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SEMANA 02- APELAÇÃO PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DA VARA CRIMINAL DO 
FÓRUM REGIONAL DE BANGU DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
 
 
Processo nº: XXX 
 IP nº 908-10279/201-DRFA 
 
LEANDRO GOMES AZEVEDO, já devidamente qualificado nos autos do processo 
em epígrafe, vem, por intermédio de seu advogado que essa subscreve, nos autos que o 
Ministério Público lhe move, vem, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a 
respeitosa sentença de fls. XX, interpor a presente: 
 
 
APELAÇÃO 
Com fundamento no art. 593, I do Código de Processo Penal. 
Requer, após o recebimento, com razões incluídas, ouvida a parte contrária, na forma do 
art. 600, caput do CPP, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, 
onde serão processados e provido o presente recurso. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local, data 
Advogado 
OAB/UF 
 
 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado 
Processo nº: XXX 
Apelante: Leandro Gomes Azevedo 
Apelado: Ministério Público 
Colenda Câmara 
Douta Procuradoria 
 
 
1.) DOS FATOS: 
 Leandro foi processado e julgado como incurso nas penas do art. 171, caput, do 
Código Penal. 
 Desta forma, a imputação do Ministério Público de que este teria, no dia 20 de 
julho de 2012, obtido para si, vantagem ilícita, por meio da venda de produto que sabia 
ser produto de crime, qual seja, um veículo VW/Gol, placa LQC 5302/RJ, com chassi 
adulterado, no valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais). 
 Narra a peça exordial de que o réu teria anunciado em um jornal de grande 
circulação a venda do veículo, fazendo-se passar pelo marido da real proprietária do 
veículo, bem como teria comparecido a casa das vítimas com os documentos do veículo. 
Junto às fls. 45 e 48/49 o laudo pericial que afirma a adulteração do chassi. O M.M. Juiz 
condenou-o ao cumprimento de pena de XX anos de reclusão. A respeitável decisão 
merece reforma, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
2.) DO MÉRITO 
2.1) DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA: 
 Em que pese o apelante ter sido condenado, verifica-se que a pretensão punitiva 
estatal, ou seja, o direito estatal, está prescrito, pelos fundamentos a seguir expostos. 
 
 
 Da análise da presente ação penal nota-se que a denúncia ministerial foi recebida 
no dia 28/01/2013, sendo, portanto, nos termos do art. 117, I do CP causa interruptiva da 
prescrição do prazo que até então corria. 
 Todavia, ao interromper o lapso temporal que até então vigia, este traz como 
consequência o início de um novo prazo prescricional, que durará até a vinda de uma 
nova causa interruptiva. 
 O crime imputado ao réu, art. 171, caput, do CP detém com preceito secundário 
pena máxima em abstrato 05 (cinco) anos, sendo esta, nos termos do art. 109 do CP, fator 
regulador da prescrição penal antes do trânsito em julgado da sentença penal. Por 
consequência, a prescrição ocorrerá, em consonância com o art. 109, III do CP em 12 
anos, a contar da data da prática do crime. 
 Não obstante todo o exposto, o réu nasceu em 01/08/1991, ou seja, no dia do 
crime, 20 de julho de 2012, constava com 20 anos e 09 meses. Nos termos do art. 115 do 
CP, se, ao tempo do crime, o criminoso era menos de 21 (vinte e um) anos, o prazo 
prescricional será reduzido à metade. 
 Logo, teremos que neste processo o prazo prescricional será de 06 anos. Do 
recebimento da denúncia, termo inicial do novo prazo prescricional, até a publicação da 
sentença (03/03/2021), término do prazo prescricional transcorreu o lapso temporal de 
aproximadamente 09 (nove) anos. 
 Neste diapasão, é notória a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva estatal 
e por consequência a extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, IV do Código 
penal, devendo ser reformada a sentença. 
 
2.3) DA PRISÃO: 
 No dia 05 de novembro de 2020 o réu foi preso preventivamente, nos termos do 
art. 313 do Código de Processo Penal. 
 Ocorre que o crime, conforme exposto acima, está prescrito, logo não há pretensão 
punitiva estatal válida capaz de ensejar a continuidade do encarceramento do réu. Nos 
termos do art. 316 do CPP, ocorrendo qualquer circunstância que cause a ausência dos 
pressupostos ensejadores da prisão, esta deverá ser revogada. 
 
 
 No caso em comento inexiste não apenas os pressupostos, mas está prescrita a 
própria pretensão estatal em punir o réu. Diante do exposto, a prisão preventiva deverá 
ser revogada e colocado o réu IMEDIATAMENTE em liberdade. 
 
2.4) DO PEDIDO: 
 Diante do exposto, requer que seja conhecido e provido o presente recurso, para 
absolver o apelante, com fundamento no art. 386, VI do Código de Processo Penal, como 
medida de mais lídima justiça. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local, 
data 
Advogado OAB/UF 
 
Aluna: Andreza Ramos Martins 
Matricula: 201701241137 
Turma: 58896

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