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Raphaela Carvalho 2024.2 ED II DE IMUNOLOGIA - PA1.1 1. O sistema complemento atua tanto na imunidade inata como na imunidade adaptativa, de acordo com a forma como cada uma das três vias é ativada, classifique, justificando, as vias que participam da imunidade inata e as da imunidade adaptativa respectivamente. A via clássica é ativada pela imunidade adaptativa pois necessita da interação do antígeno com o anticorpo (imunoglobulina). A via alternativa é ativada pela imunidade inata porque ela se inicia com a C3b (proteína) reconhecendo substâncias características na superfície do patógeno, como o LPS das bactérias. A via da lectina também é ativada pela imunidade inata porque ela é disparada quando a MBL (lectina ligante de manose) reconhece manose na membrana do microrganismo. 2. Relacione cinco atividades do sistema complemento indicando quais componentes desempenham estas funções. Opsonização e Fagocitose: c3b Ataque a membrana: c3b Aumento do recrutamento de leucócitos e células inflamatórias: c5a e c3a Remoção dos complexos imunes: receptores do tipo 1 CR1 ou CD35 3. Um imunologista especialista em complemento, querendo saber a função do fator I, resolveu conduzir o seu estudo num modelo animal deficiente desse componente. Para isso, ele produziu um camundongo knockout para o fator I. Ao estudar o camundongo deficiente do fator I, ele percebeu que o animal apresentava maior susceptibilidade à algumas infecções bacterianas e, ao analisar a produção de C3, viu que ela era normal. Entretanto, os níveis de C3 no soro eram extremamente baixos. Como você explicaria a concentração sérica de C3 tão baixa, uma vez que a sua produção era normal? A concentração sérica de C3 está baixa pela deficiência do fator I. Essa diminuição é gerada como resultado da formação desregulada de C3 convertase (C4bC2b) que em condições normais cliva a C3 em C3a e C3b, por mecanismo normal de amplificação de C3b. 4. Foi descrita uma família em que três das sete crianças apresentavam infecções repetidas do trato respiratório superior desde os primeiros anos de vida. Dentre estas crianças, uma desenvolveu meningite bacteriana e outra septicemia fatal. Em todas as crianças, os níveis de anticorpos no soro encontravam-se nos limites da normalidade. Todavia, quando foi realizado ensaio laboratorial hemolítico para medir a atividade do complemento, as três crianças afetadas apresentavam deficiência do complemento. Neste contexto, por que uma deficiência de complemento causaria nas crianças uma suscetibilidade particularmente aumentada a infecções bacterianas? Por que a deficiência por exemplo de C3d, C3g e iC3b, gerados pela proteólise da C3 via fator I, não geraria uma sinalização para os fagócitos e linfócitos B de que está havendo uma invasão no organismo. Assim, linfócitos T também não seriam recrutados. 5. Pedro é um menino de 16 anos que apresenta episódios repetidos de edema espontâneo dos lábios, nos últimos quatro a cinco anos. Nenhum desses episódios causou qualquer consequência médica especial até esta manhã, quando ele chegou ao setor de emergência do seu hospital. Além do edema labial, Pedro também estava sentindo dificuldade de deglutir e respirar fundo. 14.1) Qual é o problema médico desse paciente? 14.2) Como ele poderia ser investigado? 14.3) Qual seria o tratamento indicado? O problema mais provável e angioedema hereditário que se dá por deficiência do inibidor de C1 do sistema complemento. Pode ser investigado: mediante pesquisa dos componentes do complemento, C4 (o mais pesquisado) e C2 estarão em níveis baixos devido a atividade desregulada de C1 que consome estes componentes. A pesquisa de inibidor de C1 (C1-INH ou C1 esterase, são sinônimos) dará negativo ou títulos baixos. O tratamento emergencial exige sanar a crise de edema com epinefrina e corticóide. O controle/prevenção da doença crônica (angioedema hereditário), se dá, principalmente, com a administração de inibidor de C1. 6. No estudo das células envolvidas na resposta imune, quais são as moléculas dos linfócitos que interagem com a região não polimórfica do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de classe I e de classe II? CD8 no MHC I e CD4 no MHC II. 7. Apresente as diferenças entre as vias de processamento de antígenos protéicos. Se o antígeno proteico estiver no citosol ou for endocitado e eventualmente cair no citosol, será processado pela via do MHC I: o Ag vai para o RE, se liga ao MHC, é vesiculado, vai para o CG e depois segue para a membrana. Se o antígeno proteico for endocitado e permanecer das vesículas digestivas, será apresentado ao MHC II: essa vesícula vai se fundir a outra vesícula contando MHC II onde será apresentado e quando estiver ligado vai se soltar para se fundir a membrana. 8. Aponte as vantagens e desvantagens entre os métodos imunológicos e moleculares para tipagem do HLA. Métodos sorológicos/imunológicos: são exames rápidos, mais baratos e de alta especificidade, além de permitir a avaliação pregressa de HLA nos soros de pacientes que estão esperando transplante (como o painel de reatividade). Métodos moleculares: são métodos geralmente muito demorados, que necessitam de um número muito pequeno de amostras, além de terem um custo mais elevado. Esse método é mais utilizado para fins de pesquisa. 9. Quais as aplicações práticas da pesquisa para a determinação do HLA? Identificar quais os alelos do HLA estão relacionados com determinada doença, determinar os alelos que caracterizam a progressão lenta ou rápida, se a pessoa é resistente ou mais suscetível, se o indivíduo possui o alelo do HLA para determinada doença e qual seu risco relativo de expressá-la. 10. Muitas vezes aparece no jornal que mães de crianças que necessitam de um transplante de células de medula óssea engravidam para ter outro filho que poderia ser o doador. Explique baseando-se no modo de herança dos genes do MHC qual é a probabilidade disto acontecer. Considerando cada um dos pais da criança expressando haplótipos totalmente diferentes um do outro, a chance de isso acontecer é de 1/4, 25%, para cada nascimento, pois devido aos haplótipos serem diferentes a recombinação genética que pode haver entre eles é muito grande, o que diminui as chances de em uma segunda gravidez eles serem recombinados exatamente como a primeira. Se os pais fossem parentes de sangue, essa chance seria maior. 11. Porque não se pesquisa compatibilidade HLA entre doador e receptor para transplante de córnea ou de cartilagem? Por que tanto a córnea quanto a cartilagem são desprovidos de suprimento sanguíneo. 12. Qual das seguintes citocinas têm papel importante no término da resposta inflamatória? TGF-β porque ele suprime a ativação de neutrófilos e células endoteliais, inibe a proliferação e as funções efetoras das células T e a ativação clássica dos macrófagos. Além disso, estimula o reparo tecidual ao estimular a síntese de colágeno e a produção de enzimas de modificação da matriz (por macrófagos e fibroblastos) e pela promoção da angiogênese. A IL-10 inibe a produção de IL-12 por células dendríticas ativadas e macrófagos, o que é necessário para a liberação de IFN-γ para ativação da função fagocítica dos macrófagos. Além disso, inibe a ativação de células T ao inibir a expressão de MHC II em células dendríticas e macrófagos. 13. Qual a citocina que atua na mudança do isotipo IgG para IgE nos linfócitos? IL-4 e IL-5. 14. Descreva as principais ações dos interferons na resposta imune contra biopatógenos. IFN-g: estimula a atividade fagocítica de macrófagos, inibe diretamente a replicação de vírus, induz a expressão de moléculas de classe I, estimula a produção de óxido nÌtrico (NO) e oxigênio reativo IFN a/b: inibindo a replicação viral e lise das células infectadas pelas NK, ativação do sistema complemento e da fagocitose. 15. As citocinas, polipeptídeos que exercem profundos efeitos imunorreguladores e fisiológicos, intensificam os mecanismos de defesa, mas também produzem efeitos nocivos como, por exemplo, o choque séptico.Cite as principais citocinas mediadoras deste agravo. TNF-α, IL-6, IL-4 e IL-10. 16. Qual é a razão para se usar IL-2 em uma experiência clínica com pacientes portadores do HIV? Porque a IL-2 é uma citocina que pode funcionar aumentando a contagem de células CD4 e, portanto, ajudando a reconstituir o sistema imunológico e auxiliando no controle da replicação viral, aumentando assim o efeito da terapia antirretroviral.
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