Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MEIOS DE CONTRASTES Prof. Me. Leandro Ferraz O que são meios de contraste? Meios de contraste são substâncias químicas de alto número atômico que são capazes de realçar tecidos que, normalmente, não apareceriam com nitidez em uma imagem radiológica. Os exames contrastados é o nome dado aos exames que utilizam essas substâncias para evidenciar determinadas partes anatômicas. Radiografias, tomografias e exames de ressonância magnética são exemplos de procedimentos radiológicos que podem utilizar meios de contraste. Essas são Em geral, o contraste altera a capacidade de absorção da radiação ionizante dos tecidos durante o procedimento diagnóstico. Importância dos exames contrastados na radiologia As imagens radiográficas têm limitações que impactam no estudo de alguns tecidos. As partes mais opacas, como ossos, aparecem de forma clara, enquanto rins, estômago, vasos sanguíneos e outros tecidos são de difícil visualização. Isso ocorre porque as áreas do corpo preenchidas por fluidos possuem densidade semelhante em toda a estrutura anatômica. As imagens radiográficas são formadas de acordo com a densidade. Os ossos são mais densos e, portanto, absorvem mais radiação e aparecem em tons claros. Já órgãos e partes moles absorvem menos radiação, aparecendo escuros em registros de exames não contrastados. Por isso, se não houvesse contraste, não seria possível examinar diversos órgãos e vasos sanguíneos, prejudicando um diagnóstico confiável. No caso das veias e artérias, por exemplo, o contraste possibilita a verificação de sua anatomia e do caminho percorrido pelo sangue, identificando obstruções e outros problemas. Angiograma cerebral contrastado CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE CONTRASTE Meios de Contraste Positivo Sulfato de Bário Iodo Negativo Ar Iônico Não Iônico Quanto à capacidade de absorver radiação podem ser: Positivos ou radiopacos ou radiodensos: São os que quando presentes em um órgão; absorvem mais radiações do que as estruturas anatômicas que o rodeiam. Negativos ou radiotransparentes: São considerados os que quando presentes em determinados órgãos absorvem quantidades menores de radiação do que as estruturas adjacentes, como o ar. A técnica de duplo contraste corresponde a administração de um meio contrastante positivo (bário) junto com ar, justamente para que esse ar realize a distensão da víscera e garanta a melhor visualização. Sulfato de Bário O Sulfato de Bário é o composto químico mais usado. É comercializado em forma de pó ou suspensão pronta. Os exames que mais utilizam o sulfato de bário são para o estudo do tubo digestivo. Como os exames contrastados do esôfago, estômago e duodeno, intestino delgado e grosso. Pode ser usado também junto com outro. Esse exame é chamado de Exame de Duplo Contraste, onde são utilizados um meio de contraste positivo junto com um negativo. Esse exame também é chamado de exame baritado. Iodo O Iodo também é muito utilizado na radiologia. Estes contrastes a base de iodo podem ser administrados por via oral ou endovenoso. Por via oral são utilizados para visualizar o tubo digestivo. Quando administrado por via venosa, demonstram melhor os órgãos internos, como rins, veias, artérias, útero entre outros. Iodo Osmolaridade ou concentração osmótica: refere-se ao número de partículas osmoticamente ativas de soluto contidas em um litro de solução. Os meios de contraste a base de Iodo se divide em dois tipos: Meios de contraste iônicos: são compostos hiperosmolares em relação ao sangue. Esses agentes não devem ser utilizados em mielogramas ou injeções que possam penetrar no canal espinal (pois há risco de neurotoxicidade) ou na árvore brônquica (pois há risco de edema pulmonar). Meios de contraste não iônicos podem ter baixa osmolaridade (e ainda serem hiperosmolares em relação ao sangue) ou iso-osmolares (com a mesma osmolaridade do sangue). Meios de contraste mais recentes não iônicos estão sendo utilizados na rotina em quase todas as instituições, pois têm menos efeitos adversos. Vias de Administração Oral: Utilizada em exames abdominais, para que as alças intestinais sejam preenchidas e permitam melhor visualização de todas as estruturas do sistema digestório. Endovenoso: Sua aplicabilidade é o preenchimento de veias e artérias, estruturas vasculares, que permite delimitar a morfologia e analisar a fisiologia das estruturas do corpo. Retal: Utilizada nos estudos pélvicos, quando o contraste oral não teve uma boa progressão ou não foi ingerido. “Finalidade de preencher o cólon sigmóide e a ampola retal”; Intratecal: Utilizada nos estudos do canal medular e recebe o nome de mielotomografia. “Contraste iodado é injetado na espinha do paciente, na região lombar. Quanto à solubilidade são: Hidrossolúveis: Os que se dissolvem na água; Lipossolúveis: Os que se dissolvem em lipídios; Insolúveis: Estes não se dissolvem nem em água e nem em gorduras, como exemplo temos o Sulfato de Bário. Em relação à Natureza Química podem ser: Orgânicos: Representam os que contêm Carbono (C) em suas moléculas; Inorgânicos: São os que não contêm Carbono (C) nas moléculas. Contraindicações para exames contrastados Dependendo do tipo de contraste que será usado, existem algumas contraindicações, especialmente para o contraste iodado. Uma das principais, nesse caso, é para diabéticos que usam medicamentos com cloridrato de metformina. Associada ao iodo, essa substância pode levar ao desenvolvimento de insuficiência renal aguda. Algumas pessoas têm alergia ao iodo, o que pode ocasionar outros. Pacientes com hipertireoidismo manifesto e insuficiência renal não devem ingerir compostos iodados. Outra contraindicação vale para procedimentos com sulfato de bário, pois a substância é insolúvel, ou seja, não se dissolve, nem é absorvida pelo corpo. Portanto, está contraindicado quando há suspeita de perfuração das vísceras, para que o composto não escape para fora do aparelho digestório. Se o paciente estiver desidratado, em fase pré-operatória ou sofrer obstruções nos órgãos, o uso do contraste pode piorar o quadro. Principais riscos dos exames com contraste Os riscos dependem do tipo de contraste utilizado. No caso do sulfato de bário, reações alérgicas são muito raras. O principal perigo ocorre quando o composto escapa por uma perfuração durante o exame, podendo provocar males como a peritonite aguda que é a inflamação da membrana que reveste as paredes do abdômen, o peritônio. Meios de contraste iodados iônicos são reconhecidos por reações adversas, que podem ser leves, moderadas ou graves. Enquanto essa substância é administrada por via intravenosa, o paciente pode sentir calor, gosto metálico e náuseas, que devem terminar assim que acaba a infusão. Tipos de Reações Reações Leves Nauseas; Reações Moderadas Tosse excessiva; Reações Graves ou Agudas Hipotensão arterial; Urticária; Extravasamento: queimação ou dormência; Gosto de metal na boca; Tosse; Sudorese; Calor no local da injeção; Cefaléia. Vômito excessivo; Cefaléia intensa; Taquicardia; Edema facial; Urticária com ou sem prurido; Placas histamínicas. Parada cardíaca ou respiratória; Inconciência; Cianose; Broncoespasmo ou edema pulmonar; Choque profundo; Dispnéia; Convulsões; Contratura tônico-cervical; Choque pirogênico. Pacientes de alto risco Histórico de reações prévios; Reações agudas de náuseas e vômitos; Crianças abaixo de 1 ano de idade; Paciente com arritimia cardíaca; Paciente com insuficiência renal; Principalmente nos pacientes diabéticos. Contra indicações ao Bário Fecaloma; Pós-operatório abdominal; Perfuração Visceral; OBS: Quase não há casos de relatos com reações a administração do Sulfato de Bário. Contra indicações ao Iodo Hipersensibilidade ao Iodo; Anuria; Mieloma Múltiplo; Diabetes; Nefropatia. Anemia Falciforme; Feocromocitoma. (tumor das glândulas supra-reinais que provocam hipertensão).
Compartilhar