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Fisiologia do Exercício Introdução O organismo dos animais sofre alterações adaptativas físicas, neurológicas, metabólicas, cardiovasculares, endócrinas e psíquicas, relacionadas com o tipo de esforço, submáximo prolongado ou máximo de curta duração. A fisiologia do exercício começou a ser estudada na década de 1920, com a espécie humana. Em 1960, por meio da utilização de testes de esforço realizados a campo para a avaliação de desempenho tornou-se ferramenta fundamental no estabelecimento da intensidade do treinamento e avaliação de atletas da espécie equina. A fisiologia do exercício tem como objetivo principal avaliar o desempenho atlético por meio da determinação da dinâmica de variáveis fisiológicas, como frequência cardíaca, limiar de lactato, hematologia e as respostas endócrinas. Cães e cavalos se tornaram atletas de elite através da domesticação e seleção genética para tarefas específicas como: Caça Trabalho no campo Vida militar Atividades de lazer (+recentes) Cães: galgos – raça mais veloz da espécie canina Cavalos: Puro-sangue inglês e Quarto – de: Milha americano Puro – sangue: criado seletivamente a partir do Árabe Quarto – de – Milha americano desenvolveu-se a partir do Puro-sangue Comparado ao cão, o desenvolvimento do cavalo para a velocidade é mais recente. Fisiologia do Exercício: A capacidade de desempenho máximo depende de se aumentar ao máximo a capacidade de cada sistema orgânico para produzir resultado. A adaptação fisiológica associada ao condicionamento físico de exercício é um mecanismo pelo qual se pode aperfeiçoar ao máximo a capacidade de exercício. O Sangue: Via que supre oxigênio e substratos para a musculatura e remove produtos do catabolismo, incluindo o calor Animal em exercício: Alterações no sangue notadas rapidamente Aumento pronunciado no volume de eritrócitos, leucócitos e plaquetas O esforço físico induz a liberação de catecolaminas que, promovem a contração esplênica com liberação de hemácias para a circulação sanguínea, proporcionando melhor perfusão tecidual, principalmente para o sistema nervoso central e musculatura esquelética (Baço é reservatório de eritrócitos) Consequentemente, o exercício causa aumento no volume de eritrócitos circulantes sem aumento do plasma Resultando em um aumento de volume globular, na concentração de hemoglobina e contagem de glóbulos vermelhos A contração do baço não aumenta sozinho o volume globular Existem outros órgãos que podem fazer o mesmo papel: (Fígado, intestino e pulmões) No cavalo, o volume globular pode aumentar de 40 a 50% para 60 a 70% após o exercício Esta adaptação torna possível o aumento no transporte de oxigênio para os tecidos durante o exercício A glicose plasmática é o principal substrato que pode ser utilizado tanto pelo SNC como pela fibra muscular esquelética durante o exercício Insulina, cortisol, adrenalina e glucagon são hormônios envolvidos diretamente na regulação e no equilíbrio da glicemia durante o exercício A frequência cardíaca é uma ferramenta fácil de ser aferida durante o exercício e fornece um índice indireto da capacidade e função cardiovasculares, possuindo numa relação linear com o exercício de intensidade crescente Por outro lado, em exercícios de baixa intensidade, esta relação pode ser influenciada por fatores ambientais que provocam ansiedade e excitação Adaptações Orgânicas: Um desempenho eficiente durante a realização de exercício de alta, moderada e baixa intensidade requer um correto funcionamento dos sistemas nervoso, respiratório, cardiovascular e musculoesquelético, para que seja preservada e mantida a homeostasia do organismo durante a execução de cada um dos exercícios. Quando condicionado, o organismo se adapta frente ás adversidades orgânicas decorrentes do exercício O condicionamento tem como objetivo melhorar o desempenho atlético a partir do aumento da capacidade aeróbica e anaeróbica, da redução das causas de fadiga como a redução de glicogênio muscular e adaptação à acidose Sistema Cardiovascular Aumento da espessura da parede cardíaca Aumento das câmaras cardíacas Aumento da força de contração cardíaca Aumento do débito cardíaco e volume sistólico Redução da frequência cardíaca de repouso Manutenção cardíaca máxima Sistema Pulmonar: Aumento discreto da capacidade vital Aumento da ventilação máxima Manutenção do número de alvéolos Aumento da extração de oxigênio alvéolo-capilar Aumento da extração de oxigênio capilar- tecidual Eliminação mais eficiente de dióxido de carbono Redução da fadiga dos músculos respiratórios Sistema sanguíneo Aumento do hematócrito Aumento da concentração de hemoglobina Aumento na concentração dos tampões plasmáticos Melhor eficiência no transporte dos gases respiratórios Sistema músculo-esquelético: Sofre adaptações estruturais e bioquímicas Hiperplasia muscular Aumento das reservas de glicogênio Aumento na concentração de ATPase Aumento das reservas de ATP e fosfocreatina Aumento do número e tamanho das mitocondrias Aumento na concentração das enzimas glicolíticas e oxidativas Aumento das reservas da enzima CK Aumento da oxidação de glicogênio e ácidos graxos livres Aumento da força de contração muscular Redução da fadiga muscular Modificação dos tipos de fibras musculares Aumento da proporção de fibras tipo I e IIA Sistema Endócrino e Metabólico Aumento da tolerância à glicose Aumento da liberação do hormônio GH Redução nos níveis de colesterol e triglicerídeos Redução nos níveis de cortisol por diminuição do estresse em virtude da adaptação Aumento da mobilização dos ácidos graxos livres nos adipócitos Melhora no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas Alterações Metabólicas: Acidose Metabólica: Alteração metabólica mais comum de ser encontrada Excesso de ácido ou de íons hidrogênio nos líquidos corpóreos Ácidos são constantemente produzidos no organismo como subproduto do metabolismo oxidativo Estão relacionados à ocorrência desta alteração metabólica principalmente a concentração insuficiente de enzimas musculares oxidativas para a produção de ATP, fazendo com que ocorra um aumento da produção de ATP por via anaeróbica e a conversão de piruvato em lactato Quando um animal é submetido a exercício intenso ocorre um recrutamento de fibras de contração rápida (não-oxidativa), que acarreta em aumento da produção e acúmulo de lactato resultando em acidificação do meio celular do músculo Todas as intensidades de exercício há produção de lactato. Em exercícios de alta intensidade as concentrações de enzimas musculares oxidativas são insuficientes para a produção de ATP necessária para a manutenção da atividade Ocorre um aumento da produção de ATP por via glicólise anaeróbica com conversão de piruvato em lactato Bioenergética: A produção e utilização adequadas de energia são essenciais para o ótimo desempenho do atleta Os equinos tem grande capacidade atlética devido à grande capacidade de consumo de oxigênio, a reserva esplênica de hemácias e a grande quantidade de energia acumulada na forma de glicogênio muscular O exercício físico é uma atividade que demanda energia, sendo que em equino o gasto de energia para a realização de atividades físicas de alta intensidade é 50 vezes superior à necessária no repouso ATP é requisito básico para a sustentação da intensidade de exercício – mais importante Quantidades insuficientes de ATP a maioria das células morre rapidamente ATP hidrolisada pela ATPase = ocorre formação de ADP e do fosfato inorgânico A energia é liberada e pode ser utilizada para a realização de trabalho, como a contração muscular Existem 2 tipos básicos de fibras: Fibras musculares tipo I, contração lenta e adaptadas a exercícios aeróbicos (alta concentração de mioglobina) Fibras tipo II, de contração rápida e adaptadas para exercícios de potência IIA altamente oxidativas IIB baixa capacidade oxidativa (Fibras I e II são determinadasgeneticamente, mas as IIA e IIB são influenciadas pelo treinamento). Outro fator que limita o metabolismo aeróbico, além da intensidade do exercício, é a disponibilidade de oxigênio e a capacidade de utilização do mesmo Glicose: Fonte de energia para a fibra muscular; Metabolismo anaeróbico de glicose representa um importante e rápido mecanismo de geração de energia, embora seja de baixa produção Creatina quinase Enzima de alta especificidade para lesões musculares, sendo encontrada principalmente no citosol das células musculares, mas também nos rins, cérebro, diafragma, trato gastrintestinal, útero e bexiga Ação de catalisar, de forma reversível, a fosforilação do ADP do fosfato de creatina, tornando-o ATP disponível para a contração muscular Eletrólitos A manutenção da termorregulação corporal dos equinos durante o exercício prolongado é mantida por meio da sudorese Na sudorese, o equino perde grandes quantidades de sódio, potássio e cloro e pequenas quantidades de magnesio e cálcio