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JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MECANISMO DE AGRESSAO E DEFESA | 2021.1 1 Bactérias do sistema digestório TRANSMISSÃO – VISÃO GERAL ↳ A diarreia é a diminuição da consistência das fezes (amolecidas ou aquosas) e aumento do número de evacuações. Em alguns casos, há presença de muco e sangue (disenteria) ↳ sem ou com desidratação. ↳ A H. pylori (mecanismo exato desconhecido) ↳ reservatório humano/viaoral (oral-oral e oral-fecal) ↳ Salmonella thyphi ↳ reservatório apenas humano MORFOLOGIA ↳ Bacilo gram negativo (vermelhinha) ↳ Maioria das vezes é móvel (tinha um flagelo) ↳ Geralemente o flagelo é peritriqueo ↳ tem flagelos ao redor na periferia ↳ Muitas possuem cápsula ou estrutura capsular conhecida como antígeno K ↳ relacionado à bacteremia ↳ Pelo fato dela ser gram negativa, tem o LPS FATORES DE CRESCIMENTO ↳ Anaeróbio facultativo ↳ cresce na presença ou ausência de oxigênio, mas cresce melhor na presença CARACTERISTICAS BIOQUÍMICAS ↳ Catalase positiva ↳ é benéfico para ela pois a catalase é ter a presença da enzima ↳ reduz h2o2 em h2o e o2 ↳ Lactose positiva DOENÇAS RELACIONADA ↳ Enterites ↳ inflamações no intestino ↳ Diarreias ↳ Síndrome hemolítica urêmica CARACTERISTICAS GERAIS ↳ Relação patógeno-hospedeiro é dividido em dois grupos Comensal (microbiota intestinal resistente) ↳ Patógeno oportunista ↳ Pode causar doença ao se proliferar em excesso ou migrar para outra região fora do seu habitat ↳ Ela vive como microbiota intestinal ↳ pode ou não causar problema Patogênica ↳ Patógeno primário ↳ Sempre causará doenças ↳ Vem de fora para dentro (vive no meio externo) ↳ Diferentes patótipos ↳ A E. coli comensal difere evolutivamente da E. coli patogênica e pode não apresentar em seu genoma os mesmos genes que codificam os fatores de virulência presentes nos diferentes patótipos. ↳ E. coli comensal pode causar infecção endógena em pacientes imunodeprimidos ou em situações não fisiológicas (ex: cateter) MESMO FAZENDO PARTE DA MICROBIOTA, PODE CAUSAR PREJUIZOS POR QUÊ? ↳ Porque quando sai do local de normalidade ela se multiplica de forma descontrolada ↳ A microbiota pode estar desequilibrada permitindo a proliferação exacerbada da e. coli ↳ Sabemos que existe uma e. coli no intestino que faz parte da microbiota. Mas, se ela sai de lá e vai para outro órgão, pode causar infecção ↳ exemplo: bexiga = infecção urinária ↳ Ou até mesmo se ela se proliferar demais no intestino ↳ Pode ser um patógeno oportunista, proliferando em excesso e migrando do seu local de origem AS 5 E..COLI PATOGENICAS E SUAS AÇÕES 1. EPEC ↳ E.coli eteropatogenica ↳ Para começar causar danos elas precisaram fazer adesão ↳ precisam aderir ao enterócito 2. EHEC ↳ E.coli enterohemorrágica ↳ E.coli produtora da toxina SHIGA ↳ Produzem toxinas (fator de virulência) ↳ Para começar causar danos elas precisaram fazer adesão ↳ precisam aderir ao enterócito 3. ETEC ↳ E.coli enterotoxigenica ↳ Produzem toxinas (fator de virulência) ↳ Para começar causar danos elas precisaram fazer adesão ↳ precisam aderir ao enterócito 4. EIEC ↳ E.coli enteroinvasora ↳ Para começar causar danos elas precisaram fazer adesão ↳ precisam aderir ao enterócito ESCHERICHIA COLI JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MECANISMO DE AGRESSAO E DEFESA | 2021.1 2 5. EAEC ↳ E.coli enteroagregativa ↳ Produzem toxinas (fator de virulência) ↳ Para começar causar danos elas precisaram fazer adesão ↳ precisam aderir ao enterócito ADESÃO FROUXA ↳ As bactérias se aderem entre elas ↳ Acontece através da fimbria BFP ADESÃO FORTE ↳ Bactérias aderem ao enterócito ↳ Acontece através da proteína intimina CONCEITOS ↳ Diarreia osmótica – diarreia infantil ↳ comum em crianças ↳ Lesão no intestino delgado ↳ adesão íntima da EPEC ao enterócito, que promove a destruição das microvilosidades ↳ Adere à mucosa intestinal, através da adesão frouxa e forma microcolonias através da fímbria BFP ↳ Adere ao enterócito, através da proteína intima (adesão intima/forte) ↳ Quando essa proteína adere, com a destruição das microvilosidades, há um rearranjo do citoesqueleto, através de proteínas bacterianas secretadas no interior da célula humana (ESPB, ESPD, TIR), levando à formação de pedestais ↳ Se eu deformo microvilosidades fazendo com que a bactéria fique aderida no enterócito eu prejudico absorção de nutrientes aí a água não é absorvida, nutrientes também não, então fica tudo no lúmen ↳ A água no lúmen gera diarreia Diarreia autolimitada: pode estar atribuída à destruição de microvilosidades ↳ altera absorção das moléculas, que permanecem no lúmen exercendo efeito osmótico sobre a água ↳ pode colonizar IG também STEC E.COLI PRODUTORA DA TOXINA SHIGA ↳ Lesão no cólon (intestino grosso) e produção da toxina shiga ↳ essa toxina é considerada tipo A/B e os genes estão localizados nos bacteriófagos ↳ Adesão e produção de toxinas ↳ O que envolve bacteriófago é trandução (na shiga) TOXINAS A/B: ↳ Subunidade A: parte tóxica responsável por clivar o Rnar da célula humana/ interrupção da síntese proteica ↳ entra na célula e faz a ação ↳ Subunidade B: ligação ao receptor ↳ Toxina atinge corrente sanguínea ↳ pode atingir o rim e causar SHU DISSEMINAÇÃO ↳ Água, produtor industrializados, carnes, contato fecal/animal- oral/homem TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES ↳ O uso de aitibióticos pode agravar os danos e provocar maior liberação de toxinas (toxina liberada em decorrência da lise celular) ↳ O tratamento é reidratação intravenosa e cuidado com eletrolíticos séricos ↳ Diarreia autolimitada (maioria) ↳ Causa sangramento no IG (colite hemorrágica) (minoria) ↳ Suas complicações são a síndrome hemolítica urêmica/SHU ↳ rim atingido pela toxina ↳ insuficiência renal ↳ sangue na urina TIPOS DE TOXINAS Endotoxinas ↳ Quando a toxina faz parte da composição da estrutura bacteriana Exotoxina ↳ Quando um produto de metabolismo bacteriano vai para o meio externo ↳ Produto de metabolismo bacteriano que é excretado para o meio externo Endotoxinas LPS ↳ O LPS é um exemplo, pois ele faz parte da estrutura da parede celular das gram negativas Exotoxinas tipo 1 ↳ Superantígeno ↳ Atua na superfície das células, ligando-se diretamente aos linfócitos T Exotoxinas tipo 11 ↳ Lise de membrana de célula ↳ Formam poros ↳ hemolisina (estreptolisina) Exotoxinas 111 ↳ A/B ↳ Subunidade A entra na célula e provoca o efeito biológico ↳ Subunidade B serve como receptor ↳ toxina shiga ↳ Adesão na célula epitelial e produção isolada ou concomitantemente de toxinas ↳ ST e LT (intestino delgado) ↳ Adesão celular através de CFs (fatores de colonização/ex: fímbrias) ↳ Produção de toxinas LT (termolábeis): genes plasmidiais ↳ Produção da toxina ST (termoestáveis): genes plasmidiais ↳ Atinge adultos e crianças ↳ Relacionada com industrializados ↳ Diarreia do viajante ↳ turistas que visitam essas áreas ↳ Temos a bactéria aderindo e depois produzindo as toxinas EPEC – E. COLI ENTEROPATOGENICA EHEC – E. COLI ENTEROHEMORRÁGIA ETEC – E.COLI ENTEROTOXIGENICA JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MECANISMO DE AGRESSAO E DEFESA | 2021.1 3 DIARRÉIA – COMO OCORRE ↳ Toxina leva a uma sinalização que promove maior abertura dos canais de cloro: saída de Cl- e consequentemente saída de Na+ e água ↳ acúmulo de água, Cl-, Na+ no lúmen ↳ Esse tipo de diarreia é secretora pois quem ocasionou não foi o problema de absorção e microvilosidade e sim a ação da toxina fazendo cloro sair da célula + sódio + água causando a diarreia ↳ eletrólitos e água no lúmen causa a diarreia ↳ Adesão (fimbrias) ↳ Ela adere e invade o enterócito ↳ ela adere, penetra e fica dentro de um vacúolo, lisa o vacúolo, fica dentrodo enterócito (se multiplica lá dentro) ↳ Bactéria intracelular facultativa ↳ vive dentro e fora da célula ↳ Invasão (proteínas bacterianas Ipa, Ics, IpgG) ↳ Permanece no vacúolo que a englobou ↳ Por ação de invasinas, lisa o vacúolo, atinge o citoplasma e se multiplica ↳ Reorganização de actina (proteínas) forma uma espécie de cauda que propele a bactéria para a célula adjacente ↳ Forma uma protusão e é endocitada pela célula adjacente e o ciclo continua ↳ dessa maneira, invade todo o epitélio sem se expor ao meio ambiente ↳ Menos comum (crianças acima de 2 anos e adultos) ↳ Diarreia, disenteria (semelhante à shigella), colite hemorrágica ↳ Agregados bacterianos na superfície das células do intestino grosso, formando biofilme ↳ Induz aumento da secreção de muco, formando biofilme (diarreia persistente) ↳ Mecanismo de patogenicidade não estão completamente esclarecidos ↳ Adesinas, toxinas e proteínas extracelulares ↳ Padrão agregativo ↳ adesinas fimbriais (AAF, tipo IV) e não fimbriais ↳ Diarreia persistente (>14 dias), secretora, mucoide e aquosa ↳ enterotoxina DISPERSINA – PROTEINA ↳ Promove dispersão EAEC na mucosa, colaborando com o espalhamento da infecção ↳ Intracelular facultativo ↳ Habitat natural é no trato intestinal humano e de animais ↳ exceto s. typhi MORFOLOGIA ↳ Bacilo gram negativo não formador de endósporo ↳ Geralmente móvel (flagelo peritríquio) FATORES DE CRESCIMENTO ↳ Anaeróbio facultativo CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS ↳ Catalases positiva, não fermentam lactose (lactose negativa), podem receber plasmídeo lac+, fermentam glicose, produze H2S DOENÇAS RELACIONADAS - SALMONELOSES ↳ Enterite por salmonella não tifoide (ex: S. tyhpimurium) ↳ Febre tifóide (S. thypi) ↳ Febre paratifóide (S. parathypi) PORTA DE ENTRADA ↳ Via oral (bactéria presente em fezes de aves geralmente) ↳ Estomago (resposta adaptativa de tolerância a ambientes ácidos/dose infectante alta) ↳ Íleo e cólon (adesão por fimbrias aos enterócitos ou células M. Evadem o sistema imune para acessar o epitélio) PROTEÍNAS BACTERIANAS SÃO SECRETADAS PARA O INTERIOR DA CÉLULA HUMANA ↳ Ocorrendo rearranjo do citoesqueleto (actina), formando ruffes, contribuindo para a entrada da bactéria na célula ↳ Salmonella no vacúolo celular (SCV) TRANSCRITOSE ↳ Endocitose e exocitose ↳ A salmonella atinge a lâmina própria e entra em contato com fagócitos ↳ A chegada à lâmina própria também ocorre pela célula dendrítica e rompimento de junções celulares de aderência por proteínas bacterianas ↳ A desestabilização das junções celulares permite migração de polimorfonucleares (PMN) para o local ↳ Salmonella fagocitada por macrófagos passam a residir e proliferar dentro do fagossomo ↳ Secreta proteínas bacterianas induzindo morte celular ↳ Novos macrófagos são recrutados, o que pode facilitar a disseminação bacteriana ↳ Raramente se observa infecção sistêmica, ficando a infecção restrita ao intestino CAUSA ENTERITE ↳ Febre aguda inicial ↳ Cólica ↳ Dor abdominal ↳ Náuseas ↳ Vomitos ↳ Diarreia com ou sem sangue associada a inflamação no intestino grosso EIEC – E.COLI ENTEROINVASORA EAEC E.COLI ENTEROAGREGATIVA SALMONELLA JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MECANISMO DE AGRESSAO E DEFESA | 2021.1 4 FEBRE TIFOIDE Definição ↳ Infecção sistêmica causada exclusivamente pelo patógeno humano S. thypi ↳ Comum em crianças Manifestações clínicas ↳ Febre prolongada 10-14 dias ↳ Dor de cabeça ↳ Desconforto abdominal ↳ Diarreia ou constipação ↳ Danos no fígado, baço, pulmões, SNC AGENTE ETIOLÓGICO ↳ Vibrio cholerae RESERVATÓRIO ↳ Ubíquos ↳ predomina em ambiente aquático (marinho e água doce) MORFOLOGIA ↳ Bastonete curvo (vírgula) ↳ Gram negativa ↳ Móvel (1 flagelo) FATORES DE CRESCIMENTO ↳ Mesófilo ↳ Anaeróbio facultativo DOENÇAS ASSOCIADAS ↳ Cólera ↳ Sorogrupo 01 (pandemia e epidemia) ↳ 0139 (epidemia) que possui a toxina FATORES DE VIRULENCIA ↳ TCP – adesão à célula epitelial ↳ Participa na ativação da toxina ↳ Toxina colérica do tipo A/B (gene que expressa a toxina em bacteriófago) ↳ Subunidade A da toxina é ativada no citosol da célula epitelial intestinal, ativando uma cascata de eventos metabólicos e resultando na secreção do cloreto e consequentemente sódio e água MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ↳ Diarreia secretória (toxina) ↳ diarreia aquosa DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS (E. COLI, SALMONELLA E VIBRIO) Diagnostico clínico ↳ Anamnese ↳ Exame físico ↳ Dados epidemiológicos Diagnostico laboratorial ↳ Exame direto (pesquisa do patógeno em amostra em fezes) ↳ Importancia epidemiológica Suspeita diagnostica ↳ Clínica Confirmação diagnostica ↳ Clínico + complementar + vínculo epidemiológico Tratamento ↳ Plano A ↳ prevenir desidratação no domicilio ↳ Plano B ↳ tratar desidratação por via oral em unidade de saúde ↳ Plano C ↳ tratar desidratação grave por via endovenosa em unidade hospitalar ↳ Desinteria? Reidratar e depois iniciar tratamento com antimicrobianos (ex: antibióticos) Complicações ↳ Desidratação grave ↳ Distúrbio eletrolítico ↳ Choque hipovolêmico ↳ Obito ↳ principalmente quando associado à desnutrição) ↳ Retardo no crescimento em crianças MORFOLOGIA ↳ Gram negativo espiralado e flagelado (lofotríquea) ↳ Mora no estomago FATORES DE CRESCIMENTO ↳ Microerófilo ↳ Associados à mucosa gástrica ↳ urease: ela modifica o pH ao redor dela para sobreviver na região pois é muito ácido aquele local ↳ essa ureia encontramos no suco gástrico, ela converte através da urease (enzima) em dióxido de carbono e amônia. A amônia neutraliza (aumenta) o pH do estomago. DOENÇAS RELACIONADAS ↳ Gastrite crônica ↳ Úlcera péptica ↳ Câncer gástrico DIAGNÓSTICO ↳ Endoscopia com biópsia ↳ Depuração respiratória da ureia ↳ Antígenos nas fezes ↳ Sorologia TRATAMENTO ↳ Antibióticos FATORES DE VIRULENCIA ↳ Adesina ↳ Urease ↳ Flagelo ↳ Forma espiralada VIBRIO CHOLERAE HELICOBACTER PYLORI JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MECANISMO DE AGRESSAO E DEFESA | 2021.1 5 MECANISMOS DE DEFESA CONTRA OS PATÓGENOS ↳ pH do estomago ↳ Microbiota intestinal ↳ Tecido epitelial intestinal especializado ↳ Tecido linfoide associado ao intestino (GALT) e placa de peyer ↳ Anticorpos IgA MECANISMO DE DEFESA CONTRA BACTÉRIAS DO TGI
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