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Mímesis e Catarse Trabalho final de Teoria Literária I Aluna: Sarah Rodrigues Serra 05/05/2021 A arte para Platão - Ele entendia que a arte era imitação. Alguns exemplos: A pintura, pois ela é uma imitação daquilo que observamos, usada de cores e objetos iguais. - o mesmo vale para a escultura; Até mesmo podemos usar de exemplos os filmes, pois imitam determinadas ações vividas na “vida real”. Platão (428-347 a.C.) Busto de Platão Cópia em mármore do busto de Platão feito por Silanião, ca. 370 A arte para Platão - Na visão platônica, a arte imita a cópia, o que Platão chama de simulacro. Simulacro: falso aspecto; aparência enganosa. “de acordo com o plano educativo para a cidade ideal, o autor condena sucessivamente as imitações de tudo que não for perfeito” Rep. III. 392 d - 397d, passim. Platão (428-347 a.C.) Busto de Platão Cópia em mármore do busto de Platão feito por Silanião, ca. 370 A arte para Platão - “a mimesis está três pontos afastada da natureza, logo, distante da verdade” (ARISTÓTELES, 2008, p. 10-11) A arte como “imitação da imitação” e estando “três vezes distante da verdade” Já que para ele a verdade é o valor fundamental e o único que interessa, a arte, na medida que não demonstra importância à verdade, não possui valor. Platão (428-347 a.C.) Busto de Platão Cópia em mármore do busto de Platão feito por Silanião, ca. 370 O conceito de Belo Para Platão, o belo se liga a verdade. E algo só pode ser definido como belo se estiver ligado à episteme, pois está no mundo inteligível e não se pode definir a beleza de algo com base na doxa. Tendo em vista que a doxa faz parte do mundo sensível, que percebemos através dos sentidos já que esse mundo é imperfeito e subjetivo. Busto de Aristóteles Cópia romana de uma escultura de Lísipo Aristóteles (384-322 a.C.) Para o Aristóteles, a arte é mímesis do universal Ele até pode aceitar que a arte é uma imitação, mas não uma imitação qualquer. Pra ele, mímesis é uma forma de conhecimento e aprendizado. Não visa à verdade e sim à verossimilhança. Ou seja, o poeta não imita acontecimentos reais, mas o que poderia acontecer. A Tragédia Grega e a Catarse do temor e da compaixão Ao explicar o que é uma tragédia, Aristóteles escreve (2008, 1449b 24): A tragédia é a imitação de uma acção elevada e completa, dotada de extensão, numa linguagem embelezada por formas diferentes em cada uma das suas partes, que se serve da acção e não da narração e que, por meio da compaixão (eleos) e do temor (phobos), provoca a purificação (kathársis) de tais paixões. da primeira diz-se que “é uma aflição ou perturbação resultante de se imaginar que suceda uma desgraça destrutiva ou dolorosa (....) e que esses acontecimentos não pareçam distantes, mas próximos e imediatos” (1382a 21-22, 23-25); da segunda, refere-se que “daqueles que são atingidos pela desgraça sem o merecer devemos compartilhar a pena e ter compaixão” (1386b 12-13). Em relação ao terror e à piedade, (ARISTÓTELES, 2008, p. 15) destaca-se as seguintes passagens da obra: Para Aristóteles, o poeta trágico deve procurar fazer despertar no seu público as duas emoções: o terror e a piedade (2008, 1453b e ss.), que por sua vez irão produzir a catarse Catarse vem do termo grego Kathársis que significa purificação. Para o filósofo Aristóteles (384.a.C.-322.a.C), o conceito de catarse, representava a purificação das almas. Era um alívio de emoções. Era um meio de adquirir fortaleza em face de observar a tragédia alheia. A catarse era utilizada em diferentes contextos, veja alguns exemplos abaixo: Na psicologia, relacionado a liberdade e a cura de doenças, traumas, etc. Ou seja, o processo catártico acontece no paciente assim que ele supera algum trauma, ou perturbação, por meio de uma descarga psíquica. Na religião, a grosso modo, representa a purificação da alma, a libertação de todos os pecados e a comunhão com Deus. O processo catártico pode ocorrer, por exemplo, durante uma oração, celebração religiosa ou confissão. É possível visualizar tanto a catarse individual quanto a coletiva. Na literatura, pois quando lemos algum texto literário que nos causa demasiada emoção e reflexão, podemos ter sido tocados por um processo catártico. A Catarse na arte Na Grécia Antiga, a catarse acontecia muito mais na tragédia do que na comédia. O sentido original de catarse era o de Payoff (resultado, consequência) que aconteciam nas tragédias. Édipo Rei foi considerado por Aristóteles um exemplo perfeito de tragédia grega. Diante disso, para o Aristóteles, a tragédia e as outras diversas formas de arte, também fazem uma purificação. Só que diferente do corpo, elas purificam as emoções. Depois de experimentar o temor e a compaixão no teatro, o espectador é libertado de seu peso. Sai aliviado. A mímesis, para Aristóteles vai gerar a catarse, pois uma boa imitação do real pode provocar uma série de emoções e sentimentos no leitor ou espectador, modificando-o. Referências Bibliográficas: ARISTÓTELES. Poética. Prefácio de Maria Helena da Rocha Pereira. Tradução e notas de Ana Maria Valente. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008 Tatim, William Godoy. Filosofia da arte de Aristóteles: mímesis e catarse. Filosofia na Escola, 2020. Disponível em: < https://filosofianaescola.com/estetica/filosofia-da-arte-de-aristoteles-mimesis-e-catarse/>. Acesso em: 05 de May. de 2021. Soares, Claudia. Oficina Literária, 2011. Disponível em: <http://estacio.webaula.com.br/cursos/ofici3/conteudo_aula_teletransmitida/_ppt/arq/Aula_02.ppt>. Acesso em: 05 de maio de 2021 M. Medeiros, Alexandre. A Tragédia na Poética de Aristóteles, 2018. Disponível em: <https://www.sabedoriapolitica.com.br/news/a-tragedia-na-poetica-de-aristoteles>. Acesso em: 05 de maio de 2021 de Verdade, Lully. O que é Catarse? Como um filme pode ser "catártico"?, 2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zVcepfQOweg&ab_channel=LullydeVerdade>