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ESTAGIO lll- CIVIL- AÇÃO REIVINDICATORIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE SORRISO-MT 
Mariazinha da Silva, XXXXX 
Antônio Pulacerca da Silva, XXXX
AÇÃO REIVINDICATÓRIA
DOS FATOS
Mariazinha da Silva foi casada com Antônio Pulacerca da Silva desde 20 de julho de 1960, divorciando-se através da Ação de Divórcio Consensual na data de 10 de julho de 2007, momento em que houve a extinção da relação matrimonial.
Na referida ação de Divórcio Consensual, as partes celebraram um acordo, homologado pelo juízo da Vara de Lucas do Rio Verde – MT, estabelecendo que o bem objeto da matrícula nº 17.171, do CRI de Sorriso – MT, seria vendido e o valor auferido partilhado na proporção de 50% para cada uma das partes, conforme averbação constante na matricula do referido imóvel (Av. 01/17.171, de 07 de abril de 2009 – protocolado sob nº 41.350).
No entanto, mesmo as partes tendo acordado que o imóvel seria vendido, tal transação não se concretizou, razão pela qual Mariazinha ajuizou nova ação em 31 de maio de 2009, visando a divisão do referido bem, na proporção de 50% para cada.
Na referida ação de divisão, as partes celebraram novamente um acordo, homologado pelo juízo da Vara de Sorriso – MT na data de 27 de abril de 2010, estabelecendo amigavelmente a divisão da área do imóvel em questão, conforme descrição que segue:
 
Imóvel: Rancho da Discórdia – Gleba 20 – parte da Fazenda Casa do Boi Gordo.
Proprietária: Mariazinha da Silva
Município: Sorriso - MT
Comarca: Sorriso – MT
Área Total: 317ha 17.089m2
Área da Gleba 20: 158ha 8.545m2
Sucede, porém, que antes mesmo do divórcio e da divisão do bem, na data de 03 de outubro de 2005, o Sr. Antônio Pulacerca da Silva havia firmado um contrato particular de arrendamento rural com o Sr. João Stélio Natário, cujo objeto era justamente parte do imóvel que foi transferida à Mariazinha na ação de divisão acima citada.
A cláusula de arrendamento firmado entre Antônio e João continha a seguinte cláusula:
Pelo presente contrato, é dado em arrendamento, parte da área acima mencionada, ou seja, somente a área aproximada de 100 has (cento hectares), que apresenta os seguintes confrontantes: faz frente com a Rodovia BR-163, na distância aproximada de 1.600 metros; da rodovia federal, sobe em direção nascente, na divisa com terras do Ministério da Aeronáutica, na distância aproximada de 1.000 metros; aos fundos divide com Fazenda Apolinário, na distância de mais ou menos 200 metros e ao norte, divide com a Fazenda Santa Juba, em linha que parte da rodovia municipal até a BR 163, na distância de mais ou menor 1.635 metros.
O contrato de arrendamento acima especificado foi firmado pelo prazo de 3 (três) anos e 3 (três) meses, iniciando em 01.10.2005 e terminando em 31.12.2008, com possibilidade de renovação, o que acabou não acontecendo.
Ocorre que, mesmo com a divisão do bem dado à Mariazinha, esta somente foi tomar providências em busca de seus interesses para a retirada dos possuidores da terra na data de 15 de Janeiro de 2015, quando providenciou a notificação do Sr. João Stélio Natário para que desocupasse o imóvel.
Em resposta a notificação, o Sr. João Stélio Natário promoveu contranotificação na data de 01 de abril de 2015, informando que nunca esteve na posse da totalidade do imóvel, fazendo-se presente em apenas 48 hectares, eis que as demais eram improdutivas.
DO DIREITO
Trata-se de ação que o proprietário tem, com base em seu direito, para reaver a posse da coisa, que está indevidamente com o terceiro. O seu fundamento é o direito de propriedade e o direito de sequela do proprietário, ou seja, a posse pode ser tirada do possuidor apenas por meios lícitos, como pelo ajuizamento de ação reivindicatória pelo dono. Mas não por esbulho, turbação ou ameaça, caso em que o possuidor poderá defender-se pela autotutela e pelas ações possessórias até mesmo contra o dono.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO REIVINDICATÓRIA - AVERBAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE DEMANDA JUDICIAL NA MATRÍCULA DE IMÓVEL - POSSIBILIDADE - RECURSO DESPROVIDO. A averbação da existência de ação reivindicatória à margem da matrícula do imóvel correspondente não importa em restrição à direito de propriedade em tem por escopo prevenir interesse de terceiro. (AI 61889/2012, DES. GUIOMAR TEODORO BORGES, SEXTA CÂMARA CÍVEL, Julgado em 05/09/2012, Publicado no DJE 12/09/2012)
(TJ-MT - AI: 00618895520128110000 61889/2012, Relator: DES. GUIOMAR TEODORO BORGES, Data de Julgamento: 05/09/2012, SEXTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 12/09/2012)
DO PEDIDO
A ) Procedência do pedido a fim de determinar a reivindicação da propriedade.
B ) Condenação do réu ao pagamento dos honorários advocatícios e custas processuais.
C ) Perdas e danos para Mariazinha da Silva, pois, o Sr. João Stélio Natário, informou que nunca esteve na posse da totalidade do imóvel, fazendo-se presente em apenas 48 hectares, eis que as demais eram improdutivas.
 A Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 184 que: “Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social [...]”. O proprietário que não dá à propriedade a função social que dela se espera com a utilização dos recursos naturais, preservação do meio-ambiente, produção e bom uso do solo, poderá perder o direito sobre aquelas glebas de terra.
VALOR DA CAUSA: R$XXXXXXX
Nestes termos, pede e espera deferimento.
________________________
“Nome do advogado”
OAB número “xxxxxx”

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