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Origem Componentes Microarquitetura Padrões necróticos Resposta à injúria Modalidades de injúria Transabdominal Distúrbios nutricionais Distúrbios circulatórios Distúrbios inflamatórios Chegada de microrganismos Chegada de parasitas Chegada de toxinas Neoplasias Fígado não faz parte das átria-mortis, mas se houver uma falência hepática, animal vai evoluir ao óbito devido à complicações devido à falência hepática. Funções Síntese proteica Metabolismo de carboidratos Metabolismo lipídico Metabolismo de bilirrubina Metabolismo de ácidos biliares Biotransformação de xenobióticos: substancias exógenas e endógenas Função imune Fígado é um órgão sólido, localizado no abdômen na posição centro esquerda do abdômen, que faz parte do eixo de formação do coração e diafragma. É um órgão que tem origem endodérmico, surge como um brotamento do intestino anterior chamado divertículo hepático, e esse divertículo será responsável pelos componentes epiteliais do fígado, que vai se expandir se projetando até entrar em contato com o septo transverso, uma estrutura mesenquimal que participa da formação do diafragma e o coração, que vai fornecer os componentes mesenquimais do fígado como cápsula hepática, trabéculas hepáticas, vasos e nervos. O principal elemento é o divertículo hepático que fornece os componentes epiteliais de origem endodérmica. Elementos que formam o parênquima hepático: hepatócitos e o epitélio biliar, que são derivações da célula precursora hepática, a célula oval, que vai dar origem aos hepatócitos e ao epitélio biliar. O fígado surge de projeção do intestino anterior, e essa projeção vai persistir como um local de conexão entre o fígado e o intestino no animal adulto. O ducto colédoco que desagua no intestino delgado levando bile é o local da vida embrionária do divertículo hepático, é um resquício da vida embrionária. Origem a partir de uma evaginação do intestino anterior – divertículo hepático: componentes epiteliais Se o animal tiver insuficiência hepática, ele pode ter uma encefalopatia hepática ou amoniacal, com aumento de níveis de derivados de azoto e ureia, e o animal desenvolve uma hiperamoniemia e entra em coma e evolui ao óbito. Uma hepatopatia severa levará à diminuição da síntese de albumina, entrando num quadro de hipoalbuminemia e hipoproteinemia, que leva um derrame plasmático generalizado por queda de pressão oncótica plasmática, levando à ascite anasarca, hidropericárdio, hidrotórax. Além disso, o fígado sintetiza a maioria dos fatores de coagulação, entrando num quadro hemorrágico, PATOLOGIA HEPÁTICA Patologia Fígado de sangramentos espalhados pelo corpo, resultando numa redução volêmica e uma insuficiência circulatória. O animal pode também fazer um edema agudo pulmonar, com a presença de liquido na luz alveolar vai levar à uma falência respiratória. O fígado é muito importante em termos metabólicos. Ele é um órgão vital porém que apresenta grande capacidade funcional, mesmo com perda de 2/3 ele mantem atividade funcional preservada. Ele possui potencial regenerativo Principais células do fígado Células progenitoras: ovais/hepatoblastos – localizadas nas proximidades das tríades portais, são células de tamanho intermediário, morfologicamente difícil de diferenciar de outros hepatócitos. Existem marcadores dessas células para realizar sua distinção, que vão dar origem aos hepatócitos e ao epitélio biliar, os componentes parenquimatosos do fígado. Hepatócitos Epitélio biliar Há também população estromal no fígado, onde há células endoteliais que revestem sinusoides, as células de kuppfer (macrófagos do fígado) e as células estreladas, conhecidos como células de Ito, que em condições homeostáticas armazenam vitamina A, e que um vez ativadas por citocinas em condições de injúria, podem se transdiferenciar em miofibroblastos, que vão depositar colágeno e tecio conjuntivo na parede sinusoidal, no processo de fibrose hepática. Endotélio sinusoidal Células de Kpuffer Células estreladas Tecido Hepático Hepátocitos: 80% do volume, 60% da celularidade – hepatócitos são células grandes que compõem a maior parte do tecido hepático Elementos estromais: 6,5% do volume mas 40% da celularidade Células endoteliais (20%) – além de vascularizar o fígado, os sinusoides são uma variante capilar que apresentam fenestras, que levam a eficiência em termos metabólicos como na captação de O2 e nutrientes e substancias a serem biotransformadas. Os hepatócitos apresentam especializações na superfície sinusoidal, as microvilosidades, que aumentam a capacidade absortiva dos hepatócitos, que otimiza a função metabólica do fígado. Células de Kupffer (15%) – essas células ficam projetadas para a microcirculação sinusoidal, funcionando como filtro sanguíneo em microambiente hepático. Animais com PIN’s pulmonares, que acabam filtrando na microcirculação pulmonar, o que favorece quadros de edemas agudos no pulmão, submetendo os suínos e bovinos a um risco maior de desenvolverem quadros pulmonares agudos e falência pulmonar. Animais que não possuem PIN’s intrapulmonares, um dos órgãos que realizam filtração em relação à patógenos é o fígado, que nesse sentido é mais seguro, que tem uma reserva funcional superior à pulmonar. Células estreladas (5%) Células Ovais Células precursoras hepáticas Localizadas em sítios portais Células médias, ovaladas e basofílicas Para identifica-las, é necessário usar marcadores imunohistoquímicos Célula precursora: potencial para diferenciação em hepatócito ou epitélio biliar Hepatócito: célula estável – a principal célula hepática em termos numéricos, e são compreendidos como células estáveis, onde frentes à um estimulo, podem entrar em mitose e se multiplicar. Renovação Hepática: 1 em cada 20.000 a 40.000 hepatócitos está em mitose em condições de homeostase. Porém se houver um estímulo essa célula será induzida à proliferação. Renovação Total: hepática: 1 ano Cutânea: 12-30 dias Intestinal: 2-5dias O lóbulo hepático seria a estrutura hexagonal, com a veia centro lobular no centro e em seus vértices a tríade portal, constituídas por um ramo da veia porta, artéria hepática e ducto biliar. Essa estrutura hexagonal é o lóbulo hepático. Um avanço observou que os hepatócitos são distintos entre si, e que tem mais relação com a elipse, que tem ao centro os ramos portais e nas periferias as veias centro lobulares que são chamadas de vênulas hepáticas terminais, que consiste numa organização em ácino. Essa organização tem sido mais utilizada devido às semelhanças bioquímicas e metabólicas entre oe hepatócitos, que são dividias em zonas 1, 2 e 3. Essa elipse é caracterizada em ácino hepático, que é uma porção do parênquima hepático, que se inicia nas ramificações portais e se estende até as vênulas hepáticas terminais. É possível agregar os hepatócitos ao longo desse ácino pela sua atividade e semelhança metabólica. Há 3 zonas: 1,2 e 3, e cada uma dessas zonas é composta por hepatócitos com atividade metabólica semelhante. Foi observado que os hepatócitos de cada uma dessas zonas contem baterias enzimáticas diferentes. O tipo de reação desenvolvida na zona 1 é diferente das zonas 2 e 3. Zona 1: Centro acinar – é perfundida pelas ramificações portais, que desaguam no centro do ácino. Os ramos portais chegam pela zona 1, pois é onde estão as tríades portais, e o sangue oxigenado e nutrientes chegam no ácino a partir das ramificações portais, portanto os hepatócitos da zona 1 são os primeiros a receber oxigênio e nutrientes, e a medida que o sangue caminha para as vênulashepáticas terminais que estão na periferia do ácino eles terão consumido o seu O2 e nutrientes. Portanto na zona 1 há alta tensão de oxigênio, enquanto na zona 3 tem uma baixa tensão de O2. Esses hepatócitos estão submetidos à condições ambientais diferentes. A chegada de patógenas por via ascendente ou hematógena é por via z1, que é mais propensa à infecções, enquanto a zona 3 o principal risco está relacionado à oxigenação e possível hipóxia. Caso houver um quadro de anemia, onde hemaceas estão carreando menos O2, com menos tensão de O2 na Z1, enquanto na Z3 haverá situação de hipóxia e anóxia, e esses hepatócitos podem morrer. Uma ICC com fluxo de sangue lento a tensão de O2 na z1 é baixa, e na z3 é zero. Frente à um comprometimento circulatório, a z3 é mais exposta à lesão que a z1. Se há necrose em z1 a possibilidade é uma toxina ou patógeno. Zona 2: médiozonal Zona 3: periacinar – se há necrose de z3, a possibilidade é isquêmica ou distúrbio circulatório. A principal célula de defesa desse sistema estromal é o macrófago – célula de Kuppfer – é uma célula do sistema imune inato, que realiza fagocitose, e a eficiência da fagocitose dependerá da capacidade de destruir o microrganismo, que é feito a partir de liberação de espécies reativas e radicais livres do O2 e nitrogênio, como ion superóxido, peroxido de hidrogênio, e o principal mecanismo de destruição é o mecanismo dependente de O2, em especial da região z1 onde elas são mais eficientes e a resposta hepática é mais efetiva, pois a captação de O2 é maior e a capacidade destrutiva do fagócito é maior também. Nas tríades portais há o ramo da veia porta, artéria renal e ductos biliares. O sistema biliar vai se iniciar como uma especialização da membrana lateral dos hepatócitos. Os canalículos biliares não são dotados de parede própria, ele são uma especialização da membrana lateral dos hepatócitos, e os hepatócitos liberam bile na sua face canalicular, nascendo o sistema biliar a partir da diferenciação das células ovais. Tanto lóbulo hepático quando ácino hepático são construções: é necessário fazer o tracejado do lóbulo a partir das referencias microanatomicas e histológicas de cada um. O lóbulo hepático tem em seus vértices as tríades portais e em seu centro a veia centro lobular. O ácino hepatico tem em suas extremidades a vênula hepática terminal e em seu centro a tríade portal, onde pode-se imaginar uma elipse. Composto por um ramo da artéria porta, da artéria hepática, ducto biliar e estrutura linfática. Vênula hepática terminal. A perfusão do tecido: a maior parte do O2 que chega no fígado vem do sistema portal, pelas ramificações da veia porta, e uma parcela pela artéria hepática. Veia porta e artéria hepática desaguam nas tríades portais nos sinusoides, que vão receber a mistura de sangue arterial e venoso, vão perfundir os acinos hepáticos e vão desaguar nas vênulas hepáticas terminais, e esse sangue vai convergir para as veias centrais, sublobulares, veia hepática e veia cava caudal. Esse sistema portal e veia porta recebe sangue de retorno esplenico A veia porta recebe sangue da veia mesentérica superior e inferior, da veia esplênica, gástrica, e vai desaguar no sistema portal hepático. Há uma importante função de filtração sanguínea exercida pelas células de Kuppfer, onde pega sangue vindo do sistema digestório rico em microrganismos, e as células de kuppfer realizarão essa filtração. Existe uma grande variação microambiental nesses ambientes: há variações no tipo de colágeno, células estromais, tensão de O2 e nutrientes. Na z1, tensão de O2 é elevada, e a medida que caminha para z3, tensão de O2 é reduzido. Hepatocitos da z3 possuem quantidade maior de enzimas da via glicolítica, pois vão trabalhar com metabolização da via glicolitica pra produzir ATP. Hepatocito é uma célula metabolicamente ativa que apresenta uma serie de especializações morfofuncionais: microvilosidades da superfície sinusoidal vão aumentar a capacidade absortiva dos hepatócitos em contato com a microcirculação sinusoidal e uma especialização da membrana lateral vai caracterizar os canalículos biliares. Tinta nankin é usada para evidenciar as células de Kuppfer, onde há uma grande densidade Células Estreladas Eletromicrografia das células estreladas, que ficam na região perisinusoidal e armazenam vitamina A, que podem ser transdiferencidas em miofibroblastos. Microarquitetura hepática Padrões necróticos hepáticos Focal Isolada ou multifocal, sem distribuição preferencial, inespecífico. Há focos isolados ou múltiplos de necrose dispostos aleatoriamente no parênquima e acino hepático, sem uma distribuição preferencial. Ela é referida como inespecífica, pois vai ocorrer frente à uma serie de condições, e não guarda relação com nenhuma etiologia particular. É um padrão inespecífico. Periacinar Ocorre em zona 3 do áino hepático. A principal condição identificada é frente à danos hipóxicos, já que o sangue chega via z1, e vai sendo consumido pelos hepatócitos ao longo dos coroe e até chegar em zona 3 está mais baixo, e se o animal tiver um distúrbio circulatório ou obstrutivo, ou uma redução na capacidade de carrear O2, quando chegar em z3 o O2 está ausente e essas células podem entrar em degeneração e necrose. Existem algumas substancias que serão biotransformadas em z3, e se gerarem metabólicos tóxicos vão gerar lesão em z3. O agente da hepatite infecciosa canina (Adenovírus tipo 1) tem tropismo por hepatócitos da z3, gerando necrose em z3. Essa necrose periacinar é também chamada de necrose hemorrágica hepática – se há necrose dos hepatócitos eles morrem e o sangue que esta dentro do sinusoides vai ocupar esse espaço, que será preenchido por sangue, pois a área necrótica vai assumer aspecto hemorrágico. Centroacinar/Periportal Vai se concentrar na z1: vai acontecer quando chegarem toxinas diretas ou indiretas biotransformadas localmente em z1 – necrose vai ocorrer frente à ação de toxinas diretas (toxinas que não precisam de biotransformação para causar injuria) e toxinas que são biotransformadas em z1. Também pode haver necrose centroacinar em quadros infecciosos onde o patógeno chega via hematógena ou biliar (ascendente) Mediozontal Necrose ocorrente em área de z2 é infrequente e raro, porém pode ocorrer em casos de intoxicação de aflatoxicose em equinos e suínos. Aflatoxina é uma micotoxina produzida pelo Aspergillus e funciona como uma toxina indireta, e durante a sua metabolização são formados metabolitos tóxicos carcinogênicos e teratogênicos. A biotransformação da aflotozina ocorre em diferentes regiões do ácino hepático dependendo da espécie animal. Maciça Porção ou todo lóbulo, infecções ou toxinas potentes, anóxia. Pode se manifestar em quadros e infarto com obstrução do ramo da artéria hepática, anoxia e necrose maciça do ácino. Ou quando há agentes infecciosos ou toxinas potentes que causar necrose maciça, comprometendo o lóbulo por inteiro. Na truta a aflotoxina promove uma necrose maciça, então todo ácino/lóbulo é comprometido. Resposta à injúria Regeneração Fibrose Proliferação ductal O que vai variar é a intensidade dessas respostas em diferentes situações. Reação Hepática à Injúria Regeneração Proliferação dos hepatócitos remanescentes estimulado por HGF-fator de crescimento dos hepatócitos (TGFa e IL6). Inibição: TGFbeta. O fígado é composto por células parenquimatosos e estromais. As células parenquimatosas são estáveis, e quando há estímulo elas entram no ciclo e se proliferam. Os hepatócitos com maior potencial proliferativosão os hepatócitos centroacinares, na zona1, que está ao redor das tríades portais. Esses hepatócitos ao redor das tríades portais caracterizam a placa limitante, que são os mais comprometidos com a resposta regenerativa. Quando há retirada de uma porção do parênquima hepático ou necrose de mais de 10% do parênquima, dispara uma resposta regenerativa difusa no fígado. Em casos de lobos comprometidos, pode haver a lobulectomia do fígado, onde pode ser retirado cerca de 40% do fígado, e dessa maneira vai ocorrer uma resposta regenerativa difusa, os hepatócitos restantes, principalmente da z1 vão entrar em multiplicação até ocorrer a recuperação do volume hepático. Os lobos que restaram vão aumentam sua celularidade e seu volume até restituir o volume hepático. A regeneração hepática não é morfogênica, ela não restitui forma, ela restitui volume e função, celularidade. Áreas de setas brancas indicam uma área de regeneração hepática, nódulo regenerativo que fica mais pálido que o estroma adjacente. A regeneração assume nodular quando há em paralelo à regeneração processos fibróticos. Fibrose Ativação e transformação das células de Ito (células estreladas) em miofibroblastos e produção de colágeno. Mecanismo mediado por TGFbeta. A fibrose está associada à transdiferenciação das células estreladas em miofibroblastos e sua deposição de colágeno. Macroscopicamente a superfície hepática fica mais irregular, e microscopicamente, no corte corado pelo tricometro de massoon, o colágeno fica corado em azul formando pontes fibróticas, no processo de fibrose hepática. Ativação de Células Estreladas – Fibrose Frente à uma injuria hepática, há ativação das células estreladas, essas células mediante estimulação química por citocinas vai se transdiferenciar em miofibroblastos, tendo atividade contrátil e capacidade de sintetizar MEC. Existe o espaço perisinusoidal, também chamado de espaço de disse, e nesse espaço há as células estreladas que armazenam vitamina A, as células de Kuppfer que ficam projetadas para a luz dos sinusoides, e o espaço que é o espaço entre o endotélio sinusoidal e os hepatócitos. Esses vasos tem parede descontinua, que permitem que o plasma entre em contato com os hepatócitos, e esses possam captar O2 e nutrientes e substancias a serem metabolizadas, por isso essas células possuem microvilosidades em sua superfície sinusoidal. Quando há uma injuria local, as células de Kuppfer são ativadas e liberam citocinas Como TNFa IL, que vão atuar sobre as células estreladas induzindo sua transdiferenciação em miofibroblastos, que vão sintetizar MEC e colágeno, que vão se depositar entre as células endoteliais, e essa MEC vai obliterando as fenestras na parede vascular. À medida que os miofibroblastos depositam matriz nessa parede, ela sofre capilarizaçao sinusoidal onde a parede se torna continua, e esse sinusoides funciona como capilar normal, comprometendo intercambio entre sangue e hepatócitos, e a capacidade de captar O2, nutrientes e metabolizar substancias via hematogenas será reduzida. As microvilosidades da superfície apical dos hepatócitos vão desaparecer, contribuindo ainda mais para redução d capacidade absortiva, e esses eventos causarão uma redução funcional. Fibrogênese Hepática Deposição MEC em espaço perisinusoidal Progressiva perda de microvilosidades em face apical hepatocitária Esses dois eventos vão caracterizar a Capilarização Sinusoidal, com a oclusão das fenestras entre as células endoteliais, comprometendo o intercambio metabolito entre sangue e metabolitos. Comprometimento morfológico e funcional do fígado. O resultado disso é a perda das microvilosidades da superfície apical dos hepatócitos, com a redução da sua atividade biotransfomadora. Proliferação Ductal Reação específica a agressão da árvore biliar = proliferação de colangíolos. Reação inespecífica a agressões do fígado, associação de fenótipos. Assim como há resposta regenerativa associada à proliferação dos hepatócitos, há também a proliferação dos colangíolos. O grande prejuízo associada à proliferação ductal é que esses ductos neoformados não estabelecem conexão com estruturas da arvore biliar, onde muitas vezes são formados brotamentos em fundos cegos, onde eles recebem bile porém não conseguem escorar essa bile, se tornando distendidos. Formam-se agregados de bile no interior desses ductos com fundo cego. Alem disso, a bile é hepatotóxica, e esse acumulo de bile pode levar dano ao tecido hepático e aos hepatócitos, ocorrendo extravasamento e lesão hepatocelular pela própria bile. Os três eventos: regeneração, fibrose e proliferação ductal são eventos estereotipados, reacionais e inespecíficos, e podem ocorrer frente à qualquer injúria do fígado. Dependendo da intensidade, da duração e da natureza da agressão os eventos podem ser mais pronunciados. Proliferação ductal é uma resposta inespecífica à agressão da árvore biliar. A arvore biliar reage à injuria com a proliferação ductal. A proliferação ductal pode ocorrer frente à qualquer agressão ao parênquima hepático. Quando há esses eventos reacionais em grande intensidade e ocupando extensas regiões do fígado, haverá cirrose hepática. Cirrose Associação de eventos reparativos, regeneração, fibrose e proliferação ductal. A cirrose se caracteriza como um fígado funcionalmente terminal. Macroscopicamente, ambos fígados estão com empalidecimento e com volume reduzido e com a superfície multinodular. Porém na imagem esquerda há nódulos grandes e na imagem direita há nódulos menores. A imagem à esquerda é uma cirrose macronodular e a direita micronodular, onde a diferença está no tamanho dos nódulos degenerativos. Essas áreas de estruturas nodulares são as áreas de regeneração hepatocitária, os nódulos regenerativos. Eles assumem esse aspecto nodular pois eles são circundados por áreas de fibrose hepática, que estão deprimidas. Quando identifica nódulos regenerativo, geralmente há em paralelo a fibrose, que é ela que faz a delimitação do nódulo. Qualquer injuria que seja severa e prolongada suficiente pode levar à uma cirrose hepática, que pode ser toxica, microrganismos, parasitas – etiologia é variada. Microscopicamente esse tecido há áreas de proliferação ductal também. Estrutura localizado dentro do círculo trata-se de nódulos regenerativos, e tecido mais claro ao redor, áreas de fibrose. Abordagem Diagnóstica Biópsia Hepática: Importante ferramenta diagnóstica e prognóstica. Elas tem sido mais utilizadas na rotina nos últimos anos Procedimento que já se tornou requente na veterinária, que pode ser feita por uso de bisturi, punção aspirativa por agulha fina. Biópsia cirúrgica ou laparoscópica: em forma de cunha (5>10mm), áreas extensas de parênquima hepático, vários lobos Biópsia percutânea por agulha. Guiada por ultrassom (14G – cães; 16G – cães pequenos e gatos); Amostragem para cultivo: aeróbios/anaeróbios; citologia Dosagem cobre Histórico sucinto Histoquímico: tecido conjuntivo, cobre, ferro, lipofuscina Sempre que possível realizar colecistocentese Também pode fazer colheita de vesícula biliar: Citologia Biliar = Colecistite – aspecto castanho-amarelado, que lembra pus, onde terão neutrófilos degenerados e colônias bacterianas Pode se fazer punção da vesícula biliar com finalidade diagnóstica. Biópsia Hepática Existe uma recomendação de WSAVA: mínimo 5 biópsias laparoscópicas, a partir de ao menos 2 lobos hepáticos. Essa abordagem diagnostica deve envolver: 3. Histopatologia – 3 fragmentos 1. Cultura – 1 fragmento 1. Quantificação cobre – 1 fragmento: cobre pode determinarlesão hepática fibrótica Indicações Elevação de enzimas hepáticas ALT 2xs > que o limite superior Doença extra hepática descartada Raça predisposta à hepatopatia primária Icterícia/hiperbiirrubinemia Hemólise e obstrução de ducto biliar descartadas Icterícia/hiperbilirrubinemia persistentes e não responsivas ao tratamento sintomático Massas Hepáticas Considerar se a PAAF não for diagnóstica Evitar se houver suspeita de HSA ou de condição infecciosa Encefalopatia hepática Colaterais portossitêmicos adquiridos: se causas pré e pós hepáticas forem improváveis ou descartadas Shunts portossistêmicos adquiridos: se for possível atenuação cirúrgica Contra-Indicações Contagem plaquetária <80.000/ uL Tempo sangramento mucosa bucal > 240 seg (cão), 150 seg (gato) Tempo de protrombina e de tromboplastina parcial ativada > duas vezes o limite superior do intervalo de referência Fibrinogênio plasmático menor que 50% do limite inferior do intervalo de referencia; Doença infecciosa que possa ser disseminada pelo procedimento Possível hemangiossarcoma Ascite Limitações Diagnósticas Uma biópsia padrão representa 0.002% do parênquima hepático Muitas lesões apresentam distribuição heterogênea Estudo necroscópico com 70 cães: Concordância diagnóstica: 6/6 lobos: 56,5% 5/6 lobos: 14,5% 4/6 lobos: 14,5% 3/6 lobos: 10,1% 2/6 lobos: 4,3% Amostrar vários lobos Amostra deve preferencialmente representar ao menos 13 tríades portais: amostra de 8 mm – cerca de 12 tríades Maior dimensão da amostra/maior concordância diagnóstica: ex. 18G: 44%; cunha: 65% Biópsia Hepática Evitar amostragem de periferia lobar quando estes parecem fibróticos Para quantificação de cobre: Optar por lesões mais recentes Para quantificação 20-40mg de tecido: 1 agulha de 14G com 2 cm ou metade da amostra de 5 mm Congelar a amostra espectrometria de absorção atômica Sugere-se a colheita de mais de uma amostra (diferentes fases evolutivas) Distúrbios Circulatórios Telangiectasia Possui aspecto irregular dispostas aleatoriamente com áreas de confluência no paraênquima, porém o fígado é saudável e poderia ser consumido, nutricionalmente está perfeito. Há uma dilatação cavernosa dos capilares sinusoides hepáticos, que pode ser observado em bovinos e gatos velhos. A natureza não é comprometida porém microscopicamente não há sinais de injuria, apenas os vasos sinusoides distendidos Infarto Órgão dotado de dupla circulação: ramos portais e artéria hepática, e para provocar uma isquemia hepática deve-se comprometer as duas vias, sendo esse caso um exemplo não frequente. Quando ele ocorre vai ocorrer em porções periféricas dos lóbulos. Ocorre em porções periféricas dos lóbulos, onde a cor dourada indica a região de infarto vermelho ou hemorrágico. Congestão Passiva Hepática Fígado em noz moscada: ele assume aspecto pontilhado – uma evidenciação do padrão lobular hepático, como se estivesse evidenciando desenho dos lóbulos hepáticos que apresentam em su centro a veia centro lobular. Indica um quadro congestivo, uma estase circulatória com distensão da veia centro lobular. O quadro congestivo tem como grande característica uma distensão vascular por sangue, por uma dificuldade no retorno venoso, onde há comprometimento do retorno venoso que pode ser causada por uma falência cardíaca em bombear, processo obstrutivos oclusivo vascular, aumenta a resistência ao fluxo sanguíneo levando à uma estase circulatória. Se há uma lentificação circulatória haverá uma perfusão tecidual comprometida, onde o sangue demora mais tempo para avançar e vai ser depretado no seu conteúdo de O2. Nos quadros congestivos hepáticos, a tensão de O2 periacinar que normalmente é mais baixa em relação à centroacinar, ela vai se tornar ainda menor. Em quadros congestvos crônicos ela pode ser 0 resultando numa necrose periacinar ou necrose hemorrágica. Essas áreas vermelhas na imagem são áreas de distensão centrolobular e necrose periacinar, e elas são circundadas por áreas mais pálidas e alaranjadas. A hipóxia causará no hepatócito esteatose, degeneração vacuolar com acúmulo de gotículas de gordura na célula, que fica vacuolizada, acumulando gordura, tornando a célula maior, que acabam comprimindo os sinusoides. Fica pálida pois degenera os hepatócitos acumula gordura e aumenta de volume comprimindo os sinusoides e assim tem menos sangue. Uma anoxia leva a necrose, enquanto a hipóxia leva à degeneração vacuolar, essas células aumentam de volume comprimem os sinusoides que ficam com menos sangue e aumentam o fluxo sanguíneo. Portanto, fígado assume aspecto pontilhado, áreas vermelhas são áreas de congestão e necrose hemorrágica e as áreas empalidecidas são de esteatose (degeneração vacuolar). Esteatose A esteatose tem causas toxicas anóxicas e dietéticas. Na necrose de congestão passiva hepática crônica a causa é de anoxia ou hipoxica, porém poe haver esteatose em processos tóxicos ou em quadros de jejum e dietas de ácidos graxos. Fígado esteatotico aumenta de volume, apresenta bordos arredondados e ao corte se vê gotículas de gordura aderidas. Microscopicamente é possível ver os vacúolos citoplasmáticos com deslocamento do núcleo. A coloração dos vacúolos fica branca pois as gotículas de gordura são extraídas durante o processamento histológico do tecido, onde utiliza-se solventes de gordura como xilol e álcool, e no microscópio ve a imagem em parafina, que é a imagem da gordura. O fígado estetótico fica mais friável, com tenência à ruptura. Portanto um dos cuidados que deve ser ter em fígado esteatoticos é que ele fica suscetível ao rompimento. Esse quadro é chamado de congestão passiva hepática crônica, e nesse processo há a degeneração, a necrose hemorrágica e comprometimento do parênquima em zonas adjacentes como z2 e z1. Animal que tenha ICC direita, vai diminuir a capacidade de bombeamento no coração direito, causando acumulo retrogrado de sangue, e o órgão a ficar congesto é o fígado, que tende a evoluir para quadro fígado noz moscada, com necrose e esteatose associada com evidenciação do padrão lobular hepático.