por criança com até 12 anos 
incompletos, a informação deve ser prestada junto ao respectivo 
Conselho Tutelar (Art. 138 c/c Art. 147, do ECA) 
 
Nem todo Ato de Indisciplina pode ser considerado um Ato 
Infracional, por outro lado um Ato Infracional também pode ser 
considerado um Ato de Indisciplina. Dependerá do contexto em que a 
situação está ocorrendo e também se o Ato está previsto no Regimento 
Escolar ou outra norma interna da Escola. 
Assim um ofensa verbal pode ser apenas um Ato de Indisciplina, 
dependendo do momento, conteúdo e forma em que foi dirigida a 
ofensa. 
 
A diferenciação é de fundamental importância, pois seus 
desdobramentos e consequências são distintos. Enquanto que um Ato 
Infracional somente pode ser punido por um autoridade judiciária, 
conforme previsto no art. 103 do ECA, através de uma Medida Sócio 
Educativa, um Ato de Indisciplina fica adstrito ao âmbito escolar, com as 
punições previstas no Regimento Escolar após observar devido 
processo legal, ao contraditório e a ampla defesa. 
 
III. Disrupção: Diz respeito a um conjunto diverso de condutas 
que se produzem em sala de aula e tem como objetivo obstaculizar ou 
impedir o normal desenvolvimento da turma. Determinados alunos 
realizam um boicote, com diferente grau de intencionalidade, visando a 
divisão nas salas de aula, mediante alvoroços e outras condutas de 
“chamada de atenção” que impedem, dificultam ou tornam impossível a 
prática docente. A Disrupção é o problema de convivência que 
habitualmente mais preocupa os professores e menos ao corpo de 
alunos, pois causa um grande estresse no corpo docente, dificultando 
gravemente seu trabalho. 
O que se considera Disrupção ou conduta disruptiva depende 
muito da apreciação por parte de cada professor. Por exemplo, alguns 
profissionais consideram mascar chiclete na sala de aula é algo 
inaceitável e que desconcentra o aluno, ao passo que outros o toleram. 
Levantar do lugar sem permissão, trajar roupas extravagantes, 
falara quando o professor está falando, cochichar com o companheiro… 
Enfim existe uma série de comportamentos que podem ocasionar a 
interrupção do processo de ensino aprendizagem cabendo ao professor 
avaliar o impacto destes comportamentos que podem ser considerados 
Disruptivos durante as aulas. 
 
IV Violência: O mau-trato entre iguais, também denominado 
assédio escolar ou bullying (o termo vem de bully - valentão) em sua 
acepção anglo saxã, é um tipo de problema na convivência escolar que 
se reveste de grande transcendência, nem tanto por sua incidência ou 
frequência como pelas consequências que pode trazer para as pessoas 
implicadas. Olweus (1998) define o mau-trato nos seguintes termos: 
“Um aluno é agredido ou se converte em vítima quando exposto, 
repetidamente e durante um tempo, a ações negativas efetuadas por 
outro aluno ou por vários deles.” 
Outros autores apontam características-chave desta situação. 
Assim, segundo Trianes (2000), o mau-trato entre iguais é um 
comportamento prolongado de rejeição social, intimidação e ou 
agressividade física entre os próprios alunos, que se convertem em 
vítimas de seus companheiros. Segundo Ortega (1998), trata-se de 
relações de domínio-submissão nas quais determinados alunos 
empregam práticas abusivas visando submeter e controlar outros. 
Em todo caso, as situações de mau-trato comportam uma série de 
características que permitem distingui-las de outros tipos de conflitos ou 
problemas de convivência: 
- Desequilíbrio de poder: Ocorre desigualdade de poder físico, 
psicológico e social, a gerar um desequilíbrio de forças nas 
relações interpessoais; 
- A intencionalidade/repetição: a intencionalidade se expressa numa 
ação agressiva que se repete no tempo e que gera na vítima a 
expectativa de ser alvo de futuros ataques; 
- A indefensão/personalização: o objetivo o mau trato geralmente é 
dirigido a um só aluno que é colocado dessa maneira numa 
situação de indefensão. 
O mau-trato entre iguais costuma passar inadvertido para os adultos 
pois ocorre principalmente em sua ausência. Ademais, existe toda uma 
série de situações que em certas ocasiões, os adultos consideram como 
“coisas de criança” ou que se justificam por que “isso foi assim a vida 
toda” e que, no entanto, podem ser indícios de diversos tipos de mau-
trato. 
Exemplos de bullying: 
I. Físico: 
- Golpear, chutar ou empurrar alguém ou ameaçar fazê-los. 
- Obrigar alguém a fazer algo que não quer. 
- Roubar, esconder ou estragar coisas alheias. 
II. Verbal: 
- Apelidar e fazer piadas, provocar, insultar. 
- Mensagens depreciativas e ameaçadoras (notas, pinturas, SMS, 
WhatsApp…) 
III. Psicológica: 
- Ações encaminhadas a minar a autoestima do outro, fomentando 
sua sensação de insegurança e de temor. 
IV. Social: 
- Negar-se a falar com alguém. 
- Impedir a participação de alguém em uma atividade. 
- Difundir mentiras e rumores visando prejudicar alguém. 
- Obrigar alguém a fazer algo que não queira fazer. 
 
Entender, compreender e diferenciar as situações de conflitos, seja atos 
de indisciplina, disrupção, violência (bullying) e ou ato infracional, dará 
maior segurança nas ações e abordagens dos problemas encontrados 
na convivência escolar. 
 
 
Olweus, D. (1998): Conductas de acoso o amenaza entre escolares, 
Madrid, Morata. 
Trianes, M. V. (2000). La violencia en contextos escolares. Málaga: 
Aljibe. 
ORTEGA, R. (1998) Trabajando con víctimas, agresores y espectadores 
de la violencia. Sevilla: Consejería de Educación y Ciencia. Junta de 
Andalucía. 
TAILLE, Yves de La. (2006) Moral e Ética - Dimensões Intelectuais e 
Afetivas, Yves de La Taille, Ed. Artmed,

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