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1 Izabelle P. Santana Turma XXIV – A CLÍNICA MÉDICA EXAME FÍSICO ABDOMINAL 07.03.2021 . 70% dos diagnósticos gastroenterológicos são realizados com HISTÓRIA CLÍNICA. . 90% associando-se ao exame físico. . Muitos exames podem acabar causando transtornos confusionais. . Apenas 10% realmente precisam de exames complementares. Definição de DOR: . Índia, Egito – manifestação dos deuses; . Hipócrates – alteração dos 4 elementos (sangue, fleuma, bílis amarela, bílis negra); . Platão – uma sensação da alma; . Harvey (1628) – sensação do coração. . Von Frey – órgãos/estruturas especificas para detectar a dor. . Erb (1874) – órgãos específicos: nervos, fibras nervosas, capturavam também sensações de temperatura, tato, etc. . Goldscheider (1894) – essa sensação era capturada por essa estrutura (nervos), passava pela coluna e ia até o cérebro. . Livingston (1943) – entre a coluna e os nervos que transmitiam essa sensação tinham uma certa comunicação. . Noordenbos (1959) – definiu que dessas fibras, algumas tinham diferenças, as quais ele chamou de mielinizadas. . Melzack e Wall (1963) – explicam a teoria da comporta “the new theory”, que explicam a interação de todas essas fibras, muito próxima a teoria da neurofisiologia que se tem até hoje. Dor – nervos da pele – medula espinhal – sinapses – hipotálamo – córtex – respostas. o Dor Somática: . Bem definida; . Fibras mielinizadas. o Dor Referida: . Quando a dor é estimulada em um ponto, mas a causa está em outro local. Ex.: dor do infarto no precórdio, dor da colecistite (inflamação da vesícula) que refere dor nas costas. Dor da apendicite aguda (inicialmente com dor umbilical, mas com passar do tempo a inflamação vai aumentando até que se afeta os nervos do peritônio parietal, que são somáticos, bem mielinizados, e a dor apresenta localização mais definida). o Dor Visceral: . Mal definida; 2 Izabelle P. Santana Turma XXIV – A . Fibras amielinizadas. Órgãos ocos – órgãos com inervação visceral/nervos poucos mielinizados, ex.: apêndice. Fibras mielinizadas – Aa ou AB, levam a mensagem com a mais alta qualidade, local exato, com exata pressão, entre outros. Neurônios de primeira ordem. Na pele, músculos. DOR SOMÁTICA. Fibras não/menos mielinizadas – A ômega, C, levam a mensagem com menos precisão. DOR REFERIDA. QUADRANTES ABDOMINAIS 1° linha – 10° costela izabe Nota ESPAÇO DE TRAUBE - região do hipocôndrio esquerdo - tom timpânico (espaço de traube livre), se estiver com tom maciço é sinal de esplenomegalia (baço com pelo menos o dobro do tamanho normal). 3 Izabelle P. Santana Turma XXIV – A 2° linha – tubérculo ilíaco SEQUÊNCIA DO EXAME FÍSICO ABDOMINAL: 1. Inspeção o Estática: observação na posição ortostática e decúbito dorsal. Definir tipo de abdome, analisar abaulamentos e retrações, circulações colaterais, pele e anexos. Tipos de abdômen: plano, globoso, batráquio (paciente magro com abdômen globoso), abdômen em avental (excesso de pele que se sobressai na região da barriga), abdômen escavado e abdômen assimétrico. Respectivamente: A partir de quando se define o tipo de abdômen, procura-se por alguma deformidade, abaulamento ou retração. hernia incisional. retração infra umbilical. Circulação anormal: varizes dilatadas. Cabeça de medusa: varizes da região umbilical devido à estase, à parada da circulação da veia porta, sendo sinal de cirrose hepática. Circulação colateral: Tipo porta: o sangue que vem dos intestinos e do baço, juntam-se na veia porta, que passa dentro do ficado e sai nas supras hepáticas, caindo na veia cava, vai para o coração onde é redistribuída. Quando ocorre um problema no fígado, ex. cirrose, o fígado fica endurecido e dificulta a passagem do sangue, começando a se acumular e ativando a veia umbilical involuída. Sendo uma circulação colateral. Causam as chamadas “cabeça de medusa”. Tipo veia cava: quando ocorre uma obstrução, o sangue se acumula e procuram as veias epigástricas, intercostais e ázigos superiores para irem ao coração. Ex.: trombose da VCI. 4 Izabelle P. Santana Turma XXIV – A Pele e anexos: observar cicatrizes de possíveis cirurgias anteriores. Sem histórico de trauma. Sinal clássico de pancreatite grave. Sinal de Cullen (umbilical) – hemorragia retroperitonial, seja ela por pancreatite aguda necro- hemorrágica, ruptura de gravidez ectópica, ou em menor número de casos quando há rompimento de um aneurisma de aorta ou de órgão como o baço em caso de trauma. Grey Turner – equimoses nos flancos, característicos de sangramento retroperitoneal. Equimose nos flancos (regiões laterais), conhecido como Sinal de Grey Turner e equimose periumbilical, Sinal de Cullen – são sinais típicos de pancreatite aguda. o Dinâmica: pedir para o paciente fazer alguma movimentação/manobra. Manobra de valsava – é uma técnica em que se prende a respiração, segurando o nariz com os dedos, fechando a boca e forçando a saída de ar. Aumenta a pressão da cavidade abdominal, abaixando o diafragma, então se o paciente tiver alguma hérnia ela tende ficar mais visível. Movimentos peristalticos – se o paciente tem uma obstrução no final do intestino, o intestino proximal tende a aumentar sua força, realizando moviemntos peristalticos abruptos. Se o paciente for relativamente magro, será possivel a visualização. Pulsação da parede abdominal – pode ser um sinal de aneurisma abdominal ou uma condição normal. Para diferenciar, pede-se para o paciente inspirar. . Se a pulsação alterar, considera-se uma variação anatomica normal, chamada de aortismo (ocorre em pessoas muito magras). Quando a pessoa inspira, ela aumenta a pressão do torax, diminui o retorno venoso e consequentemente o DC cai. Com isso o volume sanguineo que sai do coração é menor, diminuindo o volume que passa na aorta e causando uma pulsação menor. O contrário ocorre na inspiração. . Porém se a pulsação continuar a mesma, é provavel que seja um aneurisma. 2. Ausculta Repousa-se o estetoscópio no abdômen do paciente, em um ambiente tranquilo. Escuta-se os sons hidroaéreos, que são os ruídos dos líquidos se movimentando dentro do intestino. Em 1 minuto é normal escutar de 5 a 34 ruídos hidroaéreos. É recomendado escutar-se por aprox. 2 minutos. Ao escutar algum sopro em uma região que o paciente relata dor, a principal hipótese diagnostica é uma trombose. Ex.: trombose de artéria renal. 5 Izabelle P. Santana Turma XXIV – A 3. Percussão Técnica – dois dedos. Ex.: dedo médio com dedo médio, em um ângulo de 90° graus. São sequencias de 3 “batucadas” em que se movimenta apenas o punho. Vísceras ocas – tons timpânicos. Vísceras sólidas – tons maciços (apenas na região do hipocôndrio direito – fígado). Sequência (termina-se na fossa ilíaca direita): sinal de jobert Tons timpânicos no hipocôndrio direito – sinal que tem ar entre o fígado e a pele, possivelmente algum órgão está perfurado, com vazamento de ar para a cavidade abdominal. Sinal de Jobert. Sinal de Jobert + dor aguda = perfuração de vísceras, cirurgia de emergência. Região mitral – é também uma região timpânica, se estiver maciça é um sinal de que algum órgão cresceu demais invadindo a região. Percussão do lado esquerdo na linha hemiaxilar esquerda, com som maciço – baço muito grande, ocupou o espaço com uma esplenomegalia (aumento do tamanho do baço). Tal situação diminui as possibilidades de hipóteses diagnosticas. 4. Palpação . Superficial . Profunda – paciente com dor, começa-se a palpar na região mais longe da dor, para não ocorrer resistência. Com duas mãos uma ao lado da outra, ou com uma mão em cima da outra. Empurra a mão e na volta sente-se as estruturas (manobra de Haussmann). Descompressão brusca com dor naregião da fossa ilíaca direita – apendicite aguda (manobra de Blumberg). . Específicas. Ex.: sinal de Giordano. Se a manobra evidenciar sinal de dor aguda, em pontada, no paciente, o sinal de Giordano é positivo, o que indica grande probabilidade doença renal. 6 Izabelle P. Santana Turma XXIV – A Sinal de Lapinsky – aperta-se a fossa ilíaca do lado da dor, e eleva-se a perna do paciente estendida. Se houver dor é um sinal de inflamação no musculo psoas. Pode ser também sinal de apendicite, pois estão muito próximas. Manobra do psoas – forçar a perna para trás, se houver alguma inflamação do psoas haverá dor. Fígado – maciço. É possível medir as dimensões do fígado através da mudança de sons maciços/timpânicos. Normalmente mede de 6 a 12 cm. Algumas doenças alteram o tamanho do fígado. Baço – não deve ser sentido. Se ocorrer de ser identificado na palpação, é sinal de esplenomegalia. Vesícula Biliar – normalmente também não deve ser sentida na palpação. sinal de Murphy. Colecistite. 7 Izabelle P. Santana Turma XXIV – A ASCITE . Inspeção; . Percussão; . Teste da Macicez Móvel (0,3 a 1 L) – água tem som maciço, através da percussão é possível saber onde tem água. . Semicírculo de Skoda (1 a 3 L) . Teste da onda líquida (piparote – peteleco) (>3L). . Palpação. CASO CLÍNICO Paciente A.F.J., 30 anos, educador físico. Chega ao PS com queixa de dor abdominal difusa, tipo cólica, de início abrupto há 1 hora, intensa, sem fatores de melhora ou piora, acompanhada de dor torácica pleurítica e distensão abdominal. Na anamnese foi verificado que o paciente não apresentava doenças prévias. Sem antecedentes cirúrgicos. Relatava uso de Meloxicam para Lombalgia há 5 dias. AO EXAME: Regular Estado Geral, afebril, anictérico, acianótico, LOTE, dispneico +/4. FC=135 bpm, FR=27 ipm, PA=170x90 mmHg, Sato2=99%, MVFD S/ RA, BR em 2T S/ Sopros Abdome distendido, RHA ausentes, hipersensibilidade difusa, DB+, Jobert+. Cavidade abdominal com perfuração no estômago; úlcera no estômago, com vazamento de ar para o abdômen.
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