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Sentença Penal Condenatória (relatório)

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Prévia do material em texto

“RELATÓRIO DA SENTENÇA PENAL” 
 
 
 
 
ROBSON SOUSA DOS ANJOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
 2020 
 
A priori, consoante a sentença penal condenatória a competência para apreciação é da 7ª VARA 
FEDERAL CRIMINAL – RIO DE JANEIRO. 
Delineia-se, o polo ativo titular da ação penal pública incondicionada é o Ministério Público 
Federal que alegou em face do réu Flavio Roberto De Souza, que a época praticou os delitos de 
peculato (artigo 312, §1 do CP) e fraude processual (artigo 347, CP) na forma do artigo 69 do 
Código Penal. 
Artigo 312, § 1 do código penal brasileiro: 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse 
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
 
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 
 § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não 
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para 
que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de 
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
 
A infração penal foi consumada pelo condenado quando se apropriou (inverteu o ânimo da 
coisa) do dinheiro no valor de R$ 27.000,00 dos R$ 90.000,00 , euros, dólares do também 
condenado Eike Fuhrken Batista, conforme a sentença o ex-magistrado orientou que deveria o 
valor permanecer em seu armário alegando que estaria mais seguro. 
A conduta típica em comento versa sobre a apropriação do denunciado a coisa de outra pessoa 
como se fosse sua, por ter na época cargo público que favorecia á posse, facilitou que obtivesse 
o bem e desviasse o destino do dinheiro, com dolo de beneficiar-se. Acresce, ainda, a sentença 
dos bens móveis que o réu permaneceu em posse, locando para seu condomínio carros de luxo 
e outros. 
Há indícios que o denunciado agiu dolosamente afim de acautelar em lugar indevido, utilizando 
do poder eminente ao cargo. 
Artigo 347 do código penal: 
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou 
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de 
induzir a erro o juiz ou o perito: 
 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
 
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em 
processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 
 
Ocorre que, ao tentar alterar o estado do local (leia-se o dinheiro no local ) e o objeto (dinheiro), 
com o fim de enganar a investigação do processo administrativo a qual tinha ciência, agiu 
artificiosamente com o intuito de induzir a erro os juízes e servidores convocados pela 
Corregedoria para a investigação. E após entrar na sala sem autorização devolveu parte do 
montante desaparecido (real,dólar,euro) restou desviado o montante de R$ 24.000,00 (vinte e 
quatro mil reais) e US$ 442 (quatrocentos e quarenta e dois dólares). 
 
 
 
Artigo 69 do código penal: 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se 
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja 
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de 
detenção, executa-se primeiro aquela. 
 
 § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada 
pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os 
demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste 
Código. 
 
 § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o 
condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis 
entre si e sucessivamente as demais. 
 
Consoante ao crime a ação penal é pública incondicionada, que é um instituto fundamental no 
estado democrático de direito, sendo de extrema relevância no que tange a suscitar o estado 
Juiz. 
 
Artigo. 100, § 1 da Lei 2.848/1940 (CP): 
 
 Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a 
declara privativa do ofendido. 
 
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, 
dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou 
de requisição do Ministro da Justiça. 
 
Artigo.24, § 2 da Lei 3.689/1941 (CPP): 
 
 Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia 
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de 
requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou 
de quem tiver qualidade para representá-lo. 
 
§ 2 Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do 
patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal 
será pública. 
 
Conforme o doutrinador Guilherme Nucci, a ação penal é o direito do Estado – Acusação ou do 
ofendido de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela 
aplicação do direito penal ao caso concreto. 
 
Urge destacar que o procedimento criminal começou no Tribunal Federal da 2ª região com fulcro 
e fundamentação do artigo 84 do código de processo penal e com a aplicação da pena de 
aposentadoria compulsória, o foro por prerrogativa de função foi cessado e os autos 
redistribuídos livremente para a primeira instância. 
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo 
Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais 
Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles 
por crimes comuns e de responsabilidade. 
 
Assim, o feito passou pela 2ª Vara Federal Criminal e 3ª Vara Federal Criminal, nas quais os juízes 
titulares afirmaram sua suspeição e impedimento, respectivamente. Por fim, em 21/06/2016, a 
ação penal foi redistribuída para essa 7ª Vara Federal Criminal, tendo início respectivamente a 
denúncia em 30/06/2016. 
À proposito, a Defensoria Pública da União representou o réu e na oportunidade ofereceu a 
resposta a acusação, defendendo a tese que o denunciado seria inocente, outrossim, mesmo 
não oferecendo provas prévias alertou que durante a instrução criminal restaria a comprovação. 
Prima facie, todo individuo possui direito ao princípio da ampla defesa e do contraditório, 
amparados no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal de 1988. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes. 
 
Assim, percebe-se que um processo amparado na legalidade deve ser oportuno a parte ré, o 
direito a defesa (técnica) e principalmente a alegar os fundamentos que entendam ser 
controversos à imputação do crime, mencionado na inicial acusatória. 
 
Faz-se mister trazer à colocação o que discrimina o Código de Processo Penal, artigo 396: 
Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou 
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a 
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo 
de 10 (dez) dias. 
 
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa 
começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou 
do defensor constituído. 
Acresce o artigo 396-A: 
Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que 
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, 
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-
as e requerendo sua intimação, quando necessário. 
 
 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos nos 
termos dos arts. 95 a 112 deste Código. 
 
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, 
citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-
la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. 
 
Em tais aspectos,é notório que a defesa técnica pode alegar preliminares em seu favor, sempre 
que possível apresentando provas, documentos, testemunhas e outros. Portanto, na fase de 
conhecimento foram anexo o relatório de insanidade, os antecedentes criminais do denunciado. 
A Defensoria Pública arguiu nas alegações finais que não haveriam provas concretas de que o 
réu havia cometido o tipo penal, ainda que o réu sofria de transtorno mentais, requereu a 
absolvição ou à luz do princípio da eventualidade, pela fixação da pena-base no mínimo legal; 
pelo afastamento da agravante do artigo 61, II, b, do Código Penal, e pela substituição da pena 
privativa e liberdade por restritiva de direitos. Por fim, protesta pela condenação do réu ao 
pagamento de honorários em favor do Fundo da DPU, uma vez que não demonstrou ser 
hipossuficiente. 
 
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não 
constituem ou qualificam o crime: 
 
 II - ter o agente cometido o crime: 
 
 b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade 
ou vantagem de outro crime. 
 
Antevejo relevância, trazer a baila que o Juiz sentenciante exercendo sua função fundamentou 
a sentença que o réu se apropriou dos valores e bens devido o cargo público de magistrado e 
após a abertura de investigação tentou devolver parte do montante, com fito de induzi ao erro 
os servidores responsáveis pela investigação. Além dos bens de maneira indevida utilizou do 
veículo apreendido. 
 
O Conselho Nacional de Justiça determinou, liminarmente, a redistribuição aleatória de todos 
os processos envolvendo o réu Eike, em trâmite na 3ª Vara Federal criminal, e em 27/02/2015, 
a Corregedoria do TRF 2ª Região iniciou correição extraordinária na referida Vara. 
 
Indiscutivelmente no caso concreto houve a prática do delito e a autoria do acusado, confirmado 
pelas provas e as testemunhas que houve a negociação do imóvel, orientações para guarda em 
local inapropriado do montante sequestrado, e a preocupação do magistrado que mesmo 
estando de atestado médico, garantiu a presença para evidenciar seu plano criminoso. 
 
Aduz o juiz sentenciante: Nota-se, inclusive, uma certa premeditação, na medida em que o réu 
proferiu decisão de busca e apreensão com determinação para acautelamento em local 
indevido. E mais, ao ser questionado sobre isso, não se intimidou e apenas informou a servidora, 
hierarquicamente subordinada a ele, onde ele decidiu guardar o numerário. 
 
Como se não bastasse a prática do crime de peculato, o criminoso após ciência do processo 
administrativo, induziu os envolvidos á erro, para posterior alegar inocência. Todavia, todos os 
depoimentos confirmaram que não havia dinheiro no gabinete do acusado e apenas depois de 
enviar mensagem pedindo que fosse verificado pois os valores haviam sido sumido, e após sua 
presença no local o dinheiro foi encontrado no local, logo o réu entrou no local após a varredura 
inicial e alocou o dinheiro que não estava no ato. 
 
O magistrado concluiu com fundamentação no laudo pericial da insanidade que o réu não tinha 
a comorbidade suscitada, pois mesmo tendo quadro depressivo o perito não verificou quadro 
de psicose grave, que o denunciado perdesse a noção de realidade. Ao passo que, a perícia 
realizada pela defesa não foi satisfatória, devido serem feitas após os fatos delituoso, sem 
consultar ao médico regular e a partir do pouco contato com o réu e outros laudos periciais 
particulares foram descartados. 
 Finaliza afirmando que após a análise do interrogatório em abril de 2017, o réu respondeu com 
lucidez e clareza sobre os fatos e sua defesa. 
 
A justa causa foi reconhecida uma vez que a atividade probatória foi plenamente capaz de 
corroborar os elementos de convicção existentes. Não há excludente de ilicitude, o juízo de 
reprovação da conduta foi mantido devido a consciência das condutas realizadas. 
 
Ora, face as considerações aduzidas, o Juiz proferiu sentença condenatória ao réu Flavio Roberto 
de Souza, pela prática do crime de peculato (art. 312, CP) e crime de fraude processual (art. 347, 
CP). 
 
Anote-se por fim, a respeito da dosimetria da pena é indiscutível a análise do sistema trifásico 
(art. 68 do código penal) considerando os critérios dispostos no artigo 59 do código penal. 
 
Artigo 68 do Código Penal: 
 
 Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 
deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de 
aumento. 
 
Artigo 59 do Código Penal: 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à 
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
 
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
 
 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra 
espécie de pena, se cabível 
 
No que diz respeito a pena base do crime de peculato art. 312 do CP, fixou a pena de 7 (sete) 
anos de reclusão e 70 (setenta) dias multa, ao valor individual de 1 salário-mínimo. Conforme o 
art. 59 do CP e devido a época dos fatos o denunciado exercia o cargo de Juiz, tinha total 
consciência das suas atitudes criminosas, sendo sua culpabilidade imensa, além de haver traído 
valores que jurou obedecer e de maneira escandalosa gerou grave impacto na imagem do Poder 
Judiciário nacional. 
Não foi encontrado circunstâncias de atenuantes e agravantes genéricas, assim como, causa de 
aumento e diminuição pena. Entretanto, o magistrado fixou a multa no valor de 1 salário-
mínimo a época devido a condição financeira. 
 
O regime inicial de cumprimento da pena foi o semiaberto, consoante o comando do § 2º, alínea 
“b” e §3º, ambos do artigo 33 do Código Penal. Deixou de substituir a pena privativa de 
liberdade, uma vez que ausentes as hipóteses previstas no artigo 44 do Código Penal. Do mesmo 
modo, deixou de suspender condicionalmente a pena. 
 
 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, 
semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou 
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
 
 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em 
forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os 
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a 
regime mais rigoroso: 
 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) 
anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em 
regime semi-aberto; 
 
 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem 
as privativas de liberdade, quando: 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o 
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, 
qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; 
 II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
 III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as 
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
 § 1o (VETADO) ; 
 § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição 
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se 
superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída 
por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de 
direitos; 
 § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a 
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida 
seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado 
em virtude da prática do mesmo crime; 
 § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativade 
liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição 
imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será 
deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado 
o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão; 
 § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por 
outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, 
podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a 
pena substitutiva anterior. 
Em face do crime de fraude processual (art. 347, CP) o magistrado fixou 1 (um) ano de detenção 
e 30 dias-multa. Não foi encontrado circunstâncias de atenuantes e agravantes genéricas, assim 
como, causa de aumento e diminuição pena. Entretanto, o magistrado fixou a multa no valor de 
1 salário-mínimo a época devido a condição financeira. 
 
Não foi substituído a pena privativa de liberdade, tendo em vista a o concurso material com o 
delito do artigo 312 do Código Penal, no qual foi aplicada pena em regime semiaberto, conforme 
prevê o artigo 69, §1º do Código Penal. 
 
O regime inicial de cumprimento da pena será o aberto, consoante o comando do § 2º, alínea 
“c” e §3º, ambos do artigo 33 do Código Penal. 
 
 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, 
semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou 
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
 
 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em 
forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os 
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a 
regime mais rigoroso: 
 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 
(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-
se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. 
 
Por iguais razões, o concurso material dos crimes determina que as penas deverão ser 
culminadas, em outras palavras primeiro a pena mais grave será cumprida, para o delito de 
peculato e posteriormente a pena do delito de fraude processual. 
 
In casu, foi determinado a perda do cargo de juiz federal (arts. 26, I e 47, I, ambos da LOMAN/Lei 
Complementar nº 35 de 1979), bem como a perda da aposentadoria fora perdida a partir do 
trânsito em julgado, como efeitos específicos da condenação (art. 92, I, “a” do Código Penal). 
 
Art. 26 e 47, ambos da LOMAN: 
 
Art. 26 - O magistrado vitalício somente perderá o cargo: 
I - em ação penal por crime comum ou de responsabilidade. 
 
Art. 47 - A pena de demissão será aplicada: 
I - aos magistrados vitalícios, nos casos previstos no art. 26, I e Il. 
 
 
Art. 92 do Código Penal: 
 
Art. 92 - São também efeitos da condenação 
 
 I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual 
ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de 
poder ou violação de dever para com a Administração Pública. 
 
A outro tanto, o valor de dano foi fixado em R$ 25.390,85 (vinte e cinco mil e trezentos e noventa 
reais e oitenta e cinco centavos), correspondente à soma dos valores não devolvidos pelo réu, a 
saber: R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) e R$ 1.390,85 (mil trezentos e noventa reias e 
oitenta e cinco centavos), este referente a US$ 442 (quatrocentos e quarenta e dois dólares) 
convertidos na cotação de 28/07/2017, com fulcro no artigo 387, IV, do Código Penal. 
 
O valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) foi fixado em honorários advocatícios, em favor do Fundo 
de Aparelhamento e Capacitação da DPU, consoante artigo 4º, XXI da LC n° 80/94. O pagamento 
deverá ser feito na seguinte conta bancária, nos termos da Portaria n° 527, publicada em 
14/09/2011: Caixa Econômica Federal, Agência n° 002, Conta Governo n° 10.000-5, Defensoria 
Pública da União, CNPJ n° 00375114/0001-16 
 
À guisa de arremate, o réu foi condenado conforme análise do caso exposta acima. 
 
A finalidade das penas não é atormentar e afligir um ser sensível (...) O seu fim (...) é apenas 
impedir que o réu cause novos danos aos seus concidadãos e dissuadir os outros de fazer o 
mesmo – CESARE BECARIAS.

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