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EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO CONCENTRAÇÃO DE H+ : o pH de uma solução mede a concentração desse H+. • A partir da formula, é possível concluir que o pH é relacionado inversamente à concentração de H+ • pH baixo → concentração elevada de H+ • pH alto → concentração baixa de H+ Da onde vem esse H+? • reação exotérmica para a direita • lado esquerdo → 1 volume gasoso • lado direito → 0 volume gasoso • enzima anidrase carbônica aumenta a velocidade dessa reação → Deslocamento de equilíbrio • Temperatura: aumento da T desloca o equilíbrio para o lado da reação endotérmica (no sentido da alcalose); a diminuição da T desloca o equilíbrio para o lado da reação exotérmica (sentido da acidose) • Pressão: aumento da pressão desloca o equilíbrio para o lado de menor volume (sentido da acidose); diminuição da pressão desloca o equilíbrio para o lado de maior volume (sentido da alcalose) • Concentração de CO2: aumento da concentração (asma – ventilação insuficiente) → equilíbrio desloca para a direita (sentido da acidose); diminuição da concentração (susto – hiperventilação) → equilíbrio desloca para a esquerda (sentido da alcalose) MECANISMO DE CONTROLE DO PH – EQUILÍBRIO ACIDOBÁSICO: os três principais mecanismos que regulam a concentração de H+ são o sistema tampão, o sistema respiratório (a curto prazo) e os rins (longo prazo) • Os tampões resistem imediatamente a alterações no pH dos fluidos corporais • O sistema respiratório responde em poucos minutos para manter o pH nos níveis normais, entretanto sua capacidade é menor que a habilidade dos rins • Os rins respondem de forma mais devagar, ao longo de horas e dias → capacidade de resposta substancial Sistema tampão: os tampões resistem a mudanças de pH de uma solução, isso acontece de maneira imediata para minimizar essas alterações • Tampão é qualquer substancia capaz de se ligar, reversivamente, ao H+ • Estabilizam o pH por se ligarem quimicamente ao excesso de H+ quando este é adicionado na solução, ou liberando H+ quando a concentração deste em uma solução começa a diminuir • Não eliminam ou acrescentam H+ ao corpo, apenas controla sua concentração até que o balanço seja restabelecido → Sistema tampão ácido carbônico/bicarbonato: depende do equilíbrio estabelecido entre o H2CO3 e o H+ e bicarbonato (HCO3-) • H+ adicionado na solução (ácido forte) → o pH deveria cair e acontecer uma acidose • Contudo, com o aumento da concentração do H+, uma grande porção deste se liga ao HCO3- → formação de H2CO3 (deslocamento do equilíbrio para a esquerda) → diminuição de H+ livre em solução → resistência a uma grande queda no pH • H+ removido da solução (adição de base forte) → deslocamento do equilíbrio para a direita e dissociação do H2CO3 e liberação de H+ → evita-se a alcalose (aumento do pH) 𝑝𝐻 = −𝑙𝑜𝑔[𝐻] CO2 + H2O → H2CO3 → H+ + HCO3- TAMPÃO + H+ ⇌ HTAMPÃO H2CO3 ⇌ HCO3- + H+ H2O + CO2 ⇌ H2CO3 ⇌ H+ + HCO3- • Tem importante função na regulação do pH extracelular • Responde rapidamente ao aumento de CO2 e de ácido láctico produzidos pelo aumento do metabolismo durante o exercício físico; e ao aumento da produção de ácidos graxos e corpos cetônicos durante períodos de metabolismo elevado de lipídeos • Responde ao acréscimo de substancias básicas, como NaHCO3 (antiácido) → Sistema tampão proteico: proteínas intracelulares e plasmáticas formam um grande conjunto de moléculas tampões • Promovem cerca de ¾ da capacidade tampão do organismo devido a altas concentrações dessas moléculas → especialmente no interior das células → ajudam a prevenir mudanças no pH extracelular • Hemoglobina nas hemácias é uma das mais importantes proteínas tampões • Histonas associadas aos ácidos nucléicos também atuam como tampões • Essa capacidade das proteínas funcionarem como tampões está relacionada com os grupos funcionais dos aminoácidos → grupos carboxila e amino → atuam como ácidos e bases fracos, respectivamente • Aumento da concentração de H+ (acidose) → mais H+ se liga aos grupos funcionais → diminuição da [H+] • Diminuição da concentração de H+ (alcalose) → H+ são liberados dos grupos funcionais → Sistema tampão fosfato: importante tampão intracelular e do liquido tubular renal • Moléculas contendo fosfato → DNA, RNA, ATP e íons fosfato • Adição de ácido forte (HCl) → pH diminui → íons HPO4- liga-se ao H+ em excesso → forma H2PO4 (ácido fraco) • Dessa forma, ácido forte é substituído por quantidade adicional de ácido fraco → queda do pH é minimizada • Adição de base forte (NaOH) → pH aumenta → H2PO4 libera H+ → formação de NaH2PO4 → troca de uma base forte por uma base fraca → aumento discreto no pH Regulação respiratória do equilíbrio acidobásico: o sistema respiratório regula o equilíbrio acidobásico influenciando o tampão ácido carbônico/bicarbonato → sistema tampão fisiológico → uma a duas vezes maior que os tampões químicos combinados • Esta reação está em equilíbrio • Reação catalisada pela enzima anidrase carbônica → concentrações altas nas hemácias e na superfície das células dos capilares sanguíneos → acelera a velocidade da reação → possibilita que o equilíbrio seja alcançado rapidamente • O equilíbrio pode ser deslocado com mudanças na concentração, na temperatura ou na pressão • Eficiência entre 50% e 75%: se o pH cair de 7,4 para 7, o sistema respiratório pode retornar o pH a um valor em torno de 7,2 a 7,3 • Resposta entre 3 a 12 minutos → [CO2] aumenta → reação se desloca para a direita → formação de H+ → acidose (diminuição do pH) • Diminuição do pH → estimula neurônios dos centros respiratórios no tronco encefálico → aumento da frequência da ventilação → maior eliminação de CO2 pelos pulmões → [CO2] nos fluídos diminui → aumento do pH até valores normais → [CO2] diminui → reação se desloca para a esquerda → diminuição da [H+] → alcalose (aumento do pH) • Aumento do pH → inibe os neurônios do centro respiratório no tronco encefálico → diminuição da frequência ventilatória → menos CO2 é eliminado pelos pulmões → aumento da [CO2] nos fluidos corporais → diminuição do pH até os valores normais → Correlação clínica: comprometimento da função pulmonar → enfisema grave → inflamação alveolar → diminuição da capacidade pulmonar de eliminar CO2 → acúmulo de CO2 no liquido extracelular → acidose respiratória • Inalação com soro fisiológico e a vaporização ajudam a eliminar o muco e a aliviar o processo inflamatório H2O + CO2 ⇌ H2CO3 ⇌ H+ + HCO3- Regulação renal do equilíbrio acidobásico: os rins controlam o balanço acidobásico ao excretar urina ácida ou básica • As células dos túbulos renais regulam diretamente o equilíbrio acidobásico diminuindo ou aumentando a secreção do íon H+ para o filtrado e a reabsorção de HCO3- • Se for secretado mais H+ do que HCO3- → perda real de ácido → permite o aumento do pH • Se for filtrado mais HCO3- do que H+ é secretado → perda real de base → permite a diminuição do pH • Os rins precisam evitar a perda de bicarbonato → conservação do sistema tampão primário → numa situação de normalidade, praticamente todo bicarbonato é reabsorvido • Regulam a [H+] do liquido extracelular por 3 mecanismos: secreção de H+, reabsorção de HCO3- e produção de novo HCO3- → Secreção de H+ e reabsorção de HCO3-: ocorre praticamente em todas as partes dos túbulos, exceto nas porções finas descendentes e ascendentes da alça de Henle • 80 – 90% da reabsorção de bicarbonato e excreção de H+ ocorre no túbulo proximal • 10% no ramo ascendente espesso da alça de Henle • Pequena quantidade restante no túbulo distal e ducto coletor • Secreção de H+: contratransporte de sódio-hidrogênio pela proteína trocadora sódio-hidrogênio ∙ A energia para esse processo é derivada do gradiente do gradiente de sódio dissipado durante o movimento de Na+ para a célula, a favor do gradientede concentração → esse gradiente positivo é gerado pela bomba de sódio-potássio na membrana basal ∙ Por transporte ativo primário → final dos túbulos distais → proteína especifica ATPase transportadora de hidrogênio → degradação de ATP → energia necessária (processo importante na formação de urina muito ácida pH = 4,5) • Reabsorção de HCO3-: bicarbonato se combina com o H+ para formar H2CO3, o qual se converte em CO2 e H2O → o CO2 se difunde facilmente para as células tubulares → Transporte de HCO3- através da membrana basal para os capilares peritubulares: facilitado por 2 mecanismos • Cotransporte Na+ - HCO3- no túbulo proximal • Troca de Cl- - HCO3- no final do túbulo proximal, no ramo ascendente espesso da alça de Henle e nos túbulos e ductos coletores → Como acontecem os 3 mecanismos numa situação de normalidade • No interior das células epiteliais tubulares: CO2 + H2O → H2CO3 → H+ + HCO3- • Troca por antiporte de H+ por Na+ pela membrana apical dos túbulos → H+ entra no lúmen tubular • Saída do Na+ e do HCO3- pela membrana basal por um simporte → difundem-se para os capilares peritubulares • Nos capilares peritubulares: HCO3- + H+ → H2CO3 (remoção de H+ e aumento do pH extracelular) • Pela membrana de filtração entra NaHCO3, a qual se dissocia: NaHCO3 → Na+ + HCO3- • Uma parcela do H+ secretado dentro do túbulo renal combina-se com o HCO3-: formação de H2CO3 • Ainda dentro do lúmen tubular: H2CO3 → CO2 + H2O • O CO2 se difunde do filtrado para as células tubulares Começa tudo de novo → Situação de acidose: pH extracelular diminui → mecanismo para elevar esse pH, eliminando H+ • Taxa de secreção de H+ aumenta • Taxa de reabsorção de HCO3- aumenta • Taxa de produção de HCO3- aumenta • Perda real de ácido → mais H+ é secretado → pH extracelular aumenta voltando aos valores normais • Asfixia, hiperventilação, asma, enfisema (acidose respiratória) • Ingestão de fármacos ácidos, metabolismo anaeróbico (acidose metabólica) → Eliminação do H+ na urina → tampões: apenas pequena parte do H+ pode ser excretado sob forma iônica , isso pois o pH mínimo da urina é 4,5 • Sistema tampão fosfato: HPO4- + H+ → H2PO4 ∙ Quando tem excesso de H+ no filtrado, este se combina com o HPO4-, formando o ácido fosfórico → excretado como um sal de sódio → reabsorção real de HCO3- • Sistema tampão amônia: metabolização da glutamina ou H+ + NH3 → NH4+ ∙ Nas células tubulares proximais, alça de Henle e distais: glutamina → dois NH4+ secretados pro lúmen e excretados na urina e dois HCO3- reabsorvidos ∙ Nos ductos coletores: secreção de H+ no lúmen, onde este vai se combinar com NH3 para formar NH4+ ∙ A diminuição do pH no liquido extracelular estimula o metabolismo renal da glutamina → maior formação de NH4+ → maior excreção de H+ → normalização do pH • Excreção efetiva de ácido = excreção de NH4+ + ácido urinário titulável – excreção de HCO3- → Situação de alcalose: pH extracelular aumenta → mecanismo para diminuir esse pH, eliminando mais bicarbonato • Taxa de secreção de H+ diminui • Taxa de reabsorção de HCO3- diminui • Taxa de produção de HCO3- diminui • Perda real de base → quantidade de bicarbonato filtrado é maior que a de H+ secretado → excesso de bicarbonato excretado na urina → pH extracelular diminui voltando aos valores normais • Correlação clínica: vômito intermitente → perda volume plasmático → pressão cai → hiperventilação → mais CO2 é liberado → o equilíbrio acidobásico se desloca pra esquerda e o pH sobe • Ingestão de substancia alcalinas (bicarbonato de sódio para tratar acidez estomacal) → Correlação clínica: síndrome de Cushing • Níveis elevados de aldosterona → aumenta a taxa de reabsorção de Na+ e a secreção de K+ pelos rins → estimula a secreção de H+ → aumento do pH dos fluidos corporais → alcalose VALORES DE REFERÊNCIA PARA GASOMETRIA: a gasometria arterial é feita a partir da coleta de amostra de sangue proveniente da artéria do braço ou da perna. O sangue coletado é levado ao laboratório para que sejam feitos exames bioquímicos para verificar pH sanguíneo, concentração de bicarbonato e pressão parcial de CO2 e saturação de oxigênio Valores normais: • pH: 7,35 – 7,45 • pCO2: 35 – 45 mmHg • pO2: 80 – 100 mmHg (SatO2 = 95 – 100%) • concentração de bicarbonato: 22 – 26 mEq/L • Ânion GAP (AG): 6 – 12 mEq/L Interpretações: → Acidose metabólica: pH < 7,35 • Concentração de bicarbonato baixa • Pco2 baixa → hiperventilação afim de corrigir a acidose → eliminação de CO2 pelos pulmões • Causas comuns: insuficiência renal, choque, cetoacidose diabética → Alcalose metabólica: pH > 7,45 • Concentração de bicarbonato alta • Pco2 alta → hipoventilação afim de corrigir a alcalose → retenção de CO2 • Causas comuns: vômito crônico, hipocalemia → Acidose respiratória: pH < 7,35 • Pco2 alta → dificuldade de ventilação (enfisema) → hipoventilação → retenção de CO2 • Concentração de bicarbonato alta → compensação renal → aumento da reabsorção nos rins • Causas comuns: doenças pulmonares, como enfisema, asma → Alcalose respiratória: pH > 7,45 • Pco2 baixa → hiperventilação → eliminação maior de CO2 • Concentração de bicarbonato baixa → compensação renal → diminuição da reabsorção nos rins • Causas comuns: dor, ansiedade SUBSTÂNCIAS PRODUZIDAS NOS RINS QUE REGULAM O EQUILIBRIO ACIDOBÁSICO: renina, calcitriol e eritropoetina Renina: nas células justaglomerulares, ocorre a tradução do RNAm da renina, onde é sintetizada a pré-pró-renina, está se transforma em pró-renina e, em seguida, a partir da catepsina B, se transforma em renina Calcitriol: hormônio conhecido também como 1,25-di-hidroxicolecalciferol ou vitamina D3 • É formado a partir da vitamina D, a qual é obtida pela dieta ou sintetizada na pele pela ação da luz solar • A vitamina D é modificada primeiramente no fígado e, depois, nos rins, para formar vitamina D3 / Calcitriol • A produção de Calcitriol é regulada no rim por ação do PTH (paratormônio) → concentrações plasmáticas diminuídas de Ca+2 estimula a secreção de PTH → estimula a síntese de Calcitriol → Funções: • Aumento da absorção de Ca+2 a partir do intestino delgado • Facilita a reabsorção renal de Ca+2 • Ajuda a mobilizar o Ca+2 para fora do osso Eritropoetina (EPO): sintetizada nos rins adultos • Hipóxia (baixos níveis de oxigênio nos tecidos) → estimula a produção de um fator de transcrição → fator induzível por hipóxia 1 (HIF-1) → ativa o gene EPO → aumento da síntese de eritropoetina • É produzida conforme sua necessidade, não sendo armazenada • Pode ser produzida pela tecnologia de DNA recombinante e disponibilizada para uso clínico → pacientes com câncer, nos quais a quimioterapia suprimiu a hematopoese → Função: estimula a síntese dos eritrócitos → coloca mais hemoglobina na circulação para transportar oxigênio
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