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Trab Principais Agentes Causais e Impactos da Poluição do Solo no Ambiente

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Universidade Estácio de Sá 
MBA EM GESTÃO AMBIENTAL 
DISCIPLINA: MANEJO E CONSERVAÇÃO DE SOLOS 
PROFESSOR: FELIPE BRASIL 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS AGENTES CAUSAIS E IMPACTOS DA POLUIÇÃO DO SOLO NO 
AMBIENTE: 
MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E SOCIOECONÔMICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anderson Cruz 
Anthony Matias 
Ivone Eliza Cardoso 
Maria do Carmo Nery 
Maria Teresa Moreira 
Monique Neves 
Orlando Pires 
Waleska Fiuza 
 
 
NITERÓI 
2011 
 
2 
 
Sumário 
 
 
1 Introdução ........................................................................................................... 3 
2 Definição de Solo. ............................................................................................... 5 
2.1 Tipos de Solo - Natural e Antrópico ............................................................... 6 
2.1.1 Solo Natural ............................................................................................. 6 
2.1.2 Solo Antrópico ......................................................................................... 7 
2.2 Classificação do Solo ..................................................................................... 7 
3 Poluição ............................................................................................................... 9 
3.1 Poluição do Solo ............................................................................................ 9 
3.2 Padrões de Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas ......................... 10 
4 Principais Agentes Causais e Impactos da poluição do solo no meio Físico .. 13 
4.1 Medidas de controle e mitigação: ................................................................. 15 
5 Principais Agentes Causais e Impactos da poluição do solo no meio Biótico 17 
5.1 Impactos causados pela poluição do solo no meio Biótico .......................... 20 
5.2 Medidas de controle e mitigação .................................................................. 20 
6 Principais Agentes Causais e Impactos da poluição do solo no meio Socioeconômico ... 22 
6.1 Medidas de controle e mitigação: ................................................................. 24 
7 Análise ............................................................................................................... 25 
8 Conclusão ......................................................................................................... 27 
9 Referências Bibliográficas ............................................................................... 28 
3 
 
 
1 Introdução 
 
A constante ação humana no meio ambiente provoca vários desequilíbrios 
ambientais, seja afetando os cursos hídricos, o ar atmosférico ou degradando os 
solos, interferindo diretamente ou indiretamente nas relações ecológicas da fauna e 
flora. (Resolução nº001/86 do Conama). 
O solo é o sumário ou extrato de todos os fatores do ambiente humano. Ele 
vive em equilíbrio dinâmico com todos os elementos determinantes de suas 
características: clima, os materiais de origem, a topografia, a biota e o tempo. 
Qualquer agressão sobre uma das variantes afetará o solo. 
Altamente degradável, o solo é um meio bastante afetado pela pressão 
antrópica. Sua poluição afeta particularmente o nível superficial da crosta terrestre, 
camada da biosfera que abriga considerável biodiversidade. Esse meio não é inerte 
e tampouco sustenta apenas as relações humanas. No extrato superficial do solo 
habitam espécies de macro e micro-organismos importantes à manutenção do 
equilíbrio biológico no planeta: bactérias, fungos, nematódeos, artrópodes, 
anelídeos, moluscos e pequenos vertebrados que, aliados à vegetação, dão vida e 
sustentação a esse substrato. No entanto, a exposição aos mais variados tipos de 
impactos, prejudicam as formas viventes e o seu regular desenvolvimento. 
A poluição do solo, dependendo da magnitude, pode causar malefícios 
irreparáveis tanto à natureza, que responde lentamente aos processos de 
reparação, quanto à frágil estrutura corpórea do homem. 
Os principais agentes causais e impactos da poluição do solo no ambiente 
são, em sua maioria, as queimadas, que lesam tanto a atmosfera quanto o solo, a 
desertificação, que pode ser causada pelas enchentes, pelo adensamento urbano 
descontrolado, esgotamento dos solos férteis mediante excessiva utilização de 
agentes químicos, excesso de população em áreas semiáridas e número excessivo 
de gado que é responsável pela destruição da vegetação arbórea, causando assim a 
compactação do solo e menor capacidade de infiltração do mesmo. Outro fator que 
contribui com a deterioração é a mecanização da lavoura, e o uso de fertilizantes 
artificiais e herbicidas, que são contaminadores do solo, dos lençóis freáticos, dos 
rios e das águas em geral. 
4 
 
A fauna e a flora são os que mais sofrem com a poluição do solo. Os 
impactos causados sobre eles são inúmeros desde o desmatamento até o abandono 
de hábitat naturais. Por exemplo, quando uma obra entra na fase de terraplanagem 
todo o meio biótico ao redor é impactado. Os animais fogem por causa do barulho 
causado pelas máquinas, as plantas e árvores são derrubadas para a abertura de 
estradas e, queimadas provocam a morte de várias espécies, seja ela da fauna ou 
da flora. 
O aumento da população nas grandes metrópoles é um dos principais 
causadores, junto com as grandes empresas, da poluição do meio ambiente. O 
crescimento desordenado, ou a favelização em Áreas de Proteção Permanente 
(APP), provocam a destruição da mata nas montanhas e encostas onde deveria ser 
conservado. Pelo desgaste do solo, em épocas de chuva, por exemplo, a água não 
penetra nas rochas, causando assim o acumulo na parte superior e 
consequentemente os desabamentos, os quais arrastam propriedades, arruinando 
cidades inteiras. 
 
5 
 
 
2 Definição de Solo. 
 
Não se pode definir o solo como simplesmente “o chão que pisamos”. Ele é 
muito mais que isso, pois indica o equilíbrio ambiental da maioria das atividades 
humanas tais como: habitação, agricultura, produção, etc. É uma grande fonte de 
material de construção, medicinal e arte. Possui ação filtrante e, é responsável 
diretamente pelo crescimento das plantas, fornecendo ar, água – instalada em seus 
poros, e nutrientes provenientes da ciclagem oriundos da decomposição química ou 
biológica do material orgânico produzido pelo próprio sistema. O solo desempenha 
ainda, a função de distribuir, escoar e infiltrar a água da chuva. 
 
Quanto mais antigo o solo, maior é seu indicador paleo-ambiental. O magma 
vulcânico é o início de todo e qualquer solo, pois ele é o formador das rochas na 
crosta terrestre. 
 
No ponto de vista de cada área, o solo é interpretado de uma forma 
diferente. Para a Geologia, o solo é um material disposto em camadas que vai da 
superfície até a rocha, dinâmico, resultante dos processos de alterações e 
modificações. Já para a Engenharia ele é um maciço terroso que, quando 
provocado, está sujeito a alterações. Para os agricultores, o solo é somente a 
camada de terra tratável que serve para o plantio. 
 
O solo tem sua origem do latim da palavra “solum” que em português quer 
dizer “chão”, e é constituído de partículas minerais (argila, areia, etc.), água e ar. 
Sua composição é formada por camadas que, após adições, perdas, translocações 
de energia e matéria, são chamados de horizontes. Os perfis hipotéticos desses 
horizontes podem ser classificados como: horizontes orgânicos - serapilheira ou 
turfa - (O), Horizonte A (com acúmulo de matéria orgânica decomposta) (A), 
Transacional para B (AB), Transacional para A (BA), de máximo acúmulo eluvial (B), 
Transacional para C (BC ou CB), Rocha parcialmente decomposta (C) e a Rocha 
consolidada ou Matriz (R). As causas naturais como o calor, o vento e chuva são 
6 
 
fatores de modificações do solo, que se formam na parte superior do regolito (rochas 
dissolvidas da litosfera),assim como as interferências antrópicas. 
 
Quanto aos limites, o solo tem nas laterais corpos aquosos além de aterros 
ou terrenos com espelhos d’água permanentes. Na parte superior, a atmosfera é o 
limite, enquanto na parte inferior possui a crosta (rochosa), o manto e o núcleo 
(formado de níquel e ferro). 
 
O constante deslocamento do solo devido à ação dos ventos, chuvas ou rios 
que modificam seu curso, causam a erosão do solo. Esse evento ocorre em virtude 
das partículas desse mesmo solo, arrastadas para as partes mais baixas do terreno, 
como ocasionado na tragédia ocorrida em Janeiro deste ano, nas cidades da Região 
Serrana do Rio de Janeiro. 
 
Devido a intervenções do homem (antrópica), por total desconhecimento 
geral da população, o solo como recurso natural dinâmico, perde as suas funções 
básicas levando aos desastres naturais. As adições de aterros, asfaltamento, 
construções de cidades, inadequadas técnicas agrícolas, mineração, expansão das 
áreas urbanas e impermeabilização do solo, entre outros, levam a sua degradação, 
afetando diretamente a qualidade de vida dos ecossistemas agrícolas e urbanos. 
 
2.1 Tipos de Solo - Natural e Antrópico 
 
A formação do solo depende de vários fatores como o clima, a quantidade 
de matérias orgânica, o tipo de rocha, etc. Na ocorrência de um clima úmido, em que 
as chuvas são uma constante, os sais são arrastados para as camadas mais 
profundas desse solo e esses solos são chamados de “solos profundos”, enquanto 
em locais de clima seco, a ação do calor do sol faz evaporar a água, tornando o solo 
mais árido com o acúmulo de sais em sua superfície, evitando assim, que alguma 
vegetação se desenvolva. Esses tipos de solo chamam-se “solos rasos”. 
 
 
2.1.1 Solo Natural 
 
7 
 
Chamam-se solos naturais aqueles em que não há a intervenção do homem. 
É o solo em seu estado bruto, conservando todas as suas propriedades minerais. 
São sistemas naturais pouco transformados, como campos, florestas das planícies, 
pantanais. 
Esses sistemas possuem o nível das águas subterrâneas muito rasas. Há 
ainda, a floresta amazônica densa localizada nas bordas da bacia sedimentar 
amazônica. 
 
2.1.2 Solo Antrópico 
 
Chamam-se solos antrópicos aqueles que sofreram intervenção do homem 
ou, que foram por este modificado, parcial ou totalmente. São sistemas naturais 
fortemente transformados. A floresta semidecidual da Bacia do Paraná, localizada 
no lado oeste de São Paulo, é um exemplo. Sua agricultura mecanizada, pecuária 
de cria e corte, exploração seletiva de madeiras, modificaram totalmente aquele 
sistema. Existe também a Floresta Tropical Atlântica, com seu relevo bastante 
dissecado com grande densidade de canais de drenagem localizado ao sul de São 
Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, onde há pastagens, cultivo de café, silvicultura, 
mineração e urbanização. 
 
2.2 Classificação do Solo 
 
Com a diversidade de cenários ambientais, ocorrem as divisões dos vários 
grupos de solo e, no Brasil, uma rica variedade de tipos de solo, que são 
classificados como: Alissolos, Argissolos, Cambissolos, Chernossolos, 
Espodossolos, Gleissolos, Latossolos, Luvissolos, Nitossolos, Organossolo, 
Planossolos, Plintossolos e Vertissolos. 
 
No Brasil existe, predominantemente, grande concentração de solo do tipo 
Argissolos e Nitossolos (59%) e ainda, os do tipo Organossolo e ao Espodossolo. 
 
Argissolos (Argilla) – São solos constituídos por material mineral com muita fração 
de argila. Apresentam, frequentemente, uma cor amarelada com o Horizonte B logo 
abaixo do A ou E, por esse motivo são confundidos com o Gleissolo. 
8 
 
 
Espodossolos (Spodos) – Esse tipo de solo tem como característica uma textura 
arenosa e de extrema pobreza em nutrientes. Possui uma cor cinza vegetal. Tem um 
Grupamento de solos com B espódico, isto é, um horizonte mineral B subsuperficial, 
e seu horizonte B logo abaixo do horizonte E, A ou hístico (com matéria orgânica 
superior ao comumente encontrado). 
 
Latossolos (Lat) – Solos com material muito alterado, apresentando seu Grupamento 
de solos com B latossólico, isto é, constituído por material mineral abaixo de 
qualquer tipo de horizonte A. Esse tipo de solo não é recomendável ao plantio por 
conter baixo teor de nutrientes em sua composição. 
 
Organossolo – Orgânico. Horizonte H ou O hístico. Solos constituídos por material 
orgânico, que apresentam horizonte hístico. Geralmente encontrados em locais de 
baixo relevo onde recebem os sedimentos de áreas mais elevadas. 
 
Alissolos – Solos ácidos com alto teor de alumínio, baixa fertilidade química e baixa 
reserva de nutrientes para as plantas. 
9 
 
 
3 Poluição 
 
De acordo com a Lei: 6.938, de 31 de agosto de 1981, entende-se por 
poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que: direta 
ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem 
desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio 
ambiente e lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos. 
 
3.1 Poluição do Solo 
 
Segundo o Biólogo Krukenbergue Fonseca, a poluição do solo, ou seja, da 
camada mais superficial da crosta terrestre, ocorre por causa dos malefícios diretos 
e indiretos ocasionados pela ocupação e exploração do meio ambiente de maneira 
desordenada. Tais atividades fazem com que sejam depositados no solo, elementos 
estranhos, que alteram as condições originais e interações ecológicas regulares do 
mesmo. 
De acordo com Fonseca, as principais causas da poluição do solo são: o 
acúmulo de produtos químicos, como fertilizantes, pesticidas e herbicidas, e de lixo 
sólido, como embalagens de plástico, papel, vidro e metal. 
No que diz respeito à decomposição, o vidro, por exemplo, leva cerca de 
cinco mil anos para se decompor, enquanto certos tipos de plástico, impermeáveis 
ao processo de biodegradação promovido pelos micro-organismos, levam milhões 
de anos para se desintegrarem. Desta forma, o material sólido do lixo demora muito 
tempo para desaparecer no ambiente. 
 A deposição de resíduos em aterros sanitários, utilizada como uma das 
soluções para reduzir o acúmulo de lixo, também tem efeito poluidor, pois produz 
fluidos tóxicos que se infiltram no solo e contaminam os lençóis de água. 
A qualidade do solo está relacionada aos seus atributos químicos, físicos e 
biológicos, sendo imprescindível o estudo em conjunto desses três aspectos do solo 
para definir a sua qualidade. Por isso, em avaliações qualitativas de solos 
10 
 
antrópicos, são utilizados valores encontrados em solos naturais como referência na 
investigação de possíveis excessos ou escassezes das substâncias naturalmente 
presentes no solo. 
 
3.2 Padrões de Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas 
 
De acordo com o Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da 
CETESB, que trata dos parâmetros de qualidade do solo e de águas subterrâneas, a 
investigação confirmatória de contaminação em uma determinada área é realizada 
através da coleta de amostras para análises de solo e/ou água subterrânea, em 
pontos estrategicamente posicionados com base no conhecimento adquirido sobre a 
área na etapa anterior (avaliação preliminar), onde se define o primeiro modelo 
conceitual da área. 
Após a etapa preliminar e os trabalhos de campo, deve ser feita uma 
interpretação (análise crítica) dos resultados das análises realizadas nas amostras 
coletadas, através da comparação dos valores de concentração obtidos com os 
valores de concentração estabelecidos em listas de padrões, definidas pelo órgão 
responsável pelo gerenciamento de áreas contaminadas. 
A utilização dessas listas de valores limite definidos para avaliação de 
contaminações do solo e/ou das águas subterrâneas, teve inicio nos países 
industrializados,há cerca de 20 anos, quando tais países atentaram para o 
problema da poluição. Essas listas foram desenvolvidas devido à necessidade de se 
ter parâmetros comparativos, possibilitando a definição do grau de poluição e quais 
os procedimentos a serem tomados. 
A utilização das listas de padrões, elaboradas a partir de avaliações de risco 
genéricas, em que normalmente são utilizados cenários e parâmetros mais 
restritivos, não fornece uma resposta definitiva quanto à existência de risco 
decorrente da poluição do solo ou da água subterrânea em uma área específica. 
Entretanto, o uso dessas listas é um instrumento importantíssimo na deflagração de 
um processo de caracterização mais detalhado da área avaliada 
A partir do conceito de multifuncionalidade do solo estabelecido pelo 
governo federal da Holanda em 1987, através da promulgação da Lei de Proteção 
do Solo (Soil Protection Act), o Ministério do Planejamento Territorial e Meio 
Ambiente da Holanda (VROM), em atendimento a essa lei, publicou em 1994 a nova 
11 
 
proposta de valores de qualidade do solo e da água subterrânea (Lista Holandesa 
de Valores de qualidade do Solo e da Água Subterrânea – Valores STI). A sigla 
“STI” representa a principal característica dessa proposta, sendo a criação de três 
valores distintos de qualidade para os compartimentos ambientais citados, em que: 
 
• (S) = Valor de referência: indica um nível de qualidade do solo e da água 
subterrânea que permite considerá-los “limpos”, considerando- se a sua utilização 
para qualquer finalidade. 
 
• (I) = Valor de Intervenção: Indica um nível de Qualidade do solo acima do 
qual existem riscos para a saúde humana e para o ambiente. A ultrapassagem 
desse valor (média) em um volume de solo de 25 m3 ou em 100 m3 de água 
subterrânea, indica a necessidade de implementação na área avaliada de ações 
voltadas para a sua remediação. 
 
• (T) = Valor de Alerta: é um valor entre os dois primeiros S e I. Ele indica 
que já ocorreu certa alteração que diminuiu, ainda que pouco, as propriedades 
funcionais do solo, sendo necessária uma investigação detalhada na área para 
quantificação dessa alteração 
 
A tabela 1 (Lista Holandesa de Valores de qualidade do Solo e da Água 
Subterrânea – Valores STI) apresenta como exemplo, os valores de qualidades para 
um solo contendo de 0 a 10% de matéria orgânica e de 0 a 25% de argila. 
12 
 
 
TABELA 1 
Lista Holandesa de Valores de qualidade do Solo e da Água Subterrânea – 
Valores STI 
 
 
13 
 
 
4 Principais Agentes Causais e Impactos da poluição do solo no meio 
Físico 
 
Por ser um dos recursos naturais mais utilizados pelo homem, o solo é 
também um dos que mais sofrem impactos decorrentes de uso mal planejado. 
Intervenções de obras de engenharia no meio físico como: construção de 
aeroportos, agroindústrias, aterros para disposição de resíduos sólidos, estradas, 
portos, projetos urbanísticos e unidades industriais, são formas de uso do solo cujas 
operações das fases de instalação, funcionamento e eventual desativação envolvem 
uma série de processos tecnológicos, tais como cortes, aterros e transposição de 
cursos d’água, e podem afetar a qualidade do solo, das águas superficiais e 
subterrâneas causando sérios impactos. 
De acordo com RICHERT et al. (2003), a qualidade do solo do ponto de vista 
físico está associada àquele solo que: permite a infiltração, retenção e 
disponibilização de água às plantas, córregos e sub-superfícies; permite as trocas de 
calor e de gases com a atmosfera e raízes de plantas; possibilita o crescimento de 
raízes; responde ao manejo e resiste à degradação. 
Processos erosivos ocorrem de forma moderada em um solo coberto, sendo 
esta erosão chamada de geológica ou normal. O arraste de partículas constituintes 
do solo se dá pela ação de fatores naturais como água, vento, ondas que são tipos 
de erosão, além da própria erosão geológica ou normal que tem por finalidade 
nivelar a superfície terrestre. 
Há um intenso uso do solo nas regiões tropicais que, juntamente com a 
concentração de chuvas em determinado período do ano, são causadores de 
erosão. O processo de erosão que mais se observa em ambientes tropicais é a 
erosão hídrica, definida por Farias (1984), como o processo de desagregação e 
transporte das partículas do solo pela ação das chuvas. A erosão hídrica é o tipo de 
erosão mais importante e preocupante no Brasil, pois desagrega e transporta o 
material erodido com grande facilidade, principalmente em regiões de clima úmido 
onde seus resultados são mais drásticos. A erosão hídrica pode ser de caráter linear 
e laminar. 
14 
 
De acordo com o geólogo Salomão (1999), entende-se por erosão linear, o 
resultado do fluxo superficial concentrado, removendo o solo e formando incisões na 
superfície do solo e; por erosão laminar, o resultado do escoamento difuso das 
águas das chuvas que promove a remoção progressiva e relativamente uniforme 
dos horizontes superficiais do solo. 
Em se tratando de atividades antrópicas relacionadas ao uso do solo, a 
remoção da vegetação natural através do desmatamento é a primeira etapa da 
ocupação de um território. A vegetação natural mantém na região um processo de 
erosão natural, atenuando a ação das chuvas no solo. Quando esta vegetação é 
removida pode se instalar na região um processo de erosão, uma vez que, as gotas 
de chuva ao impactarem um solo desprovido de vegetação desagregam partículas 
que, conforme seu tamanho são facilmente carregadas pela enxurrada. Usando o 
exemplo da agricultura, quando o agricultor se dá conta de que este processo está 
acontecendo, o solo já está improdutivo. 
Um processo de erosão é dito acelerado quando ele é mais rápido do que os 
processos de formação do solo, não permitindo que este se regenere. 
Dentre outros danos, a erosão causa assoreamento de cursos e corpos 
d’água, degradação do solo prejudicando a manutenção da fertilidade do solo, 
alterando a profundidade do solo e causando a perda do horizonte A, o qual contém 
a maior parte dos nutrientes para as plantas, a maioria da matéria orgânica e a 
melhor estrutura para o desenvolvimento das raízes. 
Deste modo, quando se fala em solos e erosão, têm-se alguns fatores 
determinantes da erosão do solo, os quais são classificados como extrínsecos e 
intrínsecos. 
 
I) Extrínsecos: 
• Naturais - chuva, vento e ondas 
• Ocasionais - cobertura e manejo do solo 
 
II) Intrínsecos: 
• Topografia - declividade e comprimento da rampa 
• Propriedades do solo 
 
15 
 
Fatores como chuva, vento e ondas citados acima, são considerados os 
principais causadores ou agravadores da erosão, todavia, os demais fatores não se 
devem ser desconsiderados. 
Alguns tipos de erosão do solo devem ser considerados, dentre eles: erosão 
pela água; erosão pelo vento, e erosão pelas ondas. Como conseqüências da 
erosão pela água têm-se, por exemplo: desgaste de forma uniforme o solo, 
afloramento de raízes de plantas perenes e decréscimo na colheita, desabamentos e 
queda de barrancos. Como exemplo de conseqüências da erosão pelas ondas pode-
se citar o desagregamento de material das margens, permanecendo este suspenso, 
sendo depositado posteriormente no fundo dos rios, lagos, mares etc. Com relação 
ao vento, um dos principais danos causados pela erosão eólica é o enterramento de 
solos férteis; os materiais transportados mesmo de longas distâncias sedimentam-se 
recobrindo camadas férteis. 
 
4.1 Medidas de controle e mitigação: 
 
Técnicas de geoprocessamento e tratamento de imagens também têm 
contribuído para o diagnóstico de degradação dos solos e têm se tornado 
instrumentos indispensáveis em estudos de análise integrada do meio físico. Essas 
técnicas têm contribuído para uma análise ambiental de maior eficácia, 
possibilitando a elaboração de diagnósticos aplicáveis a gestão e planejamento de 
bacias hidrográficas. 
Abacia hidrográfica é uma importante unidade para estudos geográficos em 
função da possibilidade de se fazer uma inter-relação entre os elementos da 
paisagem e os processos que atuam na sua esculturação, apresentando-se como 
uma unidade ideal para planejamento de uso de terra (Botelho, 199) 
Existem algumas soluções para mitigar a erosão. Algumas antigas como 
plantar espécies que cobrem o solo e geram grandes raízes como as árvores. 
Aplicação de águas residuárias para tratamento no solo. Os sistemas de tratamento 
natural de despejos líquidos aproveitam os processos químicos, físicos e biológicos 
que acontecem no solo. Eles incluem operações unitárias que são desenvolvidas em 
estações de tratamento tais como sedimentação, filtração, transferência de gases, 
adsorção, troca iônica precipitação, oxidação e redução, conversão e decomposição 
16 
 
biológicas junto com os processos naturais como fotossíntese, foto-oxidação e 
assimilação pelas plantas. 
 
17 
 
 
5 Principais Agentes Causais e Impactos da poluição do solo no meio 
Biótico 
 
Os solos funcionam como um alicerce da vida terrestre, sendo essencial à 
vida humana, pois deles retiramos parte da nossa alimentação e sobre eles, 
construímos as nossas habitações. Os solos e a biodiversidade estão ameaçados. 
Estima-se que a percentagem de extinção de espécies no planeta seja de mil a dez 
mil vezes superior ao considerado normal, e cerca de dois milhões de hectares do 
solo terrestre, uma área equivalente a 15% da superfície do Planeta, estejam 
degradados devido a atividades antrópicas. 
Segundo a pesquisadora Lúcia Cunha Ortiz, microorganismos presentes no 
solo como: bactérias, fungos, protozoários, rotíferos, nematóides, e 
macroorganismos como ácaros, colembolas, minhocas, formigas, cupins e 
coleópteros desempenham funções importantes nos ecossistemas, como o auxílio 
na ciclagem de nutrientes, na degradação da matéria orgânica, no controle biológico 
de patógenos, na agregação e estruturação do solo, e na fixação biológica de 
nitrogênio, entre outras. As atividades desses organismos são essenciais para a 
sustentabilidade dos ecossistemas, para produção agrícola e para a vida no planeta, 
pois eles podem servir como fornecedores de nutrientes. 
Dentre as substâncias responsáveis pela contaminação do solo, têm-se os 
Metais Pesados e os Compostos Orgânicos (BTEX + Hidrocarbonetos totais). 
Quase todos os metais presentes no ambiente são biogeoquimicamente 
ciclados desde a formação do planeta e, por isso, são de ocorrência natural. 
Entretanto, atividades antrópicas têm gerado acréscimos desses elementos no solo. 
Muitas dessas entradas provêm do descarte de resíduos, deposição atmosférica, 
uso de agroquímicos, ou mesmo reuso de resíduos urbanos e industriais. O 
crescente incremento de metais pesados nos diversos ecossistemas terrestres tem 
sido acompanhado pela preocupação com a disseminação desses elementos, em 
concentrações que podem comprometer a qualidade dos ecossistemas. 
Os metais pesados podem interagir de maneira diferente com os 
organismos, levando os seres vivos a disfunções mais simples ou também ocasionar 
graves danos que podem levar à morte. É importante lembrar que as concentrações 
18 
 
dos poluentes são magnificadas nos vegetais e animais, constituindo a chamada 
biomagnificação (bioconcentração ou bioacumulação). 
No que se refere aos compostos orgânicos, BTEX é um acronismo para 
benzeno, tolueno, etil-benzeno e xileno. Estes compostos são encontrados em 
produtos derivados de petróleo. O etil-benzeno é aditivo de gasolina e querosene de 
aviação. São ainda extensamente usados em processos e manufaturas. O benzeno 
é usado na produção de materiais sintéticos como borracha sintética, plásticos, 
nylon, inseticidas e tintas. O tolueno é usado como solvente e tintas, coberturas, 
colas, óleos e resinas. O etil-benzeno pode estar presente em tintas, vernizes, 
plásticos e pesticidas. O xileno é usado como solvente para plásticos, tintas, 
borracha, pesticidas e na indústria de couros. O termo BTEX, portanto, reflete que o 
benzeno, tolueno, etil-benzeno e xileno são freqüentemente encontrados juntos em 
sítios contaminados. 
Dentre as atividades antrópicas impactantes para o solo no âmbito biótico, 
pode-se citar: 
 
I) Os Processos de Industrialização e Urbanização: 
 
Os impactos ambientais nos solos são causados pela ocupação e/ou uso 
dos mesmos de maneira desordenada. De acordo com o Engenheiro Florestal Elias 
Silva, entende-se por atividades impactantes, as ações desenvolvidas no sentido de 
implantar e conduzir o empreendimento impactante, como por exemplo, processos 
de urbanização e industrialização. O efeito da urbanização sobre os ecossistemas 
tem provocado uma intensa degradação dos recursos naturais, sejam estes 
fornecedores de bens e serviços ou receptores finais de resíduos. 
 
II) Uso Excessivo de Adubos Sintéticos: 
 
Com o intuito de atender à crescente necessidade de alimentos, acarretada 
pelo crescimento populacional, a produção e o uso de adubos sintéticos, que 
normalmente contém impurezas que podem contaminar os solos, vêm sendo 
intensificados progressivamente. Para a produção desses adubos a indústria de 
fertilizantes retira elevadas quantidades de nitrogênio do ar e fosfato das rochas. 
19 
 
O emprego excessivo de fertilizantes gera um desequilíbrio ecológico. Os 
agentes decompositores não conseguem reciclá-la na mesma proporção em que 
são adicionados ao solo, provocando eutrofização, bem como alterações 
caracterizadas pelo decréscimo de matérias orgânicas e retenção de água. 
 
III) Uso de Praguicidas: 
 
Praguicidas ou defensivos agrícolas são substâncias venenosas utilizadas 
no combate às pragas, organismos considerados nocivos ao homem. Os principais 
praguicidas são: 
 
• Herbicidas: usados para matar ervas daninhas (parasitas); 
• Fungicidas: utilizados no combate de fungos parasitas; 
• Inseticidas: usados contra insetos; 
• Neumatócidos: que controlam nematócidos parasitas. 
 
Acontece que os defensivos químicos empregados no controle de pragas 
são muito pouco específicos, destruindo indiferentemente espécies nocivas e úteis. 
Outro problema reside no acúmulo ao longo das cadeias alimentares. Assim, 
por exemplo, as minhocas, alimentando- se de grandes quantidades de folhas 
mortas e ingerindo partículas do solo, acumulam no seu organismo grandes 
quantidades de inseticidas clorados; as aves que se alimentam de minhocas, como 
as galinhas, passam a ingerir altas concentrações de veneno. 
 
IV) Contaminação por Compostos Orgânicos 
 
A principal fonte de contaminação por compostos orgânicos é o vazamento 
de gasolina de tanques subterrâneos mal conservados ou mal manejados. Outras 
fontes e contaminação por BTEX são grandes pátios de armazenagem de derivados 
de petróleo, oleodutos com vazamentos ou oficinas mecânicas que manipulam 
derivados de petróleo. Uma vez solto no ambiente, o BTEX pode volatilizar, 
dissolver-se, adsorver às partículas de solo ou ser biologicamente degradado. A 
volatilização ocorre quando da evaporação dos compostos químicos permitindo que 
passem do estado líquido para o gasoso. A volatilização dos composto de BTEX 
20 
 
componentes da gasolina comumente ocorre no momento de se abastecer os 
automóveis nas bombas onde se percebe seu odor característico (cheiro de 
gasolina). Este fenômeno também pode ocorrer em bolsões e ar dentro do solo. O 
BTEX pode ainda se dissolver em água, permitindo sua movimentação até o lençol 
freático. Uma vez que o BTEX se adere ao solo, sua movimentação para o lençol 
freático é relativamente lenta. Se houver oxigênio em grande quantidade, o BTEX 
pode ser biologicamente degradado. 
 
5.1 Impactos causados pela poluição do solo no meio Biótico 
 
I) Flora: 
 
• Diminuição das espécies vegetais; 
• Impossibilidade de efetuar a interligação de fragmentosflorestais. 
 
II) Fauna 
 
• Diminuição de oferta de abrigo e alimento à fauna; 
• Diminuição da sustentabilidade dos ecossistemas; 
• Diminuição da capacidade de sustentação da fauna silvestre; 
• Diminuição da diversidade da fauna silvestre; 
• Possibilidade de redução das populações faunísticas terrestres e 
ictiofaunísticas (Ex.: peixes que se alimentam de vegetais superiores como folhas, 
sementes e frutos de plantas aquáticas e terrestres) devido à contaminação da 
cadeia trófica; 
• Possibilidade do aumento das populações de animais nocivos ao homem, 
devido à criação de ambiente propício ao seu desenvolvimento. 
 
5.2 Medidas de controle e mitigação 
 
Algumas medidas mitigadoras podem ser adotadas quando houver: 
 
I) Ocorrência da diminuição de espécies de vegetais. 
 
21 
 
• Transporte para viveiros; 
• Remoção para locais em que as espécies possam ser preservadas; 
• Aproveitamento do plantio em praças de recreação; 
 
II) Diminuição da oferta de alimentos à fauna. 
 
• Obrigar o empreendedor, por meio da Lei, à manutenção de área da 
vegetação primitiva, quando possível; 
• Criação de locais públicos destinados aos animais, considerando-se a 
espécie e seus hábitos. 
 
III) Redução e/ou extinção da população faunística terrestre e ictiofaunística 
devido à contaminação da cadeia trófica. 
 
• Promover a remoção da fauna existente para locais de preservação; 
• Criação de parques de visitação pública destinados a receber as espécies; 
• Devido recolhimento do lixo gerado pelas construções 
 
IV) Contaminação do solo por BTEX: 
 
Têm sido estabelecidos pela legislação, níveis aceitáveis de BTEX em água 
para consumo humano e solo. Estes níveis são chamados de "Níveis Máximos de 
Contaminação". Os níveis máximos considerados são absolutamente seguros 
garantindo proteção adequada para a saúde pública. A tabela 1 mostra os valores 
orientadores para o solo e água subterrânea no estado de São Paulo. 
 
Tabela 1 
 
22 
 
 
6 Principais Agentes Causais e Impactos da poluição do solo no meio 
Socioeconômico 
 
Além de prover uma plataforma para as atividades animais, inclusive para a 
sociedade humana, o solo tem como função primordial sustentar diversas formas de 
vida, tendo o cultivo de plantas como um exemplo muito importante. 
O solo pode também funcionar como um grande reservatório para resíduos, 
não apenas os naturais, mas também para aqueles, decorrentes de atividades 
humanas. Tal sistema, em condições naturais, tem uma capacidade de 
tamponamento, ou seja, capacidade de resistir à mudança muito grande em relação 
às ações externas. Entretanto, isto leva ao âmago do problema da poluição do solo: 
o uso inadequado desta reserva natural pode levar à situações onde esta 
capacidade “tampão” é excedida. 
A poluição, além de causar impactos nos meios físico e biótico do solo, 
causa impactos também no âmbito socioeconômico. Dentre as causas dos impactos 
socioeconômicos decorrentes da poluição do solo, pode-se citar: 
 
I) A modernização da Agricultura: 
 
Segundo Graziano da Silva (2000, p. 94), a modernização da agricultura, 
por exemplo, estabelece um novo padrão de desenvolvimento econômico, que 
provoca a exclusão do homem do campo da geração de emprego, diminuição de 
renda, entre outras questões, acarretando a desordem no espaço rural, decorrente 
da competitividade do capitalismo. 
O uso intensivo do solo, juntamente com a fragilidade econômica da região, 
conduz à dependência de mercados globalizados e à fragilidade social e, trazem 
como característica, a sazonalidade do emprego agrícola. 
Este rápido processo de modernização contribui para o êxodo rural e, 
consequentemente, para a concentração populacional nos centros urbanos mais 
industrializados. Assim, o aumento da pobreza no campo pode ser visto como 
resultado do processo de modernização, pois a expansão da grande propriedade 
com a mecanização e utilização de agroquímicos diminui a necessidade de mão-de-
obra permanente. 
23 
 
 
II) A Aplicação de pesticidas em excesso no solo: 
 
Quando um excesso de pesticida é aplicado ao solo, pode tornar-se 
poluente. O acúmulo de pesticida no solo pode ocorrer, por ser aplicado em excesso 
nas plantas, ou devido à aplicações sucessivas de materiais que persistem no solo 
por longo tempo. O excesso de pesticida também pode diminuir a produção e a 
qualidade dos alimentos, e ainda, serem absorvidas em elevada quantidade, 
tornando as partes da planta a serem consumidas, impróprias para o uso humano. 
 
III) A utilização de águas impróprias na irrigação do solo: 
 
A água de irrigação de qualidade inferior, também pode causar sérios danos 
ao solo. Os excessos de sais, de sódio trocável e de elementos biologicamente 
tóxicos estão entre as principais causas do efeito deletério dessas águas. Podem ser 
naturalmente inferior, entretanto, existem casos em que, a causa da sua baixa 
qualidade advém de lançamento de resíduos urbanos e industriais nas bacias 
hidrográficas ou lagos. Água de irrigação de boa qualidade também pode causar 
problema de salinidade, em certas condições, se não se dispuser de uma drenagem 
adequada. O aproveitamento da vinhaça, resíduo da indústria de álcool, como fonte 
de potássio deve também ser bem controlado para evitar acúmulos de sais em geral 
e de potássio em particular, que poderá não só afetar a produção, mas a qualidade 
do produto. 
 
IV) A má disposição de resíduos no solo: 
 
Elementos metálicos ou de natureza não metálica podem ser depositados 
no solo através da aplicação de resíduos ou através da exaustão industrial, 
responsável pela poluição de ar, quando esses elementos alcançaram a superfície 
do solo. Esses elementos, quando em concentrações mais elevadas que certos 
limites específicos para cada um, poderão ser tóxicos às plantas ou acumularem-se 
nestas, entrando na cadeia alimentar e ocasionando danos aos animais e aos 
homens. Uma regra geral, para se emitir problemas sérios de contaminação que 
24 
 
pode ser adotada neste particular, é que a água própria para o consumo humano é 
uma água adequada para disposição no solo. 
 
V) Erosão do solo: 
 
A erosão é também um fator que causa sérios danos ao solo. Como 
consequência do arraste do solo, muitos dos sedimentos irão contribuir para o 
assoreamento de barragens, rios e lagos. Assim, a agricultura perde o seu suporte 
principal e as águas ganham sedimentos, ocasionando muitos problemas para a 
sociedade em geral. 
 
6.1 Medidas de controle e mitigação: 
 
A adoção de práticas e medidas de controle da poluição do solo traz 
benefícios não apenas na melhoria da qualidade do ambiente, mas à preservação 
de recursos de vital importância. Algumas medidas podem ser adotadas para 
viabilizar tais melhorias, como: 
• A elaboração de Leis mais práticas e rigorosas que defendam as florestas, 
as matas e todo o tipo de patrimônio ambiental; 
• Campanhas educativas que alertem o perigo do uso dos agrotóxicos sem 
a indicação técnica de um agrônomo especializado; 
• Divulgação e uso de técnicas avançadas na agricultura como o controle 
biológico de pragas (técnica que utiliza outros animais que se alimentam daquele 
que é o agente da praga, sem prejudicar os vegetais e o solo); 
• Investimentos e melhorias nos projetos de irrigação; 
• Financiamentos para agricultura e para o homem do campo, dando-lhes 
condições para viver e se sustentar no campo; 
• Participação da população nas campanhas de reflorestamento; 
• Instalação de estações de tratamento e reciclagem de lixo; 
• Incentivo para as empresas privadas investirem na coleta do lixo reciclável; 
• Campanhas de conscientização da população para consumirem só o 
necessário, incentivo à reciclagem de lixo ou pelo menos cooperar com o trabalho 
de coleta. 
25 
 
 
7 Análise 
 
Sendo o solo a base de toda a natureza animal e vegetal, a conscientização 
aindaé muito primária, pois a grande população ainda não percebeu que todo o 
transtorno causado ao meio ambiente é decorrente da sua própria agressão a ele. 
 
Mesmo com toda informação da tecnologia, são raras as cidades que tiram 
proveito desse desenvolvimento a favor de sua população, ou seja, os governantes 
agem de acordo com o seu interesse político e de seu partido, os quais nomeiam 
dirigentes desqualificados tecnicamente para os cargos de suas secretarias. 
 
Todas as secretarias estão correlatas com, digamos, a principal que é a 
secretaria do Meio Ambiente, ou seja, as obras de instalação de novas indústrias, de 
novos empreendimentos imobiliários, de novas rodovias, de ferrovias, de 
hidrelétricas, de termoelétricas, as áreas de plantio, de pecuária, de pesca, de 
lixões, de aterros sanitários, de emissários submarinos, de estaleiros navais, de 
plataformas de petróleo, de refinarias e etc, tudo que requer um progresso social 
depende dessa interligação. 
 
Com a grande poluição causada por pesticidas, queimadas, vazamentos in 
natura, vazamentos químicos, logísticas inadequadas de diferentes matérias, 
armazenamentos impróprios entre outros, ocorrem impactos ambientais que 
acarretam danos, às vezes, irreversíveis à natureza, ao ecossistema e à 
sócioeconomia e, impossibilita o homem de enxergar essa sua relação de 
dependência com o meio natural, isso se daria se a educação e exemplos de 
cidadania estivessem permanentemente incluídos no plano familiar. 
 
Com a mudança permanente do solo acontecendo nas áreas rurais ou 
urbanas, as constantes lutas de conservação e recuperação do ecossistema por 
parte de ambientalistas, não deixarão de ser o principal objetivo para a qualidade de 
vida vegetal e animal, mesmo que o dragão do capitalismo vença-os. 
 
26 
 
Infelizmente, a grande pressão social de melhor qualidade de vida do mundo 
capitalista, está longe de ter qualquer tipo de inteligência futura, uma vez que, um 
homem egoísta é cego e omisso ao seu redor, apenas dando valor ao seu próprio 
umbigo. 
27 
 
 
8 Conclusão 
 
Sendo os impactos ambientais conseqüências dos efeitos, benéficos ou não, 
decorrentes de alterações exercidas pelo homem ou por ações naturais, a 
diminuição ou a neutralização desses malefícios à natureza, devem ter o mesmo 
avanço que o progresso tecnológico e científico, fazendo com que haja uma sinergia 
entre ambos para a preservação do espaço que queira se fazer uso. 
 
Os estudos ambientais são de extrema importância, pois avaliam os efeitos 
de toda e qualquer intervenção ao Meio Ambiente, seja público ou privado, pois sem 
eles as consequências podem ser irreversíveis, sendo os processos de proteção e 
recuperação das áreas impactadas, inviáveis ou até mesmo impossíveis. Assim 
como o solo, o ar e a água também são focos de preservação desses estudos, os 
quais fazem parte da regra ambiental do Conselho Nacional de Meio Ambiente – 
CONAMA. 
 
A necessidade de exigência de EPIA (Estudo Prévio do Impacto Ambiental), 
de EIA (Estudo do Impacto Ambiental) e de RIMA (Relatório de impacto Ambiental) 
em projetos que necessitam de muitas mudanças na natureza e com grandes riscos 
de desastres irreversíveis (solo, água e ar), é para que seus impactos não sejam 
interpretados como “desastres naturais”, onde a própria natureza se encarrega de 
reagir, e de se recuperar sozinha. 
 
Quanto ao meio sócio-econômico, a sobrevivência humana depende do que 
o próprio homem faz com o seu habitat, seja pela falta de educação ou pela falta de 
conscientização, pois diferentemente da fauna e da flora, o homem é capaz de 
adaptar-se aos diferentes climas e/ou regiões onde ele possa explorar o seu 
sustento, não medindo as conseqüências de seus rastros deixados nas localidades 
por onde passou. Essa falta de planejamento e abuso da terra, faz com que umas 
regiões se tornem mais ricas que outras. 
 
28 
 
Então, todas as formas de poluição e todos os futuros danos à natureza são 
objetivos de estudos dos impactos ambientais, que visam sempre a Preservação do 
Meio Ambiente. 
9 Referências 
 
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CNC, RJ,1996. 
 
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Fundação Getúlio Vargas, RJ, 2002. 
 
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Sustentável em Foco” – Ed. AnnaBlume, SP, 2006. 
 
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