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Priscilla Prado – turma 22 B 1 Nódulos da tireoide Þ Muito comum na população, porém a maioria é benigna. Þ Aos 50 anos, quase 50% dos pacientes apresenta nódulo ao US, sendo apenas 5% maligno. Þ 4-7 % dos adultos apresentam nódulo palpável, sendo mais comum em mulheres e idosos, ou população de região com deficiência de iodo. Þ Causas mais frequentes : cistos e tireoidites, neoplasias foliculares benignas, carcinoma. Þ Realizar USG de prevenção nos pacientes com histórico familiar de câncer tireoideano. Diagnóstico Anamnese (maioria sintomático) + exame físico (tireoide aumentada) + ultrassom + PAAF + dados laboratoriais. Exame físico : analisar tamanho do nódulo, sua consistência, mobilidade, se há sinais de hipertireoidismo e linfadenopatia regional suspeita. Se tireoide muito pétrica e/ou aderida, indica malignidade. Se tiver sinais de hipertireoidismo, há grande chance de ser um nódulo benigno (bócio multinodular benigno). Exames laboratoriais : TSH e T4, TRAB (na suspeita de Gravis – bócio difuso), calcitonina (suspeita de carcinoma medular). Avaliar se tais nódulos são funcionantes. Nódulos malignos não causam hipo ou hipertireoidismo, já que não afeta a produção hormonal. Dados sugestivos de malignidade : sexo masculino, idade < 20a e > 70a, história de irradiação em cabeça pescoço, história familiar de câncer de tireoide, NEM 2 ou carcinoma medular familiar, nódulo de crescimento rápido e/ou com sintomas compressivos, linfadenite satélite (aumento de gânglios regionais), nódulo > 4cm ao US. Exames complementares : ultrassom com doppler, cintilografia, PAAF (biópsia). Priscilla Prado – turma 22 B 2 USG Detecta nódulos até de 1mm, sendo mais específico que tomografia por exemplo. Detecta glândulas multinodulares. - Ecogenicidade : os nódulos colóides são hiperecoicos e os nódulos sólidos são hipoecoicos, uma vez que a ecogenicidade relaciona-se com a quantidade de colóide. Hiper se for mais branco e hipo se for mais preto que o parênquima. 70% dos nódulos malignos são hipoecogênicos e as lesões isoecogênicas e hiperecogênicas são predominantemente benignas. - Calcificações : presente em 10-15% dos nódulos. Microcalcificações possuem < 2mm de tamanho e podem ser acompanhadas ou não de sombra acústica posterior, calcificações grosseiras possuem > 2mm de tamanho e apresentam sombra, e as calcificações em casca de ovo correspondem à calcificação periférica anelar. As calcificações puntiformes e finas estão presentes em 60% dos nódulos malignos, como no carcinoma papilífero. As calcificações grosseiras são frequentemente vistas em nódulos benignos. - Halo periférico : encontra-se em 60-80% dos nódulos benignos, sendo fino, regular e completo. Já nos malignos, ocorre em 15% dos casos, tendo característica mais espessa, irregular e incompleto. - Margens : nos nódulos benignos tende a ser regular e bem definido, enquanto nos malignos é irregular e mal definido. - Ecoestrutura : cistos são espaços preenchidos por líquido, raramente maligno. Já os nódulos sólidos podem apresentar necrose em seu interior, sendo hipoecogênico e maligno. Priscilla Prado – turma 22 B 3 - Vascularização nodular (USG com Doppler). Padrão I : ausência de vascularização ; padrão II : vascularização periférica ; padrão III : vascularização da periferia para o centro ; padrão IV : vascularização do centro para periferia ; padrão V : vascularização central. A maioria dos nódulos malignos apresenta vascularização central. - Diâmetro transverso e anteroposterior : os nódulos malignos apresentam grande diâmetro. A cada aumento de 1cm no diâmetro transverso, o risco de um nódulo ser maligno aumenta 2,8x. - Linfonodos regionais. Sugestivo de benignidade : lesões homogêneas de limites definidos, lesões predominantemente císticas (acúmulo de colóide), presença de halo completo, textura hiperecogênica, ausência de calcificações ou calcificações em casca de ovo (ao redor do nódulo apenas), ausência de vascularização ou apenas periférica. Sugestivo de malignidade : nódulo > 1cm, textura hipoecogênica, margem irregular, halo ausente ou incompleto, microcalcificações intranodulares, vascularização, infiltração ou invasão de tecidos paratireoideanos, linfadenomegalia. Nódulo > 2cm, hipoecogênico com microcalcificações intranodular. Nódulo isoecogênico com halo preservado. Nódulo muito vascularizado. Nódulo pouco vascularizado. Priscilla Prado – turma 22 B 4 CINTILOGRAFIA Indicado para nódulo com hipertireoidismo, para avaliar captação de iodo radioativo, ou ainda na tireoidite subaguda. Não determina se maligno ou benigno. Doença de Plummer do hipertireoidismo PAAF – PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA Realizada apenas na suspeita de malignidade, em nódulos > 1,5cm de diâmetro ao USG e nódulos palpáveis. Não puncionamos nódulos < 1cm pois normalmente não é maligno. A punção é o único exame que determina malignidade ou benignidade. Pode ser guiada pela palpação ou por USG. É realizada uma aspiração CELULAR do nódulo e usa-se o sistema Bethesda para avaliar : Tipo I : material insatisfatório = repetir punção em 3 meses. Tipo II : benigno -> acompanhamento clínico com controle anual por USG. Tipo III : significado indeterminado = indica PEG ou repuncionar após 3 meses Tipo IV : suspeito para neoplasia folicular = indica PEG (perfil gênico) Tipo V : chance de malignidade -> cirurgia Tipo VI : maligno -> cirurgia Tratamento Bócio atóxico : acompanhar paciente pois não é maligno. Deve repetir USG em 6 meses e depois em 1 ano. Caso mude de característica, fazer PAAF. Nódulo tóxico : cirurgia caso seja muito grande (problema estético, bócio mergulhante / intratorácico), radiodo ou drogas antitiroideanas (bócio nodular tóxico – Plummer / bócio multinodular tóxico). Caso o hipertireoidismo não regularizar mesmo com o tratamento, a cirurgia é indicada. Priscilla Prado – turma 22 B 5 Tumores da tireoide Þ 2-4x mais frequente em mulheres, em qualquer idade. Quando acometem crianças, são agressivos e metastatizam. Þ Neoplasias mais frequentes : papilíferos, foliculares, anaplásicos e medulares. Þ O prognóstico depende : tamanho do tumor, idade e estadiamento (extensão, linfonodo, metástase). CARCINOMA PAPILÍFERO : é o mais comum (80%) e tem sobrevida de 80% em 10anos. Tem baixo grau de agressividade, com boa evolução e lento crescimento. Pode ser uninodular ou multinodular. Quando metastatiza, é regional (gânglio-cervical). Melhor prognóstico : jovens < 40a, tumor < 1cm. ADENOMA : mulheres adultas entre 20 e 50 anos, tem boa evolução e não é maligno. Tem conduta observante. CARCINOMA FOLICULAR : 5-20% dos tumores malignos, com nódulos intensamente vascularizados ao USG com doppler. Mais comum > 60 anos, com pior prognóstico se comparado ao carcinoma papilífero e pode metastizar à distância (fígado, osso, pulmão). Pior prognóstico : homem, tamanho, idade, invasão capsular, vascularidade. CARCINOMA MEDULAR : 5-10% dos tumores malignos. Sobrevida de 65-95% em 5 anos, dependendo da extensão e invasão do tumor. Pode ter recorrência em 1/3 nos pacientes operados. Deriva das células C (não produzem T4, logo não capta iodo -> não resolve fazer cintilografia). Pode ser lesão circunscrita ou francamente invasiva com metástase para linfonodo cervical, mediastino, pulmão, osso, fígado. CARCINOMA ANAPLÁSICO : tumor muito maligno e raro. Prognóstico muito ruim, com sobrevida de 7% em 5 anos. Acomete > 60anos, é um tumor indiferenciado, cresce rápido e invade todas as estruturas cervicais. Tem invasão local e metastatiza hematogenicamente. 50% das lesões são inoperáveis e metastáticas ao diagnóstico. Não respondem à quimioou radiotorerapia. Priscilla Prado – turma 22 B 6 LINFOMA PRIMÁRIO : 2% dos CA de tireoide, relacionado à tireoidite autoimune. Acomete > 70 anos e tratada com quimio, tendo bom prognóstico. Tratamento dos tumores em geral Tireoidectomia total Quando há acometimento ganglionar, fazer esvaziamento. Na cirurgia, biopsiar os gânglios e avaliar se necessidade de remoção ou não. REMOÇÃO OBRIGATÓRIA NO CARCINOMA MEDULAR. Conduta pós operatória * Dosagem de TSH para controlar dentro do limite inferior 3 meses após a cirurgia. * Dosagem de tireoglobulina : de 6-12 meses após a cirurgia. É necessário mais de uma dosagem para confirmar seu aumento, pois pode levar meses para diminuir após a cirurgia ou após a radiodo, apresentando níveis indetectáveis em 1 ou 2 anos após a cura. - Detectável : sobrou resto tireoidiano OU há metástase = encaminhar paciente para radiodoterapia. - Indetectável : cirurgia bem sucedida. * Dosagem de anti-Tg : de 6-12 meses após a cirurgia - Negativo : avaliar tireoglobulina pois os anticorpos podem estar acoplados à Tg, então não serão dosadas no sg, negativando o exame. * USG de tireóide pós 1 ano da cirurgia * Pesquisa de corpo inteiro : administrar iodo radioativo, que será captado em regiões com metástase. Se positivo, encaminhar paciente para radiodoterapia. Priscilla Prado – turma 22 B 7 Pacientes de alto e baixo risco, com Tg indetectável após estímulo de TSH e USG negativa para adenomegalia cervical, deve refazer exames de 6 em 6 meses, durante 3 anos. Pacientes com Tg detectável, devem realizar exames complementares para investigar metástase, como PET-FDG e tomografia de pescoço, sendo reencaminhada para cirurgia se for o caso. Radiodoterapia : a administração de radiodo visa destruir qualquer tecido tumoral ou não tumoral que restou no leito tireoidiano. Seu uso permite a destruição de focos microscópicos da doença. Indicada nas seguintes situações : presença de metástase ganglionar, extensão extratireoidiana, invasão vascular, tipos histológicos agressivos, tumores > 4cm, ressecção incompleta do tumor. Acompanhar paciente por dosagem de Tg e pesquisa de corpo inteiro (identifica metástases). Usar TSH recombinante ou retirar levotiroxina para estimular possíveis tecidos remanescentes a captar mais o iodo radioativo, além de fazer o regime sem iodo 30 dias antes do procedimento. Ambas condutas aumentarão a avidez das células remanescentes pelo iodo radioativo. Recomenda-se uma restrição de iodo por 3 semanas antes da terapia, aumentando a avidez dos possíveis Terapia supressiva com levotiroxina : após o tratamento com radiodo, deve ser iniciada com doses suficientes de levotiroxina para manter TSH < 0,1 mU/L, na tentativa de evitar possível estímulo folicular, devido o risco de tecido remanescente. A primeira dosagem de TSH deve ser feita em 3 meses após o início da terapia. Depois de 6 e 12 meses, devemos repetir as dosagens de TSH, T4, Tg e USG cervical. Em pacientes de baixo e alto risco, que encontram-se em remissão, a terapia deve durar 3 anos. Após esse período, se não recorrência, pode reduzir dose da levotiroxina. A terapia deve ser mantida em pacientes com doença persistente.
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