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FACULDADE ANHANGUERA PORTO ALEGRE CURSO DE PSICOLOGIA PSICOTERAPIA INFANTO JUVENIL Profª. Drª. Michelle de Souza Dias TOC TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO Adriana Vitt Caroline Fraga Dayan Golanski Maxilaine Endler Conceitos/Definições Obsessão ● Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes, estereotipadas e de difícil resistência, que são experimentados como intrusivos e inadequados, levando à intensa ansiedade. ● Geralmente são acompanhadas de desconforto, medo, angústia, culpa ou desprazer. Compulsão ● Comportamentos ou atos mentais repetitivos, que o indivíduo se sente compelido a executar como resposta a um pensamento obsessivo, ou tentativa de reduzir a angústia. ● As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade, levando o paciente a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão acompanhada de aflição; ● Nem sempre têm conexão realística com o que desejam prevenir. ● Ambas são reconhecidas como absurdas ou irracionais pelo paciente. ● Insucesso em resistir aos sintomas. Diagnóstico - critérios do DSM V A) Presença de obsessões, compulsões ou ambas. Obsessões são definidas conforme 1 e 2: 1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experimentados em algum momento durante a perturbação, como intrusivos, indesejáveis e que causam acentuada ansiedade ou desconforto na maioria dos indivíduos; 2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação (por exemplo, executando uma compulsão); Compulsões são definidas por 1 e 2: 1.Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. 2. Os comportamentos ou atos mentais visam prevenir ou reduzir ansiedade ou desconforto ou prevenir algum evento ou situação temida. Entretanto, esses comportamentos ou atos mentais ou não são conectados de uma forma realística com o que pretendem neutralizar ou prevenir ou são claramente excessivos. Nota: Crianças pequenas podem não ser capazes de enunciar os objetivos desses comportamentos ou atos mentais Diagnóstico - critérios do DSM V B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental (p. ex., preocupações excessivas, como no transtorno de ansiedade generalizada; preocupação com a aparência, como no transtorno dismórfico corporal; dificuldade de descartar ou se desfazer de pertences, como no transtorno de acumulação; arrancar os cabelos, como na tricotilomania [transtorno de arrancar o cabelo]; beliscar a pele, como no transtorno de escoriação [skin-picking]; estereotipias, como no transtorno de movimento estereotipado; comportamento alimentar ritualizado, como nos transtornos alimentares; preocupação com substâncias ou jogo, como nos transtornos relacionados a substâncias e transtornos aditivos; preocupação com ter uma doença, como no transtorno de ansiedade de doença; impulsos ou fantasias sexuais, como nos transtornos parafílicos; impulsos, como nos transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta; ruminações de culpa, como no transtorno depressivo maior; inserção de pensamento ou preocupações delirantes, como nos transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos; ou padrões repetitivos de comportamento, como no transtorno do espectro autista). Diagnóstico - critérios do DSM V ➢ Especificar se: ➢ Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças do transtorno obsessivo- -compulsivo são definitiva ou provavelmente não verdadeiras ou que podem ou não ser verdadeiras. ➢ Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são provavelmente verdadeiras. ➢ Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são verdadeiras. ➢ Especificar se: Relacionado a tique: O indivíduo tem história atual ou passada de um transtorno de tique. ★ Especificações: CID 10 Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva → F60.5 Transtorno de Personalidade Anancástica. Epidemiologia/Prevalência A prevalência de 12 meses do TOC nos Estados Unidos é de 1,2%, com uma prevalência similar internacionalmente (1,1 a 1,8%). O sexo feminino é afetado em uma taxa um pouco mais alta do que o masculino na idade adulta, embora este seja mais comumente afetado na infância. Obsessões AnsiedadeAlívio Vestibulum congue Compulsões O ciclo do TOC ★ 4 padrões sintomáticos principais: Quadro Clínico/Sintomas ● No comportamento: comportamento compulsivo, comportamento ritualístico, movimentos repetitivos, repetição persistente de palavras ou ações, acumulação compulsiva, agitação, hiperatividade, hipervigilância, impulsividade, isolamento social, repetição sem sentido das próprias palavras ou vício comportamental ● No humor: ansiedade, apreensão, ataque de pânico, culpa ou descontentamento geral ● Sintomas psicológicos: medo, depressão, narcisismo ou obsessões sexuais ● Também é comum: aversão a alimentos, pensamento acelerado, pesadelos ou repetição incessante de pensamentos Pensamento obsessivos recorrentes que causam ansiedade significativa. Sintomas compulsivos; Sintomas excessivos ou irracionais; Alguns comportamentos característicos: ● Lavo as mãos a todo o momento ou de forma exagerada. ● Limpo ou lavo demasiadamente o piso, móveis, roupas ou objetos. ● Tomo vários banhos por dia ou demoro demasiadamente no banho. ● Não toco em certos objetos (corrimãos, trincos de portas, dinheiro, etc.) sem lavar as mãos depois. ● Evito certos lugares (banheiros públicos, hospitais, cemitérios) por considerá-los pouco limpos ou achar que posso contrair doenças. ● Verifico portas, janelas, o gás, mais do que o necessário; Verifico repetidamente o fogão, as torneiras, aparelhos elétricos, interruptores de luz mesmo após desligá-los. ● Minha mente é invadida por pensamentos desagradáveis e impróprios, que me causam aflição e que nem sempre consigo afastá-los. ● Tenho sempre muitas dúvidas, repetindo várias vezes a mesma tarefa ou pergunta para ter certeza de que não vou errar. ● Preocupo-me demais com a ordem, o alinhamento ou simetria das coisas, e fico aflito(a) quando estão fora do lugar. Diagnóstico Diagnóstico Diferencial ➢ Transtornos de ansiedade. ➢ Transtorno depressivo maior. ➢ Outros transtornos obsessivo-compulsivos e transtornos relacionados. ➢ Transtornos alimentares ➢ Tiques (no transtorno de tique) e movimentos estereotipados. ➢ Transtornos psicóticos. ➢ Outros comportamentos do tipo compulsivo. ➢ Transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva. Tratamento ➢ FARMACOLÓGICO Objetivo reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Antidepressivos (amenizar ansiedade). Clomipramida (1ª ESCOLHA; inibidora da recaptação da serotonina) ISRS TERAPIA COMPORTAMENTAL COGNITIVA Terapia breve. Exposições com prevenção da resposta auto-imposta. Visitas domiciliares. Orientação familiar. Acompanhamento terapêutico. Tratamento neurocirúrgicos Tem sido considerado em casos crônicos resistentes aos tratamentos convencionais. Prognóstico ❖ Início súbito mais de 50% dos pacientes, geralmente após evento estressante. ❖ O paciente leva em média 5 a 10 anos para procurar um tratamento. ❖ Na maioria dos casos, há uma melhora parcial dos sintomas e o cursotende a ser crônico (flutuante ou constante). ❖ 1/3 desenvolve transtorno depressivo, e o suicídio é um risco para todos eles. Prognóstico ★ Fatores de bom prognóstico ➢ Idade de início mais tardia; ➢ Menor gravidade dos sintomas obsessivos; ➢ Ausência de transtornos de personalidade pré-mórbida; ➢ Boa resposta inicial à intervenção terapêutica; ➢ curso episódico menor freqüência de transtornos co-mórbidos; ➢ Ausência de doenças psiquiátricas nos pais; ➢ Bom ajustamento social e profissional; ★ Fatores de mau prognóstico ➢ Submissão (ao invés de resistência) às compulsões. ➢ Início na infância. ➢ Compulsões bizarras. ➢ Necessidade de hospitalização https://www.google.com/url?q=http://www.youtube.com/watch?v%3D0ElWtrJ1OBc&sa=D&source=editors&ust=1620952820565000&usg=AOvVaw0_kxN9efYiKDdReBYn8KqG Referências BORDIN, M. Curso clínico e prognóstico do transtorno obsessivo-compulsivo. SII 10 Rev Bras Psiquiatr 2001;23(Supl II):10-2 Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/26373214_Curso_clinico_e_prognostico_do_transtorno_obsessivo-compulsivo APA- Associação Americana de Psiquiatria. Manual de diagnóstico e estatística de doenças mentais – DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1993. CORDIOLI, A. “TOC” Capítulo: DIAGNÓSTICO DO TOC, DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E COMORBIDADES. 2a Edição: Artmed, 2014 HELDTH, ELIZETH; et al. TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO: Perguntas e Respostas. Artigo. UFRGS. KAPLAN, HAROLD I; et al. Compêndio de Psiquiatria: Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 7ª ed. Editora: Artmed. https://www.google.com/url?q=https://www.researchgate.net/publication/26373214_Curso_clinico_e_prognostico_do_transtorno_obsessivo-compulsivo&sa=D&source=editors&ust=1620952821097000&usg=AOvVaw0G65Jqgm5bBfSWSj2Ql5Rt
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