Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
JASMINY MOREIRA | TURMA 5 BMF | 2020.2 1 Controle Neural da Respiração Conceitos Gerais → A respiração é um processo rítmico que nós não pensamos pra fazer. (parece com o coração) → Os músculos esqueléticos, ao contrário do músculo cardíaco autoexcitável, não são capazes de se contrair espontaneamente → A contração do músculo esquelético precisa ser iniciada pelos neurônios motores somáticos, que são controlados pelo sistema nervoso central → A contração do diafragma e de outros músculos é iniciada por uma rede de neurônios no tronco encefálico, que dispara potenciais de ação espontaneamente → A respiração ocorre automaticamente por toda a vida, mas também pode ser controlada voluntariamente → A presença de interações sinápticas complicadas entre neurônios cria os ciclos rítmicos de inspiração e expiração → Esses neurônios são influenciados continuamente por estímulos sensoriais, principalmente a partir de quimiorreceptores que detectam CO², O² e H+ → O padrão ventilatório depende dos níveis dessas 2 substancias no sangue arterial e no LEC. Controle neural → É uma das poucas ‘’caixas pretas’’ que permanece na fisiologia dos sistemas → A rede tronco encefálica que controla a respiração se comporta como um gerador de padrão central, com atividade rítimica intrínseca, que é decorrente de neurônios marca-passo com potenciais de membrana instáveis → As entradas sensoriais derivadas de alterações de CO² e de outros quimiorreceptores aumenta essa complexidade 1. Os neurônios respiratórios do bulbo controlam músculos inspiratórios e expiratórios 2. Os neurônios da ponte integram informações sensoriais e interagem com neurônios bulbares para influenciar a ventilação 3. O padrão rítmico da respiração surge de uma rede do tronco encefálico com neurônios que despolarizam automaticamente 4. A ventilação está sujeita à modulação contínua por vários reflexos associados a quimiorreceptores, mecanorreceptores e por centros encefálicos superiores ------------------------------------------------------------------------- Regulação Neural da Ventilação Centro de controle respiratório → Contém os neurônios que geram o ritmo respiratório → Envia eferências para os músculos respiratórios → Recebe aferências reflexas periféricas, centrais e originarias de centros superiores Composto por: centro pneumotáxico, GRD e GRV Quimiorreceptores centrais → Terminações nervosas sensíveis aos aumentos de CO² e/ou de H+, localizados no bulbo Quimiorreceptores periféricos → Terminações nervosas sensíveis aos aumentos de CO², H+ e/ou O², localizados fora do bulbo (no arco aórtico e seios carotídeos) Eferencias 1. GRD → inspiração normal / diafragma e intercostais externos 2. GRV → ventilação forçada (principalmente expiração forçada) Mecanismo de funcionamento → Feedback negativo ------------------------------------------------------------------------- Os neurônios do bulbo controlam a respiração → Os neurônios respiratórios estão conectados bilateralmente em duas áreas do bulbo. G P R E S P I R A T Ó R I O D O R S A L → Lado esquerdo do tronco encefálico → Área chamada de núcleo do trato solitário (NTS) que contém GRD (grupo respiratório dorsal) de neurônios que controlam principalmente os músculos da inspiração. → Os sinais provenientes do GRD vão via nervos frênicos para o diafragma e via nervos intercostais para os músculos intercostais → Os NTS recebem informação sensorial dos quimiorreceptores e dos mecanorreceptores periféricos através do nervo vago e glossofaríngeo → Os neurônios respiratórios da ponte recebem informação sensorial do GRD e influenciam o início e o término da inspiração. JASMINY MOREIRA | TURMA 5 BMF | 2020.2 2 G P R E S P I R A T Ó R I O P O N T I N O S → Enviam sinais tônicos para as redes bulbares para ajudar a coordenar um ritmo respiratório uniforme ------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------- G P R E S P I R A T Ó R I O V E N T R A L → É do bulbo → Tem múltiplas regiões com diferentes funções Complexo Pré-Botzinger → Região do GRV → Contém neurônios que disparam espontaneamente e que podem atuar como o marca- passo básico do ritmo respiratório → Outras áreas controlam músculos usados na expiração ativa ou na inspiração maior do que o normal, como a que ocorre durante o exercício vigoroso → Fibras nervosas originadas no GRV inervam músculos da laringe, da faringe e da língua para manter as vias aéreas superiores abertas durante a respiração → O relaxamento inapropriado desses músculos durante o sono contribui para a apneia obstrutiva do sono (disfunção do sono associada a ronco e à sonolência diurna excessiva) Respiração espontânea em repouso → Um marca-passo inicia cada ciclo → Neuronios inspiratórios aumentam a estimulação dos músculos inspiratórios Esse aumento é chamado de rampa devido ao formado do gráfico da atividade neuronal inspiratória → Alguns neurônios inspiratórios disparam para iniciar a rampa. → O disparo desses neurônios recruta outros neurônios em uma nítida alça de retroalimentação positiva → À medida que mais neurônios disparam, mais fibras musculares esqueléticas são recrutadas → A caixa torácica expande-se suavemente quando o diafragma contrai Final da inspiração → Os neurônios inspiratórios param de disparar → Músculos inspiratórios relaxam Durante os próximos segundos, ocorre a expiração passiva devido à retração elástica dos músculos inspiratórios e do tecido elástico dos pulmões. Neuronios expiratórios do GRV → Permanecem inativos durante a respiração em repouso → Funcionam durante a respiração forçada, quando os movimentos inspiratórios são ampliados e durante a expiração ativa → Na respiração forçada, a atividade aumentada dos neurônios inspiratórios estimula os músculos acessórios (como o esternocleidomastoideo) → A contração desses músculos acessórios aumenta a expansão do tórax, elevando o esterno e as costelas superiores → Na expiração ativa, os neurônios expiratórios do grupo respiratório ventral ativam os músculos intercostais internos e os abdominais → Parece haver uma comunicação entre os neurônios inspiratórios e os expiratórios, uma vez que os neurônios inspiratórios são inibidos durante a expiração ativa ------------------------------------------------------------------------- Influência do CO² do oxigênio e do pH sobre a ventilação → A entrada sensorial proveniente dos quimiorreceptores centrais e periféricos modifica a JASMINY MOREIRA | TURMA 5 BMF | 2020.2 3 ritmicidade da rede de controle para ajudar a manter a homeostasia dos gases sanguíneos. → O carbono é o estímulo primário para as mudanças da ventilação → Os quimiorreceptores sensíveis ao O² e ao CO² estão estrategicamente associados à circulação arterial → Se muito pouco O² estiver presente no sangue arterial destinado ao encéfalo e a outros tecidos, a frequência e a amplitude da respiração aumentam → Se a produção de CO² pelos pulmões e a PCO² arterial aumentar, e a ventilação é intensificada com o objetivo de eliminar o CO² Esses reflexos homeostáticos operam constantemente, mantendo a PO², e a PCO² arterial dentro de uma faixa estreita de normalidade QUIMIORRECEPTORES PERIFÉRICOS → Detecta gás carbônico no plasma → Ativados por baixa PO², alta PCO² ou alta concentração de H+ no plasma → Receptores dos seios carotídeos: aferencia a partir do nervo glossofaríngeo → Receptores do arco aórtico: aferencia a partir do nervo vago → Sinal para aumentar a ventilação Obs: reflexo de Hering-breuer → receptores de estiramento nos pulmões → pulmões muito estirados → estímulos para reduzir a inspiração→ Enviam para o SNC informações sensoriais sobre as mudanças na PO², no pH e na PCO² plasmática → Os corpos carotídeos nas carótidas são os quimiorreceptores periféricos primários → Estão localizados perto dos barorreceptores, estruturas envolvidas no controle reflexo da p.a → Quando as células glomais nos corpos carotídeos são ativadas por uma diminuição na PO² ou no pH ou por um aumento da PCO² elas desencadeiam um aumento reflexo da ventilação → Na maioria das circunstâncias normais, o O² não é um fator importante na modificação da ventilação → Para que seja visualizada alguma modificação no padrão ventilatório normal, a PO² arterial deve cair para menos de 60mmHg antes de a ventilação ser estimulada → Qualquer condição que reduza o pH plasmático ou aumente a PCO², ativará as células glomais das carótidas e da aorta, aumentando a ventilação Explicação da imagem → Um estímulo inativa os canais de K+ causando a despolarização da célula receptora → A despolarização abre canais de CA²+ dependentes de voltagem, e a entrada de CA²+ provoca a exocitose de neurotransmissores para o neurônio sensorial → Nos corpos carotídeos, os neurotransmissores iniciam potenciais de ação nos neurônios sensoriais, os quais conduzem a atividade elétrica às redes neurais respiratórias no tronco encefálico, sinalizando para que haja um aumento na ventilação → As concentrações arteriais de O² não desempenham um papel na regulação diária da ventilação, uma vez que os quimiorreceptores periféricos respondem apenas a mudança crítica na PO² arterial → Em condições fisiológicas incomuns, como a grande altitude, e em algumas condições patológicas como a DPOC, a redução da PO² arterial pode ser suficiente baixa para ativar os quimiorreceptores periféricos QUIMIORRECEPTORES CENTRAIS → Ativação por alta PCO² (principal mecanismo) ou alta concentração de H+ → No líquido cerebroespinal: CO² + H²O → H+ + HCO³- → Sinal para aumentar a ventilação → Respondem a alterações na concentração de CO² no líquido cerebrospinal → Os receptores centrais primários estão na superfície ventral do bulbo, perto dos neurônios envolvidos no controle respiratório → Localizado no bulbo → O controlador químico mais importante da ventilação é o CO², percebido pelos dois quimiorreceptores → Esse receptor ajusta o ritmo respiratório, fornecendo um sinal de entrada contínuo para a rede de controle JASMINY MOREIRA | TURMA 5 BMF | 2020.2 4 → Quando a PCO² arterial aumenta, o CO² atravessa a barreira hematoencefálica e ativa os quimiorreceptores centrais → Esses receptores sinalizam para a rede neural de controle da respiração, provocando um aumento na frequência e na profundidade da ventilação, melhorando a ventilação alveolar e a remoção de CO² do sangue → Os quimiorreceptores centrais monitoram o CO² → Quando a PCO² plasmática aumenta, eles respondem aumentando a ventilação → Se a PCO² permanece elevada por vários dias, a ventilação cai devido à resposta adaptativa dos quimiorreceptores → A adaptação parece ser devida ao aumento das concentrações de bicarbonato no LCS, que exerce um papel importante na neutralização do H+ → O mecanismo pelo qual a concentração do bicarbonato aumenta ainda não está bem esclarecido → Mesmo que a resposta dos quimiorreceptores centrais sofra adaptação em situações em que a PCO² se encontra cronicamente elevada, a resposta dos quimiorreceptores periféricos à queda da PO² arterial permanece intacta ao longo do tempo. → Respondem a diminuições ou a aumentos da PCO² arterial. → Se a PCO² alveolar cair, como ocorre durante a hiperventilação, tanto a PCO² plasmática quanto a do LCS também cairão. → A atividade dos quimiorreceptores centrais diminui e a rede de controle diminui a frequência da ventilação → Quando a ventilação diminui, o carbono começa a acumular-se nos alvéolos e no plasma → A PCO² arterial ultrapassa o limiar para disparo dos quimiorreceptores → Os receptores disparam e a rede de controle aumenta novamente a ventilação Parte Clínica: DPOC → Apresentam hipercapnia e hipóxia crônicas → A sua PCO² arterial pode aumentar para 50 a 55 mmHg → Ao passo que a sua PO² pode cair para 45 a 50 mmHg → Uma vez que as concentrações sejam modificadas cronicamente, a resposta dos quimiorreceptores adapta-se à elevada PCO² → A maior parte do estímulo químico para a aumento da ventilação nesta situação se deve à diminuição da PO² detectada pelos quimiorreceptores do corpo carotídeo → Se é dado muito O² a estes pacientes, elas podem parar de respirar, visto que o seu estímulo químico para a ventilação é eliminado ------------------------------------------------------------------------ Reflexo Protetores dos Pulmões Broncoconstrição → Principal reflexo protetor → Mediada por neurônios parassimpáticos que inervam a musculatura lisa brônquica → Partículas inaladas ou gases nocivos estimulam receptores de irritação na mucosa das vias aéreas → Os receptores de irritação enviam sinais através de neurônios sensoriais para os centros integradores no sistema nervoso central que provocam a broncoconstrição A resposta protetora reflexa também inclui tosse e espirro. Reflexo de insuflação de Hering-Breuer → Se o volume corrente excede um certo volume, os receptores de estiramento nos pulmões sinalizam para o tronco encefálico terminar a inspiração → Se o pulmão estirar demais (o alvéolo tiver muito expandido) é perigoso se romper → Se estirou demais, na parede do pulmão eu tenho mecanorreceptores que quando estira demais eles são ativados e mandam a informação para o centro → Aí a inspiração diminui e a parede pulmonar não se estira tanto ------------------------------------------------------------------------- Centros superiores do encéfalo afetam os padrões de ventilação → Processos mentais conscientes ou inconscientes afetam a atividade respiratória → Os centros superiores no hipotálamo e no cérebro podem alterar a atividade da rede de controle no tronco encefálico para mudar a frequência da ventilação → Mesmo que o tronco encefálico acima da ponta seja lesado, os ciclos respiratórios continuam essencialmente normais → A respiração pode ser afetada também pela estimulação de partes do sistema límbico → Atividade emocionais e autonômicas, como medo e excitação, podem afetar o ritmo e a amplitude da respiração → Em algumas dessas situações, as vias neurais vão diretamente para os neurônios motores somáticos, desviando da rede de controle no tronco encefálico → Não podemos suprimir os reflexos quimiorreceptores → Você pode prender a respiração até que a PCO² se eleve no LCS ativando o reflexo quimiorreceptor, forçando-o a inspirar. -------------------------------------------------------------------------
Compartilhar