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RESENHA DIRECIONADA - FILME_ESCRITORES DA LIBERDADE

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Prévia do material em texto

Universidade Federal do Ceará 
Departamento Faculdade de Educação 
de Teoria e Prática do Ensino 
 
RESENHA SOBRE FILME “ESCRITORES DA LIBERDADE” 
I. Redijam uma síntese do filme e descrevam três cenas que mais lhes chamaram 
atenção. 
A história do filme “Escritores da Liberdade” a priori já nos causa um impacto por 
ser baseado em fatos reais, e conta a história vivenciada pela professora Erin Gruwell uma 
professora de Língua Inglesa e Literatura recém-formada. E como recém formada ela se sente 
empolgada com seu novo emprego e a ânsia de impactar as vidas dos alunos de forma 
positiva, porém a realidade da escola é totalmente diferente da realidade da professora Erin, 
logo, a mesma se depara com diversos desafios que vão além da sala de aula e com isso a 
professora busca de maneira didática ensinar não somente os conteúdos aos alunos, mas 
transformar a vida deles por meio da educação. Para resumir o filme, busquei separa-lo por 
etapas e assim conseguir abranger as temáticas abordadas pelo filme. 
A primeira parte - Erin em uma nova realidade: Ela chega em uma escola da 
periferia, em Long Beach, Califórnia (Los Angeles), localidade marcada por conflitos de 
gangues divididas por suas etnias (Brancos x Pretos x Latinos) e a dura repressão policial. 
Eram alunos imersos em constante violências, muitos recém saídos de reformatório e sem 
perspectiva de vida (escola ou prisão) . Erin cheia de motivação ainda se depara com uma 
gestão no qual não se importa com a mudança de vida dos alunos e que já procura a 
desmotivação da própria Erin. E já nessa primeira parte uma das cenas que me chamou a 
atenção foi a “dominância territorial” da sala de aula, onde os conflitos existentes no externo 
da escola era visto nitidamente na forma como os alunos se espacializavam dentro da sala, 
formando “ilhas” de acordo com suas gangue ou com suas afetividades, que em determinado 
momento do filme ela descontrói afim de criar novas relações (“fronteiras novas”) entre eles. 
A segunda parte - Erin e suas relações familiares: Erin está imersa em uma 
realidade violenta presente em sua profissão e quase sem saída vendo todos os 
acontecimentos dentro de sala e a desmotivação por parte da gestão escolar, ela ainda se 
depara com a repreensão paterna com sua desaprovação e desvalorização de sua profissão, 
bem como a pressão misógina de que a mulher deveria estar “gastando” suas energias para 
o seu marido, além disso ela enfrenta uma grande crise em seu casamento, pois, seus 
esforços em mudar a realidade dos alunos estava impactando diretamente na sua vida 
pessoal. 
A Terceira parte - Erin começa a entende-los e a encontrar pontos que os 
semelham: Mesmo enfrentando tais pressões na sua vida pessoal, Erin traz à tona a realidade 
vivida das meninas da escola, na qual vivenciam uma realidade do machismo um tanto 
Didática I 
2 
 
violenta, enquanto Erin era reprendida e pressionada, as alunas sofriam de violência física, o 
que de certa forma nos mostra uma crítica (mesmo que sucinta) da realidade vivenciadas 
pelas mulheres no contexto da educação. No âmbito do ensino, a professora procurou a 
utilização de Rap de 2Pac com finalidade de ensinar literatura a partir dela. Nisto temos outra 
cena que é uma das mais impactantes do filme, é uma cena de confronte de realidades, a da 
mulher branca com as dos jovens iniciada por um ataque de Bullying, ela compara as gangues 
aos nazistas e mostra como essa divisão pode ser brutal, doentia e desnecessária. Com isso, 
a cada confronto feito aos alunos ela vai conhecendo-os e percebendo que aquilo que os 
difere e justamente o que os aproxima, e uma pergunta marcante foi “quem aqui já foi alvo de 
bala?” e quase todos os alunos levantaram a mão. Ela poderia de certo modo “ignorar” as 
necessidades dos alunos, mas ao invés disso ela busca meios de motiva-los aos estudos. 
Ainda nessa mesma perspectiva, outra cena que é a mais memorável do filme é a dinâmica 
da linha no chão onde ela consegue mostrar a eles o que ela mesma já havia percebido, que 
as brigas só geravam dor e que afetava a todos igualmente. E eles perceberam isso quando 
ela começou a perguntar “quantos amigos você já perdeu para as brigas de gangues?” e 
quanto mais o número de amigos ia aumentando mais os alunos viam que a dor era causada 
de forma geram nos outros e eles compartilhavam da mesma dor. 
E a Quarta e última parte - Erin como agente transformador da realidade dos alunos: 
Ela passa a se preocupar em com a educação dos alunos e passa criar métodos para atrair 
a atenção dos alunos, nisso cria os diários onde os alunos poderiam escrever a própria história 
e ela poderia só deixar as histórias no armário, mas se empenhou em ler as histórias e 
“navegar” nas vidas dos alunos. As realidades são cruéis, sanguinárias, violentas. Ela leva os 
alunos e excursões para conhecer o museu de história da Segunda Guerra Mundial e os 
alunos puderam ver o que foi a crueldade nazista e a se verem na dor de muitos que sofreram 
naqueles tempos. Ainda tiveram a oportunidade de conhecer sobreviventes dessa época, o 
que cativou os alunos pois eles estavam imersos na história. 
Ao fim do filme as histórias de todos se juntaram e já não são mais os mesmo, um 
garoto ao brindar a sua historias conta que perdeu tudo mas na escola se sentia em casa e 
todos se abraçam e nesse momento o filme nos mostra que a educação quebra barreiras, o 
que antes era dor agora é união e isso foi por que uma professora resolveu agir e mudar a 
realidade dos alunos. E isso é muito forte para nós que estudamos licenciatura pois na frente 
da sala de aula somos professores, mas para os alunos podemos ser agentes de 
transformação. 
 
Didática I 
3 
 
 
II. Relacionem essas três cenas com o conteúdo da Unidade 2. 
Quando pensamos em contextualizar o filme" Escritores da Liberdade " com 
conteúdo presente na unidade 2, nos deparamos com a relação professor e aluno presente 
na unidade, levando em consideração o pensamento de Bruner sobre o teor culturalista na 
educação, entendemos que o aluno ele consegue interpretar as evidências culturais no qual 
o mesmo está inserido, e pensando na cena do filme evidenciada acima conseguimos 
identificar tal pensamento quando os alunos ao serem questionados pela professora sobre as 
problemáticas que os mesmos vivenciavam no eu cotidiano, eles tinham o entendimento de 
como se organizava as relações sociais do seu bairro sobre as gangues existentes no 
território, os conflitos étnicos-raciais, bem como os mesmos evidenciavam as fragilidades 
existentes em nessas relações. No mais podemos enxergar durante o processo de ensino-
aprendizagem da professora em relação aos alunos que a mesma ao se deparar na 
defasagem do conhecimento de Literatura e história dos alunos, a mesma não se deteve 
somente ao conteúdo, mas buscou uma aproximação do conteúdo com o cotidiano dos 
alunos. Concordando assim com Bruner (2001), que nos fala: 
são duas as concepções sobre o funcionamento da mente: “computacionalíssimo” e 
culturalismo. A primeira defende o argumento de que o Homem processa informações, 
como se fosse um computador, uma vez que elas estão dispostas num código 
linguístico compreensível para aquele. A missão do professor é fornecer aos 
estudantes dados para que eles executem os comandos cerebrais pertinentes e 
aprendam. A segunda explicação evidencia a capacidade que o Homem tem de 
simbolizar e interpretar, uma vez que ele pertence a uma comunidade que produz 
cultura. Dessa forma, a aprendizagem e o pensamento não são processos mecânicos, 
idênticos para todas as pessoas, mas são atividades peculiares, diretamente 
vinculadas ao desenvolvimento de cada uma delas num contexto particular, motivo 
pelo qual os significados de um mesmo objeto, acontecimento podem (e costumam) 
ser diversos para vários indivíduos. (Bruner, 2001, p. 15-19 apud. BARGUIL, 2020 p. 
62 – 63) 
 
Podemos perceber que os alunosentendiam a sua realidade , nisto entendemos 
que os mesmos já apresentavam uma carga de conhecimento empírico no qual era nítido que 
tanto a gestão, quanto outros professores a ignoram criando assim uma barreira na 
aprendizagem do aluno. Vemos na unidade 2 o quão importante é a relação entre professor 
e aluno, que parte de uma conexão tênue, logo, se o professor não buscar captar de maneira 
empática a realidade do aluno e seu contexto social afim de contextualizar os conteúdo com 
tal realidade, o aluno não ver funcionalidade do conteúdo e assim não haverá impacto na 
educação desse indivíduo. 
Nessa perspectiva, o professor tem grande influência na dinâmica da sala, nas 
interações que nela ocorrem, motivo pelo qual é indispensável que ele abandone a atitude de 
Didática I 
4 
 
conferencista, de divulgador de um conhecimento que só ele possui, e assuma a 
responsabilidade pela proposição de atividades que desafiem os seus pupilos a se 
expandirem em todas as dimensões. 
Para que isso ocorra, o docente precisa considerar o contexto social em que o corpo 
discente vive, permitindo que esse atinja níveis mais complexos de entendimento da 
dinâmica social, permeada que é, no caso do Brasil, por inúmeras contradições e 
injustiças, as quais não são acontecimentos naturais, mas históricos, sendo passíveis 
de transformação. (BARGUIL, 2020 p. 64) 
Após a professora entendeu o contexto em que o aluno estava inserido e as 
tendências culturais existentes nos vínculos sociais dos mesmos, ela começa a interagir com 
os alunos de uma outra forma trazendo a vinculação de estratégias pedagógicas com o ensino 
de literatura, e nesse momento ocorre um choque de realidades, logo, além de as realidades 
dos mesmos serem diferentes, há um conflito racial existente entre os alunos e a professora, 
porém a professora de forma a não constranger os alunos e tão pouco ignorar as suas 
vivências começa a criar pontes entre a relação dela com os alunos e enfocar tal semelhança 
de realidades com conteúdo visto dentro de sala de aula. Assim contextualizando os 
conteúdos vistos na unidade 2, quando explicitado a problemática da violência simbólica 
dentro da escola traz à tona a ideia da educação transformadora e crítica na qual o professor 
imerso na realidade do aluno enfrenta esses desafios na busca de uma sociedade mais justa 
e no entendimento liberto do aluno no qual além de entender a sua realidade começa a criticá-
la e com isso surge o processo de ensino e aprendizagem. 
Conforme Abramovay (2003), a relação professor-estudante, o centro do processo 
educacional, está bastante deteriorada, desgastada, não somente na escola pública! Os 
jovens da pesquisa reclamaram que: 
i) os professores estão afastados da sua cultura; ii) os seus códigos culturais não são 
compreendidos; iii) eles não são escutados; e iv) eles são etiquetados. Eles 
declararam sentir haver um “[...] enorme buraco que os separa dos adultos.”. Por sua 
vez, os professores e os membros do corpo-técnico se ressentem com a falta de 
respeito, ameaças e humilhações proferidas pelo corpo discente. Dessa forma, é fácil 
entender a razão pela qual as relações de confiança são quase inexistentes e por que 
é tão difícil haver diálogo. (Abramovay, 2003, p. 78 apud. BARGUIL, 2020 p. 78) 
Visto que a escola se posicionava de forma a não se importar com a evolução na 
educação dos alunos a professora começa a intervir de forma positiva na vida dos alunos na 
cena em que ela confronta os alunos a respeito da ligação do bullying sofrido pelo aluno com 
a violência sofrida pelo judeus no holocausto, ela traz ao conhecimento dos alunos uma 
realidade violenta na qual se assemelha com a realidade violenta dos mesmos, assim posto 
que, nessa relação de violência o que assemelha entre si é as diferenças étnicas com isso a 
professora utiliza da violência como uma forma didática de além de modificar a forma de 
tratamento entre os alunos instigar o conhecimento de tal conteúdo. 
Didática I 
5 
 
A violência simbólica na (e da) escola, portanto, se manifesta no seu distanciamento 
em relação à realidade, permeada de contradições. Para romper esse isolamento, 
essa atitude de dar as costas aos conflitos e às demandas crescentes (atingíveis?), é 
preciso desenvolver uma Educação transformadora, crítica, que não tem medo de 
enfrentar os desafios de quem luta por uma sociedade mais justa, verdadeira e livre 
(GONÇALVES, 1994, p. 124 apud. BARGUIL, 2020 p. 79). 
 Assim a professora após entender o que assemelhava-se nos alunos era a 
violência e tais conflitos étnicos, percebeu que poderia usar essa indiferença dos alunos de 
forma a promover um debate no qual os mesmos poderiam enxergar as semelhanças 
existente entre eles, para isso ela desconstruiu a sala de aula ao pedir que os alunos afastem 
as cadeiras e ficassem em pé, essa pequena atitude gera nos alunos, impacto, confronto e 
curiosidade. 
III. No final da resenha, considerando o conteúdo da Unidade 2 e as reflexões realizadas 
em sala, exponham o que aprenderam e sentiram com esta atividade. 
Um sentimento bom misturado com um doloroso, o filme em si ligado à minha 
realidade é muito forte pois cresci em um bairro perigoso dominado por gangues e agora por 
facções. E com isso não tem como assistir ao filme sem vinculá-lo diretamente a minha 
realidade e a de meu bairro no qual está imerso em uma violência descontrolada e atinge a 
muitos jovens, além das guerras de facções existem o tráfico de drogas onde muitos jovens 
deixam a escola para entrar na vida do crime a fim de sustentar os seus vícios. Me traz a 
lembranças de colegas de sala que morreram por causa de dívidas de drogas ou de colegas 
envolvidos nessa vida que não terminaram os estudos. Meninas que já são chefes de família 
algumas no crime. Eu me vejo no ânimo de Erin em querer ser professora de escolas públicas 
e fazer a diferença na vida desses alunos. 
Apesar disso há um grande reflexo dessa violência dentro da sala de aula, onde 
a alunos que por estar imersos nessa realidade acabam por se desmotivar na escola e muitos 
professores de forma a não entender a vulnerabilidade presente na vida dos alunos os tratam 
de maneira a desmotiva-lo ainda mais, porém, ainda existe algumas professoras que buscam 
de forma dinâmica enfrentar a realidade desses alunos e fazer da escola um ambiente seguro 
e de construção porém, quantas Erin vi entrando e saindo das escolas em que estudei e 
desistiram no meio do caminho pela desvalorização da profissão ou falta de acolhimento por 
parte da gestão escolar. 
Muitos se veem desacreditados, sem valor e sem perspectiva de vida, a educação 
para muitos deles é só uma passagem porque o futuro já tá traçado com a droga. Esse filme 
e essa atividade só fizeram reafirmar meus anseios e desejos, são reflexões que nem essas 
que nos tornam professores mais humanos e mais ouvintes, que ao invés de chegar atacando 
e menosprezando, chega trazendo flores e uma nova visão de mundo, apresentando a eles 
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uma ponte pra um mundo livre e sem violência. O papel do professor nesse momento se 
apresenta em caráter transformador, logo, o aluno não se encontra fazendo parte da 
sociedade ou pertencente da mesma com isso o professor surge trazendo ao aluno que ele é 
um agente transformador da própria sociedade e da própria realidade.

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