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Antibióticos - F3

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FARMACOLOGIA DOS ANTI-BACTERIANOS - F3
1) Antibacterianos que interferem com síntese de metabólitos essenciais
→ Sulfonamidas
Mecanismo de ação: semelhança estrutural com o PABA, inibição da enzima diidropteroato
redutase (sulfonamidas)
Trimetoprima e Pirimetamina: inibição da enzima diidrofolato redutase
Espectro: gram + e gram -
Bacteriostáticos. Obs.: frequentemente bactericida quando associados a trimetroprima ou
pirimetamina.
Resistência:
Resistência adquirida (transferência de plasmídios)
•Enzimas menos sensíveis às sulfonamidas
•Aumento da produção de PABA
•Perda de permeabilidade
Orais, absorvíveis (ação curta): sulfisoxazol, sulfametoxazol, sulfadiazina → infecção
urinária
Orais, absorvíveis (ação longa): sulfadoxina (+ pirimetamina) → malária
Orais, pouco absorvíveis: sulfassalazina → colite ulcerativa, enterites
Tópicas: sulfacetamida (conjuntivite bacteriana), sulfadiazina de prata (queimaduras
infectadas)
Distribuição: ligação variável com a albumina (20 a 90%), uniforme nas cavidades pleural,
peritoneal,sinovial, ocular
Placenta - toxicidade para o feto
Atravessa BHE, líquor (10-80%) dependendo do composto
Biotransformação: acetilação hepática (metabólitos inativos)
glicuronidação
Eliminação: : renal (inalterado ou metabólitos) - filtração glomerular (cuidado na IR)
fezes; bile; leite; outras secreções
Vias: oral, parenteral, tópico e retal
Efeitos adversos:
• Náuseas; vômitos
• Anemia hemolítica
• Agranulocitose
• Anemia aplástica
• Reações de hipersensibilidade (urticária; dermatite esfoliativa; fotossensibilidade; doença
do soro)
• Cristalúria (insolubilidade dos metabólitos acetilados)
Ingestão adequada de líquidos/ Alcalinização urinária pode ser necessária
Contra indicações: gestantes - risco C
Usos clínicos:
• Infecções do trato urinário - E. coli; Salmonella (sulfametoxazol+trimetoprim)
• Infecções TGI - Salmonella e Shigella
• Toxoplasmose- Toxoplasma gondii (pirimetamina+sulfadiazina)
• Infecções oftálmicas - sulfacetamida
• Infecções pulmonares; abcessos no cérebro- Nocardia sp (sulfisoxazol)
• Uso profilático- infecções estreptocócicas (pacientes alérgicos às penicilinas) - sulfadoxina
• Queimadura - sulfadiazina de prata (creme)
• Malária - sulfadoxina + pirimetamina
• Colite ulcerativa, enterite - sulfassalazina
• Gonorreia
• ITU baixa, otite média - sulfisoxazol
→ Cotrimoxazol ( = trimetoprima + sulfametoxazol) Bactrim
Obs.: associação sinérgica, promove redução da dose diária e diminuição dos efeitos adversos
das sulfonamidas.
Vias: oral e parenteral
Distribuição: ampla, atravessa BHE
Usos clínicos:
Infecções do trato urinário (E. coli)
Infecções de pele e tecidos moles, MRSA
Meningite e sepse - Listeria monocytogenes
Infecções respiratórias (H. influenzae)
Infecções TGI (Salmonella, Shigella)
Abscesso - Nocardia
Infecções oportunista em pacientes com HIV
Contra indicações: risco C - evitar durante a gestação
RENAME: sulfadiazina, sulfadiazina de prata, sulfametoxazol + trimetoprima, sulfassalazina
2) Antibacterianos que inibem a síntese de parede bacteriana
Inibem a síntese da parede celular: a classe dos beta-lactâmicos (ex. penicilinas,
cefalosporinas e carbapenens) e agentes como ciclosserina, vancomicina e bacitracina
→ Penicilinas
Anel beta-lactâmico
Mecanismo de ação: mimetizam a sequência D-Ala-D-Ala da cadeia peptídica durante
formacao de parede celular da bactéria. Beta Lactâmicos são análogos estruturais do peptídeo
terminal D ala-D ala, ligam se de modo covalente ao sítio ativo da transpeptidase (PBP),
inibindo a reação de transpeptidação, bloqueando, dessa forma, a síntese de peptideoglicano.
Inibição da formação de ligações cruzados → parede frágil → lise celular
Bactericidas quando as bactérias estão em crescimento ativo
Resistência:
1. Produção de β- lactamase (4 famílias, mais de 300 tipos)
Depende da quantidade de enzima produzida, da capacidade de a enzima hidrolisar o
antibiótico (potência) e velocidade com que o fármaco penetra na célula bacteriana.
2. Modificação das PBPs (Ex.: MRSA)
3. Dificuldade de acesso ao sítio de ação (perda de porinas e canais proteicos): Gram -
4. Bomba de efluxo: Gram - (Ex.: salmonella e naficilina)
- Penicilinas naturais
Espectro: gram +, sensíveis à beta-lactamase
Benzilpenicilina ou Penicilina G cristalina
Vias: muito instável em meio ácido, geralmente não é administrada por via oral, via IM
Absorção:
Oral → deve ser administrada pelo menos 30 minutos antes de refeição ou duas horas depois.
Absorção rápida e pico plasmático em 30 a 60 minutos
IM → pico plasmático em 15 a 30 minutos, e concentração plasmática cai rapidamente.
Meia-vida de 30 minutos.
Distribuição: distribui-se amplamente pelo organismo, alcançando concentrações
terapêuticas em praticamente todos os tecidos. É a única benzilpenicilina que ultrapassa a
barreira hemato-encefálica em concentrações terapêuticas, e mesmo assim, somente quando
há inflamação. Neurossífilis
Eliminação: rapidamente eliminada (cerca de 4 horas)
Penicilina G procaína
Vias: somente IM
A associação com procaína retarda o pico máximo e aumenta os níveis séricos e teciduais por
um período de 12 horas, e também torna a injeção sem dor devido ao efeito anestésico local
da procaína.
Penicilina G benzatina
Vias: somente IM
Os níveis séricos permanecem por 15 a 30 dias, dependentes da dose utilizada, e atividade
antimicrobiana por cerca de 30 dias. Sífilis
Usos clínicos:
Fármaco de escolha para:
• Gangrena gasosa – Clostridium perfringens
• Sífilis – Treponema pallidum
Também usado em:
•Infecções pneumocócicas – pneumonia; meningite (Streptococcus pneumoniae)
•Infecções estreptocócicas – faringite; pneumonia; artrite; meningite; endocardite (associada
a aminoglicosídeo) (Streptococcus pyogenes)
•Infecções por anaeróbios – infecções pulmonares e periodontais (Bacteroides fragilis)
•Infecções meningocócicas – meningite (Neisseria meningitidis)
•Gonorreia - (Neisseria gonorrhoeae)
Fenoximetilpenicilina ou Penicilina V
Mais estável que penicilina G no meio ácido e melhor absorvida pelo trato gastrointestinal e
em dose equivalente resulta em 3 a 5 maior concentração plasmática. Depois de absorvida,
penicilina V é distribuída no sangue e excretada pelos rins de forma similar a penicilina.
Usos clínicos: só pequenas infecções, tem que ser administrada 4x ao dia
- Penicilinas Resistentes à 𝛽-lactamase (semi-sintéticas)
Espectro: limitado, resistente à beta-lactamase
Estabilidade variável em meio ácido
meticilina, S. aureus não resistentes
oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina
nafcilina - bastante resistente à penicilinase, ativa, por exemplo, contra S. aureus produtores
de penicilinase
Usos clínicos:
•Infecções estafilocócicas – infecções localizadas de pele; furúnculos; feridas
(Staphylococcus aureus – produtor de β- lactamase)
- Aminopenicilinas - Penicilinas Amplo Espectro
Espectro: intermediário, sensíveis à beta-lactamase. Acrescido de atividade sobre gram -
São estáveis em meio ácido.
Ampicilina (indicada para Shigella). Tem espectro melhorado contra gram -, especialmente
se combinado com inibidor de beta-lactamase
Amoxicilina (indicada para Salmonella)
Usos clínicos:
•Infecções de trato respiratório superior – faringite, sinusite; otite média; bronquite
(Streptococcus pyogenes; Haemophylus influenzae)
•Infecções urinárias – uretrite por coliformes (Enterobacteriaceae; E. coli) Infecção por
Salmonella e Shigella Infecção por H pylori
- Penicilinas de Espectro Ampliado
Espectro: mais amplo, antipseudomonas, sensíveis à beta-lactamase
Estabilidade precária em meio ácido
3ª. Geração (Pseudomonas): carbenicilina, ticarcilina (agentes anti-pseudomonas) - parenteral
4ª. Geração (E. coli e Proteus): piperacilina - parenteral. Piperacilina tem espectro ampliado
com atividade contra Pseudomonas aeruginosa (gram-negativa resistente a um grande número
de antibióticos).
Usos clínicos:
•Infecções por bactérias gram negativas – bacteremias;pneumonias; queimaduras infectadas;
infecções urinárias (Proteus mirabilis; Pseudomonas aeruginosa; Klebsiella sp)
Distribuição das penicilinas: não uniforme (junções sinoviais; cavidade pleural e
pericárdica; bile; saliva; leite; barreira placentária) Moléculas polares: penetração no interior
da cél é limitada (infecções intracelulares mais resistentes).
Barreira hemato-encefálica – inflamação ativa das meninges
Eliminação das penicilinas: filtração glomerular (10%) secreção tubular (90%):
praticamente inalteradas
Ajuste de dose na Insuficiência Renal!
Efeitos adversos:
• Reações de hipersensibilidade em 5% dos pacientes (0,7-4% dos casos complicam) -
vermelhidão cutânea; doença do soro; anafilaxia
• Diarréia
• Toxicidade hematológica (Neutropenia, Citopenias, Disfunção plaquetária e diminuição da
coagulação com nafcilina; piperacilina e ticarcilina)
• Nefrite intersticial aguda (por isso a meticilina não é mais usada na clínica)
• Neurotoxicidade e Convulsões (risco maior em pacientes epiléticos e com insuficiência
renal)
• Hipernatremia e hipercalemia (sal sódico ou potássico da penicilina G)
RENAME: penicilina G benzatina, penicilina G procaína, amoxicilina, amoxicilina +
clavulanato, fenoximetilpenicilina
→ Cefalosporinas
Mecanismo de ação: mesmo da penicilinas
Vantagens em relação às penicilinas: mais estáveis em meio ácido, maior resistências à
beta-lactamases, espectro mais ampliado, mais lipossolúveis
- 1ª geração
Espectro: excelente espectro contra gram +, espectro limitado contra gram - (S. aureus,
Strepcocci). Já podem ser usadas contra MRSA
cefazolina - parenteral, duração de ação mais longa, penetra bem nos ossos
cefalexina - adm oral duas vezes ao dia para faringite, pré-operatório, agente profilático
cefadroxila
cepradina
- 2ª geração
Espectro: melhor atividade contra gram - e atividade anti anaeróbica
cefuroxima - parenteral, meia vida mais longa. Atravessa BHE. Bronquites, pneumonia em
idosos e para pacientes imunocomprometidos
cefuroxima axetil - adm duas vezes ao dia, bem absorvida e ativa contra microrganismos
produtores de beta-lactamase
cefprozil
cefmetazole
loracarbef
- 3ª geração
Espectro: atividade contra gram + e enterobactérias
cefotaxima - penetra bem no líquor
ceftriaxona - meia vida mais longa (6-8 horas), pode ser adm 1x ao dia, concentrações
elevadas no líquor e no sangue, eficaz contra N. gonorrhoeae penicilina-resistente genital,
anal e faringeana, excretada na bile, pode ser usada na IR, boa penetração nos ossos
cefdinir - por via oral 1x ao dia
cefxima - por via oral 1x ao dia
cefditorena pivoxil
ceftibuteno
cefpodoxima
ceftizoxima
cefoperazona
ceftazidima - ativa contra P. aeruginosa
- 4ª geração
Espectro: espectro igual a terceira geração, mas mais resistente à beta-lactamase
cefepima - ativa contra P. aeruginosa
- 5ª geração
Espectro: atividade com MRSA
ceftarolina
ceftobiprole
Absorção: oral ou parenteral
Distribuição: cavidades pleural e pericárdica; junções sinoviais; placenta; BHE. A maioria
das cefalosporinas não penetram no líquor, só as de 3ª geração
Eliminação: renal (secreção tubular) e bile (ceftriaxone; cefoperazone)
Efeitos adversos:
• Hipersensibilidade cruzada com penicilinas
• Hipoprotrombinemia
• Nefrotoxicidade
• Diarréia (uso prolongado)
Usos clínicos:
• Infecções do trato respiratório, pele e ossos (cobertura para gram negativos)
• Pneumonia, infecções hospitalares por Klebsiella sp. ou P. aeroginosa
• Infecções mistas pós-operatórias
• Profilaxia pré-operatória: cefazolina
• Meningite (H. influenzae, S. pneumoniae, N. meningitidis) - ceftriaxona e cefotaxima
• Infecções por N. gonorrhoeae (2ª e 3ª gerações)
RENAME: cefalexina, cefotaxima, ceftriaxona
→ Carbapenêmicos
Mecanismo de ação: mesmo
Espectro: têm o mais amplo espectro entre todos os antibióticos, resistente à maioria das
β-lactamases (Neisseria produtora de beta-lactamase)
Vias: administração parenteral
Imipenen, Meropenen, Ertapenen
→ Monobactâmicos
Mecanismo de ação: mesmo
Espectro: gram - parecido com o dos aminoglicosídeos, resistente à maioria das β-lactamases
Vias: administração parenteral
Aztreonam
→ Inibidores de beta-lactamase
Mecanismo de ação: mesmo
Clavulanato, sulbactam e tazobactam
Penicilinas geralmente associadas: amoxicilina, ampicilina, ticarcilina e piperacilina
Importância: amplia a atividade dessas penicilinas para cepas de S. aureus, H. influenzae,
Klebsiella sp., Bacteroides sp. e enterobacteriaceae produtores de beta-lactamases
Ácido clavulânico + amoxicilina (oral)
Ácido clavulânico + ticarcilina (parenteral) (H. influenzae)
Tazobactam + piperacilina (parenteral) H. influenzae)
Sulbactam + ampicilina (IV/ IM) ( infecções mistas intra-abdominais)
→ Vancomicina
Mecanismo de ação: inibe a polimerização ou reação transglicosilase ao se ligar ao terminal
D-alanil-D-alanina e bloqueia ligação ao polímero glicopeptídeo. Assim, inibe a síntese da
parede celular bacteriana.
Espectro: gram +
Bactericida tempo-dependente
Absorção: muito mal absorvido por via oral (via oral apenas para C. difficile), usada
geralmente por via parenteral
Usos clínicos:
Tratamento das infecções causadas por estafilococos, estreptococos, enterococos.
Fármaco de eleição para infecções causadas por MRSA e pneumococos com alto grau de
resistência à penicilina, porque não implica em relação cruzada entre eles.
É uma alternativa aos beta-lactâmicos em pacientes com alergia grave a esses agentes.
Obs.: Cepas de Enterococcus faecium resistentes à vancomicina são chamadas de VRE
(podem ser sensíveis a daptomicina, linezolida ou assoc. quinupristina com dalfopristina).
Contra indicações: risco C - evitar durante gestação
- Bacitracina
- Mupirocina - somente uso tópico
- Teicoplanina
→ Ciclosserina
Mecanismo: Análogo estrutural da D-Ala. Inibe tanto a alanina racemase, que converte a
L-Ala a D-Ala, quanto a D-Ala-D-Ala sintetase, que une duas moléculas de D-Ala.
Usos clínicos: agente de segunda linha utilizado no tratamento da infecção por M.
tuberculosis resistente a múltiplos fármacos .
3) Antibacterianos que interferem com integridade da membrana
→ Daptomicina
Mecanismo de ação: se liga na membrana da bactéria causando despolarização e morte.
Obs.: devido a este mecanismo de ação único, não há resistência cruzada com outros
antibióticos, e não existe ainda mecanismos de resistência conhecidos.
Espectro: gram +
Bactericida concentração-dependente
Nunca deve ser usada no tratamento de pneumonias, pois é inativada pelos surfactantes
pulmonares.
Vias: IV
Usos clínicos:
Cepas de Enterococcus faecium resistentes à vancomicina são chamadas de VRE (podem ser
sensíveis a daptomicina, linezolida ou assoc. quinupristina com dalfopristina).
MRSA - alto custo
4) Antibacterianos que interferem com síntese de proteína
4.1) Inibem reversivelmente a síntese de proteínas: interferem com o funcionamento das
subunidades ribossomais 30S e 50S, geralmente são bacteriostáticos
- Tetraciclinas - Cloranfenicol - Macrolídeos (Eritromicina, Claritromicina,
Azitromicina) - Cetolídeos (Telitromicina) - Clindamicina - Quinupristina / Dalfopristina -
Espectinomicina - Estreptogramina - Linezolida.
→ Tetraciclinas
clortetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina, metaciclina, doxiciclina, minociclina
Tetraciclina se liga à subunidade 30 S do ribossoma bacteriano impedindo ligação do RNA
transportador. Desta forma inibe a síntese de proteína.
Mecanismo de ação:
O sítio peptidil P da subunidade 50S contém a cadeia polipeptídica iniciada. Tetraciclinas se
ligam à subunidade 30S do ribossoma bacteriano e previnem o acesso do aminoacil tRNA
(carregado com o próximo aminoácido) ao sítio aceptor A no complexo mRNA-ribossoma, e
desta forma inibem a síntese proteica.
Bacteriostáticos
Espectro: gram (+) e gram (-)
Resistência:
-Redução do influxo/aumento efluxo
-Proteção ribossômica via produção de proteína que desloca as tetraciclinas)
-Inativação enzimática
Obs.:Tigeciclina (derivado da minociclina, primeiro membro da classe glicilglicina)
Desenvolvida para vencer o aparecimento de microrganismos (ex.: MRSA) resistentes à
classe das tetraciclinas. Indicada em infecções complicadas de pele, tecidos moles e
intra-abdominais.
Absorção oral: interferência do alimento (quelação com cátions multivalentes; antiácidos)
Uso IM causa irritação
Distribuição: ampla, incluindo ossos e dentes (escurecimento e hipoplasias), atravessa BHE
doxiciclina e minociclina alcançam concentrações terapêuticas no líquor
ossos e dentes (escurecimento e hipoplasia)
Eliminação: renal, biliar (ciclo êntero hepático) e fezes
Efeitos adversos:
• Náuseas • Vômito • Enterocolite • Estomatite • Descoloração permanente dos dentes •
Fotossensibilidade • Reações alérgicas • Pseudotumor cerebral (hipertensão intracraniana
idiopática ou benigna (HII)) • Distúrbios de medula óssea e discrasias sanguíneas (uso
prolongado) • Hepatotoxicidade em grávidas
Contra Indicações: Evitar em crianças de até 8 anos - prejudica o crescimento de crianças
em desenvolvimento
Risco D - evitar durante gestação
Usos clínicos:
• Infecções por Mycoplasma pneumoneae (pneumonia)
• Infecções por Rickettsia e Chlamydia (pneumonia; bronquite; sinusite)
• Infecções por Vibrio cholera (cólera)
• Acne (1ª escolha/ via oral ou tópica)
Borreliose (doxiciclina)
Clamídia (IST)
Com exceção da doxiciclina, não utilizar tetraciclinas nos pacientes com insuficiência renal,
devido ao risco de acúmulo do fármaco ativo e hepatotoxicidade.
RENAME: doxiciclina e minociclina
→ Cloranfenicol
Mecanismo de ação: se liga à subunidade 50 S ribosomal, inibindo a peptidil transferase
Bacteriostático
Bactericida (H. influenzae; N. meningitidis; S. pneumoniae)
Espectro: gram (+) e gram(-)
Resistência: acetiltransferase bacteriana (transferência de plasmídios)
Absorção: Absorção: Oral ou parenteral (IM; IV) – tem boa lipossolubilidade
IV - Forma de succinato sódico
VO - palmitato de cloranfenicol
Distribuição: ampla (LCE = 60%, atravessa BHE)
Metabolismo: biotransformação hepática (90%)- glicuronidação
Eliminação: renal (não necessita de ajuste na IR)
IM: Inibe CYP450; aumenta t1/2 de outros fármacos – varfarina; fenitoína; clorpropamida
Evitar a associação com macrolídeos (antagonismo de efeitos)
Efeitos adversos:
• Reações de hipersensibilidade (vermelhidão cutânea) • Superinfecções • Encefalopatias •
Discrasias sanguíneas • Anemia aplástica seríssima (deve-se evitar uso prolongado e realizar
estudo hematológico) • agranulocitose • trombocitopenia • síndrome do bebê cinzento
(vômitos; diarréia; flacidez muscular; baixa temperatura corporal; cianose; colapso
cardiovascular), causada pela dificuldade de eliminação do fármaco (sistema enzimático
imaturo)
Toxicidade elevada: receitado apenas para infecções graves e potencialmente fatais em
pacientes que não toleram outros medicamentos
Contra indicações: risco C, evitar durante gestação
Usos clínicos:
• Febre tifóide • Meningite (H. influenzae)- pacientes alérgicos aos beta-lactâmicos •
Abcessos cerebrais (B. fragilis) • Abcessos intra-abdominais (bacteroides sp.) • Riquetsioses
(semelhante às tetraciclinas)
→ Macrolídeos
Bem mais utilizados que as tetraciclinas e o cloranfenicol
Eritromicina (natural), claritromicina (semi-sintética), azitromicina (semi-sintética)
As modificações aumentam a estabilidade em meio ácido, a penetração e ampliam o espectro
Mecanismo de ação: Subunidade 50 S ribossomal – inibição da etapa de translocação
Bacteriostáticos
Espectro: Gram (+) são mais sensíveis
Resistência:
1. Efluxo ativo do fármaco (S. pneumoniae; Estafilococos);
2. Proteção ribossômica pela produção de metilases que diminuem a ligação do fármaco;
3. Hidrólise por esterases produzidas por Enterobactérias;
4. Mutações cromossômicas que modificam a subunidade 50 S ribossomal
Vias: parenteral e oral
Absorção: VO- estolato de eritromicina, estearato de eritromicina (Solução tópica, gel e
creme no tratamento de acne vulgaris).
azitromicina e eritromicina sofrem interferência do alimento
Distribuição: ampla - difunde nos tecidos e líquidos orgânicos (pleural, peritoneal, ascítico,
prostático e sêmen)
Atravessa mal a BHE. Não é indicada para tratar meningoencefalites bacterianas
Biotransformação: hepática - inibem CYP3A4, com exceção da azitromicina
Excreção: biliar e intestinal
renal (2% a 5% da dose VO)
Azitromicina: maior tempo de meia vida
Em geral, a azitromicina e a claritromicina são mais ativas, melhor absorvidas e melhor
toleradas que a eritromicina
IM: indução enzimática CYP3A4
Contra indicações: Gestante - Evitar estolato - possibilidade de efeitos adversos para o
fígado
Claritromicina - Risco C
Azitro e eritro - Risco B
Efeitos adversos:
• Intolerância gástrica (náuseas e vômitos) • Dor abdominal • Distensão abdominal •
Anorexia • Diarréia • Hepatotoxicidade (estolato de eritromicina)
Usos clínicos:
Infecções de pele por estafilo e estrepto (Azitromicina)
Infecções por clamídia (Azitromicina ou eritromicina durante a gravidez)
Sífilis - eritromicina em pacientes alérgicos à penicilina G
Difteria (Eritromicina ou penicilina)
Pneumonia por micoplasma (Azitromicina ou tetraciclina)
Legioneliose
RENAME: eritromicina, azitromicina e claritromicina
→ Cetolídeos: Telitromicina
Primeiro antimicrobiano cetolídeo. Derivado semissintético da eritromicina. Ativo contra
várias cepas resistentes a macrolídeos.
→ Clindamicina
Opção mais segura para o combate de MRSA na gestante.
Mecanismo de ação: semelhante aos macrolídeos e tem resistência cruzada.
Vias: oral
Distribuição: não atravessa bem BHE
Associada com desenvolvimento de colite pseudomembranosa e a infecções por Clostridium
difficile, devido a ruptura na flora intestinal normal.
→ Quinupristina + dalfopristina
Mistura de duas estreptograminas
Reservado normalmente para o tratamento de E. faecim resistente à vancomicina (VRE)*
grave, na ausência de outras opções terapêuticas
* podem ser sensíveis a daptomicina, linezolida ou assoc. quinupristina com dalfopristina
Vias: IV
Inibem CYP3A4 - Hiperbilirrubinemia
Muitos efeitos adversos
→ Espectinomicina
→ Linezolida
Espectro: gram +
Sintetizada para microorganismos gram-positivos resistentes, como MRSA, VRE e
estreptococos resistentes a benzilpenicilina - Cara
Cepas de Enterococcus faecium resistentes à vancomicina são chamadas de VRE (podem ser
sensíveis a daptomicina, linezolida ou assoc. quinupristina com daldopristina).
→ Fidaxomicina
Mecanismo de ação: atua na subunidade sigma da RNA polimerase, interrompendo
transcrição bacteriana
Espectro: tem atividade bactericida contra Clostridium difficile.
Absorção sistêmica: mínima após administração oral, permanecendo dentro do trato
gastrointestinal.
4.2) Induzem leitura incorreta do código do mRNA e afetam permeabilidade: se ligam à
subunidade 30S do ribossoma e alteram síntese proteica, geralmente são bactericidas, como
os aminoglicosídeos estreptomicina e gentamicina.
→ Aminoglicosídeos
gentamicina, tobramicina, netilmicina, amicacina, estreptomicina, neomicina, canamicina
Mecanismo de ação:
• Difusão através da membrana externa (porinas)
• Transporte através da membrana plasmática interna (fase dependente de energia ou
dependente do E membrana ou FDE1)/ inibição por Ca2+, Mg2+, pH ácido,
hiperosmolaridade ou condições anaeróbicas)
Bactericidas
Espectro: bacilos gram (-)
Uso limitado contra gram(+)
Estreptomicina = tratamento tuberculose
A escolha do aminoglicosídeo dependerá do agente etiológico
Resistência:
Transferência de plasmídios
• Perda de canais de porina
• Baixa afinidade de ligação no ribossoma bacteriano (mutação na proteína aceptora)
• Inativação por enzimas bacterianas: mais comum (fosforilases; adenilases; acetilases –
amicacina é a mais resistente)
Vias: parenteral (IV, IM), 1x ao dia: policátions (hidrossolúveis), tópico
Dose-dependentes
Distribuição: córtex renal (nefrotoxicidade); endolinfae perilinfa no ouvido (ototoxicidade);
trato respiratório; cavidades peritoneal e pericárdica. Não atravessa bem BHE, porque tem
baixa lipossolubilidade
Eliminação: Filtração glomerular (forma inalterada, t1/2= 2-3 h)
Atenção com pacientes portadores de insuficiência renal.
Efeitos adversos:
Mais comuns em terapias prolongadas (≥5 dias)
• Ototoxicidade (aparelho vestibular; células sensoriais da cóclea)
• Nefrotoxicidade (lesão dos túbulos renais)
Contra indicações:
Gestantes - Risco D, exceto gentamicina, que tem risco C
Insuficiência renal
Usos clínicos:
• Endocardite bacteriana – Streptococcus (assoc. com penicilina G)
•Tuberculose – Mycobacterium tuberculosis (estreptomicina; canamicina + tetraciclina)
•Peritonite – gentamicina; tobramicina
• Infecções de pele- neomicina/canamicina (tópica)
• Infecções hospitalares por bacilos gram (-) – amicacina
• Infecções resistentes à gentamicina – netilmicina
•Infecções urinárias ∗ – P. aeroginosa; Enterobacter; Klebsiella sp.;
∗ só se os MO desenvolverem resistência contra fluoroquinolonas e SM+TMP
Sinergismo: os aminoglicosídeos podem ser acrescentados aos beta-lactâmicos para sinergia
contra infecções graves por gram + selecionados (estreptococos, enterococos)
RENAME: estreptomicina e gentamicina
5) Antibacterianos que afetam função do DNA
→ Quinolonas
- 1ª geração
Ácido nalidíxico
Espectro: estreito (gram -)
- 2ª geração
Enoxacina, Norfloxacina, Ciprofloxacina
Espectro: gram -, bactérias atípicas (micoplasma e clamídia), penetração intracelular
Ofloxacina (levofloxacina) → quinolona respiratória, gram + (S. aureus)
Lomefloxacina
- 3ª geração
Não são muito utilizados clinicamente
- 4 ª geração
Moxifloxacina
Espectro: cobre atividade dos de 2 e 3ª geração e ainda tem atividade contra anaeróbios
Mecanismo de ação das fluoroquinolonas:
● Inibição da topoisomerase II (DNA-girase) das bactérias gram (-) (E.coli)
● Inibição da topoisomerase IV das bactérias gram (+) (S. aureus)
• Bactericidas dose-dependente
• Espectro antimicrobiano: gram (-) e gram (+) ∗
• Resistência (mutação do gene (gyr A))
∗gram (+) só os mais recentes
Atividade contra Pseudomonas é melhor nas fluoroquinolonas de 2ª geração
Vias:
ciprofloxacina, levofloxacina, moxifloxacina, norfloxacina e oflafloxacina → via oral
ciprofloxacina, levofloxacina, moxifloxacina → parenteral (intravenosa)
Absorção Oral: rápida (Cmax=1-3 h) biodisponibilidade 50-95% Meia-vida 3-10h.
Moxifloxacino (13 h)
obs.: cálcio interfere na absorção, mas o efeito é menor que o observado com as tetraciclinas
Distribuição: ampla (rim; urina; próstata; macrófago; neutrófilos e pulmões); LCE
(concentrações inferiores ao plasma)
Eliminação: renal (filtração e secreção) (norfloxacino; ciprofloxacino; ofloxacino;
levofloxacino). Ajuste de dose na IR.
Moxifloxacina: eliminação hepática. Ajuste de dose na insuficiência hepática
IM: ciprofloxacino e varfarina, teofilina, ciclosporina, alguns anticonvulsivantes (CYP450)
→ indução enzimática
Efeitos adversos:
Náuseas e desconforto abdominal (leite e antiácidos interferem na absorção)
• Cefaléias • Arritmias • Vermelhidão • Fotossensibilidade • Artralgias • Leucopenia •
Eosinofilia
Contraindicações: risco C na gestação
Usos clínicos:
• Infecções do trato urinário - bactérias gram (-)
•Prostatite bacteriana – (norfloxacina; ciprofloxacina; ofloxacina - durante 4 até 6 semanas
em pacientes que não respondem a associação sulfametoxazol+trimetoprim)
• Doenças sexualmente transmissíveis – N. gonorrhoea (norfloxacina; ofloxacina, dose única/
via oral em substituição às cefalosporinas injetáveis)
• Infecções gastro intestinais – E. coli; Shigella; S. typhi (febre tifóide em pacientes com
AIDS) (ciprofloxacina; norfloxacina)
• Infecções respiratórias – pneumonias e bronquites causadas por P. aeroginosa; S.
pneumoniae; H. influenzae
•Infecções ósseas – osteomielite crônica (ciprofloxacina - 500-750 mg, 2 vezes/ dia, durante
4-6 semanas)
Carbúnculo - ciprofloxacino (alternativa seria a doxiciclina)
Ciprofloxacino não é o fármaco de escolha para pneumonia ou sinusite → pouca atividade
sobre S. pneumoniae
Levofloxacino → infecções que não respondem aos beta-lactâmicos, como amoxicilina +
clavulanato
Levofloxacino e moxifloxacino → fluoroquinolonas respiratórias, S. pneumoniae
RENAME: ciprofloxacino, levofloxacino, oflaxacino e moxifloxacino.
Tempo-dependentes → beta-lactâmicos (penicilina, cefalosporinas)
Dose-dependentes → aminoglicosídeos, quinolonas, efeito pós-antimicrobiano

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