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RESUMO DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO NP1

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RESUMO DE DIREITO INTRNACIONAL PÚBLICO NP1 
FRANCISCA JERLANDIA CLARENTINO DA SILVA 
 
A SOCIEDADE INTERNACIONAL: 
 Esse sistema de normas jurídicas (dinâmico por excelência) que visa disciplinar e 
regulamentar as atividades exteriores da sociedade dos Estados (e também, 
atualmente, das organizações interestatais e dos próprios indivíduos) é o que se 
chama de Direito Internacional Público ou Direito das Gentes. 
 O Direito Internacional Público disciplina e rege prioritariamente a sociedade 
internacional, formada por Estados e organizações internacionais interestatais, com 
reflexos voltados também para a atuação dos indivíduos no plano internacional. 
 Os Estados são aqueles que detêm a maior importância, dado que somente com o seu 
assentimento outras entidades podem ser criadas (v.ġ., as organizações interestatais) 
ou certos direitos podem ser reconhecidos. 
 A comunidade seria uma forma de união baseada no afeto e na emoção (Wesenwille) 
dos seus membros, capaz de criar um vínculo natural e espontâneo (“essencial”) entre 
eles; a sociedade, por sua vez, corresponderia ao produto da vontade “racional” ou 
“instrumental” (Kürwille) dos associados, nascida de uma decisão voluntária dos 
mesmos. Assim, enquanto na comunidade não se permite aos membros decidir entre 
pertencer-lhe ou não, na sociedade essa escolha é livre e não depende senão da 
vontade das partes. 
Na comunidade os seus membros “permanecem unidos apesar de todos os fatores que 
tendem a separá-los”, na sociedade eles “permanecem essencialmente separados apesar de 
todos os fatores tendentes à sua unificação”. Por isso, não acreditamos, pelo menos por 
enquanto, na existência de uma comunidade internacional. 
Vivemos num mundo de diferentes, não de iguais. Daí não se acreditar na existência de uma 
comunidade de Estados, mas, sim, na de uma sociedade desses mesmos sujeitos. 
• Sem qualquer espécie de subordinação (contrariamente ao que ocorre no plano do 
Direito interno). 
• Também fazem parte às coletividades não estatais, o que não significa que muitos dos 
atores que as compõem sejam efetivamente sujeitos do Direito Internacional Público, 
a exemplo das organizações não governamentais (ONGs) e das empresas 
transnacionais. 
• Assim, falar em atores internacionais tem sentido mais amplo do que falar em sujeitos 
do Direito Internacional, conotando essa última expressão, prioritariamente, os 
Estados, as organizações internacionais intergovernamentais e os indivíduos; por 
atores internacionais, por sua vez, já se entendem outras entidades (como as já 
referidas ONGs) que participam da sociedade internacional, mas sem deter 
personalidade jurídica de Direito Internacional Público. 
• Quais seriam as condições necessárias para se afirmar existir uma ordem jurídica? A 
resposta é, possivelmente, simples: um conjunto de princípios e regras destinados a 
reger as situações que envolvem determinados sujeitos. 
• Em outras palavras, não existe ainda, na órbita internacional, nenhum órgão com 
jurisdição geral capaz de obrigar os Estados a decidirem ali suas contendas (lembre-se 
que a participação de Estados em tribunais internacionais requer o consentimento 
expresso destes, sem o qual o tribunal respectivo não poderá exercer a sua jurisdição). 
• Se uma norma de Direito Internacional é superior às outras – como é o caso da Carta 
das Nações Unidas, em virtude do seu art. 103 16 – é porque os Estados aceitaram que 
assim deva ser. 
• O direito das gentes desconheça, sob o aspecto formal, o princípio da hierarquia das 
leis, apenas compreensível sob o aspecto material e, mesmo assim, com um núcleo de 
regras advindas do costume (de que são exemplos as normas de jus cogens). A 
subordinação – clássica na ordem interna – dá lugar à coordenação na ordem 
internacional, motivo pelo qual a vontade (ou consentimento) dos Estados ainda é o 
motor da sociedade internacional contemporânea. 
Portanto, a ordem jurídica da sociedade internacional difere da ordem interna estatal por 
estar estruturado de forma horizontal, sem conhecer poder central autônoma com capacidade 
de criação originária de normas e com poder de impor aos sujeitos do Direito Internacional 
Público o cumprimento de suas decisões. 
✓ A sociedade internacional diferencia-se da ordem jurídica interna tanto sob o aspecto 
formal quanto sob a ótica material. Sob o ponto de vista formal, a diferença da 
sociedade internacional para a ordem interna baseia-se na sua estrutura, pelo fato de 
ali não existir um território determinado, dentro do qual vive certa população, 
coordenada por um poder soberano. 
✓ Do ponto de vista material, a sociedade internacional jamais se igualará à sociedade de 
pessoas (ou, até, à comunidade destas) existente no Direito interno, uma vez que as 
matérias que disciplina provém de um conjunto de Estados com poderes soberanos 
limitados (em razão da própria ideia de descentralização), e não de uma vontade única 
eleita pelos seus sujeitos para reger-lhes a conduta (ou, até mesmo, a eles imposta, 
como no caso dos governos ditatoriais). 
✓ A ordem jurídica da sociedade internacional é descentralizada, mas ao mesmo tempo 
organizada pela lógica da coordenação (ou cooperação). 
 
GÊNESE E ESTADO ATUAL DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: 
Sem se poder determinar uma data precisa para o seu nascimento, tem-se como certo que o 
Direito Internacional Público é fruto de inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos e 
religiosos que transformaram a ordem política da Europa na passagem da Idade Média para a 
Idade Moderna. 
 
❖ Na Antiguidade Clássica não existia um Direito Internacional propriamente dito. 
❖ Formam-se as Cidades-Estados italianas, já no quadro da transição para a Idade 
Moderna, as quais passaram a manter frequentes intercâmbios políticos e econômicos 
entre si, dando início ao esboço dos contornos normativos de um Direito menos 
doméstico e mais internacional já nesse período. 
❖ Foi o holandês nascido em Delft, chamado Hugo Grotius (1585-1645), quem deu 
importante ênfase ao direito das gentes como ciência - o pai do Direito Internacional e 
do Direito Natural. 
❖ A partir do final do século XVI e início do século XVII que o Direito Internacional Público 
aparece como ciência autônoma e sistematizada, principalmente a partir dos tratados 
de Westfália (de cuja elaboração Hugo Grotius participou na qualidade de Embaixador 
do Rei da Suécia), concluídos em 24 de outubro de 1648, que colocaram fim à 
sanguinária Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), conflito religioso entre católicos e 
protestantes que teve como bloco vitorioso esse último, fortalecido pela França. 
Pelo fato de, pela primeira vez, se ter reconhecido, no plano internacional, o princípio da 
igualdade formal dos Estados europeus e a exclusão de qualquer outro poder a eles superior. 
Então, mais do que colocar fim à Guerra dos Trinta Anos, os tratados de Westfália criaram um 
“sistema pluralista e secular de uma sociedade de Estados independentes, substituindo, desde 
então, a ordem providencial e hierarquizada da Idade Média”. 31 Assim é que muitos autores 
consideram que antes da Paz de Westfália não existia um Direito Internacional propriamente 
dito. 
➢ Além disso, esse fato histórico teve grande importância internacional por marcar o 
surgimento do que hoje conhecemos por Estado moderno, que, a partir desse 
momento, passou a se tornar o sujeito mais importante do Direito Internacional. 
➢ O Estado nasceria, então, com a característica fundamental de possuir, como 
elemento essencial de sua existência, uma base territorial sobre a qual se assenta a 
sua massa demográfica de indivíduos. Posteriormente, passaria a ter por elementos 
caracterizadores uma unidade política estabelecida no tempo e no espaço, a existência 
de instituições permanentes impessoais, a condução dos seus negócios por uma 
autoridade. 
➢ O Congresso de Viena (1815) foi, depois dos tratados de Westfália, o segundo grande 
marco do Direito Internacional e das relaçõesinternacionais. 34 O Congresso marcou o 
fim das guerras napoleônicas e estabeleceu um novo sistema multilateral de 
cooperação política e econômica na Europa. 
➢ Essas novas características do Direito Internacional vieram a intensificar-se finda a 
Segunda Guerra, que ensanguentou a Europa entre 1939 e 1945. 
➢ A primeira dessas tendências, chamada de universalização, tem o seu foco voltado 
para a autodeterminação dos povos, decorrente, segundo Jorge Miranda, da 
desagregação. 
➢ Momento a partir do qual se reconheceu que têm soberania (e que, portanto, devem 
ser tratados como iguais) outros povos não europeus e não americanos situados em 
distintas regiões do planeta. 
➢ À universalização segue-se a regionalização, com a consequente criação de espaços 
regionais por razões econômicas, políticas, estratégicas, sociais ou culturais, dentro 
dos quais as várias comunidades políticas e os vários Estados encontram formas de 
solidariedade e de cooperação, Regionalizar o Direito Internacional significa 
particularizar suas regras jurídicas a certo espaço físico (dividido politicamente em 
Estados). 
➢ Em terceiro lugar aparece a institucionalização, segundo a qual o Direito Internacional 
deixa de ser um direito das relações bilaterais ou multilaterais entre os Estados para se 
tornar um direito cada vez mais presente nos organismos internacionais, na 
Organização das Nações Unidas, bem como em suas agências especializadas, podendo 
até mesmo chegar à criação de um órgão supranacional com poderes decisórios, como 
é o caso da União Europeia. 
➢ A funcionalização, em quarto lugar, aparece, segundo Jorge Miranda, relacionada com 
a institucionalização, num duplo sentido. Primeiro, porque o Direito Internacional 
passa a extravasar, cada vez mais, o âmbito das meras relações externas entre os 
Estados, penetrando, com frequência, em matérias relativas tanto ao Direito interno, 
No plano do Direito interno, assume tarefas de regulamentação e de solução de 
problemas, como a saúde humana, o trabalho, o meio ambiente, a condição dos 
apátridas. 
➢ Em quinto lugar, aparece a humanização. O Direito Internacional ganha uma face 
humanizadora com o nascimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos, 
notadamente com a arquitetura normativa de proteção de direitos nascida no pós-
Segunda Guerra, desde a Carta das Nações Unidas (1945), desenvolvendo-se com a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e com os inúmeros tratados 
internacionais de proteção desses mesmos direitos surgidos no cenário internacional 
após esse período. . 
Uma sexta tendência do Direito Internacional, colocada por Jorge Miranda, é a objetivação, ou 
seja, a superação definitiva do dogma “voluntarista”, segundo o qual a vontade dos atores 
internacionais é o fundamento único da existência do Direito Internacional Público. Neste 
momento histórico pelo qual passa a humanidade, presencia-se, cada vez mais, a formação de 
regras internacionais livres e independentes da vontade dos Estados. 
❖ Uma sétima característica desse desenvolvimento histórico é a codificação do Direito 
Internacional, merecendo destaque o que prescreve o art. 13, § 1º, alínea a, da Carta 
das Nações Unidas de 1945, segundo o qual um dos propósitos da Assembleia Geral da 
ONU é o de “incentivar o desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua 
codificação”. 
❖ Como oitava tendência evolutiva do Direito Internacional colocada pelo jurista 
português, tem-se a jurisdicionalização. 
É superar o regime das chamadas “cláusulas facultativo”, rumo à concretização e imposição da 
jurisdição internacional obrigatória. A fase da jurisdicionalização do Direito Internacional já 
passou por três momentos bem nítidos na história das relações internacionais até hoje: 
a) o da criação de tribunais internacionais de vencedores contra vencidos, mostra de uma 
Justiça Internacional primitiva e arcaica, de que foram exemplos os tribunais militares do pós-
guerra; 
b) o da criação de tribunais internacionais ad hoc pelo Conselho de Segurança da ONU. 
c) o da institucionalização de tribunais internacionais de caráter permanente e universal 
(criados no modelo mais condizente de tratado), de que é exemplo mais atual o Tribunal Penal 
Internacional. 
CONCEITO, DENOMINAÇÕES E DIVISÕES: 
O Direito Internacional Público pode ser definido como a disciplina jurídica da sociedade 
internacional. 
 O Direito Internacional Público pode ser conceituado como o conjunto de princípios e 
regras jurídicas (costumeiras e convencionais) que disciplinam e regem a atuação e a 
conduta da sociedade internacional (formada pelos Estados, pelas organizações 
internacionais intergovernamentais e também pelos indivíduos), visando alcançar as 
metas comuns da humanidade e, em última análise, a paz, a segurança e a estabilidade 
das relações internacionais. 
 É evidente que para conceituar o Direito Internacional os seus sujeitos devem já estar 
previamente definidos, sem o que cairia no vazio a compreensão do conceito. 
 Não podemos concordar com a afirmação de que o Direito Internacional Público regula 
matérias da alçada externa do Estado, em contraposição ao Direito interno, que regula 
matérias exclusivamente domésticas. Essa concepção, como facilmente se percebe, 
está impregnada de um preconceito dualista (doutrina hoje rejeitada), vez que 
entende o Direito Internacional como separado da ordem jurídica interna. 
 A expressão refere-se às normas de regência, não às matérias por elas reguladas, que 
podem ser perfeitamente matérias da alçada interna. 
 Segundo essa concepção formalista – que não se liga nem aos sujeitos, nem à matéria 
da disciplina –, é Direito Internacional Público tudo o que provém de uma fonte 
internacional. 63 A falha mais grave desse critério formal é levar em consideração 
apenas o conjunto de normas jurídicas criadas pelo Direito Internacional Público, 
fazendo tabula rasa das outras fontes dessa disciplina que não lhe são privativa, como 
os costumes e os princípios gerais de direito. 
 Até mesmo atos domésticos podem ser fontes do Direito Internacional Público, como 
é o caso dos atos unilaterais dos Estados. 
 
a) Critério dos sujeitos intervenientes – o Direito Internacional Público disciplina e rege a 
atuação e a conduta da sociedade internacional. 
b) Critério das matérias reguladas – o Direito Internacional Público visa alcançar as metas 
comuns da humanidade e, em última análise, a paz, a segurança e a estabilidade das 
relações internacionais; 
c) Critério das fontes normativas – o Direito Internacional Público consubstancia-se num 
conjunto de princípios e regras jurídicas, costumeiras e convencionais. 
Estatisticamente, o critério dos sujeitos intervenientes – que sequer pode ser considerado 
verdadeiro critério – é ainda o mais utilizado doutrinariamente na conceituação do Direito 
Internacional Público. 
• Trata-se do conceito clássico (positivista e restritivo) de Direito Internacional Público, 
baseado na chamada corrente estatal, segundo a qual somente os Estados podem ser 
sujeitos do Direito Internacional, de modo que apenas eles são capazes de contrair 
direitos e obrigações estabelecidos pela ordem jurídica internacional. Esta doutrina, 
baseando-se nas premissas teóricas do dualismo de Carl Heinrich Triepel, nega que os 
indivíduos possam ser sujeitos do Direito Internacional. 
• Assim, dentro dessa definição tradicional, os benefícios ou obrigações porventura 
reconhecidos ou impostos a outras instituições, que não o Estado, é considerado 
meramente derivativo. 
• Na atualidade, o Direito Internacional não mais se circunscreve às relações entre os 
Estados, exclusivamente, e tampouco regula matérias da alçada unicamente exterior 
dos Estados. Tem ele, hoje, alcance notadamente mais amplo, visto que se ocupa da 
conduta dos Estados e dos organismos internacionais e de suas relações entre si, assim 
como de algumas de suas relações com as pessoas naturais. 
• É certo que a personalidade jurídicados indivíduos, no plano internacional, é ainda 
limitada. Contudo, em certas ocasiões, principalmente no que diz respeito aos crimes 
de guerra, aos crimes contra a humanidade e ao genocídio, têm os indivíduos, assim 
como os Estados, responsabilidades no plano internacional - de modo que não mais se 
pode afirmar que somente os Estados é que são praticantes de ilícitos internacionais. 
• As pessoas físicas, nesse contexto, passam também a ser um dos sujeitos diretos do 
Direito Internacional Público, detendo inclusive capacidade processual para fazer valer 
seus direitos na órbita internacional, podendo mesmo atuar de forma direta perante 
organismos ou tribunais internacionais. 
• Direito verdadeiramente internacional é o Direito Internacional Público, uma vez que o 
Direito Internacional Privado é “internacional” apenas pelo fato de resolver conflitos 
de normas (nacionais) no espaço com conexão internacional (ou seja, conflitos 
“internacionais” de leis internas). 
 
Entre o Direito Internacional Público e o Privado existem pontos de aproximação importantes, 
a exemplo da proteção jurídica do estrangeiro, que lhe garante a liberdade, a propriedade e o 
exercício dos direitos civis. Curiosamente, um desses direitos também pode derivar do outro. 
Chamou a disciplina de direito transnacional, por regular “atos ou fatos que transcendem 
fronteiras nacionais”. 
➢ Hoje, o Direito Internacional Público deve ser entendido como uma unidade 
harmônica de normas (escritas ou costumeiras) reguladoras das atividades dos 
Estados, das organizações internacionais e dos próprios indivíduos, no plano 
internacional. 
➢ Uma de tais classificações divide o Direito Internacional Público em comum (geral ou 
universal) e particular (continental ou regional). 
➢ Dividiu-se, também, o Direito Internacional em constitucional e administrativo, 
dispondo o primeiro sobre a competência dos órgãos internos com capacidade para 
agir internacionalmente, e o segundo sobre a organização das comissões e repartições 
internacionais, bem como dos serviços públicos internacionais. 
➢ Internacional e o Direito interno. Enquanto este último se consubstancia no conjunto 
de normas em vigor em um dado Estado, aquele (o Direito Internacional) é o conjunto 
das normas jurídicas não pertencentes a uma ordem interna. 92 Assim, no plano 
externo, o Direito Internacional é aquele que regula e rege as relações dos Estados 
entre si. 
➢ As Constituições estatais preveem regras específicas de aplicação interna do Direito 
Internacional, como a necessidade de referendum parlamentar dos tratados ou a sua 
promulgação e publicação internas, o que pode variar (e normalmente varia) de país 
para país. 
A tendência do constitucionalismo moderno, entretanto, é permitir a aplicação imediata do 
Direito Internacional pelos juízes e tribunais nacionais, sem a necessidade de edição de norma 
interna que os materialize e lhes dê aplicabilidade. 93 Trata-se da consagração da doutrina 
monista internacionalista. 
Assim, havendo conflito entre o Direito Internacional e o Direito interno estatal perante a 
jurisdição de um tribunal interno, o problema se resolve sob a base da supremacia do Direito 
Internacional. Nesse contexto, a falta de cumprimento dos preceitos do direito das gentes 
acarreta a responsabilidade internacional do Estado infrator. 
Propositura do problema: 
É claro que a questão pode ser colocada sob dois pontos de vista: o do Direito Internacional, 
que enxerga o problema de fora para dentro; e o do Direito interno, que o visualiza de dentro 
para fora. 
Mas isso não impede o Direito Internacional, que é superior aos ordenamentos dos Estados, de 
dar a última palavra relativamente ao tema. 
❖ O que ocorre é que, especialmente na era dos direitos humanos que agora se 
atravessa, é possível agregar às doutrinas tradicionais (notadamente ao monismo) 
métodos mais aptos a resolver os problemas que a pósmodernidade apresenta. 
Dualismo: 
 Para os adeptos dessa corrente, o Direito interno de cada Estado e o Direito 
Internacional são dois sistemas independentes e distintos, ou seja, constituem círculos 
que não se interceptam (meramente contíguos), embora sejam igualmente válidos. As 
fontes e normas do Direito Internacional (notadamente os tratados) não têm, para os 
dualistas, qualquer influência sobre questões relativas ao âmbito do Direito interno e 
vice-versa, de sorte que entre ambos os ordenamentos jamais poderia haver conflitos. 
 Assim, o primado normativo, para os dualistas, é da lei interna de cada Estado, e, não, 
do Direito Internacional. Segundo a corrente dualista, ao Direito Internacional caberia, 
de forma precípua, a tarefa de regular as relações entre os Estados ou entre estes e as 
organizações internacionais, enquanto ao Direito interno caberia a regulação da 
conduta do Estado com os seus indivíduos. 
 Nesse raciocínio, o Estado, para os dualistas, seria um antecedente lógico do Direito 
Internacional, ou seja, não seria o Estado que está para o Direito Internacional, mas 
sim este que está para aquele. 
 Nessa concepção, o Estado recusa aplicação imediata ao Direito Internacional, só 
alcançável por meio de procedimento incorporativo próprio do Direito interno. 
 Ou seja, os dois sistemas (internacional e interno), para os dualistas, são mutuamente 
excludentes, não podendo um interferir no outro por qualquer motivo, não havendo 
qualquer espécie de contato entre eles. 
 
 Para essa doutrina, as normas de Direito Internacional têm eficácia somente no âmbito 
internacional, ao passo que as normas de Direito interno só têm eficácia na ordem 
jurídica interna, de forma que para o ingresso das normas internacionais provenientes 
de tratados no ordenamento jurídico pátrio, após a ratificação, far-se-ia necessário 
incorporar legislativamente o conteúdo desses instrumentos ao ordenamento interno 
(técnica da “incorporação legislativa”). 
 A corrente dualista estabelece também diferenças de conteúdo e de fontes entre o 
Direito Internacional Público e o Direito interno, dentre elas a de que as regras 
internas de um Estado soberano são emanadas de um poder ilimitado, em relação ao 
qual existe forte subordinação de seus dependentes, o que não acontece no âmbito 
internacional, em que não existe um direito sobre os Estados, mas sim entre os 
Estados. 
 Assim, para os dualistas, as normas de Direito Internacional não têm aplicabilidade e 
cogência no interior de um Estado, senão por meio da recepção, isto é, em virtude de 
um ato do Poder Legislativo que transforme o tratado em norma de Direito interno. 
 Os defensores do chamado dualismo moderado, por sua vez, não chegam ao extremo 
de adotar a fórmula legislativa para que, só assim, o tratado entre em vigor no país, 
mas admitem a necessidade de um ato formal de internalização, como um decreto ou 
um regulamento executivo. 
Poder-se-ia dizer que o STF tem assumido a posição dualista moderada. 
 Críticas à doutrina dualista: 
© Em primeiro lugar, reconhecer diversidade de fontes entre o Direito interno e o Direito 
Internacional é aceitar um absurdo terminológico de consequências fatais para a 
concepção geral do Direito. Se ambos os sistemas – o interno e o internacional – são 
contrapostos, um deles inevitavelmente será não jurídico. 
© Se o Direito é uno e anterior à vontade dos Estados, não se pode entender de outra 
maneira senão como estando o Direito interno inserido no Direito Internacional, do 
qual retira o seu fundamento de validade. Pensar de outra forma significa entender o 
Estado como algo estranho à sociedade internacional e à margem do mundo exterior, 
fechado, assim, a qualquer tipo de integração jurídica ou social. 
© Em segundo lugar, a construção dualista despreza o princípio da identidade, admitindo 
igual validade de duas normas aparentemente antinômicas. 
© Doutrina dualista, guardando todos os inconvenientes do voluntarismo, só faz 
referência aos tratados e não aos costumes internacionais e aos princípiosgerais de 
direito, sendo, no entanto, os costumes internacionais e os princípios gerais de direito 
normalmente aplicados pelos tribunais internos. 
© O dualismo é corolário dogmático-apológico da teoria da soberania absoluta do 
Estado. 
Monismo: 
➢ Os autores monistas (que têm em Kelsen o seu maior expoente) partem de uma 
inteligência diametralmente oposta à concepção dualista, vez que têm como ponto de 
partida não a dualidade, mas a unidade (ou unicidade) do conjunto das normas 
jurídicas, internas e internacionais. 22 Para a corrente monista, então, o Direito 
Internacional e o Direito interno são dois ramos do Direito dentro de um só sistema 
jurídico. Trata-se da teoria segundo a qual o Direito Internacional se aplica 
diretamente na ordem jurídica dos Estados, independentemente de qualquer 
“transformação”. 
➢ Baseado na identidade de sujeitos (os indivíduos que os compõem) e de fontes 
(sempre objetivas e não dependentes – como no voluntarismo – da vontade dos 
Estados). 
➢ A norma do direito das gentes (o tratado ratificado ou até mesmo o costume) continua 
sendo norma internacional, que será então aplicada internamente, não sendo norma 
internacional transformada em Direito interno. 
➢ É dizer, não há dois círculos contíguos que não se interceptam, mas, ao contrário, dois 
círculos superpostos (concêntricos) em que o maior representa o Direito Internacional 
que abarca, por sua vez, o menor, representado pelo Direito interno. Assim, é possível 
haver certos assuntos que estejam sob a jurisdição exclusiva do Direito Internacional 
(representado pelo espaço existente entre a orla do círculo menor – Direito interno – e 
a borda exterior do círculo maior – Direito Internacional), o mesmo não ocorrendo 
com o Direito interno, que não tem jurisdição exclusiva, vez que tudo o que por ele 
pode ser regulado também pode ser pelo Direito Internacional, sistema do qual retira 
o seu fundamento último de validade. 
Aceita a tese monista, surge, porém, um problema hierárquico a ser resolvido, qual seja, o de 
saber qual ordem jurídica deve prevalecer em caso de conflito, se a interna ou a internacional. 
 Assim, no que tange à hierarquia entre as ordens jurídica interna e 
internacional, a doutrina monista se bifurca: uns entendem que em caso de 
conflito deve dar-se primazia de escolha (sobre a hierarquia entre as normas 
internacionais e internas) à ordem jurídica nacional de cada Estado 
(monismo nacionalista); e outros lecionam no sentido de que deve sempre 
prevalecer o Direito Internacional em detrimento do Direito interno 
(monismo internacionalista). Para além dessas duas bifurcações do 
monismo, entendemos ser ainda possível uma terceira divisão, quando em 
jogo o tema dos “direitos humanos”, o que nominamos de monismo 
internacionalista dialógico. Como o próprio nome está a indicar, esta 
terceira doutrina (de nossa autoria) é uma subdivisão do monismo 
internacionalista, a ser utilizada quando o conflito entre o Direito 
Internacional e o Direito interno diz respeito a uma questão de direitos 
humanos. 
a) Monismo nacionalista: A escola monista nacionalista apregoa o primado do Direito 
nacional de cada Estado soberano, sob cuja ótica a adoção dos preceitos do Direito 
Internacional reponta como uma faculdade discricionária. 
© Sob o ponto de vista do primado da ordem jurídica estatal, valendo tal integração 
somente na medida em que o Estado reconhece como vinculante em relação a si a 
obrigação contraída. 
© Os monistas defensores do predomínio interno dão, assim, especial atenção à 
soberania de cada Estado, levando em consideração o princípio da supremacia da 
Constituição. 
© Trata-se, como se vê, da doutrina da delegação, que apregoa a obrigatoriedade do 
Direito Internacional como decorrência das regras do Direito interno. 
© Segundo esse entendimento, o arbítrio do Estado só encontra limitação no arbítrio de 
outro Estado, jamais nas regras do Direito Internacional Público. 
Em suma, dois são os argumentos principais dos defensores do monismo com predomínio do 
Direito interno: 
 a) a ausência, no cenário internacional, de uma autoridade supra estatal capaz de obrigar o 
Estado ao cumprimento dos seus mandamentos, sendo cada Estado o competente para 
determinar livremente suas obrigações internacionais, pois é ele, em princípio, juiz único da 
forma de executá-las, e; b) o fundamento puramente constitucional dos órgãos competentes 
para concluir tratados em nome do Estado, obrigando-o no plano internacional. 
Às críticas da doutrina, pois: a) se explicam o fundamento do tratado, não explicam 
satisfatoriamente o fundamento do costume; e b) se as Constituições estatais fundamentam o 
Direito Internacional, não se explica como estes continua a vigorar, mesmo com as 
modificações nelas introduzidas. 
b) Monismo internacionalista: A segunda corrente em que se divide o monismo é a 
corrente monista internacionalista. Esta doutrina (que é resultado do 
antivoluntarismo) fora desenvolvida principalmente pela Escola de Viena, cujos 
maiores representantes foram Kelsen. 
 Segundo essa concepção, o Direito interno deriva do Direito Internacional, 
que representa uma ordem jurídica hierarquicamente superior. 31 No ápice 
da pirâmide das normas encontram-se, pois, o Direito Internacional (norma 
fundamental: pacta sunt servanda), do qual provém o Direito interno, que 
lhe é subordinado. 
 Um ato internacional sempre prevalece sobre uma disposição normativa 
interna que lhe contradiz. 
 A consequência lógica da existência de normas internas contrárias ao Direito 
Internacional é a configuração da responsabilidade internacional do Estado. 
 Internacionalistas, chamados de monistas moderados, negam que a norma 
interna deixe de ter validade caso contrarie um preceito de Direito 
Internacional, embora afirmem que tal norma constitui uma infração que o 
Estado lesado pode impugnar, exigindo ou a sua derrogação ou a sua 
inaplicabilidade, responsabilizando o Estado infrator a indenizar os prejuízos 
decursivos. 
 Aplicando-se, em caso de conflito, a máxima lex posterior de rogat priori 
(critério cronológico), conhecida pelo direito norte-americano como regra 
later in time não prega nem a prevalência do Direito Internacional sobre o 
Direito interno, nem a do Direito interno sobre o Direito Internacional, mas a 
concorrência entre ambas as ordens jurídicas. 
O monismo internacionalista, a nosso ver, configura a posição mais acertada e consentânea 
com os novos ditames do Direito Internacional contemporâneo. Além de permitir o 
solucionamento de controvérsias internacionais, dando operacionalidade e coerência ao 
sistema jurídico, fomenta o desenvolvimento do Direito Internacional e a evolução da 
sociedade das nações rumo à concretização de uma comunidade internacional universal, ou 
seja, a civitas maxima. 
❖ Um Estado “não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o 
inadimplemento de um tratado”. 
❖ Compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados ad referendum 
do Congresso Nacional. 
❖ Disso tudo resulta o primado do Direito Internacional sobre o Direito interno, que 
procede ainda mais quando certas matérias da legislação interna violam tratados ou 
normas imperativas de Direito Internacional geral, a exemplo das normas de jus 
cogens. 
 
c) Monismo internacionalista dialógico: 
Ela, porém, não diferencia as normas internacionais pelo seu conteúdo (pelo seu núcleo 
material ou substancial). 46 Ou seja, a primazia da norma internacional sobre a norma interna, 
para o monismo internacionalista clássico, é de caráter intransigente (não admitindo qualquer 
concessão por parte da norma internacional). Ocorre que, quando em jogo o tema “direitos 
humanos”, uma solução mais democrática (e, portanto, transigente) pode ser adotada, posição 
essa que não deixa de ser monista, tampouco internacionalista, mas refinada com dialogismo 
(que é a possibilidade de um “diálogo” entre as fontes de proteção internacional e interna,a 
fim de escolher qual a “melhor norma” a ser aplicada no caso concreto). Essa “melhor norma” 
há de ser encontrada àluz da dimensão material ou substancial das fontes de proteção em 
jogo, prevalecendo a que maior peso protetivo tiver em determinado caso concreto. 
 “diálogo das fontes”. 
 Perceba-se que, no monismo internacionalista dialógico, a prevalência da norma 
internacional sobre a interna continua a existir mesmo quando os instrumentos 
internacionais de direitos humanos autorizam a aplicação da norma interna mais 
benéfica, visto que, nesse caso, a aplicação da norma interna no caso concreto é 
concessão da própria norma internacional que lhe é superior, o que estaria a 
demonstrar sim a existência de uma hierarquia, típica do monismo internacionalista, 
contudo muito mais fluida (transigente) e totalmente diferenciada da existente no 
Direito Internacional tradicional. 
 transdialogismo. Essa, nos parece, é a tendência do direito pós-moderno no que tange 
às relações do Direito Internacional (dos Direitos Humanos) com o Direito interno. 
 
Doutrinas conciliatórias; 
Atualmente soma-se à contraposição dualismo-monismo uma terceira corrente (basicamente 
monista) integrada pelas denominadas correntes coordenadoras ou conciliatórias, que 
sustenta a coordenação de ambos os sistemas a partir de normas a eles superiores, a exemplo 
das regras do Direito Natural. Esta posição conciliatória não encontrou guarida nem nas 
normas e tampouco na jurisprudência internacionais. 
As relações entre o Direito Internacional e o Direito interno no direito constitucional 
comparado: 
Modernamente, vários são os Estados em cujas Constituições existem regras expressas e bem 
delineadas sobre as relações entre o Direito Internacional Público e o Direito interno. Alguns 
deles, em suas Constituições, trazem cláusulas de adoção global das regras do Direito 
Internacional pelo Direito interno, sem, contudo, dar primazia de uma pela outra. 
a) Cláusulas de adoção das regras do Direito Internacional pelo Direito interno sem 
disposição de primazia: 
Constituição austríaca, de 1º de outubro de 1920, que, em seu art. 9º, determinava: “As regras 
geralmente reconhecidas do direito internacional são consideradas parte integrante da lei 
federal”. 
Além de colocar tais regras no mesmo patamar que as leis, portanto, em nível 
infraconstitucional, não atribuía primazia de uma pela outra. De sorte que, em caso de 
conflito, seria de aplicar-se a regra lex posterior derogat priori. 
 Jus cogens internacional, que são normas imperativas de Direito Internacional geral, 
que não podem ser derrogadas por tratados internacionais, por deterem uma força 
obrigatória anterior a todo o direito positivo. Abaixo da Constituição, mas acima da 
legislação ordinária. 
 
b) Cláusulas de adoção das regras do Direito Internacional pelo Direito interno com a 
primazia do primeiro: 
É crescente o número de Estados que, na atualidade, têm atribuído em suas 
Constituições, ao Direito Internacional em geral, hierarquia normativa superior à das 
leis internas. Nesse caso, tais normas seriam, na ordem interna estatal, 
infraconstitucionais, mas supralegais. 
 
c) Cartas Constitucionais que não contêm disciplinamento acerca das relações entre o 
Direito Internacional e o Direito interno. Da mesma forma que muitos Estados existem 
cujas Constituições estabelecem regras bem definidas acerca da problemática das 
relações do Direito Internacional com o Direito interno, há muitos deles também cujas 
Cartas Magnas não fazem referência alguma a esse tipo de relação, seja porque não 
possuem Constituição escrita, a exemplo da Inglaterra e Israel, seja porque a Carta é 
omissa a respeito. 
• Na Constituição brasileira de 1988 também não existe sequer uma cláusula de 
reconhecimento ou aceitação do Direito Internacional pelo nosso Direito interno. 
• Única exceção, na Carta Magna de 1988, diz respeito aos tratados internacionais de 
proteção dos direitos humanos, que, por disposição expressa (art. 5º, § 2º), ingressam 
no ordenamento brasileiro com o status de norma materialmente constitucional, 
podendo ser ainda formalmente (além de materialmente) constitucionais. 
Os Sujeitos do Direito Internacional Público: 
A qualificação jurídica de certo ente como sujeito de direito das gentes guarda, assim, duas 
conotações: 
Uma passiva – a quem tal Direito é destinado – e outra ativa – que se traduz na capacidade de 
atuação no plano internacional. 
 São, portanto, sujeitos do Direito Internacional Público todos aqueles entes ou 
entidades cujas condutas estão diretamente previstas pelo direito das gentes, e que 
têm a possibilidade de atuar (direta ou indiretamente) no plano internacional. 
 A noção de personalidade jurídica no plano internacional, entendendo-se como tal a 
capacidade para agir internacionalmente. 
 Os que não detêm tal capacidade (a exemplo dos indivíduos) não deixam de ser sujeito 
do Direito Internacional Público, uma vez que a sua capacidade para agir se faz 
presente; ou seja, eles são sujeitos, mas com uma atuação internacional mais limitada, 
pois dependentes das normas criadas pelos Estados ou pelas organizações 
internacionais. 
 A personalidade jurídica de Direito Internacional nem sempre coincide com a de 
Direito interno, podendo uma pessoa jurídica de Direito interno não ter (ou não poder 
ter) personalidade jurídica internacional. 
 Os Estados (que têm personalidade jurídica originária), as organizações internacionais 
intergovernamentais (que detêm personalidade derivada) e os indivíduos. 
 É possível classificar os sujeitos do Direito Internacional, de forma mais didática, em 
quatro grupos: a) os Estados; b) as coletividades interestatais; c) as coletividades não 
estatais; e d) os indivíduos (ou particulares). 
 Na formação da sociedade internacional o primeiro elemento (e mais importante) que 
nasce é o Estado. 
São os Estados os sujeitos clássicos (originários ou tradicionais) do Direito Internacional 
Público, além dos mais importantes dentro do contexto das relações internacionais. 
© São os Estados, em suma, os sujeitos fundadores, primários e plenos do direito das 
gentes, já que só eles possuem uma subjetividade internacional per se sem quaisquer 
condições. 
© As coletividades interestatais são as entidades formadas por Estados para 
determinados fins e conhecidas pelo nome de Organizações Internacionais. Trata-se 
de entidades criadas por acordos constitutivos entre Estados com personalidade 
jurídica distinta da dos seus membros. 
© Diferentemente dos Estados, que podem sobreviver sem estar condicionados à 
existência de uma Constituição, por ser um aglomerado humano a viver em certa base 
territorial, sob determinada forma de regramento, as organizações internacionais não 
passam de uma realidade eminentemente jurídica, uma vez que, como destaca Rezek, 
“sua existência não encontra apoio senão no tratado constitutivo, cuja principal 
virtude não consiste, assim, em disciplinar-lhe o funcionamento, mas em haver-lhe 
dado vida, sem que nenhum elemento material preexistisse ao ato jurídico criador”. 
© “são sujeitos mediatos ou secundários” do Direito Internacional. 
Dentre as chamadas coletividades não estatais, as mais importantes, que trataremos de 
analisar, são: a) os beligerantes; b) os insurgentes; c) os movimentos de libertação nacional; e 
d) a Soberana Ordem Militar de Malta. 
a) Beligerantes: A beligerância ocorre quando, dentro do Estado, verifica-se uma 
sublevação da população, por meio de movimento armado politicamente organizado, 
para fins de desmembramento ou de mudança do governo ou do regime vigente, 
constituindo-se em verdadeira guerra civil. 
• Somente poderá ter lugar quando as facções sublevadas se mostrem 
suficientemente fortes para possuir e exercer, de facto, poderes similares aos 
exercidos pelo Estado contra o qual se rebelam. 16 Quando isso acontece, os 
governos dos demais membros da sociedade internacional podem conferirao 
grupo rebelado a qualidade de beligerante, atribuindo-lhe um status de 
igualdade jurídica com a ordem estatal (ou seja, com o próprio Estado). 
b) Insurgentes: A situação de insurgência ocorre nos casos de conflitos dentro do Estado 
– com a finalidade de modificação do sistema político vigente e reestruturação da 
ordem constitucional em vigor. 
• Não chegando a constituir uma guerra civil, diferentemente do que ocorre 
com a situação de beligerância. A pretensão do grupo insurgente também é a 
ascensão ao poder, com vistas à tomada do governo, momento a partir do 
qual nova personalidade jurídica de Direito Internacional seria constituída. 
• A insurgência normalmente ocorre em guerras internas, com lutas contra um 
regime colonialista ou lutas de libertação nacional, sem que ocorra o controle 
político de determinada área do território do Estado, tal como se dá nos casos 
de beligerância. A insurgência pode ter ainda motivos sociais, como o fim do 
racismo e da discriminação em dado território. 
c) Os movimentos de libertação nacional: A figura dos movimentos de libertação 
nacional começou a aparecer, dentro da ordem internacional, a partir de meados do 
século XX, quando do início do processo de descolonização da África, Ásia, Oceania e 
da região do Caribe. 
• A diferença dos movimentos de libertação nacional para outros sujeitos do Direito 
Internacional reside no fato de que aqueles que o integram não fazem parte do regime 
governamental contra o qual estão lutando. As pessoas que os integram são, na 
maioria das vezes, populações indígenas que lutam contra governos geralmente 
racistas ou contra ocupações estrangeiras ilegais. A personalidade jurídica 
internacional de tais movimentos dá-se em três âmbitos: no direito humanitário, no 
direito dos tratados e nas relações internacionais. 
d) A Soberana Ordem Militar de Malta: Desde então, a missão original de assistência 
hospitalar tem sido a sua principal atividade, a Ordem tem natureza de organização 
religiosa e, como tal, subordina-se à vontade da Santa Sé, que, por sua vez, está 
regulada pelo ordenamento canônico. Entendeu-se também que a Ordem, embora 
dependente em certos aspectos da Santa Sé, detinha a qualidade de sujeito do Direito 
Internacional. 
❖ Ela funciona em estreita dependência da Santa Sé, não guardando 
qualquer semelhança com um Estado soberano. 23 Por fim, a imunidade 
de jurisdição que a Itália reconhece ao seu Grão-Mestre não deriva de 
obrigação internacional, mas sim de ato meramente interno do Estado 
italiano. 
❖ Desde muito tempo discute-se a que categoria jurídica pertencem a 
chamada Santa Sé (cúpula do governo da Igreja Católica) e o Estado da 
Cidade do Vaticano (o menor de todos os Estados do mundo em 
extensão territorial). Além da indagação sobre a natureza jurídica de 
ambos, também se questiona quais as diferenças entre uma e outro, é 
dizer, entre a Santa Sé (também chamada de Sé Apostólica) e o Estado da 
Cidade do Vaticano. 
❖ O Papa seja tanto o chefe de uma como do outro, a personalidade 
jurídica internacional da Igreja não é precisamente a mesma do Estado 
da Cidade do Vaticano. 
a) A Santa Sé: 
O reconhecimento da figura do Papa com a qualidade de Soberano perante as relações 
internacionais, à semelhança de qualquer chefe de Estado. Como consequência, a expressão 
de sua autoridade (chamada de Santa Sé) foi reconhecida como sujeito do Direito 
Internacional, mesmo não sendo tecnicamente um Estado. 
✓ Não obstante ter a Santa Sé o seu governo sediado na Cidade Estado do Vaticano, ela 
não se acha limitada ao território deste; aliás, ela não se limita a território algum. 
✓ Assim, o fato do reconhecimento da personalidade internacional da Santa Sé – sem 
dúvida, sui generis – é histórico, não tendo sido jamais contestado à luz do direito das 
gentes. 
✓ O Papa, a um só tempo, Chefe da Igreja Católica (Santa Sé) e chefe de Estado (do 
Vaticano), o que finalmente ocorreu com a conclusão de dois documentos 
internacionais conhecidos por Tratados de Latrão, celebrados entre a Santa Sé e a 
Itália em 11 de fevereiro de 1929. 
✓ Outorgou-se à Santa Sé soberania interna e autonomia externa (não obstante ter 
deixado às autoridades italianas a competência para a persecução em matéria penal). 
A partir daí, com o reconhecimento expresso da soberania internacional da Santa Sé, o 
Vaticano passou a pertencer à categoria jurídica de Estado. 
 
 A submissão à jurisdição da Santa Sé de todas as pessoas que mantêm residência fixa 
na Cidade do Vaticano. 
 Como se percebe, as relações entre a Santa Sé e o Vaticano têm natureza 
absolutamente sui generis. Foi precisamente nos Tratados de Latrão que esses dois 
atores – a Santa Sé e a Itália – com suas estipulações recíprocas, deram origem a esse 
novo sujeito: o Estado da Cidade do Vaticano, que pode ser considerado um Estado 
instrumental a serviço da Santa Sé. 
 A Santa Sé, portanto, não é um elemento acima e fora do Estado, mas dele integrante, 
sendo o seu poder (ou chefia) espiritual, formando com o Estado um único ente 
jurídico. 
 
b) O Estado da Cidade do Vaticano: 
 Diga-se, desde já, que o Estado da Cidade do Vaticano (criado pelos Tratados de Latrão de 
1929) é de fato um Estado, e, como tal, pertence à sociedade internacional e intervém no 
seu funcionamento. 
 A criação do Estado da Cidade do Vaticano serviu para devolver ao Papa o poder 
temporal que havia perdido e para dar base territorial à administração da Igreja 
Católica (Santa Sé). 
 O Vaticano tem também sua Carta Magna, oficialmente chamada de Lei Fundamental 
do Estado da Cidade do Vaticano, com vinte artigos. 
 Assim, aqueles que pertencem à população do Vaticano não perdem seu vínculo com 
o Estado patrial. 
 O Estado da Cidade do Vaticano tem como forma de governo a monarquia absoluta, 
cujo chefe de Estado é o Sumo Pontífice, que detém a plenitude dos poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 O Estado da Cidade do Vaticano tem capacidade para celebrar tratados com outros 
Estados (e figurar nas relações internacionais, por meio do seu chefe de Estado, 
personificado na figura do Papa). 
 Pela sua própria finalidade espiritual, o Estado do Vaticano não tem participação ativa 
nas chamadas grandes organizações internacionais, não tendo compartilhado da Liga 
das Nações e, atualmente, da ONU. 
c) A questão das concordatas. Os tratados concluídos com a Santa Sé, sobre matéria religiosa 
e que preveem aspectos da situação jurídica da Igreja Católica em cada país, são chamados de 
concordatas. Tais tratados reconhecem aos católicas situações ligadas à sua vida e atividade. A 
Igreja entende que dar o mesmo tratamento (é dizer, regular situações da vida e da atividade 
dos crentes) àqueles não católicos não é missão das concordatas, mas do Estado, por meio de 
leis ou acordos com outras confissões. 
• Para o direito das gentes interessa saber que sob o aspecto formal as concordatas são 
tratados internacionais stricto sensu, aos quais se aplicam os princípios gerais do 
Direito dos Tratados. 
• As concordatas são, portanto, tratados internacionais como quaisquer outros. 
• O termo “concordata” só deve ser utilizado quando o tratado versar sobre as relações 
entre a Igreja Católica e o Estado-parte. 
• A celebração das concordatas, no Brasil, deve ser considerada inconstitucional, ante a 
separação entre a Igreja e o Estado. 56 Por dispensarem aos cidadãos católicos um 
tratamento especial e mais vantajoso em relação aos demais membros da sociedade 
(não católicos), violam as concordatas os princípios constitucionais da liberdade de 
consciência e de crença. 
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) é uma organização de direito privado, 
independente e neutra, dotada de estatuto próprio, cuja finalidade é proporcionar proteção e 
assistência humanitária às vítimas da guerra e da violência armada. Sua sede é em Genebra 
(Suíça). 
 Nasceu em 24 de junho de 1859 
b) Funcionamento: O Comitê Internacional da Cruz Vermelhaé governado por uma 
Assembleia (instância suprema), pelo Conselho da Assembleia (um corpo subsidiário da 
Assembleia) e por uma Diretoria (corpo executivo). Ele opera em todo o mundo numa base 
estritamente neutral e imparcial para proteger e assistir as pessoas afetadas por conflitos 
armados ou por perturbações internas. O sinal distintivo da Cruz Vermelha é uma cruz desta 
cor em fundo branco, que é o inverso da bandeira suíça. 
c) Natureza jurídica: O CICV tem natureza jurídica controversa. Primeiramente, cabe salientar 
que a instituição é uma associação de direito privado regida pelos arts. 60 e seguintes do 
Código Civil Suíço. Ou seja, trata-se de uma organização não governamental sujeita às leis da 
Suíça, que por esse exato motivo não se enquadra na roupagem das organizações 
internacionais intergovernamentais. 
 Daí parte da doutrina atribuir ao CICV a condição de “sujeito de Direito Internacional 
de caráter especial que pode relacionar-se diretamente com os Estados nas matérias 
abrangidas no seu campo específico de atividades”. 
 A Cruz Vermelha uma projeção internacional plenamente reconhecida, mesmo não se 
tratando de uma organização internacional intergovernamental. 
 Os indivíduos compõem o conceito contemporâneo de Direito Internacional Público, 
ao lado dos Estados e das organizações internacionais intergovernamentais. 
 É certo que a capacidade dos indivíduos, no plano internacional, é limitada, o que não 
lhes retira a personalidade jurídica. 
 Não são poucas as situações em que se presencia a responsabilidade dos indivíduos no 
plano internacional, principalmente no contexto dos crimes de guerra, crimes contra a 
paz e contra a humanidade. 
O que não se pode confundir é a personalidade jurídica de um ente com a capacidade que lhe 
assiste de ter (capacidade de gozo) ou de exercer direitos (capacidade de exercício). Dizer que 
os indivíduos têm personalidade jurídica internacional não significa atribuir-lhes capacidade 
equiparada a de um Estado (em primeiro plano) ou de uma organização internacional (em 
segundo plano). 
© O certo é que os indivíduos podem participar das relações internacionais tanto no polo 
ativo (por exemplo, peticionando para tribunais internacionais ou recebendo proteção 
diplomática do seu Estado) quanto no polo passivo (sendo internacionalmente 
responsabilizado por atos cometidos contra o Direito Internacional). 
© A eles impõem obrigações ditadas pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal 
Internacional de 1998. 
© O Tribunal de Nuremberg, instituído para julgar as atrocidades cometidas durante a 
Segunda Guerra Mundial pelos nazistas, contribuiu para a formação dessa concepção 
quando deixou assente que: “Crimes contra o Direito Internacional são cometidos por 
indivíduos, não por entidades abstratas, e os preceitos de Direito Internacional fazem-
se efetivos apenas com a condenação dos indivíduos que cometeram esses crimes”. 
a) crimes contra a paz (planejar, preparar, incitar ou contribuir para a guerra de agressão ou 
para a guerra, em violação aos tratados e acordos internacionais, ou participar de um plano 
comum ou conspiração para a realização das referidas ações): 
b) crimes de guerra (violações ao direito e ao direito costumeiro de guerra). 
c) crimes contra a humanidade (assassinato, extermínio, escravidão, deportação ou outro ato 
desumano cometido contra a população civil, antes ou durante a guerra, ou perseguições 
baseadas em critérios raciais, políticos e religiosos). O fato de “um acusado ter agido por 
ordem de seu governo ou de um superior” não a livraria de responsabilidade, o que reforça a 
concepção de que os indivíduos também são passíveis de responsabilização no âmbito 
internacional. 
✓ “Quem cometer um crime da competência do Tribunal será considerado 
individualmente responsável e poderá ser punido de acordo com o presente Estatuto”. 
✓ Assim é o caso da pirataria, proibida pela norma internacional (de origem costumeira). 
✓ Quem a pratica são indivíduos (tripulantes do navio) e não os Estados, e mesmo assim 
o Direito Internacional autoriza a todos os Estados a capturar e punir os piratas, 
qualquer que seja a sua nacionalidade, em consagração ao princípio da jurisdição 
universal. 
 
“Qualquer que seja o meio social em que se aplique, o direito tem o mesmo fundamento, 
porque tem sempre o mesmo fim: ele visa somente o homem, e nada mais que o homem”. 
 Para além dos sujeitos (formais) de Direito Internacional Público acima estudado, 
poder-seia indagar atualmente da existência de sujeitos não formais dessa mesma 
disciplina. 
 Apesar de se situarem à margem do Direito Internacional formal, participam de modo 
não regulamentado da cena internacional, exercendo certa influência (positiva ou 
negativa) nas decisões da sociedade internacional relativamente à ação e tomada de 
posição em assuntos de interesse global. 
 Podemos destacar dois desses pretensos sujeitos não formais de Direito Internacional 
Público: as empresas transnacionais e a mídia global. 
 
a) Empresas transnacionais. O impacto do fator econômico na vida da sociedade 
internacional tem, cada vez mais, feito aumentar as incertezas que rondam o conceito 
de soberania estatal, notadamente naquilo que se liga às grandes empresas 
transnacionais. 
❖ Não se podem equiparar as empresas transnacionais às organizações internacionais 
intergovernamentais para o fim de atribuir-lhes os mesmos direitos que o Direito 
Internacional Público dispensa a estas últimas. Mas não se descarta que tais empresas, 
de alguma forma, participam da sociedade internacional na qualidade de atores (não 
de sujeitos formais) das relações internacionais. 
❖ As empresas privadas transnacionais (de que é exemplos a Microsoft, a General 
Motors e a CocaCola) carecem de capacidade jurídica para concluir tratados e demais 
atos internacionais com os outros sujeitos conhecidos de direito das gentes. 
❖ Continuarão a serem vedados a tais transnacionais os benefícios e privilégios inerentes 
à condição de sujeito (formal) de Direito Internacional Público, como a celebração de 
tratados internacionais, as imunidades de jurisdição, o acesso aos tribunais 
internacionais. 
 
b) A mídia global: Não é de hoje que se vem percebendo a influência da1 mídia na cena 
internacional e nas tomadas de decisão da sociedade internacional no que tange a 
diversos assuntos de interesse global apoiados pela opinião pública mundial. 
• Contudo, diferentemente das empresas transnacionais – que são empresas e tem um 
estatuto próprio –, a mídia (assim como a opinião pública) é algo ainda abstrato e 
despersonalizado.

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