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Semiologia neurológica

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PROPEDÊUTICA
NEUROLÓGICA
4º período - 2020
CATARINA ALIPIO
MEDICINA UNIMES
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
Propedêutica neurológica: 
Introdução: 
- Porque razões o generalista precisa conhecer a propedêutica neurológica?
• Causas de mortes em acidentes de transito e outras violências: Traumatismo crânio encefálico (80%) e 
traumatismo raqui-medular (5%).
• Maior causa de morte natural (não traumática) no país: AVE/AVC.
• Casos muito graves de doenças de outros sistemas comumente apresentam-se comatosos, como a diabete, 
insuficiência hepática ou renal…
- Divisão do sistema nervoso:
• central: protegido por duas estruturas ósseas (crânio e coluna vertebral)
- Encéfalo: cérebro, tronco encefálico, cerebelo.
- Medula espinal.
• Periférico:
- Nervos cranianos.
- Nervos espinais.
- Gânglios: sensoriais e motores viscerais (simpáticos e parassimpáticos). 
Sistema piramidal: (AULA 1) 
- É formado pela área motora (4 de Brodmann) 
localizada no giro pré-central, e por neurônios 
motores superiores (NMSs), contidos no sistema 
nervoso central.
- Transmitem impulsos aos neurônios motores 
inferiores de núcleos de nervos cranianos ou da 
coluna ventral da medula espinal.
- O sistema piramidal é responsável pela execução 
dos movimentos voluntários, realizados através 
dos músculos estriados.
• Comandos voluntários da musculatura estriada:
- Neurônios motores superiores (NMSs): fazem 
parte do sistema piramidal e estão contidos no 
SNC.
- Neurônios motores inferiores (NMIs): suas 
fibras saem do SNC através dos nervos 
periféricos (cranianos ou espinais) e inervam 
os músculos estriados para a realização de 
movimentos voluntários.
- Decussação das pirâmides: localizada no 
final do bulbo (distal), na transição com a medula.
• 75 a 90% das fibras do trato piramidal desusam, 
mudam de lado e formam o trato piramidal (ou 
trato córtico-espinhal) cruzado, ocupando o 
funículo lateral da medula.
• Os 25 a 10% remanescentes das fibras 
constituem o trato piramidal (ou córtico-espinhal) 
direto e inervam músculos paravertebrais.
- Lesões piramidais: lesões no sistema 
piramidal causam paralisias (incapacidade de 
realizar movimentos, com perda total da força) ou 
paresias musculares (perda parcial da força 
muscular).
• Devido ao cruzamento das fibras na decussação 
das pirâmides, a motricidade voluntária do corpo 
é cruzada, ou seja, lesões do trato piramidal 
direito do cérebro ou dão tronco encefálico 
causam hemiparesia esquerda.
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• A hemiparesia é contralateral è lesão 
piramidal no cérebro ou tronco encefálico.
• A maioria das lesões encefálicas se localizam no 
cérebro, pelo fato de ser a maior estrutura.
- Milhares de fibras saem do córtex cerebral, descem 
pela coroa radiada, passam pela perna posterior da 
cápsula interna e se agrupam formando o trato 
piramidal.
- Fibras musculares: a maioria das fibras 
musculares são extra-fusais e sua contração 
promove a ação do músculo (flexão, extensão…). 
No íntimo de um fuso muscular existem fibras 
musculares chamadas intra-fusais, que são 
minoria, são contráteis e são inervavas por 
neurônios motores 
- Provas de déficits motores: 
a) Prova dos membros superiores em 
extensão: paciente sentado, com os braços 
estendidos a frente do tronco e mãos 
afastadas.
b) Prova em queda de abdução: paciente em 
decúbito dorsal e com os joelhos flexionados.
c) Prova de Miugaztini: paciente em decúbito 
dorsal, formando um ângulo reto entre o tronco 
e a coxa e um ângulo reto entre a coxa e a 
perna.
d) Prova de Barné: paciente em decúbito ventral 
com os joelhos inicialmente flexionados em um 
ângulo de 90º.
- Lesões dos neurônios motores 
inferiores (NMIs) e dos superiores 
(NMSs): 
• Lesões nos NMIs —> causam redução da força, 
hiporrflexia, músculo-tendinosa, hipotonia 
muscular, atrofia muscular e podem causar 
fasciculações.
- Causa síndromes periféricas.
• Lesões nos NMSs —> causa redução da força, e 
após algumas semanas, causam hiporreflexia 
músculo-tendinosa, hipertonia muscular, pouca 
atrofia muscular e sinal de Babisnki.
- Causa síndromes piramidais. 
- Paralisia facial central e 
periférica: 
• Inervação da face:
- Parte superior: neurônios do núcleo do nervo 
facial (VII).
- Parte inferior: fibras do trato piramidal.
- Síndrome periférica: exemplos.
• Lesão no plexo braquial esquerdo.
- Síndrome periférica e piramidal: exemplos.
• Siringomegalia C1-D2: manifestações de 
lesão NMI nos membros superiores e de 
NMS nos membros inferiores.
• TRM cervical com manifestações de lesão 
de NMI nos membros superiores e de NMS 
nos membros inferiores.
- Síndrome piramidal: exemplos.
• Tumor cerebral esquerdo causando 
hemiparesia direita.
• Lesão medular com parecia espática 
(esclerose múltipla).
Reflexos tendinosos ou profundos: (AULA 2) 
- Também chamados de reflexos tendíneos, 
músculo-tendinosos, miotáticos e proprioceptivos.
- Consiste na percussão com o martelo clínico do 
tendão ou de uma parte do membro onde ele se 
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insere provoca o estiramento rápido e abrupto do 
músculo e de suas fibras intra-fusais.
• Como ocorre? Mecanismo do ARCO REFLEXO.
- A informação que chega nas fibras intra-fusais 
provoca seu estiramento abrupto, gerando um 
estímulo que é conduzido por fibras sensoriais 
(ex: gânglio da raiz dorsal) à medula espinal 
(parte aferente do arco reflexo). Na medula, os 
neurônios motores inferiores, localizados na 
coluna cinzenta anterior são estimulados, 
iniciando a parte eferente do arco reflexo que 
vai para o músculo provocando sua contração.
- Principais reflexos tendinosos: 
1) Reflexo bicipital: o examinador coloca um 
dedo sobre o tendão do bíceps e percute o 
dedo. A resposta é a flexão e supinação do 
antebraço. 
2) Reflexo braquio-radial ou estilo-radial: 
antebraço do paciente em semi-pronação, o 
examinador faz a percussão da apófise estilóide 
do rádio. A resposta é a flexão do antebraço. 
3) Reflexo flexor profundo dos dedos: o 
examinador coloca um dedo transversalmente à 
falange distal palmar dos dedos do paciente e 
percute. A resposta é a flexão dos dedos. 
4) Reflexo pronador: antebraço em posição de 
semi-pornação, o examinador coloca a ponta 
do dedo sobre a superfície ventral da apófise 
estilóide do rádio e percute. A resposta é a 
pronação do antebraço. 
5) Reflexo tricipital: o examinador mantem o 
braço na horizontal e percute o tendao do 
tríceps braquial. A resposta é a extensão do 
antebraço. 
6) Reflexo patelar: paciente sentado faz-se a 
percussão do tendão quadríceps e a resposta é 
a extensão da perna. 
7) Reflexo aquileano: o examinador segura o 
pé em ângulo reto à perna e percute o tendão 
de Aquiles. A resposta é a flexão ventral do pé. 
8) Reflexo mentoniano.
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- Manobras de reforço: são executadas quando o 
paciente não provoca o resultado esperado.
• Manobra de reforço de Jendrassik: tracionar 
as mãos em sentidos opostos com os dedos 
enganchados.
• Manobra de reforço de Watenberg: paciente 
exerce uma leve contração do músculo testado 
contra a resistência.
Reflexos dos nervos cranianos e cutâneos: (AULA 3) 
Reflexos cranianos: 
- Reflexo pupilar à luz (fotomotor): se um dos olhos for exposto à luz, as pupilas dos dois olhos se 
contraem (miose) por ação do nervo óptico (II) e nervo oculomotor (II).
- Reflexo corneano: consiste em tocar a córnea com fiapos de algodão. A resposta é o fechamento do 
olho. A parte aferente do reflexo é feita pelo nervo trigêmio (VI) e a parte eferente pelo nervo facial 
(VII).
- Reflexo mentoniano: paciente com a boca entre aberta e o examinador coloca um dedo sobre o 
mento e percute-o. A resposta é a contração dos músculos da mastigação. A via aferente e eferente é 
feita pelo nervo trigêmeo (V).
- Reflexo óuculo-encefálico (olhos de boneca): ao girar a cabeça do paciente em um sentido, os 
olhos se movimentam no sentido oposto. A via aferente é medida pelo nervo vestibular (VIII)e pela 
musculatura cervical, e a via eferente é feira pelo nervo oculomotor (III) com ação do músculo reto 
medial do olho e pelo nervo abducente (VI) com ação do músculo reto lateral do olho.
- Reflexo óculo-vestibular (prova calórica): com a cabeceira do leito elevada em 30º, irriga-se o 
ouvido do paciente de um lado com água gelada e os olhos se voltam para o mesmo lado. O 
movimento da endolinfa do canal semicircular lateral mimetiza a movimentação da cabeça para o lado 
oposto. 
Reflexos cutâneos: 
- Reflexo cutâneo-plantar: ao realizar a prova, e adultos e crianças com mais de um ano ocorre a 
flexão plantar dos dedos, já em crianças com menos de 1 ano, ocorre a extensão do hálux (sinal de 
Babainski).
• Sinal de Babinski: em lesões piramidais (NMS), ao se estimular a planta do pé, o hálux faz uma 
extensão lenta e majestosa. É normal em infantes.
- Reflexo cutâneo-abdominal: passe uma chave na pele do abdômen superior, médio e inferior. O 
umbigo desloca-se em direção ao estímulo.
- Reflexo cremastérico: paciente com as coxas abduzidas, passe uma chave na face medial da coxa. 
A resposta é a contração do músculo cremáster e o testículo sobe. 
- Reflexo anal (geralmente não testado).
Reflexos patológicos: 
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- Reflexo palmo-mentoniano: ao passar a ponta romba de um instrumento na palma da mão provoca 
elevação do mento e do lábio inferior do mesmo lado. São resultado de lesões frontais e corticais 
difusas. 
- Reflexo de preensão palmar (grasping reflex): o paciente agarra um objeto em sua mão É normal 
em infantes, mas em adultos sugere uma lesão frontal contralateral. 
- Reflexo de perseguição manual: o paciente tenta agarrar com amar um objeto que vê ou que lhe 
toca a mão. Sugere lesão frontal contralateral. 
- Reflexo de preensão plantar: ocorre emigrantes e em 50% das crianças com síndrome de Down. 
Corresponde a uma lesão frontal contralateral em adultos.
- Reflexo de sucção: ocorre fisiologicamente em infantes, mas ocorre em adultos com demência e 
outras lesões.
- Pupila de Argyll Robertson: pupila pequena que não reage à luz mas contrai à convergência. Ocorre 
em quadros de neurosífilis.
Nervos e raízes espinhais: (AULA 4) 
- NERVO FRÊNICO (C3, C4, C5):
• Inerva o músculo diafragma. 
• Caso possua uma lesão nesse nervo, o 
paciente apresentará uma deficiência do 
componente respiratório. 
- NERVO MÚSCULO-CUTÂNEO (C5,C6):
• Inerva o músculo bíceps braquial. 
- NERVO AXILAR OU CIRCUNFLEXO (C5, C6):
• Inerva o músculo deltoide. 
- NERVO MEDIANO (C5, C6, C7, C8, T1):
• Inerva os músculos:
- Pronador redondo. 
- Flexor radial do carpo. 
- Flexores superficial e profundo dos dedos. 
- Abdutor breve do polegar. 
- Oponente do polegar. 
- 1º interósseo-lumbricoide (junto com o 
ulnar). 
- NERVO ULNAR OU CUBITAL (C7, C8, T1):
• Inerva os músculos: na mão somente. 
- Flexor ulnar do carpo. 
- Flexor profundo dos denos anular e 
mínimo. 
- Abdutor do dedo mínimo. 
- 1º interósseo dorsal. 
- 1º interósseo palmar. 
- Oponente do dedo mínimo. 
- Adutor do polegar. 
- NERVO FEMORAL (L1, L2, L3, L4):
• Inerva o músculo ílio-psoas. 
• Inerva o músculo quadríceps femoral. 
- NERVO OBTURADOR (L2, L3, L4): 
• Inerva os músculos adutores da coxa. 
- NERVO GLÚTEO INFERIOR (L5, S1, S2):
• Inerva o músculo glúteo máximo. 
- NERVO CIÁTICO (L4, L5, S1, S2):
• Inerva os músculos bíceps femoral, 
semitendinoso e semimembranoso. 
• Se divide em dois ramos na parte distal da 
coxa:
- NERVO PERONEO COMUM (fibular): se 
divide após passar pelo colo da fíbula. 
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• NERVO PERONEO SUPERFICIAL (L5, 
S1): inerva os músculos peroneo longo e 
peroneo breve. 
• NERVO PERONEO PROFUNDO (L4, L5): 
inerva os músculos tibial anterior, 
extensor longo dos artelhos, extensor 
longo do hálux, extensor curto dos 
artelhos e extensor curto do hálux. 
- NERVO TIBIAL (L4, L5, S1, S2):
• Inerva os músculos:
- Gastrocnêmio. 
- Tibial posterior. 
- Flexor longo os artelhos. 
- Flexor longo do hálux. 
Lesões dos Nervos Espinhais: 
- Lesão do nervo supraescapular (C5, C6):
• Paralisia dos músculos supra-espinhoso e 
infra-espinhoso —> perda de rotação 
externa do braço e abdução inicial do braço. 
- Lesão do nervo axilar ou circunflexo (C5, C6):
• Paralisia dos músculos deltoide e redondo 
menor —> perda de forca para movimentos 
de abdução, ante-versão e retro-versão do 
braço. 
- Lesão do nervo radial:
• “Mão em gota”: caída. 
• Paralisia do tríceps e dos extensores do 
punho e dos dedos 
• Perda dos reflexos triciptal e braquiorradial. 
- Lesão do nervo músculo-cutâneo (C5, C6):
• Perda de força para flexão e supinação do 
antebraço. 
• Perda do reflexo bicipital. 
- Lesão do nervo mediano (C5, C6, C7, C8, T1):
• Perdas de força para pronação do 
antebraço, flexão do punho, flexão do 
polegar, do indicador e do dedo mínimo, 
oposição do polegar e atrofia da eminência 
tenar (músculos do polegar). 
• Dor de formigamento na mão. 
• Síndrome do Túnel do Carpo: 
- Muito comum. 
- Ocorre no punho a compressão do nervo 
mediano e 
consequentemente 
a perda motora nos músculos da mão. 
- Túnel do carpo: entre os ossos do carpo 
(base) e o retináculo flexor do carpo (teto). 
- Apresentação do Sinal de Tinel: dor na 
mão à noite e percussão do nervo do 
túnel. 
- Repercussões:
• Hipoestesia na mão I, II, III e 1/2 IV. 
• Atrofia da eminência tenar. 
• Paresia do abdutor curto e do oponente 
do polegar, dificultando a ação de fazer 
uma pinça com o polegar e indicador ou 
com o polegar e dedo mínimo. 
- Cirurgia com anestesia local, faz-se uma 
secar no retináculo flexor do carpo. 
- Perda sensorial na lesão do nervo 
mediano:
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- Lesão do nervo ulnar ou cubital (C7, C8, T1):
• Geralmente ocorre no cotovelo, onde o nervo 
passa por trás do epicôndilo medial do 
úmero. 
• Pode ocorrer por apoiar o cotovelo em uma 
mesa, ao fletir o cotovelo e por movimentos 
repetitivos. 
• Perda de força para fletir o punho, abduzir o 
dedo mínimo, fletir os dedos mínimo e 
anular, aduzir o polegar, disestesia da mão 
do lado oposto. 
• Mão em garra ulnar (mão em bendição): 4º e 
5º dedos ficam fletidos. 
• Uma maneira de solucionar o problema é 
fazer uma incisão na superfície antero-
medial do cotovelo, pegando o nervo ulnar e 
transpassando ele para a superfície antero-
medial do cotovelo. 
- Lesão no nervo femoral (L2, L3, L4):
• Perda de força para fletir a coxa (músculo 
ílio-psoas). 
• Perda de força para estender a perna 
(músculo quadríceps) e subir escadas. 
- Lesão do nervo ciático (L4, L5, S1, S2, S3):
• Paralisia dos muitos músculos supridos pelo 
ciático e pelos seus ramos (nervo peroneo e 
nervo tibial). 
- Lesão do nervo peroneo (fibular) comum:
• Pé caído. 
• Perda de força para fazer dorsi-flexão do pé 
e dos artelhos. 
• Paciente caminha levantando o joelho —> 
marcha escarvante, marcha equina). 
- Lesão do nervo tibial:
• Perda de força para fletir o pé e os artelhos, 
para inverter o pé e para apoiar-se na ponta 
do pé. 
Lesões d! Raízes Nervosas: 
- As raízes nervosas são frequentemente lesadas 
por compressão por hérnia de disco. 
intervertebral. 
- Compressão da raiz C5:
‣ Geralmente hérnia de disco de C4-C5. 
‣ Cérvico-braquialgia. 
‣ Perda de força do músculo deltoide. 
- Compressão da raiz C6:
‣ Geralmente hérnia de disco C5-C6. 
‣ Cérvico-braquialgia. 
‣ Reflexos bicipital e 
braquiorradial hipoativos. 
‣ Perda de força para fletir o 
antebraço. 
- Compressão da raiz C7:
‣ Hérnia de disco de C6-C7. 
‣ Cérvico-braquialgia. 
‣ Paresia de tríceps. 
‣ Hiporreflexia triciptal. 
‣ Ao lado, mielografia. 
- Compressão da raiz C8:
‣ Geralmente hérnia de disco C7-T1. 
‣ Cérvico-braquialgia. 
‣ Perda de força dos inter-ósseos. 
‣ Hiporreflexia do flexor dos dedos. 
- Compressão da raiz L4:
‣ Geralmente hérnia de disco L3-L4. 
‣ Provoca dor lombar irradiada para face 
antero-lateral da coxa. 
‣ Perda de força do quadríceps e dificuldade 
em subirescadas. 
‣ Hiporreflexia patelar. 
‣ Sinal de Lasègue invertido: em decúbito 
ventral a extensão passiva da coxa causa dor. 
- ANATOMIA DA VÉRTEBRA:
• Vista superior e perfil. 
- Corpo vertebral. 
- Forame vertebral. 
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- Lâmina. 
- Pedículo.
- Processo transverso. 
- Processo articular superior. 
- Processo espinhoso. 
- Disco intervertebral. 
- A junção de incisuras de duas vértebras 
vizinhas formam o forame intervertebral 
pelo qual passa um nervo espinhal.
- Ânulo fibroso: formado por fibras 
concêntricas. 
- Núcleo pulposo: 
gel amorfo 
originário da 
notocorda (lembra 
carne de 
caranguejo). 
- Entre o disco e a 
lâmina, saco dural 
com várias raízes 
nervosas e um par 
de raízes nos 
formas 
intervertebrais. 
• A hérnia discal com ruptura (extrusão discal) 
do anel fibroso e extrusão do núcleo 
pulposo, geralmente na parte póstero-lateral, 
comprimindo a raiz nervosa contra a lâmina. 
- TESTE OU SINAL DE 
LASÈGUE:
• Paciente em decúbito dorsal. 
• Membro inferior é levantado, 
estirando a raiz L5 ou S1 
presa pela hérnia e o 
paciente reproduz citalgia. 
- Compressão de raiz L5:
‣ Geralmente em hérnia de disco L4-L5. 
‣ Muito comum, correspondendo a 45% das 
hérnias lombares. 
‣ Provoca dor lombociatalgia e hipoestesia 
estendendo à face antero-lateral da perna. 
‣ Perda de força, dificuldade em andar nos 
calcanhares. 
‣ Hiporreflexia tibial posterior (reflexo de 
Donaghy). 
‣ Sinal de Lasègue. 
- Compressão de raiz S1:
‣ Geralmente hérnia de L5-S1. 
‣ Muito comum. 
‣ 45% das hérnias lombares. 
‣ Provoca dor lombar e ciatalgia e hipestesia 
irradiando para a face posterior da perna em 
direção ao 5º artelho. 
‣ Dificuldade em andar na ponta do pé. 
‣ Hiporreflexia aquiliana. 
‣ Sinal de Lasègue presente. 
- Síndrome da cauda equina —> urgência 
médica!
• Não é muito comum. 
• Pode ser causada por hérnia discal, tumor e 
outras lesões. 
• Ocorre o comprometimento das raízes 
lombares e sacarias que compõem a cauda 
equina da medula. 
• Provoca anestesia em sela, incontinência 
urinaria e fecal, paralisia flácida dos 
músculos. 
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Lesões d" plex" braquial: 
- Lesões SUPERIORES do plexo braquial (C5 e 
C6):
• Paralisia de Erb-Duchene: ocorre por lesões 
de raizes C5 e C6 ou do tronco superior. 
- Paralisia do músculo deltoide, bíceps, 
braquial, braquio-radial, supra e infra-
espinhoso. 
- Manifestações: braço dependurado ao 
lado do tronco, em adução e rotação 
interna, antebraço estendido e supinado. 
- Paciente não consegue abduzir o braço, 
fletir o antebraço ou supinar —> arreflexia 
bicipital. 
- Lesões INFERIORES do plexo braquial (C8, T1):
• Paralisia de Dejerine-Klumpke: ocorre 
paralisia dos músculos da mão 
- Manifesta-se pela síndrome de Horner: 
miose, anidro e ptose palpebral discreta. 
- Lesões MÉDIAS do plexo braquial (C7): raras. 
Exemplos: 
- Síndrome periférica: lesão de NMI. 
• Lesão do plexo braquial esquerdo. 
- Síndrome periférica e piramidal. 
• Siringomielina (C1-D2). 
• Manifestações de lesão NMI nos membros 
superiores e de NMS nos membros 
inferiores. 
•
Áreas d! inervação: 
- Nervo axilar. 
- Nervo músculo-cutâneo. 
- Nervo cutâneo medial do antebraço. 
- Nervo radial. 
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- Nervo mediano. 
- Nervo ulnar. 
- Plexo braquial C5 a T1. 
- Nervo cutâneo lateral da coxa. 
- Nervo sural. 
- Nervo peroneo superficial. 
- Nervo peroneo profundo. 
- Nervo femoral. 
- Nervo safeno (ramo do nervo 
femoral). 
- Nervo cutâneo posterior da coxa. 
- Nervo safeno. 
- Nervo peorneo. 
- Na ponta do pé: nervo tibial, nervo sural e 
nervo safeno. 
Dermátomos referenciais: 
‣ T4: mamilos. 
‣ T10: umbigo. 
‣ T12: logo acima do ligamento inguinal. 
‣ L1: logo abaixo do ligamento inguinal. 
Cerebelo: (AULA 5) 
Introdução: 
- O cerebelo está situado na fossa posterior do 
crânio, abaixo da tenda do cerebelo e atrás do 
tronco encefálico. Liga-se a este através dos 
pedúnculos cerebelares. No sistema 
extrapiramidal (lesões não causam perda de 
força). 
- Principais funções:
• Manutenção do equilíbrio. 
• Regulação do tônus muscular e da postura. 
• Integração e coordenação dos movimentos. 
- Constituição: substância branca recoberta por 
um afina camada de substância cinzenta, o 
córtex cerebelar. No interior de substância 
branca há de cada lado, massas de 
susbstância cinzenta:
• São os núcleos denteado, emboliforme, 
globoso e fastigial. 
- Possui uma porção mediana chamada vermis 
que separa os dois hemisférios cerebelares. 
Divisão filogenética: relacionada com a 
função. 
- Arquicerebelo (cerebelo vestibular):
• Conexões vestibulares. 
• Importante para o equilíbrio. 
• Constituída pelo lobo flóculo-nodular. 
- Paleocerebelo (cerebelo espinhal):
• Conexões com a medula espinhal. 
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• Constituído por grande parte do vermis 
cerebelar. 
• Regulação do tônus muscular e da 
motricidade automática. 
- Neocerebelo (cerebelo cortical):
• Conexões com o córtex cerebral. 
• Controle de movimentos finos, delicados e 
assimétricos. 
Lesões cerebelares: 
- Causam ataxia, incoordenação dos movimentos, 
decomposição de movimentos e não consegue 
executar movimentos repetitivos alternados. 
• Teste exemplo: index-nariz —> pedir para o 
paciente colocar a ponta do dedo na ponta do 
nariz. 
- Dismetria: hipometria (paciente para o dedo 
antes de chegar ao nariz, e depois continua) 
ou hipermetria (dedo do paciente ultrapassa a 
ponta do nariz). 
- Disfunções cerebelares:
✓ Adiadococinesia e disdiadococinesia: 
respectivamente, incapacidade e dificuldade em 
realizar movimentos alternados rápidos, devido a 
incoordenação dos músculos agonistas e 
antagonistas. 
✓ Disdiadococinesia: dificuldade em reproduzir 
movimentos alternados rápidos ou movimentos 
repetitivos em uma certa ordem. 
✓ Tremor de intenção: aparece quando o paciente 
tenta realizar algum movimento. 
✓ Nistagmo (tremor dos olhos). Geralmente indica 
comprometimento do vermis. 
✓ Disartria: incoordenação dos músculos da fala. A 
fala torna-se incoordenada, desarticulada e sem 
ritmo. 
✓ Prova do rechaço (Stewart-Homes): pedir para 
o paciente puxar o antebraço na direção do 
tórax. O examinador vai provocar uma 
resistência segurando o ombro dele com uma 
mão e o punho com a outra, vai puxar e soltar. 
Se o paciente não freiar o movimento é indicio de 
algum problema muscular. 
✓ Marcha ebriosa, cerebelosa ou atáxica: 
Incoordenação e irregularidade da marcha 
(dificuldade do equilíbrio dinâmico). Semelhante 
a do individuo embriagado.
✓ Dificuldade de equilíbrio estático: em se 
manter de pé, as pernas ficam abertas para 
aumentar a base de sustentação. 
• Exemplo: uma causa muito comum de 
cerebelopatia é a intoxicação alcoólica aguda. 
- O exame clínico de embriaguez no IML inclui a 
avaliação cerebelar e dos distúrbios mentais e 
afetivos. 
- As lesões cerebelares costumam ser difusas, mas 
caso for unilateral, o disfunção será contralateral. 
Sistema extra piramidal: (AULA 6) 
Constituição:
‣ Gânglios da base. 
‣ Substância negra. 
‣ Núcleo subtalâmico de Luys. 
‣ Áreas extrapiramidais do córtex cerebral. 
‣ Núcleo rubro. 
‣ Oliva. 
‣ Formação reticular. 
‣ Teto mensencefálico. 
• Alguns autores incluem o cerebelo e os núcleos 
vestibulares. 
Funções:
- Responsável pela parte automática dos 
movimentos como os movimentos associados 
(andar, falar, escrever, nadar…). 
Distúrbios extrapiramidais:
• Ao contrários das lesões piramidais, as lesões 
extra-piramidais não causam paralisias. 
- Causam:
• Movimentos involuntários anormais simples 
(tremores) ou complexos (coréia, atetose, 
balismo). 
• Alterações do tônus: hipertonia ou hipotonia. 
11
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
• Pobreza de movimentos: hipocinesia. 
- Doença de Parkinson: doença extrapiramidal 
muito comum, inicio médio aos 55 anos e mais 
comum em homens. 
• Resulta da perda de neurônios dopaminérgicos da 
substância negra.• Sintomas geralmente assimétricos e que se 
iniciam unilateralmente:
i) Tremor em repouso (4 a 6 Hertz) —> mais 
evidente nas articulações metacarpais-
falangeanas. Descrito como se o paciente 
estivesse “enrolando pílulas”. 
- Desaparece com o movimento voluntário e 
durante o sono. 
- Aumenta com a ansiedade. 
- Causado pela contracao ritmica alternada 
dos grupos musculares opostos. 
- Quanto o tremor se sobrepõe à rigidez faz 
lembrar uma roda denteada. 
ii) Rigidez plástica: em cano de chumbo. 
- Se difere da rigidez das lesões piramidais 
que são espásticas (tipo canivete). 
iii) Bradicinesia: vagarosidade/lentidão dos 
movimentos voluntários. 
iv) Hipocinesia: redução da amplitude dos 
movimentos. 
v) Oligocinesia: pobreza de movimentos. 
vi) Face em máscara: pobreza de movimentos 
da mímica facial. ex: pouco picar de olhos. 
vii) Tronco e membros fletidos. 
viii) Marcha a passos curtos (à petit pas) e sem 
os movimentos associados e coordenados dos 
membros superiores. 
ix) Marcha festinante: paciente fletido, acelera 
seus passos curtos para manter os pés sobre 
o centro de gravidade do corpo e não cair. 
x) Fala monótona, em baixo volume e sem 
gestos. 
xi) Perda de reflexos posturais, caindo com 
facilidade. 
xii) Sialorréia causada pela falta de deglutição da 
saliva. 
Sensibilidade somática geral: (AULA 7) 
Receptores sensoriais: 
- Presentes em todo o corpo. 
- São transdutores de uma determinada modalidade 
energética (dolorosa, táctil, térmica…) em um 
estímulo elétrico que o sistema nervoso consegue 
conduzir. 
- Mediadores químico permitem que o impulso seja 
conduzido entre os neurônios (sinapse). 
- Receptores sensoriais gerais:
➡ Terminações livres: dor. 
➡ Corpúsculos de Meinsser: tato. 
➡ Corpúsculos de Vater-Paccini: pressão. 
➡ Corpúsculos de Ruffini: calor. 
➡ Corpúsculos de Krause: frio. 
➡ Fusos neuromusculares em sua porção central 
ou equatorial: estiramento do músculo (reflexo 
músculo-tendinoso). 
- Obs: sensibilidades especiais usam receptores 
especiais. 
Condução: 
- A partir dos receptores, os estímulos são 
conduzidos por nervos espinhais (1º neurônio), 
cujos corpos celulares estão no gânglio sensorial 
da raiz dorsal da medula espinhal. 
- Dos receptores na parte anterior da cabeça, os 
estímulos são conduzidos por nervos cranianos, 
cujos corpos celulares estão em gânglios cranianos 
(ex: gânglio de Gasser do V nervo). 
- Dos estímulos conduzidos pelos nervos espinhais 
fazem sinapse com o corpo celular do seu 2º 
neurônio, localizado:
• Na coluna posterior da medula (dor, calor, frio, 
pressão, tato protopático). 
• Nos núcleos grácil e cuneiforme do bulbo 
(propriocepção consciente e tato epicrítico). 
12
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
- Decussam-se e terminam no núcleo ventro-postero-
lateral (VPL) do tálamo contralateral. Já os nervos 
cranianos terminam no núcleo ventro-postero-
medial (VPM). 
- Nos núcleos VPL e VPM estão os 3º neurônios 
dessa sequencia, que enviam estímulos à área 
sensorial geral. 
- Uma lesão direita causa hemihipoestesia geral do 
lado esquerdo do corpo. —> A perda sensorial geral 
é contralateral à respectiva lesão cerebral. 
- Relembrando… a lesão cerebral é contralateral à 
respectiva hemiparesia, hemihipoestesia e 
hemianopsia. 
Vias sensoriais gerais: 
- Trato espino-talâmico lateral: dor, calor, frio. 
• Passa através da substancia branca. 
• Constitui o lemnisco espinal que termina no 
tálamo. 
• Indo em direção a área de regurgitação sensorial 
dos membros superior e inferior. 
- Trato espino-talâmico ventral: tato protopático 
(simples) e pressão. 
• Proveniente de receptores de membros superior 
e inferior, cruza a linha média e sobe pela coluna 
anterior da substância branca da medula, 
chagando no núcleo VPL do tálamo. 
- Hemissecção medular —> síndrome de Brown-
Séquard. No lado da lesão o paciente apresenta 
monoplegia do membros inferior com hiperreflexia, 
sinal de Babinsk e perda das sensibilidades 
voluntárias. 
- Secção completa da medula —> lesão medular 
bilateral, todos os tratos longos, motores e 
sensitivos serão interrompidos. Paciente apresenta 
paraplegia crural espástica, com hiperreflexia, sinal 
de Babinsk bilateral e perda de todas modalidades 
sensitivas. 
Polineuropatias: 
- Perda de sensibilidade (hipoestesia) em pés 
(botas) e mãos (luvas). 
- São simétricas e distais, ou seja, quanto mais 
próximo da extremidade do membro superior ou 
inferior, a perda sensorial é maior. 
- Muito comum em casos de diabetes, alcoolismo, 
desnutrição…
Ataxia sensorial: 
- É a perda da sensibilidade profunda 
proprioceptivo e consequente falta de 
informações, conscientes e inconscientes, acerca 
da posição de cada segmento do corpo, resultando 
em uma incoordenação dos movimentos. 
- Ocorre uma piora do equilíbrio ao fechar os olhos e 
ao ficar em pé (Sinal de Romberg). 
Fraturas de crânio: 
- CASO 1: homem, 81 anos, 
queda do telhado. 
• Fratura parietal esquerda e 
diástase (separação) da 
sutura lambdóide. 
- CASO 2: fratura parietal direita. 
- CASO 3: criança atingida por 
queda de tanque de lavar 
roupa. 
• Fratura com afundamento 
occipital. 
Hematoma extradural 
ou epidural (comum): 
- A artéria meníngea e seus ramos estão localizados 
na superfície externa da dura-máter e formam 
sulcos na superfície interna do crânio. 
- O hematoma vai crescendo e formando uma 
superfície convexa com a dura mater 
- CASO 1: jovem sofreu queda. 
• Fratura temporal direita com pequeno hematoma 
subcutâneo e otorragia. 
13
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
• Inicialmente bem, dor localizada, falando e 
andando. 
• Nas horas seguintes: cefaleia 
crescente, hemiparesia E, 
hemihipoestesia E e 
hemianopsia E. 
• Evoluiu para estado 
comatoso devido à 
compressão do sistema 
reticular ativador ascendente. 
• Evolução insidiosa que necessita de tratamento 
cirúrgico urgente. 
Hematoma subdural crônico: 
- Comum. 
- Trauma leve ou ausencia de história de trauma. 
- Geralmente em idosos. 
- Mais comum no sexo masculino. 
- Inicia-se com a ruptura de uma veia-ponte do córtex 
cerebral a um seio venoso intracraniano. 
- Um trauma leve pode 
romper uma veia ponte 
(setas) com hemorragia 
subdural que pode 
evoluir para hematoma 
subdural crônico. 
- CASO 1: homem, 83 anos, 
queda da própria altura. Duas a três semanas 
depois, início de episódios confusionais e 
hemiparesia esquerda. 
Afasias, agnosias e outros distúrbios corticais: (AULA 8) 
Afasias e disfasias: 
❖ Afasia: impossibilidade de falar. 
❖ Disfasia: dificuldade de falar. 
- O desenvolvimento da linguagem é um dos 
atributos peculiares dos seres humanos. 
- As áreas corticais relacionadas à fala: Área de 
Broca e Área de Wernicke. 
• Situam-se acima e abaixo do sulco lateral do 
cérebro. 
➡Área de Broca: no giro frontal inferior 
corresponde às áreas 44 e 45 de Brodmann. 
Situa-se logo acima do sulco lateral e é 
responsável pela emissão da fala, ou seja, pela 
motricidade da fala. 
- Na maioria das pessoas fica no hemisfério 
cerebral esquerdo. 
- Lesão causa afasia motora ou de expressão. 
๏ A Área de broca é vizinha às áreas de 
representação dos órgãos de fonação (laringe, 
língua e lábios) na área motora (4 de 
Brodmann). 
➡Área de Wernicke: situa-se em sua maior 
parte no giro temporal superior (22 de 
Brodmann) do hemisfério cerebral dominante 
para a fala (que não maioria das pessoas é o 
esquerdo). 
- Fica ao lado do córtex auditivo primário (giro 
de Heschl), one terminam as fibras do sistema 
auditivo. 
• Giro de Heschl localiza-se no giro 
temporal transverso anterior (41 de 
Brodmann), na face supeior dos lobos 
temporais direito e esquerdo. 
‣ Lesão nessa área causa afasia sensorial 
ou receptiva, ou seja, o individuo não 
entende a mensagem falada que ouve, 
não decodifica o teor da mensagem 
emitida na língua que conhece. 
a. Afasias e disfasias motoras: 
- Se o paciente disfásico for solicitado a nomear 
objetos, como uma caneta, frequentemente ele 
repeteo mesmo nome para outros objetos que lhe 
são mostrados (preservação da fala). 
b. Afasias e disfasias sensoriais: 
- Se a Área de Broca estiver íntegra, o indivíduo fala 
fluentemente, mas pode cometer erros, pois ele 
não compreende sua própria fala. 
- Pacientes com disfasia sensorial, quando 
compreendem um comando motor, como por 
exemplo abrir a boca, frequentemente repetem o 
mesmo gesto motor quando um outro comando é 
dado (preservação no comando anterior). 
c. Afasias e disfasias condutivas: 
14
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
- As Áreas de Wernicke e de Broca, separadas pelo 
sulco lateral do cérebro, são ligadas entre si pelo 
fascículo arqueado, cuja lesão causa afasia 
condutiva, em que o paciente fala e entende, mas 
possui dificuldade em repetir o que ouve. 
d. Afasias e disfasias mistas ou globais: 
- Como as Áreas de Broca e de Wernicke são muito 
próximas e são supridas por ramos da mesma 
artéria (artéria cerebral média), geralmente são 
lesadas em conjunto. 
- São muitos mais comuns que as puramente 
motoras ou sensoriais. 
Agnosias: 
- Junto às áreas sensoriais (visuais, auditivas, 
táteis…) existem áreas de associação que 
processam as informações recebidas e formam 
imagens que possibilitam sua apreensão 
consciente (seu conhecimento ou “gnosia”). 
1. Área de associação somestésica: áreas 5 e 7 
de Brodmann. 
• Localiza-se junta ao córtex somestésico primário 
(1, 2 e 3 de Brodmann) no lobo parietal. 
2. Área de associação visual: áreas 18 e 19 de 
Brodmann. 
• Localiza-se junto ao córtex visual primário (17 de 
Brodmann) no lobo occipital. 
3. Área de associação auditiva: no giro temporal 
superior, corresponde às áreas 42 e 22 de 
Brodmann). 
• Localiza-se junto ao córtex auditivo primário (41 
de Brodmann, ou giro de Heschl). 
๏ Giro supramarginal (área 40) e giro angular (área 
39): importantes áreas de associação que integram 
informações visuais, auditivas e somestésicas. 
• Lesão do giro angular: Síndrome de 
Gertsmann. 
- Pacientes com essa lesão apresentam agnosia 
tátil e proprioceptivo e inabilidade de 
reconhecer objetos pelo tato (astereognose), 
distúrbios de imagem corporal, não 
reconhecendo o membro contralateral como 
sendo seu. Podem ter também dificuldades em 
reconhecer os dedos e os lados direito e 
esquerdo. 
- Causa discalculia, disgrafia, desorientação 
direita-esquerda, agnosia digital e dislexia. 
• Lesão do giro supramarginal: Apraxias. 
- Causa dificuldades em realizar atos como usar 
um materno, uma caneta, uma colher, faca, 
pente…
➡Estereognosia: identificação de um objeto pelo 
tato. 
➡Astereognosia: incapacidade de identificar um 
objeto pelo tato, podendo decorrer de lesões nas 
vias sensoriais ou no córtex somestésico parietal. 
• Astereognosias puras ou assimbolia tátil: as vias 
sensoriais estão íntegras, assim, o paciente 
reconhece a forma do objeto mas não o 
identifica. 
Crises temporais: 
- No lobo temporal há áreas relacionadas com a 
memória, sonhos e alucinações. 
- A estimulação dessas áreas pode evocar 
lembranças vividas de fatos passados. 
- Convulsões que afetam essas áreas podem 
suscitar crises em que experiencias quais parece 
experiencias já vividas no passado (“dejà vu”), em 
que o passado se confunde com o presente. 
- Numa crise temporal, o paciente pode continuar 
fazendo o que fazia e ter amnésia para o evento. 
Sistema Límbico e Emoções: (AULA 9)
x

Sistema Límbico e Emoções: 
❖ Sistema Límbico: envolve o lobo límbico, o 
tálamo e hipotálamo. 
• Situado na face medial e partes profundas dos 
hemisférios cerebrais. 
• James Papez, 1937. 
• O sistema límbico estaria na gênese do 
processo subjetivo das emoções (lobo 
15
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
límbico) e de suas manifestações viscerais 
(hipotálamo). 
❖ Lobo Límbico: estrutura cortical com formato de 
ferradura, dispõe-se em torno das estruturas 
interhemisféricas centrais, como o corpo caloso e o 
diencéfalo. 
‣ Formado pelo giro do cíngulo, istmo do cíngulo, 
giro parahipocampal, úncus e hipocampo. 
‣ É filogeneticamente muito antigo, presente em 
todos os vertebrados. 
❖ Emoções: constituem atividades importantes para 
a defesa da integridade física, busca de alimentos, 
sobrevivência, procriação e perpetuação da 
espécie. 
- As diversas estruturas do sistema límbico unem-se 
formando o Circuito de Papez e a maior parte 
dos impulsos segue a sequência:
a. Giro do cíngulo. 
b. Istmo do cíngulo. 
c. Giro parahipocampal. 
d. Corpo amidaloide, úncus e hipocampo. 
e. Fórnix. 
f. Núcleo mamilar do hipotálamo. 
g. Fascículo mamilo-talâmico. 
h. Núcleos anteriores do tálamo. 
i. Cápsula interna. 
j. Retorna ao giro do cíngulo. 
Psicocirurgias: todas bilaterais. 
➡ Cingulotomia, leucotomia pré-frontal, lesão da área 
septal e ablação temporal anterior. 
- Lobotomia ou leucotomia pré-frontal:
• Fulton e Jacobsen realizaram a lobotomia pré-
frontal em chimpanzés, tendo filmado os animais 
antes e após a cirurgia. 
• Egas Muniz foi o primeiro a tentar em humanos 
e recebeu o Prêmio Nobel de Medicina (Pai da 
Psicocirurgia humana). 
• A lobotomia pré-frontal reduzia os sintomas de 
depressão e ansiedade, mas causava 
tamponamento psíquico e certa deficiência 
intelectual e requeria craniotomia. Portanto, 
evoluiu para a leucotomia pré-frontal: secção dos 
lobos frontais adiante dos cornos frontais dos 
ventrículos laterais, interrompendo as conexões 
da região pré-frontal com o núcleo dorso-medial 
do tálamo. Obteve resultados clínicos 
semelhantes ao da lobotomia, mas era uma 
cirurgia menor, que não requeria craniotomia. 
‣ Histórico:
- Possuiu ampla disseminação técnica, 
principalmente nos EUA. 
- Presidiários perigosos ganhavam a liberdade 
após a leucotomia pré-frontal. 
- Congresso Mundial de Neurocirurgia em 
Tóquio (1971): grande manifestação contra as 
psicocirurgias. portanto, as intervenções 
psicocirurgicas foram banidas da 
terapêutica humana, somente podendo ser 
realizadas para pesquisas mediante aprovação 
pela Comissão de Ética em Pesquisa. 
- Cingulectomias e Cingulotomias:
• Cingulectomias: ablação do giro do cíngulo em 
animais agressivos, tonando-os dóceis. 
• Cingulotomia: secar das fibras do fascículo do 
cíngulo com radiofrequência, foi usada em 
humanos para tratamento de ansiedade, 
depressão e dores devido à metástases. 

Memória, Intelecto, Amnésias, Demências: (AULA 10)
Memória: 
✤ O registro de fatos vivenciados, retenção na 
memória e evocação dependem do interesse, 
particularmente dos correlatos afetivos e 
emocionais. 
➡ Memória imediata: breve, usada no dia a dia para 
os afazeres diários.
➡ Memória tardia: para eventos passados, 
guardadas em circuitos sinápticos. 
16
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
Amnésia: 
- Um TCE pode provocar um período de 
inconsciência, durante o qual nada registra em sua 
memória. 
1. Amnésia retrógrada: relativa aos fatos anteriores 
ao evento (TCE). 
2. Amnésia anterógrada: relativa aos fatos após o 
evento. Geralmente é fixa e quando superior a 24 
hrs, associa-se à maior incidência de convulsões 
tardias. 
❖ Síndrome de Korsakoff: comum em alcoólatras 
crônicos. Síndrome associada à deficiência de 
tiamina levando à amnésia, perda de orientação 
temporal, preenchendo lacunas da memória 
recente com fatos antigos (confabulação). 
Intelecto: 
๏ A inteligência, julgamento e atenção dependem de 
fatores biológicos e do grau de desenvolvimento 
educacional e cultural de cada pessoa. 
- Essas funções geralmente são afetadas com lesões 
cerebrais difusas. 
➡ Inteligência: capacidade de aprender, apreender 
ou compreender. 
• Manifesta-se pela capacidade de captar as 
relações entre as partes de um conjunto de 
elementos, de elevar-se do concreto para o 
conceitual, de abstrair, raciocinar, prever 
consequências, ponderar sobre uma situação e 
solucionar problemas. 
➡ Julgamento: capacidade de avaliar, apreciar, 
opinar. Depende da inteligência e da personalidade 
e afetividade da pessoa. Deficiências de julgamentocausam perdas da autocrítica, ingenuidade e 
credulidade. 
➡ Atenção: é importante para que o indivíduo possa 
manter-se absorto numa determinada atividade 
(atenção específica) ou para que perceba um 
estímulo qualquer (atenção global). 
- Testes de inteligência para avaliar o QI:
• Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS): 
usado para avaliar o quociente de inteligência 
(QI). 
- Mede o QI verbal, o não verbal e o QI total em 
pessoas maiores de 16 anos. 
• Mini Exame do Estado Mental (MMSE): inclui 
orientação temporal, espacial, memória imediata, 
cálculo e atenção, evocação da memória, 
linguagem e desenho. A sua pontuação máxima 
é de 30 pontos. 
1. Orientação temporal (5 pontos):
• Dia da semana (1 ponto). 
• Dia do mês (1 ponto). 
• Ano (1 ponto). 
• Mês (1 ponto). 
• Hora aproximada (1 ponto). 
2. Orientação espacial (5 pontos):
• Local genérico: residência, hospital (1 
ponto). 
• Local específico: andar, setor (1 ponto). 
• Bairro ou rua próxima (1 ponto). 
• Cidade (1 ponto). 
• Estado (1 ponto). 
3. Memória de fixação (3 pontos):
• Repetir: vaso, carro, tijolo (1 ponto para 
cada palavra repetida na primeira tentativa). 
• Em seguida, se o paciente não repetir todas, 
repita até que as 3 palavras sejam 
repetidas, no máximo 5 tentativas. 
4. Atenção e cálculo (5 pontos):
• De 100 subtrair 7, 5x, cada uma valendo 1 
ponto. 
5. Memória de evocação (3 pontos):
• Pedir ao paciente para lembrar as 3 
palavras repetidas anteriormente em 
17
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
Memória de fixação (1 ponto para cada 
palavra lembrada). 
6. Linguagem (8 pontos):
• Nomear objetos: um relógio e uma caneta (2 
pontos). 
• Repetir: nem aqui, nem ali, nem lá (1 ponto). 
• Seguir o comando verbal: pegue este papel 
com a mão direita, dobre ao meio usando as 
duas mãos e coloque no chão (3 pontos). 
• Ler e executar um comando escrito: “feche 
os olhos” (1 ponto). 
• Escrever uma frase simples contendo um 
verbo (1 ponto). 
7. Praxia construtiva (1 ponto):
• Pedir ao paciente copiar um desenho, 
comumente morando-lhe dois pentágonos 
parcialmente sobrepostos. 
• Resultado: a soma dos pontos varia de 0 a 30. 
Pessoas normais (score de 24 a 30 pontos). 
Demência x Retardo mental: 
➡Demência: desordem mental orgânica com perda 
da capacidade mental já adquirida. Distúrbios 
cerebrais cessam perda da capacidade mental. 
• Doença de Alzheimer: causa mais comum das 
demências. 
- 3% das pessoas com mais de 65 anos, 15 a 
20% das pessoas com 80 anos e 47% acima 
de 85 anos. 
- A maioria esporádicos. 
- Apenas 2 a 5% devido à distúrbio genético 
autossômico dominante. 
- Consiste na perda de neurônios no 
complexo hipocampo-amigdaliano e nas 
áreas de associação do córtex cerebral. 
Emaranhados neurfibrilares degenerados, 
contendo proteína tau, placas senis com 
proteína beta-amilóide. 
- Perda progressiva da capacidade cognitiva, 
memória e intelecto. 
- Episódios de agitação. 
• Demências por infartos múltiplos: infartos 
cerebrais múltiplos causam demência 
associada à Síndrome Piramidal (hiperreflexia, 
rigidez espástica, paralisia pseudobulbar). 
• Hidrocefalia comunicante ou a pressão 
normal: Síndrome de Hakim-Adams. 
- Hidrocefalia devido a aracnóide adesiva por 
hemorragia subaracnóideo, meningite. 
- Transito liquórico normal dentro do encéfalo 
até sair do IV ventrículo. 
- Dificuldade no transito pelo espaço 
subaracnóideo para alcançar as granulações 
aracnóides dos seios venosos. 
- Causa deficiência cognitiva, marcha espástica, 
hiperreflexia dos membros inferiores e 
incontinência urinaria. 
• Hidrocefalia obstrutiva ou interna: obstrução 
do transito liquórico no interior do encéfalo 
(tumores de III ventrículo, estenose do aqueduto, 
tumores cerebelares comprimindo o IV ventrículo 
e síndrome de Dandy-Walker - atresia dos 
forames de Magendie e Luscka). 
➡Retardo mental: caracterizado por capacidade 
intelectual subnormal com dificuldades de 
aprendizado, geralmente presente desde o 
nascimento ou os primeiros anos de vida. Os 
desenvolvimento mental é insuficiente, não 
atingindo um nível normal. 
Avaliação da visão e campimetria: (AULA 11) 
- Os raios luminosos oriundos do meio ambiente atravessam a película de lágrima que recobre a córnea, o humor 
aquoso, o cristalino, humor vítreo e são captados onde há receptores para estímulos luminosos. 
- A parte óptica da visão inverte as imagens, fazendo com que os objetos situados acima do ponto de fixação 
incidam sobre a parte inferior da retina. 
Parte neurológica da visão: 
• Fotorreceptores (cones e bastonetes) da retina: transformam os estímulos luminosos em elétricos, 
que transitam por nervos e núcleos e alcançam o córtex visual no lobo occipital. 
18
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
➡Estímulos nervosos oriundos das hemirretinas inferiores: transitam pela parte inferior dos 
nervos ópticos (II par), fazem relê nos corpos geniculados laterais do tálamo, prosseguem pela parte inferior 
das radiações ópticas genículo-calcarinas (lobo temporal) e terminam no lábio inferior da fissura calcarina 
(lobo occipital). 
➡Estímulos nervosos oriundos das hemirretinas superiores: transitam pela parte superior dos 
nervos ópticos (II par), do quiasma óptico, dos tratos ópticos, fazem relê nos corpos geniculados laterais do 
tálamo, prosseguem pela parte superior das radiações ópticas genículo-calacrinas (lobo parietal) e terminam 
no lábio superior do sulco calcarino (lobo occipital). 
➡Estímulos nervosos oriundos das hemirretinas esquerdas: transitam pelo lado esquerdo dos 
nervos ópticos (II par). No quiasma óptico, os estímulos oriundos do olho direito decussam, juntam-se aos 
oriundos do olho esquerdo e seguem pelo trato óptico esquerdo, corpo geniculado lateral do tálamo esquerdo 
e lobo occipital esquerdo. 
- Lesões tóxicas do nervo óptico geralmente provocam perda do campo visual central do olho afetado. Lesão 
completa do nervo óptico provoca cegueira do olho. 
Teste de campimetria: 
❖ Quando olhamos para qualquer imagem, dirigimos os dois olhos num 
ponto dessa imagem ou objeto, que é o ponto de fixação. 
❖ Na campimetria visual por tela plana ou tela tangente, o paciente olha 
com um dos olhos para um ponto no centro da tela. O outro olho fica 
vendado. A campimetria examina um olho por vez. 
❖ O objetivo desse teste é apresentado em vários pontos da tela. 
❖ O resultado é transcrito para duas folhas de papel e mostra o que o 
paciente viu com um olho e com outro. 
❖ Se o paciente não vê o objeto quando é apresentado no lado esquerdo 
da tela, diz-se que tem hemianopsia homônima esquerda. Isso resulta 
de uma lesão retroquiasmática direita, por exemplo, uma lesão cerebral 
esquerda. 
✓ Lesão cerebral direita: hemianopsia 
homônima esquerda com perda do 
campo visual contralateral à lesão 
cerebral. 
✓ Lesão parietal direita: o paciente 
pode perder o campo de visão no 
quadrante inferior esquerdo do campo 
visual (quadrantanopsia homônima 
inferior esquerda). 
✓ Lesão temporal direita: paciente poderá perder o campo de 
visão no quadrante superior esquerdo do campo visual (quadrantanopsia homônima superior esquerda). 
- Se o paciente desenvolve um tumor de hipófise 
centralizado, ao crescer, comprime a parte inferior central do 
quiasma óptico, causando uma perda de visão nos 
quadrantes superiores temporais (laterais). A medida que ele 
cresce, causa uma hemianopsia bitemporal, começando 
então a comprometer a visão nasal (medial) e podendo levar 
à cegueira. 
19
Tela tangete ou plana. 
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
Campimetria por confrontação digital: 
a) Na campimetria visual por confrontação digital, o médico e o paciente ficam frente a frente, olhando para o 
olho aberto do outro. 
b) O médico fecha o olho esquerdo e o paciente fecha o olho direito. 
c) À meia distância dos olhos, fica o plano de teste onde o médico mostra um ou dois dedos da mão direita e um 
ou dois da mão esquerda. Os dedos de cada mão devem ficam diametralmente opostos e equidistantesda linha inter-ocular. Os dedos devem ficar no plano de teste, e não escondidos um atras do outro. 
d) Testa-se todas as posições. 
- Essa forma de campimetria só serve para detectar lesões grandes e densas, como encontrados na clínica geral 
(AVC, TCE…) e não para detectar escotomas. 
Acuidade visual: 
- Testada com vícios de refração corrigidos com seus óculos. Distúrbios na parte óptica da visão são da alçada 
do oftalmologista. 
Inervação pupilar: (AULA 12)
Estruturas: 
- Íris: circulo colorido, opaco e tua como o diafragma 
de uma maquina fotográfica, impedindo a 
passagem de luz. 
- Pupila: abertura central existente na íris e que 
permite a passagem de luz. 
• Parece preta, mas na verdade é incolor e 
transparente, pois é um orifício da íris. Vemos através 
dela, o interior do olho, que é uma câmara escura. 
Fenômeno dos olhos vermelhos: 
‣ Quando se ilumina o olho da pessoa com uma luz 
intensa e instantânea, a pupila parece 
avermelhada, pois vemos a retina. 
‣ As máquinas fotográficas modernas disparam um 
flash inicial para fazer as pupilas contraírem e evitar 
os olhos vermelhos. 
‣ Logo em seguida dispara um segundo flash para 
iluminar o ambiente e fotografar. 
Reflexo motor pupilar: 
- Via aferente: nervo óptico (II par). 
- Via eferente: nervo óculo-motor (III par) 
bilateralmnete. 
๏ Lesão no nervo óptico direito:
• Iluminação do olho direito cego: ausência de 
resposta pupilar. 
• Iluminação do olho esquerdo funcional: ambas 
pupilas contraem. 
Reflexo fotomotor pupilar: 
❖ Nervos ópticos funcionais, os núcleos dos III nervos 
serão estimulados. 
- Lesão do nervo óculo-motor direito: pupila direita 
não contrai. 
- III nervo esquerdo normal: pupila esquerda contrai. 
- O nervo óculo-motor está próximo ao úncus na face 
medial do lobo temporal (posição estratégica para 
denunciar lesão expansiva). 
• A compressão do III nervo sinaliza lesão 
expansiva graças à sua posição estratégica. 
• Sinais de lesão do III nervo esquerdo: midríase 
do olho esquerdo, prose palbebral esquerda e 
ausência de adução do olho esquerdo. 
20
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
Pupila: 
- São circulares, simétricas e tem bordas 
regulares. 
• Podem possuir discretas assimetrias de até 0,5 
mm (normal). Assimetrias maiores requer 
investigação. 
- Os músculos que promovem a contração pupilar 
são inervados pelo sistema nervoso autônomo 
(simpático e parassimpático). 
❖ Músculo constritor da pupila: possui fibras 
circulares, inervavas pelo sistema 
parassimpático, mediadas pelo nervo ocular 
comum e sua contração causa miose. 
❖ Músculo dilatador da pupila: possui fibras 
radiadas e inervavas pelo sistema simpático, 
cuja origem fica na periferia da íris e a inserção 
na periferia da pupila e cuja contração causa 
midríase. 
- O reflexo pupilar à luz ou reflexo fotomotor pupilar é 
uma reação de adaptação à luz. 
• Se uma dos olhos for exposto à luz, ambas as 
pupilas contraem igualmente e continuam 
simétricas. 
• A luz chega na retina —> II nervo —> núcleos 
Edinger-Westphal no mesencéfalo —> III nervo 
—> gânglio colar —> músculo constritor da 
pupila —> miose. 
Lesão do III nervo: 
✓ Paralisia do músculo constritor da pupila levando à 
dilatação pupilar (midríase). 
✓ Perda ipsilateral do reflexo fotomotor. 
✓ Perda de adução: paralisia do músculo reto medial. 
✓ Ptose palpebral: paralisia do músculo elevador da 
pálpebra. 
✓ Paralisia de outros músculos.
‣ Importância diagnóstica da lesão do III nervo: as 
pupilas e o reflexo fotomotor são sempre avaliados 
com lesões intracranianas. As pupilas são 
rigorosamente vigiadas quando se suspeita de 
alguma lesão intracraniana expansiva (ex: 
hematoma extradural). 
Reflexo pupilar à acomodação: 
- As pupilas também se contraem quando se olha 
para um ponto próximo, trata-se da acomodação à 
distância. 
- Na prática clínica, é pouco usado, particularmente 
em pacientes trovosos ou comatosos, por ser de 
difícil realização. 
Lesão simpática: síndrome de Horner. 
- Síndrome de Horner ou Síndrome de Claude 
Bernard Horner manifesta-se ipsilateralmente à 
lesão simpática causando:
✓ Miose. 
✓ Ptose palpebral discreta: paralisia do músculo 
tarsal. 
✓ Anidros (falta de sudorese). 
✓ Pele quente e rósea: vasodilatação arterial 
tegumentar de pele e mucosas. 
Reação de Alarme de Cannon: (AULA 13) 
- Descrita por Walter Cannon. 
- Resulta da ação dos sistema nervoso simpático, 
preparando o indivíduo a ficar ou fugir. É uma 
recado geral, difusa e inespecífica. 
- A estimulação simpática da medula da glândula 
suprarrenal provoca a descarga de adrenalina na 
circulação e é levada para todo o corpo 
provocando:
21
Inervação pupilar. 
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
✓ Dilatação dos brônquios. 
✓ Taquipnéia e polipnéia. 
✓ Taquicardia, aumento do volume sistólico e do 
débito cardíaco. 
✓ Aumento da pressão arterial. 
✓ Gliconeogênese. 
✓ Vasodilatação arterial dos músculos esqueléticos. 
✓ Vasoconstrição tegumentar (pele e mucosas) e 
do trato digestivo, deixando mais sangue 
disponível para os músculos. 
✓ A pele fica pálida e fria. 
✓ Sudorese fria. 
✓ Piloereção. 
✓Midríase. 
✓ Elevação das pálpebras superiores por contração 
dos pequenos músculos tardias (descobrindo as 
pupilas midriáticas). 
- Embora a Síndrome de Horner seja frequentemente 
referida como sendo rara, na realidade ela não é 
rara. 
Movimentos oculares: (AULA 14)
- Os olhos ficam dentro das órbitas, estruturas 
ósseas cranianas. As órbitas possuem formato 
cônico, com o ápice situado póstero-mediamente. 
Suas paredes mediais são paralelas ao plano 
sagital e as paredes laterais formam um ângulo de 
45 graus com o plano sagital. 
Versões:
- Os movimentos conjugados dos olhos no 
mesmo sentido são chamados de versões:
❖ Dextroversão: os dois olhos movimentam-se 
para a direita. 
❖ Sinistroversão: os dois olhos movimentam-se 
para a esquerda. 
❖ Supraversão: os dois olhos movimentam-se 
para cima. 
❖ Infraversão: os dois olhos movimentam-se para 
baixo. 
❖ Incicoversão: os dois olhos giram para dentro. 
❖ Excicloversão: os dois olhos giram para fora. 
Vergências:
- Nas vergências, os olhos giram em sentidos 
contrários. 
❖ Convergência: o direito gira para a esquerda e 
o esquerdo gira para a direita. 
❖ Divergência: o direito fira para a direita e o 
esquerdo gira para a esquerda. 
Duções:
- As duções referem-se aos movimentos de um 
olho:
❖ Adução: o olho gira para dentro. 
❖ Abdução: o olho gira para fora. 
❖ Supradução: o olho gira para cima. 
❖ Infradução: o olho gira para baixo. 
❖ Inciclodução: o olho tomba para dentro (a 
parte superior do meridiano vertical inclina-se 
mediamente num eixo ântero-posterior). 
❖ Exciclodução: o olho tomba para fora. 
➡ Ânulo de Zinn: preso ao periósteo do interior do 
forame óptico, onde se ancoram 5 a 6 músculos 
que movimentam o olho. 
• Apenas o músculo oblíquo inferior não tem sua 
origem no ângulo de Zinn. 
Músculos que movimentam o olho:
- Há 6 músculos que movimentam o olho:
✓ Reto medial (III nervo). Só aduz. 
✓ Reto superior (III nervo). 
✓ Reto inferior (IIII nervo). 
✓ Oblíquo inferior (III nervo). 
✓ Oblíquo superior (IV nervo ou nervo troclear). 
✓ Reto lateral (VI nervo ou nervo abducente). Só 
abduz. 
22
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
- Os músculos reto medial só faz adução e o reto 
lateral só faz abdução. 
- Os outros 4 músculos são chamados de músculos 
verticais dos olhos e podem provocar movimentos 
diversos nos olhos, dependendo da posição. 
Centros oculares:
- Centro ou campo ocular frontal (área 8): 
estimulação da área 8 direita faz os olhos 
deslocarem para esquerda. 
• ex: convulsão focal envolvendo o comparo ocular 
frontal direito faz os olhos deslocarem para a 
esquerda. 
• Lesão (por AVC ou tumor) no campo ocular 
frontal direito faz os olhos desviarem para o lado 
direito (lado da lesão frontal). 
Reflexo óculo-cefálico:
- Olhos de boneca. 
‣ Lesão do III nervo direito: olho direito não aduz.
‣ Lesão do nervo IV direito: olhodireito não abduz. 
‣ Lesão mesencefáica envolvendo os núcleos III 
bilateralmnete: perda de adução de ambos os 
olhos. 
‣ Lesão do FLM direito: o olho direito não aduz nesse 
teste, aduz somente à convergência. 

Nervos cranianos: (AULA 15) 
Nervo olfatório (I par): 
- Células olfativas na mucosa nasal superior. 
- Cerca de 20 nervos olfativos de cada lado entram 
no crânio através dos orifícios da placa cribriforme 
do osso etmoide, terminando no bulbo olfativo. 
- Nos bulbos olfativos originam-se os tratos olfativos 
que bifurcam em um aramo medial que termina nas 
áreas parolfativa e subcalosa e um ramo lateral que 
termina no úncus do giro hipocampal. 
- Teste: borracha, café, chá, cigarro. 
Nervo óptico (II par): 
- Fotorreceptores: cones e bastonetes. 
- Trajeto:
a. Nervo óptico. 
b. Quiasma óptico. 
c. Tratos ópticos. 
d. Corpos geniculados laterais do tálamo. 
e. Tratos geniculados-calcarinos. 
f. Lobos occipitais. 
Nervo óculo-motor (III par), nervo troclear 
(IV par) e nervo abducente (VI par): 
- Controle da pupila e de movimentos oculares (já 
explicados). 
Nervo trigêmeo (V par): 
- O nervo trigêmeo tem duas divisões, uma motora e 
uma sensitiva:
❖ Divisão motora: fibras que transitam com o 
ramos sensorial mandibular (V3) e supre os 
músculos:
- Mastigatóros: masseter, temporal, pterigoideos 
interno e externo…
- Músculo tensor do tímpano. 
- O núcleo motor do V nervo localiza-se na 
ponte. 
❖ Divisão sensitiva: 
- Gânglio de Gasser ou semilunar:
• Localizado no cavo trigeminal, na face super 
da pirâmide do osso temporal. 
• Formado pelos corpos celulares dos 3 
ramos ou divisões sensoriais do trigêmeo: 
23
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
nervo oftálmico (V1), nervo maxilar (V2) e 
nervo mandibular (V3). 
• Responsáveis pela inervação sensorial geral 
da metade anterior da cabeça. 
- Núcleos sensoriais do nervo trigêmeo: são 
vários e localizam-se no mesencéfalo, ponte, 
bulbo e parte proximal da medula cervical. 
Nervo facial (VII par): 
- Nervo misto que supre diversas estruturas:
• Músculos da mímica facial. 
• Músculo estapédio. 
- O nervo facial leva as fibras do nervo intermediário 
de Wrisberg: 
• Sensibilidade gustativa e geral. 
• Glândulas salivares e lacrimal. 
➡ Músculos da mímica facial:
✓ Músculo frontal: eleva as sobrancelhas, puxa o 
couro cabeludo para frente causando 
enrugamento transversal da pele da fronte.
✓ Músculo occipital: puxa o couro cabeludo para 
trás. 
- Os músculos frontal e occipital, juntamente 
com a gálea aponeurótico em que se inserem, 
forma o epicrânio ou músculo fronto-occipital. 
✓ Músculo orbicular dos olhos: esfíncter das 
pálpebras, fecha os olhos. 
✓ Músculo corrugador: puxa as sobrancelhas 
mediamente, produz rugas verticais (“cara de 
bravo”). 
✓ Músculo compressor do nariz. 
✓ Músculo dilatador das narinas. 
✓ Músculo orbicular da boca: fecha os lábios 
(“biquinho”). 
✓ Músculo bucinador: comprime as bochechas 
contra os dentes. 
✓ Músculo risório: puxa os ângulos da boca 
lateralmente. 
✓ Músculo depressor do labio inferior. (“chiii”). 
✓ Músculo mentoniano: eleva o lábio inferior. 
✓ Músculo elevador do ângulo da boca ou 
músculo canino: eleva o ângulo da boca 
mostrando os dentes caninos. 
✓ Músculo platisma: puxa para baixo os lábios 
inferiores e enruga a pele do pescoço. 
➡ Músculo do estapédio, no ouvido médio: o 
estapédio ou estribo é o terceiro ossíulo do ouvido 
médio e faz contato com a janela oval da cóclea. 
• Em ambiente ruidoso, o músculo contrai 
atenuando a intensidade do estímulo auditivo. 
- Funções sensoriais e passimpáticas do VII nervo:
‣ Sensibilidades gustativas dos 2/3 anteriores da 
língua. 
‣ Sensibilidade exteroceptiva de um aparte do 
conduto auditivo externo, membrana timpânica e 
pele da orelha. 
‣ Fibras parassimpáticas para as glândulas 
salivares submaxilar e sublingual e para glândula 
lacrimal. 
Nervo vestibulo-coclear (VIII par): 
- Divisões:
• Coclear (audição): cóclea ou caracol. 
• Vestibular (equilíbrio): canais semicirculares, 
útriculo e sáculo. 
- Os receptores estão no interior do labirinto 
membranoso, que contém endolinfa. 
- Nervo coclear: audição. 
• O som é captado pela membrana timpânica e as 
vibrações desta são transmitidas pelos 
ossículos (martelo, bigorna e estribo) para a 
janela oval do ouvido interno (cóclea).
• O receptor é o órgão de Corti que possui 
células ciliadas sensíveis à vibração da 
endolinfa. 
• O estímulo nervoso é transmitido pelo nervo 
coclear para os núcleos cocleares no bulbo. 
• Dos núcleos cocleares, os impulsos nervosos 
seguem pelos leminiscos laterais até os 
colículos inferiores, seguindo para o corpo 
geniculado medial do tálamo até alcançarem o 
córtex auditivo ipslateral situado na superfície 
superior dos lobos temporais (Giro de Heschl, 
área 41 de Brodmann). 
• Há amplas conexões entre as vias auditivas dos 
dois lados do troco encefálico. 
• Prova de Weber: feita com o diapasão. 
24
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
- Nervo vestibular (equilíbrio):
• 3 canais semicirculares (lateral, superior e 
posterior), em planos perpendiculares entre si. 
Cada canal apresenta uma dilatação chamada 
ampola, que abriga a crista ampolas, com células 
ciliadas sensíveis aos movimentos da endolinfa. 
• A movimentação da cabeça é detectada pelos 
canais semicirculares. 
• Os nervos vestibulares terminam nos núcleos 
vestibulares na parte proximal do bulbo e distal 
da ponte. 
• Distúrbios do sistema vestibular causam 
desequilíbrio e vertigem, em que os objetos 
parecem girar (nistagmo), geralmente 
associados à náuseas. 
Nervo glossofaríngeo (IV par): 
- Glândula parótida (salivar). 
- Sensibilidade gustativa do terço posterior da 
língua. 
- Músculo estilofaríngeo que eleva o palato mole. 
- Sensibilidade exteroceptiva para as porções do 
conduto auditivo externo. 
- Reflexo faríngeo ou do vômito: usando uma 
espátula, estimula-se a base da língua, parede 
faríngea posterior, o que causa retração da língua, 
elevação e constrição da musculatura faríngea. 
Nervos glossofaríngeo e vago.
Nervo vago (X par): 
- Juntamente com o IX par, supre músculos da 
deglutição. 
- Supre os músculos intrínsecos da laringe. 
- É o maior nervo parassimpático. Inerva as vísceras 
torácicas e cerca de metade das vísceras 
abdominais. 
Nervo acessório espinhal (XI par): 
- Supre dois músculos:
• Músculo esternocleidomastóide: origens no 
esterno e clavícula e inserção na mastoíde. Flete 
a cabeça e a gira para o lado oposto. 
• Músculo trapézio em sua parte superior: eleva 
os ombros. 
Nervo hipoglosso (XII par): 
- Supre os músculos intrínsecos e extrínsecos da 
língua. 
• Músculos extrínsecos movem e alteram sua 
forma:
- Músculo genioglosso: puxa a língua para 
afrente. 
- Músculo estiloglosso: puxa a língua para cima 
e para trás. 
- Músculo hioglosso: abaixa a língua. 
• Músculos intrínsecos da língua apenas alteram 
sua forma:
- Músculo longitudinal superior: encurta a parte 
superior da língua, fazendo aponta virar para 
cima. 
- Músculo longitudinal inferior: encurta a parte 
inferior da língua, fazendo a ponta dela virar 
para baixo. 
- Músculo transverso: estreita a língua. 
- Músculo vertical: achata e larga a língua. 
Avaliação do paciente comatoso: (AULA 16)
.

Fisiopatologia da consciência: 
❖ Definição: conhecimento de si e do meio. 
Capacidade de apreciar estímulos sensoriais e 
de conduzir o processo de pensar. 
- Aspectos da consciência:
➡ Estado da consciência: define se está 
desperto ou não, é função do sistema reticular 
ativador ascendente (SRAA), localizado no 
diencéfalo, mesencéfalo e parte rostral da ponte 
(rostral: cefálica, superior e anterior). 
✓ O SRAA faz o indivíduo acordar. 
✓ O SRAA ativa o córtex cerebral. 
✓ Essa parte do sistema reticular foi chamada de 
ascendente, porque ativa estruturas 
superiores, que estão no telencéfalo. 
25
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
- Lesões do SRAA causam estado comatoso, 
que pode ser superficial ou profundo.• Superficial: indivíduo, quando estimulado, 
continua torposo e não desperta totalmente, ao 
contrário de um indivíduo normal, que quando 
estimulado, desperta normalmente. 
➡ Conteúdo da consciência: compreende o 
conjunto das atividades mentais e afetivas da 
pessoa ou do animal, é função do córtex 
cerebral. 
- Lesões difusas e bilaterais do córtex 
cerebral causam o estado vegetativo, em que 
o indivíduo apresenta estados de sono 
alternados com estados de “vigília”, em que 
abre os olhos. 
‣ Paciente abre os olhos, mas sua 
consciência é vazia, sem atividades mentais 
ou afetivas. 
‣ O estado vegetativo também é cochilo pela 
expressão “coma Vigil”.
❖ Estado comatoso: há varios graus (Escala de 
Glasgow). 
❖ Estado vegetativo: inicialmente completo, 
podendo recuperar-se paulatinamente. 
➡Quando o paciente sofre uma lesão grave difusa, 
frequentemente está comatoso inicialmente. Com a 
recuperação do SRAA, apresentará períodos de 
sono e de despertar. 
- Lesão encefálica grave e difusa:
• Inicialmente comatoso devido à lesão do sistema 
reticular. 
• O sistema reticular, estrutura mais antiga, 
recupera-se antes do córtex cerebral. 
• Com a recuperação do sistema reticular, 
apresentará períodos de sono e de despertar. 
• O estado vegetativo será percebido nos períodos 
em que está desperto. Geralmente, esvanece 
paulatinamente, mas poderá persistir. 
- Estado vegetativo grave:
• O estado vegetativo pode ser breve, duradouro 
ou permanente. 
Analogia com um microcomputador: 
- O SRAA seria comparado com a fonte de energia 
(regulador de voltagem):
‣ Se desligar, o computador apaga. 
‣ Quando ligado, o computador carrega as memórias 
RAM, ROM e de massa (HD) são ativadas. 
‣ Se a fonte de energia quebrar, o conteúdo do 
computador ficará indisponível, embora guardar e 
com a tela apagada: estado comatoso. 
- O córtex cerebral seria comparado às memórias 
do microcomputador:
‣ As memórias RAM, ROM e de massa (HD), atuariam 
como o córtex cerebral. 
‣ Estando o computador ligado é integro, é possível 
acessar seu conteúdo e lançar novos dados usando o 
teclado. 
‣ Se a memória de massa, memórias RAM e ROM 
estiverem danificados, a tela aparece vazia: estado 
vegetativo. 
Coma: diagnóstico topográfico. 
- Localiza-se a lesão responsável pelo déficit no 
estado de consciência avaliando funções de 
estruturas situadas nas proximidades do sistema 
reticular. 
- Lesões podem ser de qualquer natureza:
26
✓Traumática. 
✓Isquêmica. 
✓Hemorrágica. 
✓Neoplásica. 
✓Farmacológica. 
✓Bioquímica. 
✓Térmica. 
✓Elétrica. 
✓Infecciosa. 
✓Descarga 
cerebral anômala 
(epilepsia). 
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
- Segundo a sistemática de Plum e Posner, quatro 
parâmetros neurológicos são avaliados para se 
estabelecer a topografia da lesão:
1. Ritmo respiratório. 
2. Pupilas. 
3. Movimentos oculares. 
4. Respostas motoras. 
Respiração de Cheyne-Stokes: 
- Fazendo-se 5 inspirações e expirações profundas, 
a queda na pressão parcial arterial de CO2 
provocará apenas uma breve apneia, inferior a 10 
segundos. O cérebro normal provoca respiração 
rítmica devido a um estímulo respiratório frontal. 
- Uma lesão cerebral interrompendo esse estímulo 
respiratório faz com que a respiração só reinicie 
após uma apneia pós-hiperventilação prolongada 
maior de 11 segundos. 
- Lesões cerebrais podem provocar, além da apneia 
pós-hiperventilação, hiperreflexia tendinosa, 
hiperreatividade a estímulos emocionais e 
hiperreatividade respiratória a aumento do CO2 
com hiperventilação. 
➡ Apneia faz o CO2 subir. 
➡ CO2 lato provoca hiperventilação. 
➡ A hiperventilação faz o CO2 sair. 
➡ A queda do CO2 provoca apneia. 
a) Ritmo respiratório com lesão do centro apnêustico 
(pontino distal): respiração apnêustica. 
• Inspirações profundas e prolongadas 
intercaladas com expirações profundas e 
prolongadas. 
 
b) Ritmo respiratório com lesão incompleta do centro 
respiratório no bulbo: respiração atáxica. 
- Movimentos respiratórios irregulares 
intercalados com períodos de apneia. 
 
c) Ritmo respiratório com lesão completa do centro 
respiratório localizado na substância reticular do 
bulbo: apneia. 
• Ausência de movimentos respiratórios 
pulmonares. 
 
Pupilas: 
❖ Pupilas na lesão hipotalâmica: 
• Lesão no centro hipotalâmico simpático 
esquerdo: síndrome de Horner esquerda. 
• Ptose palpebral e miose. 
❖ Pupilas na lesão mesencefálica proximal bilateral:
• Lesão dos núcleos de Edinger-Westphal 
(complexos nucleares III): pupilas arretavas de 
4 a 5mm. 
❖ Pupila na lesão do III nervo esquerdo:
• Midríase, ptose palpebral e perda de adução 
do olho (pupila arreativa). 
❖ Pupila na lesão pontina: por hemorragia pontinha 
hipertensiva, por exemplo. 
• Lesão simpática: pupilas puntiformes, reativas 
à luz. 
Diagnósticos topográficos: respostas motoras. 
- Preensão tônica reflexa. 
- Paratonia e “gegenhalten” (negativismo motor). 
- Hemiplegia e biplegia (lesão piramidal uni ou 
bilateral). 
- Rigidez de decorticação (flexão patológica). 
- Rigidez de descerebração (extensão patológica). 
- Flacidez difusa. 
Coma, compartimentos intracranianos, 
reflexões e pregas da dura-máter: 
- A dura-máter que reveste o encéfalo é formada por 
dois folhetos (interno e externo). 
‣ Externo: acolado à taboa óssea interna. 
27
Catarina Alipio XXII-B Neurologia
‣ Interno: em alguns locais forma reflexões, 
pregas ou septos que dividem o espaço 
intracraniano em compartimentos. 
- O espaço livre delimitado ela borda livre da tenda é 
chamada incisura da tenda ou incisura tentorial. 
- A foice cerebral, se ajusta a fissura inter-
hemisférica, é uma prega falciforme vertical 
mediana, que separa o hemisfério cerebral direito e 
esquerdo. 
• Divide o espaço supratentorial em dois 
compartimentos: direito e esquerdo. 
- A foice cerebelar e o diafragma selar são pregas 
ou reflexões menores. 
- O crescimento das estruturas dentro de um 
compartimento intracraniano devido a uma lesão 
expansiva (hematoma, tumor, abcesso, edema 
cerebral). Empurra-o em direção ao compartimento 
vizinho. 
- A saída de parte do encéfalo do compartimento 
onde normalmente está constitui uma herniação. 
• A herniação causa distorções e compressões 
de estruturas encefálica, de nervos cranianos e 
vasos sanguíneos, comprometendo suas 
funções. 
➡ Herniações laterais: úncus do giro 
parahipocampal através do tentório e giro do 
cíngulo sob a foice. 
➡ Herniação central: lesão cerebral alta próximo à 
linha média. 
- O tentório divide o espaço intracraniano em dois 
espaços: supra e infratentorial. 
Escala de coma de Glasgow: 
- A soma dos valores obtidos resultará no escore 
total (de 3 a 15 pontos). 

H
28
Parâmetro: Melhor resposta: Escore:
Abertura ocular: Espontânea. 4
A estímulos verbais. 3
A estímulos 
dolorosos. 
2
Ausente. 1
Resposta verbal: Orientada. 5
Confusa. 4
Inapropriada. 3
Incompreensível. 2
Ausente. 1
Resposta motora: Obedece 
comandos. 
6
Localiza estímulos 
dolorosos. 
5
Foge dos estímulos 
dolorosos. 
4
Decorticação. 3
Descerebração. 2
Ausente. 1

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